quarta-feira, maio 21, 2003
O Tempo o Dirá...
Palavras sábias de Mário Bettencourt Resendes:
"Estamos a mais de dois anos das próximas eleições autárquicas a nível nacional, o que, como se compreende, facilitou a firmeza das posições de princípio das direcções partidárias. É bom que, a seu tempo, não se esqueça a lição de Felgueiras e o que ela representa em matéria de cedência ao populismo como forma de fazer política.
Chegará a altura em que a contabilidade das câmaras a ganhar e a perder vai dominar a estratégia dos partidos de primeira linha do sistema. Então se verá até que ponto ia a convicção de todos aqueles que agora se mostram _ e bem _ intransigentes face a episódios inadmissíveis num Estado democrático de direito."
Na altura veremos que falou por convicção e quem o fez para a fotografia...
Já agora e aproveitando a actual "onda de indignação" (e amnésia deve-se acrescentar) que varre o PS deixo também as palavras de António José Teixeira sobre o assunto:
"Muito justamente, o PS e o País indignam-se com a agressão ao deputado Francisco Assis. Mas não seria menos justo que o PS, os partidos em geral, e o País, se indignassem com os seus contributos para alimentarem fenómenos tipo Felgueiras. Quando o PS decidiu recandidatar Fátima Felgueiras, apesar de todas as evidências detectadas pelo seu Governo justificarem perda de mandato, assumiu-se cúmplice com o populismo que agora critica. Quando o PS fechou os olhos aos «sacos azuis», que não são um exclusivo de Felgueiras, arriscou-se a ganhar algumas eleições, mas também a perder a face. Quando se pactua com a ideia de que as leis existem para se contornarem, quando o poder se afirma eficaz à custa da subversão das normas legais, entre os cidadãos menos escrupulosos gera-se o sentimento de que a legalidade só atrapalha quem tem um sentido prático e tanto dá a mão ao empreiteiro, como ao clube de futebol e ao partido. Teias com vantagens repartidas, que muitos conhecem, de que muitos usufruem, apesar das indignações de circunstância"
O que o PS tenta fazer esquecer é que as acusações de utilização de "sacos azuis" para além de serem conhecidas à altura das eleições beneciavam o próprio PS. É desta forma estranho que os líderes socialistas invoquem a sua ignorânicia sobre os mesmos e que o apoio a Fátima Felgueiras tenha dependido de uma carta de intenções em que esta afirmava a sua inocência.
posted by Miguel Noronha 6:16 da tarde
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