O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

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domingo, janeiro 16, 2005

Os Custos da Não-Justiça

No Público.

Um estudo sobre o funcionamento da justiça portuguesa concluiu que uma sistema judicial mais célere poderia levar a um aumento de onze por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a 13 mil milhões de euros.

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Em termos de valores, Célia Costa Cabral apurou que "um melhor desempenho do sistema judicial levaria a um crescimento da produção de 9,3 por cento, o volume do investimento cresceria 9,9 por cento e o emprego 6,9 por cento".

"Tudo somado, teríamos um acréscimo de 11 por cento na taxa de crescimento do PIB e uma economia seguramente mais pujante", segundo Célia Costa Cabral, que elaborou este inquérito em parceria com Armando Castelar Pinheiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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O trabalho - que se baseou num inquérito lançado aos empresários portugueses sobre o funcionamento da justiça portuguesa - concluiu que a justiça é "muitíssimo lenta, é cara e as decisões são imprevisíveis, apesar de, normalmente, imparciais".

"A morosidade, o principal ponto negativo apontado, leva a uma natural contracção do investimento em Portugal e funciona como um obstáculo ao crescimento do País", segundo a investigação.

A economista apurou que, "sabendo, de antemão, que uma decisão judicial poderá levar anos a sair, os empresários não arriscam investimentos, se não estiverem absolutamente seguros do cumprimento dos contratos".

"Cobram preços mais caros nas transacções, precavendo eventuais incumprimentos. Os 'spreads' bancários são a prova disso mesmo uma espécie de 'prémio de risco judicial', que as instituições cobram, não vá o diabo tecê-las".

Segundo Célia Costa Cabral, citada pelo JN, "as empresas, de uma maneira ou de outra, calculam os seus preços de forma a incorporar o custo do tempo necessário a recuperar judicialmente as quantias que os seus devedores não pagam pontualmente".

O estudo concluiu ainda que "os empresários evitam ao máximo negócios com empresas públicas. Sobretudo as empresas mais pequenas. É que aí o risco ainda é mais elevado. Todos dizem saber quão difícil é sentar o Estado no banco dos réus".


Em Portugal continuamos a achar que o papel do Estado consiste em "dar-nos" SCUT's, estádios de futebol, Expos e fogo de artifício na passagem de ano. Em resumo panis et circenses para agradar às massas.

Exigimos que o Estado se substitua à iniciativa privada em actividades onde esta é bem mais eficaz e as áreas onde o Estado é mesmo fundamental e, em grande parte, insubstituível (como é o caso da Justiça) são relagadas para segundo plano.

Por último, aceitamos do Estado comportamentos que não aceitamos aos privados.

Tudo isto tem um custo. Este estudo estima-o em 13 mil milhões de Euros.
posted by Miguel Noronha 10:22 da manhã

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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