O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

segunda-feira, março 31, 2003

Notas sobre "O antiamericanismo"

No DNA de 29/03 José Mário Silva (JMS) procura defender-se da acusação de antiamericanismo. Infundado diz ele. As acusações partem “uma feroz e cada vez mais activa opinião pública de direita”.

Não duvido que JMS admita a existência de uma opinião de direita. Mas fico com a impressão que acha esta se deve limitar a ouvir (ou ler) e calar.

Fala da “coligação que espezinhou, não o esqueçamos, a ONU e o direito internacional”. Tudo isto porque decidiu que após 12 anos e várias resoluções não podia continuar à espera que o Conselho de Segurança da ONU tomasse uma posição definitiva quanto ao Iraque, esse sim, que espezinhou a ONU, o direito Internacional, o seu povo e países vizinhos.

Mas, como sempre, o “culpado” é a América agora com a Grã-Bretanha e mais os 50 países que apoiam esta acção “unilateral”.

A França, que ameaçou usar o direito de veto para impedir qualquer resolução, não merece para JMS o adjectivo de “unilateral”. Nem quando tentou impor (em conjunto com a Alemanha) uma posição aos restante países da EU.

Somo acusados de ter “a ideia peregrina de que a insistência numa solução pacífica sob a égide das Nações Unidas, com os inspectores a continuarem o seu trabalho no terreno, equivaleria a uma defesa implícita do regime de Saddam Hussein (argumento tão débil que nem merece resposta)”

JMS pode achar o argumento débil mas a política seguida até à altura da intervenção não teve resultados palpáveis. Não transforma, imediatamente, os seus defensores em apoios do regime iraquiano. Mas também nada fez para o enfraquecer.

Não sei se JMS é na verdade antiamericano. Mas a tendência para ver em todas as acções do governo americano provas da sua má-fé é preocupante.

A Europa Ocidental que os americanos “«salvaram-nos» na II Guerra Mundial e «protegeram-nos», durante décadas, dos mísseis soviéticos” deve realmente a sua liberdade aos EUA. Não percebo a utilização das aspas. Que alternativas propunha JMS?

A política externa americana não é isenta de erros. Por vezes apoiou ditadores quando devia ter promovido a Democracia. No entanto é a Democracia que se promete apoiar no Iraque.

O texto acusa os EUA de terem interesse “ocultos” (diga-se monetários) nesta guerra. Não nego que o petróleo iraquiano seja apetecível. Mas como já vários artigos o demonstraram serão precisos vários contractos “chorudos” para amortizar o custo da guerra (que é suportada na sua parte de leão pelos EUA).
Nada é referido quanto aos negócios já existentes. Por acaso todos eles detidos por empresas dos países que mais se opuseram a esta guerra. Sobre ele não pende a acusação de apoiarem uma ditadura sanguinária. Os maus são sempre os EUA.

Não é preciso queimar bandeiras americanas ou emitir fatwas para se ser antiamericano. No caso de JMS o problema reside na sua eterna desconfiança quanto aos EUA. É em caso de dúvida optar sempre pela posição contrária. Os EUA estão sempre errados e “nós” sempre certos.


Nota final:
JMS acaba o seu artigo imitando a habitual rubrica “gosto/não gosto” do DNA. Fiquei com mais umas dúvidas (depois do “inefável):

Quando afirma “Nos EUA, o que me desagrada acima de tudo é o primado da economia, do dinheiro e do sucesso estará JMS a louvar o insucesso? Para além disso o sucesso dos EUA não ser restringe à Economia. Alguns exemplos podem ser achados no parágrafo do “gosto”.

Para acabar onde encontra JMS evidências da “atmosfera de forte vigilância policial e repressão” que segundo ele grassa nos EUA?

posted by Miguel Noronha 7:09 da tarde

Que dia é hoje?

Ao ler o ultimo texto do Professor Boaventura Sousa Santos na Zona Non pensei tratar-se de uma partida do 1º de Abril. Verifiquei, entretanto, que ainda estamos em Março e que o texto já data de dia 20. O meu semblante jocoso foi substuido por um de apreensão. Ele fala mesmo a sério?

Trata-se de mais um texto inserido na lógica toda-a-culpa-do-mundo-é-nossa.
Fazem-se comparações e acusações absurdas.
Para ele todos os regimes valem o mesmo sejam eles democracias ou ditaduras.
Parece igualmente não ter perpectiva histórica ao fazer a comparação das actuais democracias ocidentais com as potências imperiais do passado e engloba-las no mesmo "saco" dos regimes Nazi e Estalinista.
Esta confusão permite-lhe afirmar:

É assim hoje no neoliberalismo com o sacrifício colectivo do Terceiro Mundo. Com a guerra contra o Iraque, cabe perguntar se está em curso uma nova ilusão genocida e sacrificial e qual o seu âmbito. Cabe sobretudo perguntar se a nova ilusão não anunciará a radicalização e perversão última da ilusão ocidental: destruir toda a humanidade com a ilusão de a salvar

Para ele o subdesenvolvimento do Terceiro Mundo não decorre das escolhas erradas que este mesmo fez. Fomo nós, os malvados ocidentais, e não os ditadores corruptos que levaram os países à ruina.
Chega ao ponto de defender o terrorismo como sendo a "voz" do oprimido Terceiro Mundo.

O genocídio sacrificial decorre de uma ilusão totalitária que se manifesta na crença de que não há alternativas à realidade presente e de que os problemas e as dificuldades que esta enfrenta decorrem de a sua lógica de desenvolvimento não ter sido levada até às últimas consequências. Se há desemprego, fome e morte no Terceiro Mundo, isso não resulta dos malefícios ou das deficiências do mercado; é antes o resultado de as leis do mercado não terem sido aplicadas integralmente. Se há terrorismo, tal não é devido à violência das condições que o geram; é antes devido ao facto de não se ter recorrido à violência total para eliminar fisicamente todos os terroristas e potenciais terroristas.

Aponta como um dos grandes culpados o Fundamentalismo Cristão. Como se este fosse dominante nos países ocidentais.
Nos regimes europeus o laicismo é dominante. Mesmo nos EUA onde os governantes tem por hábito invocar Deus nos seus discursos a tolerância religiosa é dominante. E porque não hão de falar em Deus? Deverão eles reprimir as nossas convicções religiosas? Não é isso que nos transforma em estados teocráticos.

Mas segundo a sua inabalavel lógica é ele que devemos culpar. O fundamentalismo cristão que ele vê como reinante (onde?) e não o islâmico que pretende submeter pela força todos os que não seguem os seus ditâmes.

A sua grande esperança é o Fórum Social Mundial. Deixemo-lo viver no seu mundo...

posted by Miguel Noronha 12:09 da tarde

Independência Jornalistica

A entrevista concedida pelo célebre Peter Arnett à televisão iraquiana demonstra claramente a independência e objectividade que podemos esperar dele.

Well, I'd like to say from the beginning that the 12 years I've been coming here, I've met unfailing courtesy and cooperation. Courtesy from your people, and cooperation from the Ministry of Information, which has allowed me and many other reporters to cover 12 whole years since the Gulf War with a degree of freedom which we appreciate. And that is continuing today.

posted by Miguel Noronha 10:45 da manhã

Correio dos Leitores

Agradeço o simpático mail da Ana. Espero que continues a visitar este pequeno canto da blogosfera. Por aqui a concorrência é terrível mas isso não é motivo de pânico um neo-liberal ;).

Por sugestão dela publico a coluna do Comendador Marques Correia, presença habitual no Expresso.

Manifestações Preventivas

Meu caro Diogo Freitas do Amaral

Tive, há dias, oportunidade de participar numa reunião pacifista para programar as próximas acções contra a guerra. Foi muito interessante, embora te confesse ter ficado um pouco confuso. Em primeiro lugar, pensei que nós éramos contra os americanos, mas foi-me dito que não. Que adorávamos os americanos, somos apenas contra o Bush.

-Mas afinal, isto tudo é por não gostarmos do Bush?
-Sim, porque ele representa uma ameaça para a paz no mundo.
-Portanto, não é a América que representa essa ameaça?
-É, na medida em que o Bush está à frente da América.
-Então, se tirássemos o Bush da frente da América, estava o problema resolvido.
-Talvez.
-Mas somos também contra o Iraque...
-Sim, somos contra o Saddam, porque ele é um ditador.
-Mas ele não ameaça ninguém, não é verdade?
-Claro que não, isso é tudo invenções do Bush.
-Então, a nossa missão é tirar o Bush da América, podendo deixar o Saddam no Iraque, porque ele não faz mal a ninguém.
-Perdão?
-Estou a pensar que devíamos defender uma guerra ao contrário. Ou seja, apoiar uma intervenção nos EUA para afastar o Bush, uma vez que ele representa um perigo para todo o Mundo.
-Eh pá, mas tu não vês que nós somos contra a guerra; somos pacifistas!
-Mas temos de acabar com esse Bush!
-Sim, isso é verdade!
-Nesse caso deveríamos apoiar os esforços do Iraque, uma vez que estão a ser injustamente atacados. Além disso, se o Iraque vencesse a guerra, o Bush acabava por ter de deixar o poder e terminava a principal ameaça à paz no mundo.
-Desculpa?
-Não vês? O problema é o Bush!
-Isso já toda a gente sabe!
-Então por que razão não somos a favor do Saddam?
-Porque o Saddam é um ditador sanguinário!
-Então por que nos preocupamos tanto por ele ser atacado pelo Bush?
-Bem, porque o Bush não pode atacar quem lhe apetecer.
-Se só lhe apetecer atacar ditadores sanguinários por que havemos de ser contra?
-Porque ele, depois, pode atacar pessoas que não são ditadores sanguinários.
-Podemos manifestar-nos só nessa altura.
-É verdade, mas de certo modo isto são manifestações preventivas.
-Como a guerra no Iraque?
-Vai buscar um café e cala-te!

Fui buscar o café, mas quando voltei o nosso amigo que estava a organizar a manifestação tinha-se ido embora. Provavelmente, para resolver alguma delicada missão.

posted by Miguel Noronha 10:10 da manhã

domingo, março 30, 2003

Filólogos ou Matemáticos, sff

Ainda há pouco a apresentadora do Jornal da Noite da SIC afirmou que os EUA iam "aumentar a intensidade do número de soldados".
Pedimos aos nosso leitores, especialmente aos que tenham como especialidade as supracitadas, que me expliquem como se aumenta a intensidade dos números.

posted by Miguel Noronha 8:58 da tarde

Dúvida pt 2

Quando Ruben de Carvalho escreve:

Insistir na defesa de um ponto de vista errado, mesmo quando os factos se encarregam de demonstrar o erro, é um direito que assiste a qualquer pessoa.
Tentar fazer os outros passarem por parvos, já não


estará a fazer um acto de contricção referente à sua experiência partidária?


posted by Miguel Noronha 1:22 da tarde

Interlúdio Musical

Algumas sugestões musicais.
Ainda não deve ter sido editado mas eu já ouvi e recomendo o "Rounds" dos Four Tet
Colocado de lado as novidades e falando em discos do passado(num dos casos longiquo no outro nem por isso) queria dizer que ando fascinado pelo "Ceremonial" dos Savage Republic e pelo "Beautronics" dos ISAN
Tenho dito.

posted by Miguel Noronha 12:52 da tarde

Lá iremos

Prometo escrever uma resposta à coluna do José Mário Silva ("O Antiamericanismo") assim que esta for transposta para o respectivo blog. Estou demasiado viciado no copy+paste para estar a fazer transcrições à unha.

