O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Mark Kirkby e a Economia

A propósito de cerrado ataque a António Nogueira Leite, o relativo Mark Kirkby (MK) revela um profundo desconhecimento económico.

Começa, correctamente, por referir que os decisores políticos possuem um leque de opções à escolha. A sua tese começa a desmoronar-se quando as coloca a todas em igualdade. A cada opção política correspondem vários efeitos na Economia. Uns desejados outros não. Uns produzem excelentes efeitos a curto prazo e péssimos a médio/longo prazo. Com outros acontece o inverso. Com a prática continuada dos primeiros nem os efeitos benéficos de curto prazo subsistem. Estas leis económicas são universais e não podem ser alteradas por decreto. As opções que conduzem ao controlo das contas públicas, inflação, competitividade do mercado de capitais e a rendabilidade das empresas (entre outras) são as que permitem que a médio/longo prazo a riqueza das familias aumente. As trânsferencias orçamentais, tão do agrado dos socialistas, não.

Quando MK revela a sua preferência por "[u]m rigor orçamental controlado, que deixe flexibilidade para não se rebentarem com as políticas sociais e com o objectivo do emprego por exemplo." está não só a revelar uma injustificada confiança na capacidade do controlo governamental das variáveis económicas como um completo desconhecimento dos catastróficos resultados que as políticas de pleno emprego tiveram nos anos 70.

Ao contrário do que pensa MK são os políticos que (infelizmente) "mandam" na Economia. O "fatalismo das leis económicas" (na conotação negativa) resulta de decisões erradas dos políticos que pretendem empenhar o futuro por resultados de curto prazo.

È claro que para evitar este "fatalismo" a melhor solução será retirar aos políticos o controlo dos mecanismos económicos que ainda lhes restam. Suponho, no entanto, que esta medida seja demasiado ousada para um socialista.
posted by Miguel Noronha 3:04 da tarde

Powered by Blogger

 

"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com