O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

terça-feira, fevereiro 10, 2004

O Licenciamento das Farmácias

No Público Vital Moreira desfere um violento e certeiro ataque às restrições existentes ao licenciamento e regime de propriedade das farmácias em Portugal

Trata-se de um regime caracterizado por enormes "barreiras à entrada", onde não se aplicam as regras da liberdade de iniciativa e de estabelecimento próprias de uma economia de mercado. Por um lado, a titularidade de farmácias está reservada a farmacêuticos, caso singular de exclusivo profissional de propriedade e de actividade empresarial. Por outro lado, a criação de farmácias está sujeita a limites quantitativos e territoriais, que restringem drasticamente o número de farmácias autorizadas, bem como a concorrência nesse sector.

(...)


Os malefícios deste malthusianismo no estabelecimento de novas farmácias só pode ser o que está à vista de todos. Existem menos farmácias do que as que poderiam existir, tendo em conta os seus potenciais candidatos, dado o número de farmacêuticos hoje existente, muitos com compreensível vontade de ter a sua farmácia. A reserva de mercado e a ausência de concorrência tornam os seus proprietários beneficiários de típicas "rendas de monopólio" com rentabilidade comercial garantida e sem risco, o que as torna ainda mais apetecíveis. A escassez artificial e a sua rentabilidade garantida elevam exponencialmente o valor comercial das farmácias, que no mercado se comercializam hoje por centenas de milhares de contos. Por isso, o acesso a um novo alvará de farmácia constitui um bilhete de entrada para uma verdadeira mina de ouro de duração inesgotável.

A primeira vítima deste regime contra a liberdade de estabelecimento e contra a concorrência é obviamente o público, que dispõe de menos farmácias do que poderia e deveria ter, e menos à mão, com menos farmácias de serviço nos fins-de-semana e nos períodos nocturnos do que deveriam existir e com farmácias que não têm o incentivo da concorrência para se modernizarem e melhorarem as condições de serviço aos seus clientes. O mesmo se diga dos efeitos da falta de concorrência sobre os preços e o inerente prejuízo para os consumidores e para a verba das comparticipações do Estado

posted by Miguel Noronha 2:04 da tarde

Powered by Blogger

 

"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com