Enquanto aguardo (ansiosamente) por esse momento pedia que me esclarecessem uma dúvida existencial.
Quando o JMS utiliza o adjectivo "inefável" para qualificar o Jean François Revel, está a dizer que gosta dele?
posted by Miguel Noronha 12:40 da tarde

Tenham calma!

Depois de conseguirem atrair os socialistas para a blogosfera tenta agora a Coluna Infame fazer o mesmo aos comunistas do PCP.
Compreendo. O pessoal é democrata e pluralista. Proporciona mais "trocas de galhardetes" inter-blogs e mais presenças nos jantares de confraternização.
Mas, calma! A blogosfera não tem, necessáriamente, de ser igual ao boletim de voto para as legislativas.
Qual é o senhor que se segue? o Blog Reorganizativo de Partido do Proletariado? O Blog Popular Monárquico?
posted by Miguel Noronha 12:29 da tarde

É verdade...

Como repararam os Marretas, não há quem trabalhe ao fim-de-semana. E depois queixam-se que o país não avança...
posted by Miguel Noronha 12:15 da tarde

sábado, março 29, 2003

Lest Tyrants Become Our Heroes

Apesar de ser contra a invasão do Iraque este jornalista árabe salienta um ponto importante:

They [refere-se a Saddam Hussein] have plundered Iraq and wasted its wealth. All of this we must remember when we criticize the American invasion. America’s blinkered aggression must not blind us to the possibility that, for a period however brief, the Iraqi people may finally become the sovereign of their own country

Parece que alguns árabes acreditam nas promessas da administração americana quanto ao futuro do Iraque...
posted by Miguel Noronha 5:10 da tarde

Iraquis Know it Better

Um excelente artigo da Spectator (recomendado pelo Instapundit) demonstra-nos, de uma forma eficaz, que o iraquianos sabem mais sobre o verdadeiro carácter das tropas da coligação que os frequentadores das manifs anti-guerra de fim-de-semana:

In so far as the enemy has a strategy, it’s to use their own people as hostages. The ‘pockets of resistance’ in the southern towns have been able to make mischief because they blend in with the local populations. They know that Washington and its allies are concerned above all to avoid casualties among Iraqi civilians and, indeed, among your typical Iraqi conscripts. In other words, everything the Baath regime does is predicated on the moral superiority of their foe. If things were the other way round, if Iraq invaded Vermont and some diehard Yankees holed up on the outskirts of White River Junction and started firing on Saddam’s forces as they attempted to advance up the valley, the Republican Guard would think nothing of levelling the entire downtown area and everyone in it. Who’s going to complain? There’s no Baghdad ‘Not In Our Name’ movement.

So Harold ‘Poems R Us’ Pinter may think the Yanks are itching to massacre thousands of innocents, but the behaviour of the Baathist nutters suggests they know better: they assume Western decency


posted by Miguel Noronha 11:28 da manhã

sexta-feira, março 28, 2003

Publicidade Completamente Grátis

Cumpre-me informar que nos dias 11,12 e 13 de Abril irá decorrer, como já é hábito, a Festa do Pão, do Queijo e do Vinho na Quinta do Anjo (Palmela).
Aviso-vos com a devida antecência para que coloquem o figado em repouso a fim de poderem disfrutar o evento em toda plenitude.
Mais informações serão fornecidas a quem as solicitar.
posted by Miguel Noronha 3:55 da tarde

Mia baixinho

Exemplar a réplica dada pelo picuinhices à tão louvada carta de Mia Couto.

Pena que ele, provavelmente, não a chegue a ler...
posted by Miguel Noronha 3:32 da tarde

O Enigma Humanista pt2

Em resposta às minhas dúvidas recebi um mail do João Miranda (colaborador do nonio.com) que reza o seguinte:

O Partido Humanista está ligado a uma seita com um forte culto de personalidade do líder conhecido por Silo. Tem origem na Argentina.

Está explicado o ar alucinado dos jovens que participam nos tempos de antena.

Enviou-me também o link para o site oficial do Partido Humanista Argentino e para páginas que denunciam o verdadeiro carácter do movimento (1, 2 e 3)

Obrigado João!
posted by Miguel Noronha 1:14 da tarde

Coreia do Norte condena Japão por lançamento de satélites espiões

“O satélite lançado retirou ao Japão qualquer legitimidade para falar sobre os lançamentos da Coreia do Norte. O Japão será totalmente responsável por desencadear uma nova corrida ao armamento no Extremo Oriente”, disse o ministro num comunicado divulgado pela agência oficial norte-coreana KCNA

Como toda a gente sabe um satélite tem o mesmo poder destrutivo que um missil balistico.
posted by Miguel Noronha 12:16 da tarde

Professores alegam incompetência para não corrigirem exames

Os alunos alegam as injustiça dos métodos de avaliação e o stress para pedirem o fim dos exames. Agora são os professores que alegam uma estranha (?) incompetência para os corrigirem.

Eu alego que estou farto deste país...

Por outro lado o Ministério da Educação pode aproveitar este oportunidade. Quem é incompetente para corrigir exames certamente também o será para leccionar a mesma matéria.
Quando a oferta de professores excede largamente a sua procura pelas escolas será apenas lógico que se excluam os incompetentes.
posted by Miguel Noronha 11:34 da manhã

Escudos humanos podem ser reféns

Os estrangeiros pacifistas que se ofereceram para estar em Bagdad, apelando ao fim da guerra, correm o risco de ficar sequestrados por Saddam e transformados em escudos humanos. A informação foi prestada em Amã por dois alemães, que vieram ontem de Bagdad, onde estiveram com visto iraquiano e carta de recomendação de um grupo católico Pax Christi

Já anteriormente tinha dito: regime iraquiano não necessitava de escudos humanos voluntários.
Como se deve ter rido o ditador de Bagdade com a aparição destes ingénuos personagens

posted by Miguel Noronha 9:24 da manhã

O Enigma Humanista

São múltiplos, desde 1974, o numero de pequenos partidos que existem ou existiram no espectro político português. São normalmente de esquerda radical, têm menos de 10.000 votos e normalmente só se houve falar deles em periodos eleitorais.

Conseguem "celebrizar" um ou dois personagens (às vezes penso tratarem-se dos únicos militantes) e deixar vincada a sua posição. Alguns exemplos:

O PRD pretendia fazer do Eanismo uma ideologia. Catapultou para a celebridade Herminio Martinho (que entretanto mudou de ares) e teve sucesso enquanto concorreu com o retrato de Eanes em segundo plano. Quando este decidiu sair da moldura acabou o estado de graça.

O PSN defendia os reformados. O seu líder Manuel Sérgio surpreendeu-nos ao seu eleito para a AR. Depois desapareceu.

O POUS é um resistente. Muito por culpa da insistência de Carmelinda Pereira e da sua voz peculiar. No periodo entre-eleições mergulha na obscuridade mas podemos contar sempre com a sua presença nos tempos de antena.

O PCTP/MRPP é um resquicio da revolução. A sua celebridade vem dessa altura. Antigos militantes povoam agora todos os partidos democráticos. Ainda possui, mesmo assim os mediaticos Garcia Pereira e João Preuiça. Continuará para sempre fiel à ditadura do proletariado e a Estaline.

O Partido da Gente nasceu por inspiração da IURD. Penso que pretendiam impor a obrigatoriadade do dizimo mas esquecerem-se que isto não é o Brasil. Perante um resultado eleitoral confrangedor voltaram para os seus cinemas covertidos onde se fazem milagres a metro.

Estes, nós conhecemos de ginjeira. Alguns até acabam por ser simpáticos . São pequeninos e chateam pouco. Até tornam os Tempos de Antena divertidos. O meu problema é o Partido Humanista (PH)!

O PH é um mistério. Tem congéneres em vários países europeus. Apresenta jovens a debitar palavras sem formar frases nos tempo de antena. E no final deixam-nos o seu contacto pessoal (para quê?!!). Tem um programa tão vago e inócuo que facilmente poderia ser adoptado por Manuel Monteiro enquanto não se lembrar de nenhuma ideia original para propor.

De onde vêm? Quem são? O que pretendem? Ainda existem?

posted by Miguel Noronha 9:07 da manhã

quinta-feira, março 27, 2003

It's Loonies Time!

Nas minhas deambulações pela net achei mais mais um grupo de lunáticos (é um passatempo que eu tenho...).
Dão pela graça de Liga Ecologista Revolucionária-Movimento pela Libertação da Terra. Parecem basear-se nos terroristas ecológicos cuja acção preferida é espetar cavilhas em árvores o que já provocou graves acidentes em madeireiros.

O seu manifesto parece excitante:

A Liga Ecologista Revolucionária-Movimento pela Libertação da Terra leva a cabo uma acção directa contra os abusos perpretados contra a natureza e o mundo animal de forma a salvar e a recuperar o que ainda não foi destruído (pelo estado,empresas ou individualmente) , causando razoáveis perdas financeiras aos exploradores , capitalistas e outras bestas politico-sociais que ganham proveito do sofrimento dos animais e da natureza (através da sabotagem),e principalmente através da destruição da propriedade dessas empresas sem escrúpulos que tudo fazem pelo lucro imediato, inclusive pondo em causa a existência da vida neste planeta

Ficamos a saber que para além dos capitalistas existem outras "outras bestas politico-sociais". Já não estamos sós...

Reconhecem que as "actividades da LER-MLT são contra a lei" (vá lá...) e convidam:

Qualquer grupo de pessoas que tenham consciência cívica,sejam responsáveis e vegetarianas que levam a cabo acções pacifistas de defesa ambiental e que se identificam com a linha seguida pela LER-MLT têm o direito de considerarem-se a elas mesmas como parte da nossa organização,mesmo sem estarem subordinadas à própria LER-MLT

É razoável que pessoas com consciência civica que não frequentem a Portugália ou Rodizios ajam contra a lei. Só não percebi a parte das "acções pacifistas"...

Fico contente que afirmem que "Nós não somos uma organização fundamentalista nem terrorista". Acredito neles!

O problema, julgo eu, é que os pais não deixam sair os moços até tarde. E eles depois revoltam-se!

posted by Miguel Noronha 11:53 da tarde

A decadência arabe

Um artigo escrito por Fawaz Turki (desconheço a sua nacionalidade) no Arab News acerta na mouche quanto às razões da decadência árabe.

Why, after well over half-a-century of independence, do we remain so weak, so helpless at meeting the challenges of history, of modernity, of progress? So vulnerable to the whims of invaders who know they can ravage our land, at will, without fear of retribution?

Why has our political culture proven so barren, our public debate so dreary, our reflections on national selfhood so desperately monotonous?

Begin here: We in the Arab world have quietly acquiesced in the forfeiture of our powers of self-determination as individuals and, collectively, as a polity.

