terça-feira, julho 22, 2003
Hayek e Orwell
No 11º capitulo ("The End of Truth") de "The Road to Serfdom", F.A. Hayek, descreve como o estado totalitário constroi o pensamento único. Como através do controlo total da informação e de todos os aspectos da vida pessoal (que deixa de ser verdadeiramente "pessoal") os objectivos individuais fazem parte de um plano maior gerido pelo planificador-mor. A sociedade é o estado e nada pode existir fora dele. Toda a dissidência é assim vista como uma acção anti-social devendo, como tal, o seu autor ser marginalizado ou, mesmo, reprimido.
São óbvios os pontos de contacto entre "The Road to Serfdom" e "1984" de George Orwell. Dado que o primeiro foi editado em 1944 e o segundo 1948 e que ambos viviam em Inglaterra existe alguma hipótese de Orwell ter tido conhecimento do livro de Hayek.
Durante a guerra civil espanhola, George Orwell, tinha contactado "de perto" com as ideologias totalitárias nazi-fascista e comunista pelo que certemente partilhava a aversão que Hayek tinha ao estado que tudo pretende controlar. Aquando dos confrontos entre os comunistas e os anarquistas Orwell tomou partido pelos segundos.
Apesar do acima exposto duvido, no entanto que Orwell (que nunca renegou o socialismo) tivesse visto no individualismo a melhor solução para combater os totaliritarismos que assolaram a Europa. É igualmente pouco provável que Orwell descobrisse no socialismo o "caminho" para o estado totalitário e que, como Hayek expôs no seu livro, não existem soluções intermédias.
Nas suas obras ambos descreveram o estado total que elimina qualquer traço da individualidade. Apenas Hayek tirou, no entanto as devidas conclusões.
posted by Miguel Noronha 10:20 da manhã
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