sexta-feira, novembro 21, 2003
Know Your Enemy
Do artigo de José Manuel Fernandes no Público:
[c]omo ontem se percebeu: apesar dos atentados da manhã, à tarde dezenas de milhar de britânicos não saíram à rua para protestar contra os que pela manhã tinham morto compatriotas inocentes, e pelo caminho um número indeterminado de turcos muçulmanos, mas contra os dois líderes mundiais que de forma mais determinada decidiram dar combate a esses terroristas. Razão tinha Pacheco Pereira: "Como estão confundidas as nossas prioridades!" E baralhadas as nossas referências.
No entanto, as nossas referências e as nossas prioridades deviam ser o ponto de partida, o que permitia identificar ameaças e escolher objectivos
(...)
É o mundo de pernas para o ar. É não entender que, se até se deveriam discutir os riscos ou a legitimidade de desencadear uma guerra contra os taliban e o Iraque, isso teria de ser feito sabendo sempre quem são os amigos e os inimigos e de que lado estamos. Mas não foi assim que sucedeu. Nem é assim que continua a suceder, quando ontem se ouviu culpar Bush, e não os terroristas, pelos atentados de Istambul.
Identificar correctamente a ameaça implica identificar aqueles que, pelo terror, procuram minar a nossa civilização humanista: os que fizeram o 11 de Setembro. Identificar correctamente os objectivos implica perceber que essa ameaça só se vence a prazo e disseminando a liberdade e a democracia, e com elas a prosperidade.
Melhor ou pior foi isso que George W. Bush e Tony Blair fizeram desde a primeira hora. E foi isso que não fizeram todos os que, por todos os meios, se lhes opuseram.
(...)
No momento em que a Al-Qaeda ataca indiscriminadamente americanos e italianos, britânicos e turcos, sauditas e judeus, quando mata friamente tanto soldados como funcionários da ONU ou médicos da Cruz Vermelha, quando nem sequer poupa os companheiros da mesma fé, temos de entender aquilo que ontem disse Tony Blair: "O que causou o ataque terrorista na Turquia não é o Presidente dos Estados Unidos, não é a aliança entre a América e a Grã-Bretanha. O que este último ultraje terrorista nos mostrou é que isto é uma guerra e o seu principal campo de batalha é o Iraque". E agir em conformidade.
posted by Miguel Noronha 10:39 da manhã
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