We have lived in societies where a handful of men dictate our destiny, where we are socialized on the ethic of fear — fear of innovation and originality — and are coerced into embracing orthodoxy and uniformity. So much so that we have become a mirror image of our authoritarian elite, and like them, living in deep denial, incapable of grasping reality.

The strength of a culture derives from the freedom of citizens to speak freely and openly, to engage in the kind of discourse where all are entitled, even encouraged, to express diverse views that would challenge the conventional wisdom of ruling elites.

When members of a whole community are told that they must express no criticism of a leader, that they must stand by him through thick and thin, right or wrong, they in effect are not only forfeiting their human rights, but contributing to the perpetuation of a broken-down society, shorn of its social capital.

A society that dumps a citizen in jail for 20 years for dissenting with a leader or tortures an intellectual because the authorities disagree with his views is not only broken down, but is broken in back and spirit.

A society, in other words, where adversarial thinkers have their heads hit when they are lifted and their voices silenced when they are raised or that hounds its most talented figures into exile is vacuous at its civilizational core


Apesar de tão brilhante análise Fawaz Turki falha rotudamente na conclusão final. Para ele a presente guerra representa apenas um normal acto de um predador perante uma presa debilitada.

Esquece-de de nomear outros factores.

Os regimes despóticos que ele caracterizou não se limitaram a cometer actos de censura e repressão contra pequenos grupos. Massacraram povos que não se submetiam ao seus criterios sociais, religiosos e politicos. Exportaram essas revoluções para outros países. E por ultimo reconhecendo a sua incapacidade perante um mundo mais desenvolvido pretenderam culpa-lo pelos seus erros declarando uma guerra suja sem quartel.

Fawaz Turki acaba o seu texto imbuindo-se da seguinte tarefa:

As we go about pondering this latest catastrophe in our homeland, we should begin by asking if there is a lesson in all of this for us.

Talvez a solução seja o fim dos regimes terrorista e despóticos no mundo árabe...
posted by Miguel Noronha 11:12 da tarde

Zimbabwe: Crónica da Destruição de um País

"You have the jewel of Africa in your hands," said President Samora Machel of Mozambique and President Julius Nyerere of Tanzania to Robert Mugabe, at the moment of independence, in 1980. "Now look after it."

Twenty-three years later, the "jewel" is ruined, dishonored, disgraced


Num longo artigo da New York Review of Books é relatado como num país que já foi conhecido como "o celeiro de África"`a população morre à fome graças a um presidente autoritário, paranoico e corrupto

Alguns excertos:

Early in his regime, we might have seen what he was when the infamous Fifth Brigade, thugs from North Korea, hated by blacks and whites alike, became Mugabe's bodyguards, and did his dirty work, notably when he attempted what was virtually genocide of thousands of the Ndebele people (the second-largest tribe) in Matabeleland

From the start Mugabe has been afraid to show his face out of doors without outriders, guards, motorcades —all the defenses of paranoia. When Queen Elizabeth visited, refused to ride with him in an armored car, and insisted on an open one, people jeered as the frightened man clung to the sides of the car while the insouciant sovereign smiled and waved

In the early Nineties there was a savage drought in Zimbabwe. When members of Mugabe's government sold the grain from the silos and pocketed the money, by then the popular contempt for these ministers was such that the crime was seen as just another little item of a much larger criminal record. United Nations officials were saying as early as the mid-Eighties that Mugabe's government was the most rapacious bunch of thieves in Africa. Well, said his defenders, often members of his bureaucracy, corruption was not unknown in Europe. The secret police were arbitrary and bullying? "But you can't expect democracy of the European type in Africa."

Trágico...




posted by Miguel Noronha 6:01 da tarde

North Korea raises arms spending

North Korea yesterday said it was increasing its military budget with a view to "putting all the people under arms and turning the whole country into a fortress".
Last month, a World Food Programme and Unicef survey said with funding running out, the food aid, which had kept a third of the population alive for last seven years, would be exhausted before the June harvest


O que espanta é que o mundo ocidental seja acusado de perpetuar a fome no mundo quando existem países à beira da catastrofe alimentar que preferem canalizar os seus recursos para armar exércitos. Enquanto isto recebem ajuda alimentar cujo destino, já aqui referi, é extremamente incerto...

posted by Miguel Noronha 11:26 da manhã

Bush é «persona non grata»

A Assembleia Municipal do Rio de Janeiro considerou George W. Bush «persona non grata», depois da proposta de um deputado comunista ter sido aprovada com unanimidade.
Considerado «persona non grata», George W. Bush pode visitar o Rio de Janeiro mas não poderá receber honras, condecorações, nem recepções solenes


Presumo que as estejam a guardar para Fidel Castro, Hugo Chavez ou outros "democratas" da mesma estripe...
posted by Miguel Noronha 10:29 da manhã

Solariedade Germânica

Apesar de condenar de forma determinada a guerra no Iraque, o Governo alemão quer participar na reconstrução, sem ser todavia a "coluna de limpeza" dos países beligerantes que bombardeiam o país à revelia da Nações Unidas

Dito por outras palavras querem os contractos e não os custos. Assim se marca a diferença dos americanos interesseiros...
posted by Miguel Noronha 9:55 da manhã

Crónicas de Clara Pinto Correia na Visão editadas em Abril

«Salvaguardámos que nesse conjunto de trabalhos não havia situações que pudessem ser equiparáveis às de plágio», assegura Gonçalo Bulhosa, um dos editores da Oficina do Livro, que afirma ter sido dada «uma garantia por parte da autora».

Vou aguardar. Não vou para já comprar o livro. Decidi esperar pela edição revista e plagiada.
posted by Miguel Noronha 9:39 da manhã

Roidinho de Inveja

Com a avalanche de correio que os restantes blogs parecem estar a receber confesso que me sinto um pouco constrangido por ao abrir a minha caixa de correio apenas constar um mail de uma tal arianna com o titulo "Nuovissima Video chat sexy.....e non solo !!!!!!".
Tenho a impressão que não deseja discutir a situação politica internacional...

Vá lá. Confessem. Sou eu que sou pouco polémico ou esses mails são todos inventados?
posted by Miguel Noronha 9:36 da manhã

quarta-feira, março 26, 2003

Propaganda e Mentalidades

Recomendo a leitura do texto "The Falklands War: Some Lessons" de Nelson Ascher publicado no Europundits (atenção eles não usam permalinks) sobre o que acontece quando a propaganda é contrariada pelos factos.
Interessante também a tese que as mentalidades dos europeus e dos árabes estão a ficar cada vez mais parecidas.



posted by Miguel Noronha 5:45 da tarde

Citações

They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety.
Benjamin Franklin

Tyrants are always assassinated too late. That is their great excuse.
E.M. Cioran

He who allows oppression, shares the crime.
Erasmus Darwin, grandfather of Charles Darwin

Many forms of Government have been tried, and will be tried in this world of sin and woe. No one pretends that democracy is perfect or all-wise. Indeed, it has been said that democracy is the worst form of Government except all those others that have been
Winston Churchill




posted by Miguel Noronha 4:05 da tarde

When it eventually emerges that the Iraqi people wanted this war, will the anti-war movement recant?

Confronted with the evidence of Iraqis' feelings, many of the anti-war critics will, I fear, change the subject. They will say that, whatever the Iraqi people desired, the damage to international law was too great. In offering this argument, they fail to acknowledge a key flaw with international law as it now stands. The foundations for the present system were built in 1945, when the greatest threat to human life and dignity was war between nations. Its structures are designed solely to prevent conflict between states and to secure peace in the international arena – and in this respect, they have been phenomenally successful.

What international law cannot do, however, is secure peace within nations. The governments of, say, Burma, Saudi Arabia and Zimbabwe may be judged "peaceful"under international law, while they are butchering and terrorising their populations. There is no peace for people living under tyranny. International law must be changed to allow democracies to act where there are reasonable grounds (as in Iraq) for believing that the people of a country wish it, and where the regime is systematically breaching human rights on a massive scale


Quod Erat Demonstrandum...
posted by Miguel Noronha 11:54 da manhã

Zimbabwe: continua o silenciamento da oposição

Job Sikhala um dos lideres do (MDC - oposição) relata a sua prisão arbitrária (as acusações foram posteriormente retiradas) e tortura pela policia.

Os detalhes são demasiado sórdidos. Não me atrevo a colocar transcrições.

Quando a Grã-Bretanha propôs a suspensão do Zimbabwe da Commonwealth devido às tendências autoritárias de Mugabe foi apelidade de neo-colonialista. A África do Sul ,por exemplo, não aceitou condenar o Zimbabwe apesar das provas se acumularem.

É normal os torcionários desculparem-se com o colonialismo e a singularidade do seu regime para encobrirem os seus crimes. O pior é que esta retórica é aceite, por certas facções, nos países democráticos.

posted by Miguel Noronha 11:44 da manhã

Mais do mesmo

Da crónica de António José Teixeira (AJT) no DN:

Há quem ainda acredite que a única entidade capaz de ombrear com os EUA num futuro próximo é a União Europeia. É o caso de Joseph Nye, que foi subsecretário da Defesa de Bill Clinton. Falta capacidade política e militar. Kagan diz o mesmo, mas é menos optimista: «Os europeus vivem na ilusão de que se pode fazer política internacional sem militares nem poder.» Traduzindo, os EUA sabem o que querem, a Europa nem sequer se interroga sobre as suas pretensões. Pior. Alguns dirigentes perderam a convicção europeia, enchem a boca de atlantismo, e só por vergonha não se dizem americanos. Esquecem que a globalização é incompatível com o proteccionismo dos impérios. O equilíbrio mundial precisa de uma concorrência leal Europa-América, de ousadia política e investimento na Defesa. Uma impossibilidade enquanto a Europa se dividir por (in)fidelidades americanas.

Como um dos convidados (não me recordo qual) do ultimos Prós & Contras afirmou, a construção europeia não se pode fazer ignorando os EUA, ou pior contra os EUA. Partilhamos os mesmos valores politicos e económicos (embora às vezes não pareça). O anti-americanismo primário da Europa só terá como consequência o regresso (do criticado) isolacionismo dos EUA.

Quando AJT refere a falta de convicção europeia por certo estar-se-à a referir à inexistência de uma politica externa comum. Não foram os ditos "americanos" que alteraram as suas posições. Foram os "europeistas" que tomaram esta oportunidade para tentarem afirmar a sua liderança. Não a da Europa mas a dos seus países.
Se a Europa não fala "a uma só voz" é porque existem opiniões divergentes. A União politica não existe e também não pode ser imposta.

Não comento a questão da globalização vs "proteccionismo dos impérios". Esta afirmação só pode ter sido originada por falta de informação. Ou má fé...

Para terminar queria dizer que sou "americano". Sou "americano" como os verdadeiros americanos foram "europeus" quando se empenharam sem reservas na libertação da Europa.
posted by Miguel Noronha 9:40 da manhã

terça-feira, março 25, 2003

Levantamento popular em Bassorá

Parece estar a ganhar credibilidade a notícia da rebelião militar em Bassorá. O Daily Telegraph indica que o exército iraquiano está empenhado em esmagar este levantamento disparando contra o povo.

