O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

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quarta-feira, setembro 10, 2003

"Concorrência Desleal"

O Diário Digital noticia que por ordem do IVV foram arrancados 180 hectares do vinha ilegal em Campo Maior.

«Em Portugal o regime de novas plantações de vinha determina, de acordo com a legislação comunitária, a proibição até 31 de Julho de 2010 da plantação de novas vinhas com castas classificadas para a produção de vinho», refere o comunicado do IVV, de forma a evitar situações de concorrência desleal que prejudiquem os vinicultores


E o interesse dos consumidores? O IVV parece actuar apenas com o intuito de manter o status quo e criar barreiras artificiais (e injustificadas) à entrada de novos produtores. Quem deve fazer de juíz é o consumidor e não o IVV.

Relembro as palavras de Milton Friedman em "Liberdade Para Escolher" acerca da ICC (Interstate Commerce Comission):

A ICC ilustra o que se pode chamar a história da intervenção governamental. Um mal verdadeiro ou imaginário exige que se tome medidas. Forma-se uma coligação política constituida por reformadores sinceros e altruístas e por partes igualmente sinceras e movidas por interesses próprios. Os objectivos incompativeis dos membros da coligação (por exemplo preços baixos para o consumidor e preços elevados para o produtor) escondem-se por trás de belos discursos retóricos sobre "interesse público", "concorrência honesta" e outras coisas semelhantes. A coligação consegue que o Congresso (ou um corpo legislativo estadual) faça aprovar uma lei. O preâmbulo da lei não passa de retórica e o corpo da lei concede poderes às entidades governamentais para "tomar medidas". Os reformadores idealistas gritam vitória e concentram a sua atenção em outras causas. As partes interessadas lançam-se à obra para que o poder seja utilizado em seu benefício. Normalmente conseguem-no. O êxito origina os seus próprios problemas que são enfrentados alargando o âmbito da intervenção. A burocracia cobra os seus tributos de modo que já nem os interesseses especiais do início beneficiam. No fim, os efeitos acabam por ser exactamente o oposto do objectivo dos reformadores e, geralmente, nem sequer vão ao encontro dos objectivos dos interesses especiais. Contudo, o organismo está tão firmemente instituido e estão em jogo tantos direitos adquiridos que é quase impossível a revogação da legislação inicial. Em vez disso é necessária nova legislação para resolver os problemas causados pela primeira legislação e, assim, começa um novo círculo vicioso.

posted by Miguel Noronha 7:57 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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