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quinta-feira, março 25, 2004

Vale tudo contra Bush

Editorial do Midia Sem Máscara

O processo de filtragem aplicado pela mídia brasileira ao noticiar a política interna americana é uma verdadeira piada. Vale tudo para pintar o presidente George W. Bush com chifres de diabo. Se Bush erra, é porque é burro, obstinado, interesseiro e só pensa em dinheiro e petróleo. Quando acerta, é por motivação puramente eleitoral.

Pois nesta semana mais uma demonstração de ódio antiamericano disfarçado de "notícia" foi ao ar em todos os canais de TV, jornais e portais de internet brasileiros. O ex-conselheiro antiterrorismo da Casa Branca, Richard Clarke (foto), ao promover seu mais recente livro, "Against All Enemies", acusa a administração republicana de subestimar a ameaça representada pela rede terrorista Al-Qaeda antes dos atentados do 11 de Setembro de 2001, "ofuscada pela idéia de derrocar o então presidente iraquiano, Saddam Hussein".

Clarke jura que no próprio 11 de Setembro e no dia seguinte, quando ficou claro que a Al-Qaeda era responsável pelos ataques, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, estava prontinho para atacar o Iraque. "Rumsfeld estava dizendo que precisávamos bombardear o Iraque", contou. "Mas todos dissemos - mas não, não, a Al-Qaeda está no Afeganistão - e Rumsfeld disse - não há nenhum bom alvo no Afeganistão e há muitos bons alvos no Iraque". No programa '60 Minutes' da rede CBS, Clarke reforçou que "nunca" houve "absolutamente nenhuma" conexão entre Saddam Hussein e Al-Qaeda.

A mídia brasileira, tão ocupada que nunca tem tempo para retratar o outro lado da história -- principalmente quando este lado beneficia os republicanos --, não informou ao respeitável público que o mesmo Richard Clarke, em 1999, quando assessorava Bill Clinton, defendeu o ataque a uma indústria farmacêutica no Sudão, dizendo que tinha "certeza" que tal indústria fabricava armas químicas produzidas por especialistas iraquianos em cooperação com a Al-Qaeda. Ou seja, Clarke pessoalmente enxergava relações entre Saddam e Al-Qaeda e nunca voltou atrás.

Esse fato, se revelado ao público brasileiro, seria mais do que suficiente para desmoralizar Richard Clarke e desqualificar suas críticas à administração Bush. No entanto, como imparcialidade jornalística deixou há muito tempo de ser prioridade para a mídia brasileira, vale tudo para sujar a imagem do governo republicano

posted by Miguel Noronha 11:50 da manhã

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