Será que os blogues de esquerda (no plural) pensarão tratar-se de mais um grupo de pessoas "encantadas por alguém lhes trazer comida e água"? (peço desculpa pela repetição mas gostei deste argumento...)

Ou irão confiar no desmentido do Ministro da Informação Iraquiano?


posted by Miguel Noronha 8:22 da tarde

Actualização de Links

Adicionei links para os blogs O Complot e Replicar
posted by Miguel Noronha 6:29 da tarde

Iraque está a usar escudos humanos em Bassorá

Forças paramilitares iraquianas estão a usar civis como escudos humanos, denuncia esta terça-feira a Sky News. De acordo com a mesma fonte, em Bassorá, as milícias iraquianas estão a forçar os habitantes locais a marchar à frente, ao mesmo tempo que as milícias disparam sob os soldados aliados

Quantas mais provas serão necessárias para provar o carácter criminoso da ditadura iraquiana?
Já era conhecido (da anterior guerra) que o exército iraquiano utilizava populações civis e prisioneiros de guerra como "escudos humanos". Nos países ocidentes algumas mentes iluminadas houve que voluntariamente se ofereceram para este papel. Como já se sabia em vão. O regime de Saddam não necessita de volutários...
posted by Miguel Noronha 6:17 da tarde

Reclamação

Recebi um mail do Gonçalo Pina (do blog Venda-se) com a seguinte reclamação:

Não é assunto meu mas estava de passagem (vinha do cruzescanhoto) e li este post.
Como é que isto:

"O eixo Washington-Londres-Camberra exibe orgulhosamente imagens dos soldados iraquianos capturados. Os iraquianos mostram imagens dos soldados anglo-americanos capturados e as autoridades americanas insurgem-se contra esta flagrante violação da Convenção de Genebra. Pode dizer-se que a guerra mediática está a ser lutada taco a taco, mas, tal como no Afeganistão, as forças ocidentais não se podem dar a esse luxo e dentro em pouco veremos as televisões árabes a ser bombardeadas por "servirem de máquina de propaganda de Saddam"."

Corresponde a isto:

"Mas para o Cruzes Canhoto isto não interessa. Já decidiram como vai ser e nada os convence do contrário. O que é vergonhoso é a propaganda que é feita com os prisioneiros e mortos da forças aliadas mas nada sobre isso é dito."

Aborrece. Parece-me que o CC relata o uso de propaganda pelas duas partes.
Não vamos fazer desinformação também aqui. A guerra é lá no cu de judas...
Gonçalo


Caro Gonçalo, vamos por partes.

Em primeiro lugar pode sempre escrever qualquer que seja o assunto. Esteja à vontade.

Em segundo, não sei fui eu que me não me soube explicar mas está a confundir dois assuntos distintos.
A exibição de soldados mortos ou capturados (da maneira que foi feita) pelos iraquianos não pode ser vista em contraponto com a de imagens das populações iraquianas a receberem os soldados americanos.
A primeira é uma violação da convenção de Genebra, a segunda é de facto propaganda.

Se o acolhimento dado pelos iraquinos à força invasora resultada de um "suborno" (como dá a entender o Cruzes Canhoto) ou de um sentimento verdadeiro (como já foi expresso por diversos testemunhos) pode ser um ponto de discussão.
O que é chocante é que o Cruzes Canhoto veja o assunto como um fait-divers da "guerra mediática está a ser lutada taco a taco"

Por ultimo, a guerra fica realmente num país longinquo mas todos vamos ser afectados pelo seu desfecho. É chocante que pessoas que se dizem defensoras do Direitos Humanos prefiram ignorar os factos em nome de um suposto Direito Internacional que pretende colocar democracias e ditaduras em plano de igualdade.
posted by Miguel Noronha 5:58 da tarde

Relativismo Esquerdista

O Cruzes Canhoto dá mais uma vez exemplos do relativismo esquerdista a que já nos habituamos.

Fala nas populações que saudaram as tropas da coligação como sendo "encantadas por alguém lhes trazer comida e água (e cujas imagens têm sido usadas vergonhosamente para propaganda do eixo anglo-americano - JÁ ALGUÉM PENSOU QUE ESTAS PESSOAS SE ARRISCAM A SER LINCHADAS COMO PRÓ-AMERICANAS PELOS VIZINHOS E AMIGOS NO CAOS APÓS A QUEDA DO REGIME!!!"

Provavelmente estas pessoas sabeem o que o que lhes pode acontecer e mesmo assim saudaram as tropas americanas. Com a mesma certeza que vocês afirmam que eles foram "subornadas" pelos americanos também eu posso achar que estas os receberam como libertadores. Nas mentes deles quem se coloca ao lado dos EUA só pode estar a ser coagido

Com certeza que as imagens têm sido usadas como propaganda pelos americanos. Não sei porque são vergonhosas. Mostram que enquanto na Europa e EUA se chama a esta invasão criminosa, no Iraque as populações acham-na libertadora. Já foram publicados vários relatos de refugiados iraquianos e ex-escudos humanos (dos voluntários...) a corrobora-lo. Mas para o Cruzes Canhoto isto não interessa. Já decidiram como vai ser e nada os convence do contrário. O que é vergonhoso é a propaganda que é feita com os prisioneiros e mortos da forças aliadas mas nada sobre isso é dito.

posted by Miguel Noronha 1:31 da tarde

Xenofobia?

A propósito do "caso Deco" vale a pena ler este artigo no DN
posted by Miguel Noronha 10:17 da manhã

O regresso das sugestões musicais

Supersilent "6" - "Highly recommended to dreamers, droners, and avant rock lovers" AMG

Goldfrapp "Black Cherry" - electropop de qualidade
posted by Miguel Noronha 9:22 da manhã

Demolidor

Só ontem tive opotunidade de o ler. O ultimo artigo da Clara Ferreira Alves arrasa por completo o PS.
A caça ao voto não justifica tudo. O pior é que, com honrosas excepções, parecem andar todos desnorteados.



posted by Miguel Noronha 9:07 da manhã

segunda-feira, março 24, 2003

OMC

Num editorial o Washington Post faz votos que a OMC não seja mais uma vitima do pós-guerra.

Faz várias criticas às politicas proteccionistas que a Administração dos EUA teima em manter e deixa um importante recado à UE:

A reduction in agricultural subsidies and price supports, perhaps the most important goal of the current trade negotiating round, has long been stopped in its tracks by Europe's inability to reform its own agricultural subsidy regime. As a result, it now looks as if crucial negotiating deadlines, set for the end of this month, will not be met. Without a doubt, the primary victims of Europe's intransigence are the world's poorest countries, whose economies would benefit far more from freer markets for their commodities than they would from new injections of aid money. Indeed, until trade barriers are lifted, any conversation about "helping the developing world" will always have a farcical ring
posted by Miguel Noronha 7:57 da tarde

Coreia do Norte

O ParaPundit.com tem um extenso artigo sobre a situação dos refugiados norte-coreanos.

Começa por referir (algo que há muito se sabe) que a ajuda alimentar não vai para aos que dele necessita. É usada para alimentar o exército. Esta situação levou inclusivamente a que os Médicos-Sem-Fronteiras tivessem abandonado a Coreia do Norte.

Descreve de forma extensiva as dificuldades que os refugiados norte coreanos tem na China e mesmo na Coreia do Sul.

O artigo refere que a China age por razões económicas e politicas. Por um lado não quer mais desempregados numa região que regista indices de desemprego na ordem dos 40% e por outro não os reconhece como refugiados politicos dadas as suas boas relações com o regime norte-coreano.

Não são avançadas grandes razões para a igual atitude da Coreia do Sul. Apenas é dito que esta não quer saber...

Lembro de há não muito tempo ter visto uma reportagem sobre a Coreia do Norte que incluia reporteres que se tinham infiltrado clandestinamente (acho que uma não voltou a aparecer) e entrevistava alguns refugiados que tinha escapado para a Coreia do Sul. Estes avançavam outra razão.

O governo do Sul receia indispor o Norte se aceitar receber muitos refugiados e assim prejudicar as hipóteses de reunificação. Também receio dar motivos para que o Norte ataque militarmente o Sul. A Coreia do Sul tem perfeita consciência do destino da ajuda alimentar. Mesmo assim continua a fornecer toneladas de alimentos todos os anos.Tudo se insere numa politca de apaziguamento.

Os frutos estão há vista. O povo norte coreano morre à fome e a hostilidade é permanente. O Norte só aceitará uma reunificação se for sobre o seu dominio. Não se consegue subornar um ditador...
posted by Miguel Noronha 3:29 da tarde

A Guerra

Perante o aparente volte-face no semblante da maior parte dos meios de comunicação que com a visão das primeiras imagens de prisioneiros e mortos aliados sem mostram incredulos pretendia dizer umas palavras.

Felizmente (porque se exprimem melhor que eu) o Valete Fratres! e o José Manuel Fernandes no Publico adiantaram-se.

Faço minhas as suas palavras.
posted by Miguel Noronha 12:37 da tarde

Foi desta

Agora é que não há mais hipóteses. O Vitória vai mesmo para a segunda...
posted by Miguel Noronha 10:52 da manhã

O que aí vem

Confesso que não foi combinado mas no Daily Telegraph de hoje David Frum convida os ingleses a abandonarem a UE e a formarem com os EUA e outros aliados uma nova aliança que teria as competências da UE e NATO.
posted by Miguel Noronha 10:44 da manhã

domingo, março 23, 2003

A Frente Ocidental

Até o NYT já percebeu. Os EUA acordaram e perceberam que não precisavam da Europa e a França colocou o seu "status" e as instituições pós-guerra em risco com sonhos megalomanos.

French officials insist that their dispute with the U.S. was about means, not ends, but that is not true. It was about the huge disparity in power that has emerged between the U.S. and Europe since the end of the cold war, thanks to the vast infusion of technology and money into the U.S. military. That disparity was disguised for a decade by the softer touch of the Clinton team and by the cooperation over second-order issues, such as Kosovo and Bosnia.

But 9/11 posed a first-order threat to America. That, combined with the unilateralist instincts of the Bush team, eventually led to America deploying its expanded power in Iraq, with full force, without asking anyone. Hence the current shock and awe in Europe. As Robert Kagan, whose book "Of Paradise and Power" details this power gap, noted: "We and the Europeans today are like a couple who woke up one day, looked at each other and said, `You're not the person I married!' "

António Barreto no Publico também alinha no mesmo sentido:

Com os mortos desta guerra, sejam eles americanos, britânicos ou iraquianos, vão também desaparecer ideias, projectos, hábitos e esperanças com que temos vivido há décadas e que, pelas boas e as más razões, nos deram conforto. Ou que muitos consideraram adquiridas. Eternas. Como a utopia infantil da democracia nas relações internacionais, que, aliás, nunca existiu. Ou o mito perene da moral e dos princípios como principal inspiração da política externa e da razão de Estado. Ou ainda o primado das Nações Unidas, na sua forma actual. Ou, finalmente, a certeza da Aliança Atlântica e da União Europeia

O mundo (deste) pós-guerra vai ser diferente.

