O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
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segunda-feira, julho 21, 2003

A Tragédia Nacional

Apesar de não ser esse o ponto fulcral do seu artigo, João César da Neves revela o principal problema dos portugueses:

"O elemento determinante da diferença está noutro lado. Não é a qualidade e a orientação da política, mas a psicologia nacional. Os portugueses só mudam sob pressão. É nos momentos de dificuldade e exigência que os lusitanos se excedem e brilham. Quando tudo está bem e as oportunidades de mudanças são boas, cai-se na modorra paralisante. O eng.º Guterres tinha todas as condições para as reformas. Todas, menos o ambiente favorável. A prosperidade de meados de 90 fazia os portugueses sonhar apenas com a melhor forma de participar nos ganhos. A última coisa em que se pensava era em mudanças necessárias, mas dolorosas. Nessas condições, a reforma era oportuna mas inconcebível. Como em 1975 e 1982, o sentimento de alívio foi fatal.

Pelo contrário, em Portugal as épocas de correcção, avanço e transformação são sempre situações de aperto e dificuldade. Antes foi o medo do FMI e da CEE que nos empurrou para as reformas. Agora o principal mérito destas medidas pertence ao Pacto de Estabilidade e Crescimento
."

Já um professor meu dizia que as mudanças "a quente" são sempre menos "dolorosas" do que as realizadas "a frio". As reformas que é necessário operar na economia portuguesa terão um impacto negativo ao nível social no curto prazo. Num periodo de crescimento económico este seria menos "drástico". No entanto, como diz o ditado, mais vale tarde que nunca. Não tendo sido feitas no passado e apesar de ficarem aquém do desejado seria ainda pior que o presente governo, num subito ataque de populismo (do qual o PS é o porta-voz), recuasse.
posted by Miguel Noronha 12:57 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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