sexta-feira, julho 11, 2003
Coerências
Ouvi há pouco na TSF que, no seu discurso, Pedro Santana Lopes elogiou o presidente Lula pela sua coerência.
É curioso que apesar do relativismo pós-moderno que inquina a maior parte da nossa sociedade o valor da coerência seja considerado absoluto.
Já todos ouvimos de personalidades que abrangem a totalidade do espectro político o elogio da coerência de Álvaro Cunhal (AC). Independentemente dessa coerência significar o apego a um modelo de sociedade anti-liberal responsável por crimes contra a Humanidade nunca AC se mostrou minimamente arrependido dos seus ideiais e da filo-sovietismo militante.
Prefiro a "incorência" de Pacheco Pereira ou João Carlos Espada que renegaram as suas anteriores convicções e aderiram aos valores da democracia liberal à coerência de AC.
A coerência não pode ser um valor absoluto.
Voltando ao presidente Lula a sua maior virtude nestes primeiros tempos de governação foi precisamente a sua incoerência ao dar seguimento a várias políticas de Fernando Henrique Cardoso. É aliás da continuação desta incoerência que depende o futuro do Brasil
Nota: recomendo, a este propósito, a leitura do post do Comprometido Espectador sobre o progresso do Brasil durante as presidências de FHC.
posted by Miguel Noronha 7:24 da tarde
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