Vai ser difícil reconstruir a Europa. Ou a União. A revelação da divergência de interesses foi longe de mais. A desconfiança entre Estados e dirigentes instalou-se por um longo período. A radical diferença de entendimento que cada um tem da Aliança Atlântica e das relações com os Estados Unidos torna impossível uma mera reconstrução. A ideia de que é possível "apanhar e colar os cacos" é absurda. Se alguma União é possível, se alguma NATO é viável, muitas serão as diferenças relativamente ao que temos hoje. Um novo impulso, uma nova orientação e novos objectivos são necessários. Vai ser preciso talvez esperar uma geração, ou a substituição do pessoal político por inteiro, para que seja possível, se algum dia for, refazer uma aliança europeia e atlântica. Para já, não se vê quem, pessoa, nação ou Estado, seja capaz de liderar tal esforço

Resta saber o que vai sobrar das "velhas" instituições.
Talvez "esta" ONU ainda seja víável se os restantes membros permanentes do CS anuirem num "downgrade" do seu estatuto.
A ONU não é só o CS nem a Comissão de Direitos Humanos liderada pela Libia. Certas instituições têm um papel relevante e bem mais consensual. O seu desaparecimento não seria desejável.
Por outro lado uma ONU sem os EUA não faz sentido. Retirava grande parte eficácia das suas decisões e, já agora, do seu financiamento...
Esperemos que a França não cumpra as suas promessas de bloqueio continuo no CS...

Quanto à NATO, depois do inédito veto da França, Bélgica e Alemanha e com a reconhecimento que já não necessita dos seus "velhos" aliados europeus, os EUA poderão reconstruir uma nova aliança permanente ou, talvez a hipótese mais crivel, confiar no seu aliado britanico fazendo alianças ad-hoc sempre que necessário.

Resta saber se não aproveitará as desconfiaça no seio da UE para atrair a Inglaterra para a NAFTA. Recordo que esta proposta já foi feita no passado...
posted by Miguel Noronha 2:01 da tarde

sábado, março 22, 2003

Relato de ex-escudos humanos

Excerto de uma noticia da UPI (via The Corner)

A group of American anti-war demonstrators who came to Iraq with Japanese human shield volunteers made it across the border today with 14 hours of uncensored video, all shot without Iraqi government minders present. Kenneth Joseph, a young American pastor with the Assyrian Church of the East, told UPI the trip "had shocked me back to reality." Some of the Iraqis he interviewed on camera "told me they would commit suicide if American bombing didn't start. They were willing to see their homes demolished to gain their freedom from Saddam's bloody tyranny. They convinced me that Saddam was a monster the likes of which the world had not seen since Stalin and Hitler. He and his sons are sick sadists. Their tales of slow torture and killing made me ill, such as people put in a huge shredder for plastic products, feet first so they could hear their screams as bodies got chewed up from foot to head."

Enquanto em Portugal (e noutros países) há manifestações contra a invasão, no Iraque as tropas americanas e britânicas são recebidas como libertadoras.É irónico ou talvez drámatico...
posted by Miguel Noronha 7:15 da tarde

Compensação

Adicionei mais dois links à secção dos blogs. O Contra a Corrente que ainda agora li de fio a pavio e o Cruzes Canhoto que, pelo nome, tem consciência da distância a que devem ser mantidas as ideologias por lá professadas.
posted by Miguel Noronha 1:53 da tarde

Toda a Verdade

Para quem quer compreender tudo acerca desta guerra: Alarab Online
posted by Miguel Noronha 10:39 da manhã

Emmanuel Todd

O sociologo Emamanuel Todd cujas posições anti-globalização e nacionalistas levantam por vezes duvidas se não será um maurrasiano encapotado demonstra numa entrevista alguma dificuldade em perceber a realidade.

Diz coisas aberrantes como"...os EUA estão à beira do desespero, pois não conseguiram impor a sua vontade" ou "A diplomacia americana sofreu uma pesada derrota. E agora Bush tem medo de cair no ridículo, se recuar. Porém o mundo está a organizar-se à margem dos EUA. E a guerra contra o Iraque irá acelerar este processo. Será uma aceleração histórica.".

Não terá sido ao contrário? O mundo descobriu que precisa mais do que nunca dos EUA. Especialmente da sua capacidade de intervenção a vários níveis. De que servem mil resoluções do Conselho de Segurança se este não tiver força politica e militar para as implementar?

E onde está a "nova organização do mundo" à margem dos EUA?

Para Emmanuel Todd ele começou "no facto de a brutalidade da política externa de Bush ter sido travada pelo par Alemanha e França. No mundo, nasceu um novo pólo com uma dinâmica bastante para atrair a si também a Rússia"

Não querendo voltar a debatar o tema da suposta "brutalidade" (já o fiz demasiadas vezes nestas páginas) não me parece que a Alemanha, a França e a Russia (e já agora a China) tenham conseguido travar o que quer que fosse.

Não sei se foi de proposito na sua crónica de Vasco Pulido Valente rebate por completo esta teoria. Acerca desta "aliança" e da suposta "nova organização" diz:

"De qualquer maneira, ela existe e assenta em duas premissas falsas. Por um lado, a de que os fins da França e da Alemanha são a longo prazo compatíveis. Segundo, a de que a América tenciona tolerar e cobrir, sem contrapartida, aventuras contra o seu estatuto e o seu poder. A América não precisa da «Europa», a «Europa» é que precisa da América"

A existir, esta nova "triplice entente cordiale", teria o problema de cada um dos seus membros pretender hegemoniza-la. Por outro lado, como diz VPV, a pretendida área de influência dos três países não são propriamente compativeis.

Voltando ao sociologo frio, o seu anti-americanismo chega ao extremos. Acerca da guerra no Iraque a resposta à pergunta "Essa teoria não cairá por terra se os soldados americanos forem aclamados libertadores?"

Já pensei nesse cenário. Porém, ele em nada altera a minha análise. Um libertador pode muito bem, após um período de tempo, passar a ser considerado ocupante que vai gerar forças de resistência. Os EUA podem vencer o Iraque mas nunca controlá-lo a longo prazo.

Para além de ignorar tudo o que a Administração Norte-Americana disse acerca do futuro do Iraque, Emmanuel Todd não permite qualquer duvida. As coisas são assim porque ele quer! Ao contrário do que VPV a retórica sobrepõe-se à realidade...

E para acabar com chave de ouro diz algo que permite que todas as duvidas se dissipem:

Os senhores coloniais também acreditavam na sua missão civilizacional da mesma maneira que Bush prega a democracia. Penso que este Governo americano tem uma relação patológica com a democracia

O nosso homem não acredita na Democracia. Afinal é isso....

Para terminar (agora eu) com chave de ouro não resisto a citar uma critica do Estado de São Paulo ao seu livro "A Ilusão Económica":

"A sério, não dá para ler. Exaspera. É um livro contra-indicado para intelectuais menores-de-idade pelos surtos esquizofrênico-culturais que pode induzir. Entretanto, visto como um fenômeno literário-cultural, é paradigmático da confusão mental que vivemos, e, tão só por isso, merece o tempo e espaço que se dedique à sua leitura e análise. Vou além. Quando se lê o livro com o senso de humor crítico recomendável, não há nada mais divertido. Qual Chacrinha, qual Henfil, qual Veríssimo, qual Chico Anísio, qual nada! O funcionamento intelectual da obra, os efeitos que ela tira das ricas informações com que opera, é muito mais hilariante. Para fazer rir, é muito superior a qualquer livro de anedotas"

posted by Miguel Noronha 10:31 da manhã

Se Maomé não vai à montanha...

No DN João Cravinho chega à conclusão que se não houve inconstitucionalidade é porque a Constituição está errada. Mude-se, pois, a Constituição...
posted by Miguel Noronha 9:29 da manhã

sexta-feira, março 21, 2003

Durão Barroso recusa fechar embaixada do Iraque em Lisboa

Será que não quer perder os convites para os cocktails na embaixada?
posted by Miguel Noronha 7:44 da tarde

CGTP quer levar Durão a tribunal

O secretário-geral da CGTP defendeu hoje a possibilidade de o primeiro-ministro ser julgado por alegada violação da Constituição da República, face ao apoio dado aos Estados Unidos na guerra contra o Iraque

Err.. Alguém que diga ao sr que os outros que tinham cometido a mesma argolada já descobriram que estavam errados.
posted by Miguel Noronha 7:01 da tarde

Este homem não aprende ou "os cães ladram e a carava passa"

The French president said at a European Union summit he would "not accept" a resolution that "would legitimize the military intervention [and] would give the belligerents the powers to administer Iraq." (na Fox News)

posted by Miguel Noronha 6:52 da tarde

Veja pelos seus olhos

A revista Veja publica um artigo sobre a situação na Venezuela com o sugestivo titulo: O nome da encrenca é Chávez. Recomenda-se a sua leitura...


posted by Miguel Noronha 9:52 da manhã

As Opiniões do DN

No seu artigo Manuel Villaverde Cabral mistura a guerra, com o "neo-liberalismo" e a sua desilusão com Jorge Sampaio. Vê-se que o sr. anda amargurado.

Diz que "Não acho que seja necessária muita valentia para subjugar o Iraque pela segunda vez, depois da Jugoslávia e do Afeganistão". Pode ser que as minhas memórias andem baralhadas mas tinha a impressão que se dizia destas intervenções que iam ser um "desastre militar" e iam abrir mil caixas de pandora. Afinal foram apenas passeios...


Luís Delgado faz referência aos "inexistentes" Scuds que cairam sobre o Kuwait.
É uma prova inequivoca que o regime iraquiano estava a mentir sobre o seu arsenal e vem reforçar o "caso" americano.



posted by Miguel Noronha 9:16 da manhã

Demorou mas chegaram lá...

Ouvindo as declarações dos representantes da esquerda após o discurso de Jorge Sampaio tinha ficado com a impressão que (com a honrosa excepção dos comunistas) tinhamos andado a ver canais diferentes.

Afinal parece que não. Após alguma reflexão chegaram às mesmas conclusões que eu. O discurso não foi bem o que estavam à espera. Foi como se o seu santo tivesse caído do altar. Quem anteriormente só lhe via virtudes agora acusa-o sem dó nem piedade.

Será que vão alargar a moção de censura à Presidência da Républica?
posted by Miguel Noronha 8:54 da manhã

Sugestão

Devido a um texto colocado no blog do Claudio Tellez descobri o Austriaco. Ainda não houve grande tempo para o "explorar" mas promete tornar-se leitura obrigatória.
posted by Miguel Noronha 8:45 da manhã

quinta-feira, março 20, 2003

Achados na Net

A internet tem destas coisas. Estava a fazer uma busca sobre um assunto completamente diferente quando deparei com um artigo d' "O jornalista português Miguel Urbano Rodrigues é renomado analista político internacional do PCP" a louvar as FARC!

É sempre bom saber que "Em 1993 repetiu-se o canto da sereia. O liberal Ernesto Samper acenou novamente com o ramo de oliveira. A manobra não foi levada a sério".
O "ramo de oliveira" foi iniciar conversações de paz (por iniciativa do governo).
O presidente Samper ordenou também que cessassem todas as hostilidades contras as FARC e foi lhes "dado" para administrarem um território com a área de Portugal (corrijam-me se estiver errado).

Mas para as FARC as eleições não servem.

