O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

terça-feira, março 04, 2003

J'Acuse!

Telmo Correira ACUSA Mário Soares de aproveitar o movimento anti-guerra para preparar a candidatura às presidenciais.
Em primeiro lugar duvido muito (tenham paciência mas por muito rijo que o homem seja já não tem idade para isso), em segundo não sabia que isso era crime...
Por ultimo não é preciso inventar argumentos para denegrir o movimento anti-guerra. Na maior parte das vezes basta usar as suas próprias citações.

Leitura atrasada

O Pedro Mexia d'A Coluna Infame diz que cada vez lê o Expresso mais rapidamente. Eu, por qualquer outra razão só o acabou de ler lá para Quarta ou Quinta-Feira. Ontem foi a vez da Actual.

Confesso que esperava mais da entrevista ao Nuno Brederode Santos. O que se extrai do artigo é pouco ou nada...

Pelas suas criticas parece-me que o João Lisboa cada vez gosta menos de musica. É espantosa a quantidade de argumentos que, todas as semanas, ele inventa para dizer que não gostas dos discos. Já o Ricardo Saló tem um estilo bem mais positivo.

Estava a gostar bastante da crónica do Ian McEwan ("Entre Dois Fogos"). E estava, inclusivamente, a pensar emoldura-la até que cheguei ao ultimo parágrafo. Borrou um bocado a pintura. Já não a ponho na parede mas, mesmo assim, continuo a dizer que gostei bastante das opiniões do homem.

O prémio desta semana vai para a critica ao livro de poesia "O Afastamento Está Ali Sentado" de Daniel Maia-Pinto Rodrigues. O próprio titulo da critica convida a lê-la ("O Grau Zero da Poesia - virtudes didáticas de um livro péssimo).
Manuel Freitas (o critico) fica com a impressão que o poeta não tem nada para dizer e que ele "fecha-se ingloriamente na banalidade inconsitente do seu frouxo dizer". Parece-vos destrutivo?
Mas a critica não fica por aí e presenteia-nos com mais uns exemplos da poesia de Daniel Maia-Pinto Rodrigues. Por exemplo temos estes versos que eu acho absolutamente neo-realistas:

"Quando paramos para almoçar
Naquela viagem de automóvel
Gostei de ver a satisfação
Com que a namorada do meu amigo
Comeu entrecosto de boi
"

Parece-me um poema cheio de força. Quanto mais não seja pelo entrcosto de boi. Mas há melhor. Temos também o poeta na sua versão pimba:

Eu já estava a afiambrar as ideias
E não tardava muito ia entrar naquela fase
Em que nos armamos em carapau
E em que o próprio pirilau
Até parece que diz "yes"

Sem me alongar em mais comentários fico por aqui anunciando que estou a pensar oferecer este livro como prenda de Natal a algumas pessoas. Portem-se bem durante o ano, portanto...

posted by Miguel Noronha 11:00 da manhã

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