sexta-feira, novembro 05, 2004
O SNS
Um estudo da Deloitte ao SNS revela que o estado calamitoso se deve ao "jogo de influências personalizado, de um lado, pela pessoa que ocupa o cargo de ministro, e de outro pelas corporações que possuem um elevado poder de influência" e que este "apresenta actualmente graves problemas de sustentabilidade financeira a longo prazo".
Infelizmente a Delloite parece continuar a confiar no Estado para a gestão dos serviços de saúde. Apesar das evidências.
Embora proponha a concorrência entre os prestadores de serviços (e a devolução do poder de escolha ao utente), estranhamente, não recomenda o fim da obrigatoriadade das contribuições para o sistema público. Isto não obstante reconheça que o sistema se gere por "jogo[s] de influência", não atinge os desejados "rácios de cobertura", é desorganizado, ineficiente, burocratizado e deficitário. Perante um diagnóstico desta natureza não se compreende a continuidade do SNS.
Quanto ao problema do financiamento o estudo faz uma proposta ainda mais estranha. Propõe que o défice do sistema seja coberto com o aumento dos impostos e das taxas moderadoras. Isto é, propõe que se dêm mais fundos a uma entidade que já provou não os saber gerir.
Se não se pode confiar nos Governantes nem nas corporação para gerir os serviços de saúde e que apesar das elevadas somas neles dispendidas nem é possível assegurar o (fraco) nível do serviço actual diria que a única opção é abandonar o carácter universalista, obrigatório e estatista do SNS. Ou seja, a privatização dos cuidados de saúde.
posted by Miguel Noronha 11:56 da manhã
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