"Nesta nova fase da sua existência as FARC sentiram a utilidade de criar o chamado Movimento Bolivariano Pela Nova Colômbia, que faz sentir em moldes originais a sua presença na sociedade civil. Não participa em eleições, mas atua como um partido sem registro nem candidatos. Um partido quase invisível que aparece e desaparece, promove concentrações e reuniões políticas, mas não se apresenta ao voto, não se submete à engrenagem político- administrativa"

Diversos movimentos guerrilheiros da América Latina abandonaram as armas e agora "combatem" no processo eleitoral. Nenhum deles logrou alcançar o poder por esta via. Será este o medo das FARC? Descobrir qual o seu real apoio popular?

Miguel Urbano Rodrigues termina desta forma a saga das FARC:

Guardo belas recordações do contacto com os camaradas das FARC Reconforta registrar a desambição e a autenticidade desse combatentes, bolivarianos pela coragem e o espírito latino-americano e internacionalista, marxistas pela sua lúcida compreensão da historia.

Renova a esperança confraternizar com revolucionários desta têmpera no limiar do século XXI, na era da globalização neoliberal, neste tempo de covardia intelectual e de abdicação. A epopéia das FARC-EP, a sua inquebrantável confiança na vitória distante, sem data, transporta e transmite a esperança da humanidade.

A solidariedade com a luta dessa gente maravilhosa tornou-se um dever para todos os homens e mulheres progressistas na vastidão do planeta.


Pena que ele não tivesse lido os relatórios da Human Rights Watch:

The Revolutionary Armed Forces of Colombia (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia-Ejército del Pueblo, FARC-EP) escalated attacks on civilians, among them hundreds of mayors and other local officials. On February 7, 2003, guerrillas reportedly detnoated a 200-kilo car bomb in the parking structure of a social club in Bogota, killing at least thirty-two people and injuring over 150. When President Uribe was sworn in on August 7, guerrillas launched an attack with mortars and explosives in Colombia's capital, Bogot‡, killing at least nineteen bystanders.

In the first ten months of 2002, the FARC-EP used gas cylinder bombs in over forty attacks on cities and towns, causing mainly civilian casualties. On May 1, 119 displaced persons, including at least forty-eight children, were killed in Boyaj‡, Choc— when a gas cylinder bomb hit a church in which they had sought shelter. International observers concluded that the FARC-EP, which launched the gas cylinder bomb, was directly responsible for the deaths"

Gente maravilhosa?!



posted by Miguel Noronha 4:40 da tarde

Bem Lembrado!

A Voz do Deserto lembrou-se de prestar homenagem ao disco "Os Homens Não Se Querem Bonitos" dos GNR.

É bom lembrar uma altura em que os rapazes faziam discos decentes (para não dizer mais). Depois do "Psicopátria" foi o desclabro e hoje quando ouço a voz do Rui Reininho tenho instintos homicidas.

O Intermitente exige a imediata reedição de todos os seus albuns anteriores a 1985.
posted by Miguel Noronha 12:19 da tarde

A recessão

No DN Sarsfield Cabral diz o que se deve e não deve fazer para "vencer" a recessão (peço desculpa mas vou colocar o artigo quase todo):

Convém desfazer alguns equívocos. Vale a pena o Governo fazer muita coisa _ mas não aquilo que mais se ouve reclamar: gastar dinheiro para espevitar a economia. Este keynesianismo algo primário teria efeitos funestos, pois o nosso problema não é conjuntural, mas estrutural. Seria errado estimular o consumo privado (veja-se o endividamento das famílias) e muito mais o público (a despesa corrente do Estado é um desperdício de recursos e um travão à modernização do País). E o investimento? Num país onde existe meio milhão de casas a mais, desocupadas (tirando as casas de férias!), insistir na construção é um absurdo. E para obras públicas de valia económica e social duvidosa bastam os dez estádios do Euro 2004.

A retoma sustentada só pode vir das exportações. Tal implica uma procura externa, sobretudo europeia, mais dinâmica _ e aí nada podemos fazer. Mas podemos agir sobre a oferta, aumentando a capacidade das empresas para competirem sem ser na base da mão-de-obra barata. O que também depende de uma administração pública desburocratizada. E de uma justiça menos lenta. Aí, sim, deve o Governo agir e depressa. É mais difícil do que reanimar a conjuntura com despesa pública, mas é o que importa


A propósito de Keynes. Há poucos dias um amigo (que confessa pouco perceber de economia) dizia-me que o Keynesiamo era a melhor teoria economica.
Quando lhe perguntei porquê respondeu-me "Não sei mas parece-me que sim".
Uma tentativa de enquadramento histórico e algumas explicações adicionais não foram capaz de o demover das suas convicções.
O argumento do "parece-me que sim" tem uma força inimaginável...
posted by Miguel Noronha 10:28 da manhã

A Praxe Académica

A propósito de notícias que todos os anos vem a público e de um mail de um leitor do Blogue de Esquerda oferece-me dizer o seguinte.

Julgo que ao falar em praxe académica o leitor se refere especificamente ao que é vulgarmente conhecido como "recepção aos caloiros". São do conhecimento publico as barbarides cometidas em várias instituições do Ensino Superior e que, de ano para ano, vão aumentando o en grau de barbaridade.

Quanto a estas sou totalmente contra. Não passam de um meio de divertimento atroz e que serve para "vingar" as praxes a que os agora "veteranos" foram sujeitos no ano anterior. No meu percurso universitário não reparei que existisse alguma unidade ideológica nos "praxadores". O único denominador comum é a acefalia que percorre pessoas que era suposto terem um discernimento algo mais desenvolvido.

A "recepção aos caloiros" pode e deve existir mas de forma civilizada. O seu objectivo deve ser exactamente a recepção aos caloiros. Não é necessária a utilização de tintas, bosta de vaca ou a simulação de actos sexuais.

Quanto à Praxe Académica entendida num sentido lato: sou contra. Não acho piada a trajes académicos, tunas que debitam temas pimba, cortejos que terminam em comas alcoolicos e conselhos de veterenos cuja único mérito é terem chumbado mais anos que os outros. Tudo me parece demasiado ridiculo. E já agora a única que existe por mérito próprio é a de Coimbra tudo o resto são imitações.

Para terminar, julgo que não compete à AR legislar especificamente sobre o tema. Penso que deve imperar o bom senso e o Código Civil.
posted by Miguel Noronha 9:27 da manhã

O debate parlamentar

Não vou falar nos aguerridos debates que ocorreram nos Parlamentos português e inglês. Uma notícia do Daily Telegraph faz referencia ao debate, ou antes, à sua ausência na Assembleia Nacional Francesa.

The French parliament has had only limited debate on Iraq. M Chirac intervened personally to stop any vote on his conduct of diplomacy.

A handful of deputies were concerned that he was pointlessly poisoning Franco-US relations. But they were prevented from putting their case in debates dominated by Chirac supporters.


É caso para dizer: casa de ferreiro, espeto de pau...
posted by Miguel Noronha 9:02 da manhã

Sobre a guerra

A Coluna Infame emitiu dois comunicados sobre a guerra que agora se iniciou.

Quanto ao primeiro não posso estar mais de acordo. Concordo em absoluto quando dizem: "Não somos a favor da guerra, de nenhuma guerra: a guerra é um mal necessário para deter um mal maior"

Quanto ao segundo ("Em Guerra") respeito a posição da Coluna Infame mas O Intermitente não irá seguir o mesmo critério. Não pretendo "inundar" este blog com fait-divers sobre a guerra mas o assunto surgirá nestes páginas sempre que exista algum desenvolvimento ou artigo relevante.

Concordo, no entanto, que podem e devem ser abordados outros temas especialmente numa altura em que todos os media vão focar quase exclusivamente o assunto da guerra.Não pretendo contribuir para a avalanche nem para o estreitar dos horizontes. Tenho procurado e continuarei a procurar, dentro das minhas limitações, alargar o âmbito dos assuntos abordados. Para isso podem sempre contar com a minha colaboração.
posted by Miguel Noronha 8:54 da manhã

quarta-feira, março 19, 2003

Discurso Presidencial

Sobre o discurso de Jorge Sampaio: nada novo, nada que já não se soubesse.
Eu diria que as expectativas da oposição foram goradas
Por estranho que pareça os únicos que perceberam foram os comunistas. Um raro momento de lucidez...
posted by Miguel Noronha 11:17 da tarde

It Starts!
posted by Miguel Noronha 8:54 da tarde

Agradecimentos da Velha Albion

Um artigo de oponião do Daily Telegraph louva a coragem de Jose Maria Aznar e Durão Barroso:

The two Iberians are taking huge risks. Unlike Mr Blair, who is able to rely on the sincere support of the Opposition, they have to face socialist parties desperate to wring every drop of electoral advantage they can from the war. Nor are their publics accustomed, as the British are, to going to war alongside the Americans - or, if it comes to it, to going to war at all
posted by Miguel Noronha 5:48 da tarde

O Swing

Com a devida vénia passo a transcrever um texto do Fernando Magalhães "postado" no Novo Forum Sons. Textos como este merecem ficar preservados para a posteridade.
Para contextualizar os leitores d'O Intermitente refiro que este "post" surgiu no decurso de uma discussão onde se falava da Jacinta. A primeira cantora de Jazz portuguesa a editar pela Blue Note.


O "swing" sente-se. É uma onda. Como as ondas marcam o ritmo do mar, o swing marca o ritmo do músico. Pode tocar-se as notas todas no lugar certo e o swing não estar lá. O "swing" é um balanço interior, não exterior. O "swing" alcança-se quando o músico se abandona à música, a recebe, velha ela e onde vier, sem medo, com alegria, (às vezes com dor). Swing tanto pode estar no jazz mais tradicional como no mais radical. Michel Portal ou Louis Sclavis têm um swing complexo, aparentemente intelectualizado. Sonny Rollins era o swing em pessoa. Modern Jazz Quartet swingam de forma óbvia e ortodoxa. A entrada do saxofone de Sam Rivers no álbum "Dialogue", de Bobby Hutcherson, é o triunfo do swing. John Coltrane, por vezes, esquecia-se de swingar. Miles Davis espalhava swing em seu redor. Ele era o eixo.



Só ouvi 2 temas da Jacinta. O que ouvi (e não estou só nesta opinião), mostrou uma cantora competente e esforçada.

Há discos completamente secantes na Blue Note, "hard bop" a metro, mesmo por alguns monstros sagrados. Assinar para a Blue Note não é garantia de nada, da mesma forma que uma editora contemporânea como a ECM conta no seu catálogo com obras fraquíssimas e completamente inxonsequentes. E vi no rótulo que se trata da "Blue Note" portuguesa, subsidiária do selo intenacional.

Não tenho nada contra a Jacinta, antes pelo contrário.

Como não tenho nada contra a Susanne Abbuehl, outro exemplo que me deixou completamente indiferente, através da audição do álbum "April" editado há uns tempos na ECM. Outro caso de absoluta incapacidade em sentir e fazer passar o "swing". Que a Carla Bley esbanja e de que maneira. Parece aliás, que o concerto da Susanne em Portugal foi uma seca monumental.

Há músicos com fogo, força interior, a sua música até pode ser triste e desolada, mas o fogo está lá. Já uma vez disse e repito: O Músico e o fazedor de música são entidades distintas.

