terça-feira, fevereiro 17, 2004
PS considera lamentável carta de apoio ao PEC subscrita por Durão Barroso
O secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, considera "lamentável e "um erro inexplicável e irreflectido" que o primeiro-ministro, Durão Barroso, tenha subscrito uma carta, assinada por cinco seus homólogos europeus, ao actual presidente da União Europeia, a defender o cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).
(...)
Conhecido o contéudo da carta, Ferro Rodrigues, que hoje se reúne com economistas para debater a situação financeira do país e da União Europeia, afirma que "as cartas subscritas pelo primeiro-ministro [no âmbito da política internacional] normalmente não trazem nada de bom". "Desta vez, as companhias escolhidas pelo primeiro-ministro não são muito diferentes daquelas em que esteve envolvido da última vez", continuou o líder socialista, numa referência à carta do grupo de chefes de Governo europeus a apoiar a intervenção anglo-americana no Iraque.
Ferro Rodrigues classificou como "um erro inexplicável e irreflectido" a posição assumida hoje por Durão Barroso, acusando-o de ser "incoerente" com o que tem afirmado sobre esta matéria em Portugal. "No actual momento da Europa, os países têm de ter políticas para favorecer o crescimento económico e o combate ao desemprego, mas esta carta representa um apoio conservador à manutenção das regras do PEC, só para fingir que elas se cumprem", argumentou.
Destas lamentáveis (estas sim) declarações do Líder do PS posso tirar a ilação que Ferro Rodrigues não sabe separar questões de polítca económica com outras de política internacional. Para um candidato a Primeiro Ministro (como o são todos os lideres da oposição) esta confusão não augura nada de bom.
Mais uma vez temos implícita a acusação de seguidismo. Volto a realçar que, para FR, tal situação não se coloca apesar de este alinhar sempre pelas posições do eixo franco-alemão.
Gostaria ainda que FR clarificasse alguma questões.
Quando refere que "esta carta representa um apoio conservador à manutenção das regras do PEC, só para fingir que elas se cumprem" estará FR a a criticar o não cumprimento da PEC? Nesse caso não seria coerente, da sua parte, o apoio às restrições orçamentais realizadas por este Governo? Se pensa que estas não são suficientes (como declara) não seria natural exigir restrições mais eficazes?
Ao exigir "políticas para favorecer o crescimento económico e o combate ao desemprego" estará FR a partir do princípio que o crescimento económico gera emprego ou o inverso?
Caso se trate da primeira opção porque não apoia então a redução do défice orçamental?
Se no seu entendimento é o emprego que gera o crescimento económico porque não apoia a estatização total da Economia? Não seria esse o corolário desta linha de pensamento?
posted by Miguel Noronha 11:45 da manhã
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