O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

segunda-feira, março 31, 2003

Que dia é hoje?

Ao ler o ultimo texto do Professor Boaventura Sousa Santos na Zona Non pensei tratar-se de uma partida do 1º de Abril. Verifiquei, entretanto, que ainda estamos em Março e que o texto já data de dia 20. O meu semblante jocoso foi substuido por um de apreensão. Ele fala mesmo a sério?

Trata-se de mais um texto inserido na lógica toda-a-culpa-do-mundo-é-nossa.
Fazem-se comparações e acusações absurdas.
Para ele todos os regimes valem o mesmo sejam eles democracias ou ditaduras.
Parece igualmente não ter perpectiva histórica ao fazer a comparação das actuais democracias ocidentais com as potências imperiais do passado e engloba-las no mesmo "saco" dos regimes Nazi e Estalinista.
Esta confusão permite-lhe afirmar:

É assim hoje no neoliberalismo com o sacrifício colectivo do Terceiro Mundo. Com a guerra contra o Iraque, cabe perguntar se está em curso uma nova ilusão genocida e sacrificial e qual o seu âmbito. Cabe sobretudo perguntar se a nova ilusão não anunciará a radicalização e perversão última da ilusão ocidental: destruir toda a humanidade com a ilusão de a salvar

Para ele o subdesenvolvimento do Terceiro Mundo não decorre das escolhas erradas que este mesmo fez. Fomo nós, os malvados ocidentais, e não os ditadores corruptos que levaram os países à ruina.
Chega ao ponto de defender o terrorismo como sendo a "voz" do oprimido Terceiro Mundo.

O genocídio sacrificial decorre de uma ilusão totalitária que se manifesta na crença de que não há alternativas à realidade presente e de que os problemas e as dificuldades que esta enfrenta decorrem de a sua lógica de desenvolvimento não ter sido levada até às últimas consequências. Se há desemprego, fome e morte no Terceiro Mundo, isso não resulta dos malefícios ou das deficiências do mercado; é antes o resultado de as leis do mercado não terem sido aplicadas integralmente. Se há terrorismo, tal não é devido à violência das condições que o geram; é antes devido ao facto de não se ter recorrido à violência total para eliminar fisicamente todos os terroristas e potenciais terroristas.

Aponta como um dos grandes culpados o Fundamentalismo Cristão. Como se este fosse dominante nos países ocidentais.
Nos regimes europeus o laicismo é dominante. Mesmo nos EUA onde os governantes tem por hábito invocar Deus nos seus discursos a tolerância religiosa é dominante. E porque não hão de falar em Deus? Deverão eles reprimir as nossas convicções religiosas? Não é isso que nos transforma em estados teocráticos.

Mas segundo a sua inabalavel lógica é ele que devemos culpar. O fundamentalismo cristão que ele vê como reinante (onde?) e não o islâmico que pretende submeter pela força todos os que não seguem os seus ditâmes.

A sua grande esperança é o Fórum Social Mundial. Deixemo-lo viver no seu mundo...

posted by Miguel Noronha 12:09 da tarde

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