sexta-feira, abril 11, 2003
Contradição
Se na sua ultima crónica de Miguel Sousa Tavares reconhece que:
"Manda a verdade que se diga que a guerra foi conduzida com o máximo de eficácia e, salvo alguns incidentes de passagem, com o mínimo de danos civis colaterais" e "Derrubar Saddam era, decerto, um benefício para o povo do Iraque e para a humanidade"
E se ele acha que:
"Ao contrário dos argumentos de tipo insultuoso fácil, os opositores da guerra (a maioria séria deles, pelo menos) nunca defendeu Saddam nem a sua permanência, questionou, sim, o preço a pagar pelos iraquianos pelo seu derrube, o precedente criado na ordem internacional e o estilhaçar de todo o direito, convenções e regras de funcionamento dos organismos internacionais"
Ora, partindo do princípio que ele se insere na "maioria", isto é não defendia a permanencia de Saddam e até reconhece que o "preço" foi largamente exagerado como pode MST defender que a manutenção de um ditador era um mal menor quando comparado com um Direito Internacional, Convencções e Organizações Internacionais que pelos vistos nada fizeram para o deter?
Não lhe terá ocorrido que, ao contrário do que se quer fazer crer, os acontecimentos que culminaram nesta guerra derivam do deficiente funcionamento das Instituições Internacionais?
Acresce que ainda não está mensurado até que ponto esses "pilares" em que assenta a Ordem Internacional irão ser afectados.
posted by Miguel Noronha 11:09 da manhã
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