quinta-feira, setembro 02, 2004
Os Preços dos Transportes
O recente acordo que permite indexar as tarifas dos transportes públicos ao preço dos combustíveis está a provocar uma (já antecipada) grande celeuma.
A FNSFP, o PCP, a DECO (!!), a FESTRU e a CGTP contestam a decisão.
Esta "favorece os industriais do sector dos transportes e penaliza a população" diz a FNSFP. Como o aumento do preço dos combustíveis não afectasse igualmente os primeiros.
O PCP (e a CGTP) considera ser este um "novo ataque ao sistema de transportes públicos e à mobilidade, que empurra mais utentes para o transporte individual, com os consequentes custos ambientais e energéticos". Presumo que, para o PCP, na definição de "transporte individual" apenas caibam bicicletas e as carroças que, como se sabe, não utilizam combsutível.
A FESTRU exige inclusivamente "a nacionalização dos transportes públicos, a fim de serem respeitados os legítimos interesses e direitos das populações e do País". Até me posso esquecer que a nacionalização irá desrespeitar "os legítimos interesses e direitos" dos propritários da ditas empresas (que até prova em contrário julgo serem parte integrante da população nacional). Não posso é deixar de me questionar em que medida isso iria solucionar o problema do agravemento dos custos operacionais das empresas de transportes.
A DECO propõe que o Estado custeie a diferença de preço.
Todas estas entidades apresentam "soluções" estatistas e despesistas. Nenhuma se parece querer lembrar que os combustíveis são uma importante fatia dos custos das empresas de transporte e que, na situação actual, é insustentável que as suas tarifas permaneçam inalteradas.
Nenhuma se lembra de propor (porque não?) a completa liberalização do sector dos transportes públicos.
posted by Miguel Noronha 4:56 da tarde
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