Eu vi e ouvi o primeiro concerto de MICHEL PORTAL, em Sintra, e vi os músicos chorarem em palco, expostos à beleza absoluta da música que faziam. Eu vi e ouvi, em Algés (sempre a tocar de olhos fechados, possuído pelo sagrado) e numa vila qualquer do Norte, a tocar para um público de 6 (seis!) pessoas o VALENTIN CLASTRIER, nesta última ocasião a ajoelhar-se para tocar na sua sanfona electroacústica o som (os sons) de uma catedral.


Não me venham falar da Jacinta e dos Sigur Ros. Há uma escada de Jakob. Infinita. Sobe-se penosamente, degrau a degrau. Há música ao longo de toda ela, entre o céu e os abismos.

O swing é o ritmo da vida feita música. Poucos músicos sabem o que é estar vivo. Poucos músicos sabem (sentem) o que é a Música.

posted by Miguel Noronha 3:41 da tarde

Novo Diccionário: Mais Contribuições

Depois do Claudio Tellez temos mais bloggers a quererem contribuir com entradas para o novo diccionário.
Este blog faz inumeras propostas (eis alguns exemplos):

Facts: Things that get in the way of Truth.

Truth: Something that must be believed regardless of facts. Example: 5,000 civilians were killed in Afghanistan. Did not actually happen, but the US wanted to kill that many and more so that means it is truth.

Racism: Thinking non-whites shouldn't have to live under oppressive, murderous tyrants

Multilateral: Doing what the French want.

Unilateral:Going forward without the support of the New York Times.

Moron: The one thing that hasn't changed over the last year and more


posted by Miguel Noronha 2:47 da tarde

Onde estão os Dólares?

Relativamente ao pagamento por serviços prestados ao império do mal (não confundir com o eixo do mal) cujos recipientes incluem a Coluna Infame, o Blogue dos Marretas e o Valete Fratres! queria dizer que até agora não caiu nada na minha conta.

Lamentavelmente ao preencher a papelada (posteriormente remetida para Langley, Virginia) esqueci-me de colocar o NIB.

Estou em crer que o atraso se deve à demora no envio do cheque. Não creio que nenhum dos meus camarad... err... colegas bloguistas fosse capaz de aproveitar o meu lapso em seu proveito.

No entanto saberei tirar as devidas ilações se verificar subitas alterações nos sinais exteriores de riqueza de determinadas pessoas...
posted by Miguel Noronha 1:04 da tarde

A lógica de Fernando Rosas

Num artigo de opinião no Publico Fernando Rosas demonstra uma coerência assustadora.

Primeiro diz que os EUA recorreram à ONU porque foram pressionados.
Logo depois refere que os EUA tentaram pressionar o CS a tomar uma decisão do seu agrado (passaram de pressionados a "pressionadores"...).
Nem um palavra é dita sobre as pressões exercidas pela França. O périplo do sr de Villepin pelas capitais dos diversos países com assento no CS da ONU deve ser entendido com uma simples viagem turistica.
Como não conseguiram os seus intentos diz que os EUA se "agarram" à resolução 1441. A tal que falava em "consequências"...

Termina a crónica dizendo que mesmo que se tivessem conseguido uma resolução caucionado as suas acções esta seria sempre obtida através de "chantagem dos EUA ou pela capitulação dos seus membros mais responsáveis não tornaria política ou moralmente admissível o inadmissível"

Logo para Fernando Rosas a existência ou não de uma segunda resolução seria inutil. Mesmo com o chamado "Direito Internacional" a apoia-la.

No seu entendimento não é possível "apontar aquele país (o Iraque) como uma ameaça actual à paz internacional. Nem armas nucleares, nem armas químicas (pelo menos relevantes): mostrou-se que era possível desarmar o Iraque nos seus incumprimentos, nas suas reticências ou até nas suas dissimulações, sem recorrer à guerra. Pela pressão e pelo diálogo. Paradoxalmente, é a agressão americana que vem impedir o desarmamento iraquiano"

Como foi notado pelos próprios inspectores a cooperação iraquiano aumenta na proporção da pressão americana e não da "desculpabilização" do resto dos membros do CS.

Uma lógica verdadeiramente inabalável de quem vive num mundo à parte...
posted by Miguel Noronha 10:48 da manhã

Missing In Action

O que é que aconteceu ao Picuinhices?
posted by Miguel Noronha 9:03 da manhã

Arábia Saudita: algo está a mudar?

O Principe Naif da Arábia Saudita excluiu a proposta de legalização de partidos politicos, proposta por alguns intlectuais, com base em sólidos argumentos:

Referring to reform proposals, Prince Naif said he was against changing the existing good systems “because by change you mean to change the existing systems which are basically good. But we need progress in all spheres in tune with modern developments.”

Realmente demolidor. Esqueceu-se de dizer que uma eventual assembleia eleita podia por em causa os previlégios detidos pela familia Saud.
De qualquer forma demonstra que, até certo ponto, o assunto está a ser debatido e que, pelo menso certos meios desejariam algumas reformas democráticas...

Num outro artigo refere-se que se nota alguma, ainda que timida, alteração nas mentalidades.

posted by Miguel Noronha 8:48 da manhã

terça-feira, março 18, 2003

Notas do debate na AR

O ar de menino bem comportado de Bernardino Soares ao lado de Carlos Carvalhas. Nem parecia que era o líder parlamentar

O ar desdenhoso com que Jaime Gama contemplava os seus companheiros de partido. Até parecia que estava na bancada errada.


posted by Miguel Noronha 8:52 da tarde

Em que ficamos?

França poderá participar na guerra se Saddam usar armas químicas ou biológicas
«Se Saddam Hussein usar armas biológicas e químicas, altera imediata e completamente a situação para o governo francês», disse Jean-David Levitte à cadeia de televisão norte-americana

Confesso que estou algo confuso. A França não insistia que o Iraque já não tinha ADM's?
posted by Miguel Noronha 5:36 da tarde

Mais um amigo na blogosfera

O meu companheiro de outras paragens interneticas e colaborador da já famosa Janela Indiscreta resolveu conquistar o seu próprio espaço na blogosfera com o Crónicas da Terra que pretende ser "Um diário sobre as músicas do nosso contentamento e que revela a babel musical do planeta terra".
Explicações sobre o significado da frase terão de ser pedidas directamente ao Luís...
posted by Miguel Noronha 4:26 da tarde

Macaquinhos de Imitação

Para que não conste que não tem vida própria e que não passa de uma invenção de terceiros, o grupo parlamentar mais insignificate e com menos autonomia da nossa AR, resolveu apresentar uma moção de censura.

Se ainda não conseguiram adivinhar qual é o partido eu dou mais uma pista: é aquele que em vez de um girassol devia ter por simbolo uma melancia. A melancia tem a vantagem de ser verde por fora e vermelha por dentro...
posted by Miguel Noronha 4:19 da tarde

Kevin Sites em directo da frente

No seu ultimo post Kevin Sites relata a retirada das populações curdas para Norte e do exército iraquiano para Sul. Existe o receio que o exército utiliza armas quimicas contra a população civil...
posted by Miguel Noronha 3:41 da tarde

Já é qualquer coisa...

Não sei se já repararam mas estive a actualizar os links. Ainda não é a "mãe de todas as actualizações" (desculpem o linguajar) mas lá chegaremos. Aqui o trabalho não é para se fazer todo de uma vez. É para se ir fazendo aos poucos...

Eventuais blogs que se sintam injustiçados por (ainda) terem ficado de fora podem enviar os seus queixumes para o meu mail ou para o Provedor de Justiça por carta registadas.
posted by Miguel Noronha 3:09 da tarde

Um artigo de leitura obrigatória (via The Corner)

O The Times publica um artigo de uma MP do Partido Trabalhista que parece ainda saber distinguir onde quem são os maus da fita.

Um relato algo chocante mas de leitura obrigatória especialmente para aqueles que acusam os EUA de serem o "grande satã"...

I do not have a monopoly on wisdom or morality. But I know one thing. This evil, fascist regime must come to an end. With or without the help of the Security Council, and with or without the backing of the Labour Party in the House of Commons tonight.
posted by Miguel Noronha 1:06 da tarde

UE proibe visita do Presidente de Taiwan

Segundo o EU Observer os MNE's da UE querem evitar esta visita a todo o custo para não "indispor" a China.

Alguém falou em princípios? Parece-me que o principal motor da politica externa da UE é a cobardia...
posted by Miguel Noronha 9:03 da manhã

Ultimato dos EUA vai contra a vontade da ONU, diz França

É estranho que quem diz isto se preparasse para vetar qualquer decisão que permitisse o uso da força contra o Iraque. Já não seria, é claro, uma decisão unilateral...
posted by Miguel Noronha 8:38 da manhã

48 Horas

Não é o filme do Eddie Murphy. É o prazo para Saddam Hussein e a sua prole sairem do Iraque...
Espero que este seja o ultimo. É que já foram mais que muitos os ultimatos não cumpridos...
posted by Miguel Noronha 8:33 da manhã

segunda-feira, março 17, 2003

Iraque: Foi você que falou em petróleo

Segundo noticia a UPI o PM Curdo revelou a existência de acordos assinados entre petroliferas russas e francesas para a exploração dos recursos do Iraque. Estes entrariam em vigor assim que fossem levantadas as sanções.

Vamos imaginar um cenário.
Se esta missão de inspecção não encontrasse fortes evidências da existência de ADM's (especialmente se o Iraque não fosse pressionado para cooperar com ela) alguns países poderiam sugerir que o Iraque estava a cumprir as resoluções da ONU. O passo seguinte seria a proposta para levantamento das sanções que neste momento vigoram contra o Iraque.
Se eu fosse adepto das teorias da conspiração podia sugerir o nome de alguns países capazes de fazer isto.
Mas como não sou...

Para terminar deixo o recado do PM curdo para franceses e russos:

"France and Russia should make a decision where they stand," Barhim Salih added, speaking to U.S. policy experts and reporters at the prestigious Council on Foreign Relations Friday. "We would rather see them stand with us. They cannot have it both ways."
posted by Miguel Noronha 8:26 da tarde

And Now For Something Completly Diferent

Não. Não vos vou falar dos Monthy Python's mas da catadupa de concertos que vou ser obrigado a assistir nos tempos mais próximos.
Desta vez é o Howe Gelb, vocalista dos Giant Sand, que aproveita para nos lixar a carteira com um concerto no dia 31 deste mês.

Mais informações aqui.
posted by Miguel Noronha 7:16 da tarde

Não há duas sem três

Para não ficar atrás o PCP também decidiu apresentar uma moção de censura:

O PCP diz que a cimeira dos Açores «representou o sinal de partida para uma guerra cruel e devastadora» e acusa o Governo de ter ligado «Portugal ao grupo de países que, sob as ordens de Bush, será historicamente culpado do desencadeamento de uma guerra»

Falando em "historicamente culpado" parece-me que são os comunistas que têm algumas "desculpas historicas" para apresentar...

posted by Miguel Noronha 7:12 da tarde

PS e BE apresentam moção de censura ao Governo

O PS vai entregar a sua moção no Parlamento «nas próximas horas», alegando que é «ilegítima a decisão de associar Portugal a uma guerra contra o direito internacional»

Pensava que a guerra era contra o Iraque que não é especialmente conhecido por respeitar o Direiro Internacional. A distorção dos factos atinge proporções ridiculas...

