O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

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sábado, novembro 08, 2003

Cunhal no Independente

A edição de ontem d'O Independente contém uma série de artigos "comemorativos" do 90º aniversário de Álvaro Cunhal (AC). Pretendia apenas deixar algumas notas sobre os mesmos.

O artigo de Rui Ramos ("O Fracasso Polítco do Dr. Cunhal") tem à partida o mérito de pretender olhar para AC como um ser humano que comete erros e não como um personagem mitológico. Rui Ramos apresenta os sucessos de AC mais como uma sucessão de circunstâncias históricas do que como mérito do próprio.

No mesmo artigo apresenta uma interessante tese sobre a razão do aumento da influência do PS (leia-se Mário Soares) e da consequente diminuição da mesma por parte do PCP. Segundo esta o PCP teria optado por "trabalhar" as cupulas do MFA enquanto o PS optou pelo "trabalho de rua". Como resultado a influência do PCP junto dos militares então no poder não correspondia ao ser peso eleitoral (como se veio a verificar logo nas eleições para a Constituinte). Rui Ramos comete, no entanto, um erro ao mesnosprezar o papel da CGTP que era o principal aliado dos comunistas na tentativa de mobilizar "a rua".


Em "A Obra ao Vermelho", Pedro Mexia (PM) desconstroi o mito de Álvaro Cunhal enquanto escritor. Para PM é possível conhecer alguns aspectos da personalidade de Cunhal através dos texto. Queria, neste ponto, relembrar um excelente (como quase todas) crónica de Vasco Pulido Valente (VPV) ("Até Amanhã Camaradas) originalmente publicada n'O Independente em 1991 e republicada no livro "Retratos e Auto-Retratos". Nesta VPV, numa altura em que ainda não tinha sido revelada a verdadeira indentidade de Manuel Tiago, a partir da leitura do livro que dá nome à crónica traça uma retrato de Álvaro Cunhal.
posted by Miguel Noronha 2:47 da tarde

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