quarta-feira, setembro 29, 2004
OGM's
Artigo no Diario de Notícias.
Está provado cientificamente que a utilização dos organismos geneticamente modificados (OGM) - recentemente aprovados pela União Europeia - não constitui um perigo para a saúde pública. Por isso, este não pode ser um argumento utilizado contra a sua introdução no mercado português, defendem os especialistas do Centro de Informação de Biotecnologia (CIB).
"As sociedades têm o direito social, político e económico de não querer utilizar esta tecnologia, mas não podem pôr em causa a sua inocuidade", disse ontem o presidente do CIB, Manuel Pedro Fevereiro.
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"Actualmente, os transgénicos disponíveis são as variedades vegetais mais testadas e cuidadas do ponto de vista da segurança alimentar", acrescentou o responsável. "O real impacto das plantas geneticamente modificadas não é superior ao apresentado pelas cultu ras tradicionais", referiu Manuel Pedro Fevereiro.
Um dos mais recentes argumentos contra os OGM são os problemas que podem surgir da sua coexistência com a agricultura biológica. Para o presidente do CIB essa é uma falsa questão, porque existem mecanismos de contenção que podem ser utilizados pelos agricultores e há mesmo locais onde os dois tipos de plantações coexistem sem qualquer problema. Um exemplo é o que acontece em Saragoça, em Espanha, onde uma cooperativa recebe e trata os dois tipos de milho.
E Manuel Pedro Fevereiro alerta: "Se a agricultura biológica substituísse a intensiva, só conseguiria produzir alimento para cerca de quatro mil milhões de pessoas. Actualmente há 6,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo e, tendo em conta o aumento da população nos próximos anos, vamos ter de produzir cada vez mais, com menos solo disponível".
O presidente do CIB conclui: "Se considerarmos que os organismos geneticamente modificados não são a única solução para acabar com a fome do mundo, são pelo menos uma das ferramentas que temos à nossa disposição para conseguir ultrapassar este problema."
posted by Miguel Noronha 5:27 da tarde
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