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sexta-feira, maio 02, 2003

Subsidios Culturais

Chamoa atenção para o artigo da Australian Libertarian Society sobre o supracitado assunto. Aproveito para fazer também algumas considerações pessoais e, salvar-me assim, das acusações de plágio descarado.

Segundo o artigo existem três razões contra esta política:

1. Escolha subjectiva.
O critério da escolha é entregue a um grupo de "sábios" que decide por nós. Não é liquido que essa escolha seja a melhor (em termos artisticos). É vulgar a existência de critérios políticos. Ainda não há muitos anos um grupos de companhias teatrais que se recusaram a assinar um abaixo-assinado a apoiar um conhecido encenador viram cancelado o seu subsidio. Existem igualmente encendores ou companhias que conseguem exito comercial e assegurar, de forma autonoma o seu sustento. Mesmo assim exigem e obtêm subsidios estatais.

2. Os subsidios provocam um excesso de oferta de bens culturais.
Se as companhias dizem não conseguir subsistir sem os subsidios é porque a procura (o público) não é suficiente. Em muitos casos estamos a subsidiar a produção de espectáculos sem público.

3. O Mecenato forçado.
Ao subsidiar as produções artisticas via Orçamento do Estado todo e qualquer contribuinte é obrigado a subsidiar algo que não deseja. Tendo em conta que o público que assiste a estes eventos não é, de todo, a maioria da população estamos a subsidiar uma elite. Elite essa que, estou em crer, não necessitaria de subsidios na aquisição de bens culturais.

4. O Erro dos subsidios à produção.
A política de subsidios tem por base a produção. Como resultado temos um número enorme de peças que apenas são "levadas à cena" na localidade onde a companhia reside. O público-alvo é, normalmente, reduzido pelo que o número de reprentações muitas vezes é assustadoramente baixo.
A existirem subsidios faria mais sentido que estes fossem direccionados para a mobilidade das companhias. Por um custo bem mais reduzido (tendo em conta os montantes que desde a sua instituição foram dispendidos) seria bem mais útil o investimento numa rede de cine-teatros. A produção ficaria por conta das companhias. Ao Estado (ou Autarquias) apenas competiria a existência de infra-estruturas.
posted by Miguel Noronha 10:57 da manhã

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