O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sexta-feira, fevereiro 21, 2003


A minha posição perante a "Carta dos Oito" e a ameça de guerra ao Iraque

Saiu hoje no Independente a lista dos primeiros aderentes ao abaixo assinado organizado por este semanário. A inclusão do meu nome, nessa lista, provocou alguma estupefacção. Justificada ou não sinto-me compelido a explanar a minha posição perante a iminente guerra ao Iraque e a chamada “Carta dos Oito”.

Entre as criticas dos detractores deste documento está o argumento que esta veio provocar a divisão na UE. Nada mais falso. Esta já existia, não foi criada pela carta e era por demais evidente.
Não existindo uma decisão colectiva da EU, o eixo franco-alemão teimava em impor o seu ponto de vista como posição oficial da EU, mesmo contra a opinião dos restantes governos.
Os “oito” tomaram a posição que acharam correcta e foram acusado de divisionistas e seguidistas.
A França e a Alemanha combinam entre si a política sem consultar os restantes parceiros e esperam que o resto da Europa os siga.
Temos pois dois pesos e duas medidas...
Não bastando a situação criada no seio da UE ainda fazem perigar os acordos de defesa mutua que são a base da NATO e que são a única garantia de sobrevivência de Portugal em caso de guerra.

Mas deixemos as contradições da política europeia e concentremo-nos no cerne da questão: o Iraque.

Afirma-se que a guerra deve ser evitada, Eu concordo. Mas não a todo o custo.
Há que saber discernir quando se pode evitar a guerra com tratados que previnam de facto a continuação de actos hostis ou quando os tratados, nada mais valem que o papel em que são impressos. Nesses casos ainda que constrangidos pelo sofrimento das vitimas inocentes devemos por a espingarda ao ombro e partir para a guerra

Como a História nos ensina a guerra não deve ser evitada a todo o custo
O célebre tratado de Munique que pretendia evitar a guerra com a Alemanha Nazi não foi mais que uma capitulação perante um dos maiores tiranos de sempre.
A Hitler tudo foi oferecido (incluindo a Checoslováquia) para tentar refrear as suas ambições expansionistas e para que calmamente continuasse, mas intra-fronteiras, a reprimir aqueles que não se ajustassem ao seu ideal de Novo Homem Alemão. E o tratado de nada valeu...

Ao Iraque já todas as hipóteses foram dadas, Já por várias vezes foram dados prazos limites para se desarmar. E Saddam Hussein continua a reforçar o seu arsenal militar e a reprimir impunemente o seu povo.

Para grande estupefacção minha ,e pensava eu também para a generalidade das pessoas mas pelos vistos estou errado, os EUA, que pese embora erros cometidos, são uma Democracia, são considerados mais perigosos que a sanguinária ditadura iraquiana.

Gostava de ver organizadores e os aderentes à manifestação a encherem as ruas em nome dos milhares de vitimas do governo iraquiano.

posted by Miguel Noronha 3:56 da tarde

Powered by Blogger

 

"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com