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quinta-feira, janeiro 29, 2004

Entrevista com Douglass North - pt II

Veja - Por que as instituições na América Latina registram esse atraso histórico?

North - Nesses países, as instituições eram frágeis demais para criar uma engrenagem positiva que empurrasse a economia. México, Brasil e Argentina sempre tiveram recursos naturais suficientes para se tornar nações ricas.

O atraso institucional deixou esses países para trás. Há uma relação direta entre as instituições existentes nas metrópoles e o tipo de desenvolvimento que as colônias tiveram nesse campo. Quando chegaram ao Novo Mundo, os europeus carregavam sua variada cultura institucional. Os países da América Latina importaram seu modelo de Portugal e da Espanha e por isso largaram em desvantagem. A Península Ibérica colecionava instituições ineficientes, que não tinham calibre nem maturidade para estimular o crescimento econômico. Já os americanos foram fartamente influenciados pela Inglaterra e, sob a carga genética das instituições inglesas, tiveram como fonte um sistema bem mais moderno.

Veja - O senhor poderia dar um exemplo?

North - Tome-se o caso da gestão das contas públicas - hoje um assunto tão em voga - para comparar os países da Europa de quatro séculos atrás.

Em Portugal e na Espanha, os reis tinham poder absoluto e sustentavam a nobreza perdulária mesmo quando a renda vinda das colônias murchava. Depois disparavam nos impostos sobre o povo, que vivia num clima de incertezas, sem saber o que esperar para o futuro próximo. Parece familiar com o que vemos atualmente em muitos dos países da América Latina, não é?

Veja como o quadro era diferente na Inglaterra do século XVII. O poder de autorizar as despesas do rei e de lançar tributos era atribuição do Parlamento, e, além disso, havia o banco inglês, que fazia auditoria nas finanças públicas. Um modelo sofisticado que resultou em avanços na Inglaterra e, mais tarde, nos Estados Unidos.

posted by Miguel Noronha 12:14 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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