O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
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segunda-feira, janeiro 19, 2004

Brechas na Muralha

Após ler o Público de hoje não posso deixar de pensar que, pese embora os esforços do perigoso neo-conservador Fernandes e do capitalista Belmiro (usando a terminologia sindical que trata todos por tu), este jornal continua a ser um reduto da esquerda.

O artigo de opinião de Amílcar Correia ("O Fórum Social Europeu e Os "Intocáveis") começa por culpar a globalização de todos os males deste mundo. Sò não o culpa pelos males do outro porque provavelmente é ateu.

Estranhamente no parágrafo seguinte diz que a culpa é dos direitos alfandegários impostos às exportações dos países pobres. Digo estranhamente porque, precisamente, um dos esforços da OMC (a cabeça da Hidra para os alter-globalistas) tem sido a redução das barreiras alfandegárias.

No outro imediatamente a seguir revela que a India, onde se está a realizar o FSM (já repararam que eles só marcam estes encontros em países onde existem boas praias?), está a ter excelentes resultados desde que decidiu abandonar o modelo socialista imposto pelo Partido do Congresso desde a independência e optar pelas malfadadas políticas neo-liberais.

Fala inclusivamente que a maldita deslocalização de empresas (outros dos traços marcantes desta globalização) lhe trouxe grandes benefícios.

Fala depois do desemprego causado pelas políticas estatizantes. Aqui a culpa é claramente do neo-liberalismo. Pois. Esquece-se de falar nos défices estatais e na paralisia económica a que o socialismo votou a India. Uma conveniente amnésia impede-o de referir que quando todos trabalhamos para o Estado não há ninguém para pagar a "conta".

Para terminar em beleza fala nos "intocáveis" como se estes tivessem sido criados por qualquer perverso ideólogo neo-liberal.
posted by Miguel Noronha 3:40 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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