quarta-feira, março 19, 2003
A lógica de Fernando Rosas
Num artigo de opinião no Publico Fernando Rosas demonstra uma coerência assustadora.
Primeiro diz que os EUA recorreram à ONU porque foram pressionados.
Logo depois refere que os EUA tentaram pressionar o CS a tomar uma decisão do seu agrado (passaram de pressionados a "pressionadores"...).
Nem um palavra é dita sobre as pressões exercidas pela França. O périplo do sr de Villepin pelas capitais dos diversos países com assento no CS da ONU deve ser entendido com uma simples viagem turistica.
Como não conseguiram os seus intentos diz que os EUA se "agarram" à resolução 1441. A tal que falava em "consequências"...
Termina a crónica dizendo que mesmo que se tivessem conseguido uma resolução caucionado as suas acções esta seria sempre obtida através de "chantagem dos EUA ou pela capitulação dos seus membros mais responsáveis não tornaria política ou moralmente admissível o inadmissível"
Logo para Fernando Rosas a existência ou não de uma segunda resolução seria inutil. Mesmo com o chamado "Direito Internacional" a apoia-la.
No seu entendimento não é possível "apontar aquele país (o Iraque) como uma ameaça actual à paz internacional. Nem armas nucleares, nem armas químicas (pelo menos relevantes): mostrou-se que era possível desarmar o Iraque nos seus incumprimentos, nas suas reticências ou até nas suas dissimulações, sem recorrer à guerra. Pela pressão e pelo diálogo. Paradoxalmente, é a agressão americana que vem impedir o desarmamento iraquiano"
Como foi notado pelos próprios inspectores a cooperação iraquiano aumenta na proporção da pressão americana e não da "desculpabilização" do resto dos membros do CS.
Uma lógica verdadeiramente inabalável de quem vive num mundo à parte...
posted by Miguel Noronha 10:48 da manhã
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