Queria uma nova oposição, sff...
posted by Miguel Noronha 5:59 da tarde

Londres e Madrid não falam pela UE

Londres e Madrid «alinham-se ao lado dos EUA, fora do quadro da União Europeia», disse esta segunda-feira o porta-voz do chefe da diplomacia da Grécia, que exerce a presidência da União, reagindo ao encontro dos Açores sobre a crise iraquiana.

A Inglaterra a Espanha e, já agora, Portugal nunca pretenderam falar em nome da UE ao contrário da Alemanha e da França.

Mas, afinal de contas, qual é a posição da UE?
posted by Miguel Noronha 5:22 da tarde

Afinal Quem Não Cumpriu as Suas Obrigações?

No editorial do Publico, José Manuel Fernandes relembra que é a França que não cumpriu o combinado aquando da primeira resolução:

A frase essencial é: "O Conselho avisou o Iraque repetidas vezes que enfrentará sérias consequências em virtude da violação continuada das suas obrigações". A que se deve acrescentar: "O Conselho decidiu manter-se atento a este problema".

(...)

O pressuposto desta resolução era que ela deveria ser seguida por uma segunda deliberação em que o Conselho de Segurança especificaria metas, datas e métodos para as "sérias consequências". Por outras palavras: faria um ultimato.
A arquitectura deste processo diplomático foi engendrada pela França. Foi a França que propôs duas resoluções - e foi a França que colaborou na redacção e aceitou a versão final da Resolução 1441. Aparentemente tinha-o feito de boa fé - pelo menos de acordo com os países que inicialmente defendiam uma única resolução, mais concreta e mais objectiva. Aparentemente. Na prática, como anteontem voltou a repetir o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominique de Villepin, a França não aceitará qualquer resolução que represente um ultimato ao Iraque. Por outras palavras: declarou que não aceitava as regras do jogo que ela própria tinha estabelecido, ou ajudado a estabelecer.


Resta saber o porquê dessa não aceitação. As teorias circulam....

posted by Miguel Noronha 1:04 da tarde

Alerta da Comissão Direitos do Homem da ONU

Na abertura da sessão da CDH da ONU a presidência (presentemente ocupada pela Libia) declarou:

"Vemos nuvens negras a acumularem-se no céu da região e isso augura uma guerra catastrófica que violará certamente os direitos do homem e, especialmente, o direito à vida"

Não sei se "as nuvens negras" também se aplicavam ao seu país que não demonstra grande respeito pelos Direitos do Humanos.
Durante esta sessão a CDH vai analisar as violações do DH em todo o mundo. Dado a "bizarra" composição desta comissão tenho pouca confiança nos resultados finais desta conferência. Quase metade dos seus membros não se podem qualificar como Democracias...

Ainda segundo noticia o Publico a Libia Al-Hajjaji:

"evocou ainda os ataques terroristas em diversas partes do mundo, observando que "certos países reagiram com medidas coercitivas, violando os direitos dos imigrantes, dos refugiados e das minorias"

Estavam à espera de uma condenação do terrorismo?

posted by Miguel Noronha 1:01 da tarde

domingo, março 16, 2003

Saramago no The Corner

Today’s New York Times contains a report about an anti-war demonstration in Spain. One of the speakers was Jose Saramago, described by the Times as “the Portuguese writer and Nobel laureate”. That’s a true enough description so far as it goes. However, there’s more to Saramago than his Nobel Prize, as, needless to say, the Times fails to point out.

A hard-line Communist, Saramago played a major role in purging ideologically “unsound” elements from their positions in the Portuguese media at the time that that country seemed set to succumb to a Communist coup.

In his invaluable Intellectuals and Assassins, Stephen Schwartz records the fact that, only hours before he received his Nobel, Saramago spoke at a seminar during the Frankfurt Book Fair. His topic? “Being a Communist Author Today.”

Yet again: two death cults, two standards


Pelos vistos andam bem informados lá para os lados da NRO...

Nota:
A frase "two death cults, two standards" referia-se à mesagem anterior onde falava de que "reliquias" da era Maoista estavam ser leiloadas pela Sothebys e da diferença de tratamento que estas têm relativamente às "reliquias" nazis.
posted by Miguel Noronha 10:25 da tarde

É agora...

A cimeira dos Açores terminou com o derradeiro ultimato (perdoem-me o pleonasmo):

"Tomorrow is the day that we will determine whether or not diplomacy can work"

Este ultimato não é dirigido ao Iraque mas ao Conselho de Segurança onde a França, Russia, Alemanha e China insistem em não ver a realidade. Não sei se em nome de quaisquer obscuros interesses ou do mais puro e patético pacifismo inconsequente.
As guerras podem e devem ser evitadas mas não a qualquer custo.

Quanto à reacção do PS não me pronuncio. No seu artigo do DN já Vasco Pulido Valente disse tudo o que havia para dizer.
posted by Miguel Noronha 9:02 da tarde

Somos Todos Açorianos



Associo-me ao repto lançado pela Coluna Infame.
Só não quero ter nada a ver com o Decq Mota...
posted by Miguel Noronha 1:06 da tarde

Zimbabwe: mais provas de atocidades

Membro da organização juvenil da ZANU-PF (partido de Mugabe) que fugiram para a África do Sul fizeram relatos bizarros segundo o jornal Independent:

Fourteen boys and men aged between 15 and 28 have provided testimonies about life in the youth wing of Zanu-PF, Zimbabwe's ruling party, to The Sunday Independent newspaper in South Africa. They say they were taught how to kill people in ways that "would be quick and silent and leave no evidence".


posted by Miguel Noronha 1:00 da tarde

Wired Comemora 10 anos

A revista guru para todos os que se interessam por computadores, internet e novas tecnologias comemerá os seus primeiros 10 anos na edição de Abril.
O artigo The Way We Were relembra como o mundo parecia na altura em que tudo começou:

What a dull, distressing decade it promised to be. San Francisco was taking the early '90s hard. The city had always been a boomtown, and now, in the aftermath of recession and the Gulf War, it languished in the stale atmosphere of a boomtown in distress. There had been a drought for five years, and the sidewalks were lined with sickly trees

e de como a nova revista prometia um mundo melhor:

In early 1993, as Communism collapsed and the terrors of the Cold War era vanished in the rearview mirror, a new magazine startled its readers with the proclamation that governments were obsolete, technology was benevolent, and the future was going to be great. Nearly 100,000 readers signed up in the first 12 months. The mood had changed.






posted by Miguel Noronha 12:29 da tarde

sábado, março 15, 2003

Villepin quer solução pacífica nos Açores


O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Dominique de Villepin, espera que a Cimeira nos Açores resulte numa solução pacífica para desarmar o Iraque. Villepin disse esperar «que os três responsáveis façam o que queremos».

Ninguém explicou ao sr Villepin que não tinha sido convidado?
posted by Miguel Noronha 7:10 da tarde

Sábado!

Após uma extenuante incursão ao centro do país estou de volta
Tinha pensado fazer um "refresh" na coluna direita da página mas a preguiça levou a melhor e, como qualquer bom português, resolvi adiar a coisa para o dia seguinte.
posted by Miguel Noronha 7:07 da tarde

sexta-feira, março 14, 2003

Wellcome Back!

Registo com agrado o regresso do blog benfiquista Calcio Rosso que aproveitou para fazer um retiro espiritual depois daquela tristeza no Carnaval.
Não. Não estou a falar do Alberto João Jardim.
posted by Miguel Noronha 8:06 da tarde

Recomendações Musicais

Já há muito tempo que não usava estas páginas para recomendar discos. Foi mais falta de tempo (e disposição) para ouvi-los que outra coisa.




Antipop Consortium vs Matthew Shipp
Já tinha falado sobre ele aqui embora, na altura, ainda se encontrasse à experiência cá em casa. Agora que todas as duvidas se dissiparam posso afiançar que se trata de um bom disco. É a união do jazz com o hip hop de uma forma absolutamente original.



Arovane "Cycliph EP"
Ambientes hipnóticos criados com samples e percurssões.
Para abir o apetite para o album que aí vem.



posted by Miguel Noronha 7:34 da tarde

Do Iraque, em directo para o Blogger

Descobri, por mero acidente, o blog de Kevin Sites, correspondente da CNN actualmente em missão no Golfo.

Actualizações em directo da "zona quente"...


posted by Miguel Noronha 2:47 da tarde

Partido de Monteiro tem nome de associação cívica já registada

"O partido que Manuel Monteiro pretende constituir até Junho, tem o mesmo nome que uma associação cívica já registada. O ex-líder do CDS/PP poderá assim ver-se confrontado com alguns problemas na hora de registar no Tribunal Constitucional a Nova Democracia"

"A associação, registada no Registo Nacional de Pessoas Colectivas (RNPC), era constituída por 150 pessoas, entre as quais Celeste Cardona, Ribeiro e Castro, Rui Pena, Maria do Rosário Carneiro e Luís Barbosa. Apesar da sua actividade não ter sido dada como extinta, encontra-se em standby. "

Será uma estratégia para arregimentar de uma assentada 150 militantes?
posted by Miguel Noronha 2:27 da tarde

Vasco Pulido Valente dixit:

"A retórica não substitui a realidade"

Vou mandar bordar esta máxima em ponto de cruz e pendura-la na parede lá de casa...
posted by Miguel Noronha 12:20 da tarde

Jardim Não Reconhece Legitimidade ao TC

È perfeitamente natural. Há alguns autarcas que não reconhecem o Tribunal de Contas,o Governo não reconhece que estamos em recessão, o PS não reconhece que tenha ultrapassado o défice, o Vale e Azevedo não reconhecia a diferença entre as suas contas bancárias e as do Benfica, os jogadores de futebol raramente reconhecem quando fazem penalty e eu próprio não reconheci o Presidente do Governo Regional da Madeira no desfile carnavalesco.
posted by Miguel Noronha 10:24 da manhã

O Público e o jornalismo de tendência

Numa nota da direcção intitulada O PÚBLICO e a Crise Iraquiana sobre as opiniões expressas pelos vários comentadores sobre esta questão o Público afirma que não deve tomar partido baseado na:

"consciência de que em Portugal não existe espaço para os chamados "jornais de tendência" que, para desempenharem o seu papel de "artérias de ideias" numa sociedade democrática, teriam de ser vários representando várias tendências. Por isso entendemos ser mais útil e mais importante manter o pluralismo interno, inclusivamente nos espaços de opinião editorial"

O Público tem todo o direito em definir a sua linha editorial mas devo lembrar que o New York Times que assumiu uma posição anti-intervenção também publica artigos de opinião contrários a esta posição.
Não me parece que ideia que "em Portugal não existe espaço para os chamados 'jornais de tendência' " tenha sido testada. Muito menos que seja necessário o aparecimento de um jornal (assumidamente) de esquerda para que possa aparecer uma publicação de direita.
posted by Miguel Noronha 10:02 da manhã

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com