O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
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domingo, junho 06, 2004

A Fábula da Galinha (Reposição)

Em homenagem a Ronald Reagan O Intermitente republica um post antigo.

Depois que terminou seus dois mandatos como governador da Califórnia, no fim de 1974, e antes de chegar à Presidência dos Estados Unidos, Ronald Reagan apresentou um pequeno programa diário de rádio, transmitido por mais de 300 emissoras em todo o país, atingindo mais de 20 milhões de ouvintes por semana.

Provando que seus críticos estavam errados ao imaginar que era apenas um ator que repetia frases escritas por gente mais capacitada, Reagan escrevia pessoalmente todos os roteiros do programa. Entre os temas que gostava de abordar, estavam as linhas mestras de sua futura ação como presidente: a defesa do livre mercado, a crítica a um crescente e opressivo governo central, a crença na necessidade de limitar os impostos que a máquina estatal extorque daqueles que trabalham e produzem e uma determinada oposição ao comunismo.

Os Estados Unidos, na segunda metade dos anos 70, eram muito parecidos com o Brasil atual. Durante o fracassado governo de Jimmy Carter, o país perdeu a bússola, e a Guerra Fria parecia destinada a terminar com a vitória dos soviéticos. A União Soviética fazia incessante propaganda de seu progresso e das conquistas de seus trabalhadores, e sua esfera de influência política não parava de crescer.

O que irritava Ronald Reagan no comunismo e no estado de ânimo de seus compatriotas nos tempos de Carter era perceber que, pouco a pouco, a crença na infalibilidade do Estado e o desestímulo à ação individual criava uma população apática, resignada com a própria sorte. Se Reagan tinha uma certeza, era a convicção na capacidade das pessoas de melhorar sua própria vida através da educação, do trabalho e da livre iniciativa.

Num de seus programas de 1976, Reagan contou a história da galinha vermelha que achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos: "se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?"

"Eu não", disse a vaca.
"Nem eu", emendou o pato.
"Eu também não", falou o porco.
"Eu muito menos", completou o ganso.

"Então eu mesma planto", disse a galinha vermelha. E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados. "Quem vai me ajudar a colher o trigo?", quis saber a galinha.

"Eu não", disse o pato.
"Não faz parte de minhas funções", disse o porco.
"Não depois de tantos anos de serviço", exclamou a vaca.
"Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego", disse o ganso.

"Então eu mesma colho", falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.

Finalmente, chegou a hora de preparar o pão. "Quem vai me ajudar a assar o pão?" indagou a galinha vermelha.

"Só se me pagarem hora extra", falou a vaca.
"Eu não posso por em risco meu auxílio-doença", emendou o pato.
"Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão", disse o porco.
"Caso só eu ajude, é discriminação", resmungou o ganso.

"Então eu mesma faço", exclamou a pequena galinha vermelha. Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver. De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse "não, eu vou comer os cinco pães sozinha".

"Lucros excessivos!", gritou a vaca.
"Sanguessuga capitalista!", exclamou o pato.
"Eu exijo direitos iguais!", bradou o ganso.

O porco, esse só grunhiu.

Eles pintaram faixas e cartazes dizendo "Injustiça" e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.

Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha vermelha:

"Você não pode ser assim egoísta"

"Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor", defendeu-se a galinha.

"Exatamente", disse o funcionário do governo. "Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada".

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha vermelha, que sorriu e cacarejou: "eu estou grata", "eu estou grata".

Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

Essa "fábula" de Ronald Reagan deveria ser distribuída e estudada em todas as escolas brasileiras. Quem sabe assim, em uma ou duas gerações, sua mensagem central pudesse tomar o lugar de toda essa papagaiada pseudo-socialista que insiste em assombrar nosso país e condená-lo à eterna miséria.


posted by Miguel Noronha 2:14 da manhã

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