O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sexta-feira, julho 25, 2003

Finalmente

Eis a coluna de hoje de Alberto Gonçalves:

Na apresentação da festa do "Avante!", os jornalistas interrogaram o dr. Rúben de Carvalho sobre Cuba. Fizeram bem, já que nem sempre é possível trazer ao de cima a real essência do PCP.

Embora condenando, de forma "claríssima", a pena de morte em sentido lato, o dr. Rúben recusou-se a condenar a pena de morte em Cuba, graças – acreditem – à solidariedade que a vida do povo cubano lhe suscita. Não duvidamos: também por solidariedade com os respectivos povos, o PCP nunca condenou a pena capital na URSS, na Hungria, na Checoslováquia, na Roménia e etc. Ainda hoje, há dezenas de povos na Terra que rezam para que o PCP jamais se solidarize com eles.

Mas não se busque cinismo no discurso dos nossos comunistas. É a fé, e apenas a fé, que os impede de distinguir uma população do regime de partido único que a esmaga. Movido a dogma, o PCP não consegue imaginar a existência de uma esfera privada, em que o quotidiano dos cidadãos seja alheio à influência do totalitarismo marxista. Na prática, a tradução deste princípio é um tanto rude: para o PCP, se Fidel oprime e abate os cubanos, os cubanos devem regozijar-se pela opressão e pelo abate, dado ser em Fidel e no Partido que o bem comum se realiza.

Nenhuma novidade, portanto. Só enjoa um bocadinho sabermos que, depois de todo o século XX, uma aberração como o PCP permanece entre nós

posted by Miguel Noronha 5:09 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
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