sexta-feira, maio 28, 2004
Re: Conservador e de Direita
Já é conhecido a "afeição" que o Paulo Gorjão nutre pelo Ministro de Estado e da Defesa Paulo Portas. Acusa-o, entre outras coisas de ser populista e conservador e de ser a eminência parda do actual governo. Estranho assim que, desta vez, acuse o Governo de impor medidas anti-populistas e liberais (ou neo-liberais na terminologia corrente).
Longe de mim pretender caucionar todas as políticas deste Governo. Ainda recentemente teci críticas à intenção revelada de "salvar" a Bombardier através da sua aquisição pela EMEF. Esta sim é uma medida populista, anti-correncial e exigida pela esquerda em unissono.
Prentende o PG exemplos uma medida que tenha "introduzi[do] maior justiça na máquina fiscal" e outra que "Governo [tenha] adopt[ado] para combater a evasão fiscal". Não tendo presente todas as medidas do Governo lembro-me a reforma da Contribuição Predial para o primeiro caso e o Pagamento Especial por Conta (o infáme PEC) para a segunda.
Posso referir que concordo com a primeira, que introduziu realmente maior equidade, e discordo da segunda que, embora combatendo a evasão fiscal entendo ser um imposto cego (no mau sentido).
Quanto às "medidas que afectaram os direitos de quem trabalha por conta de outrem" e PG que entendem serem a prova definitiva da influência do PP no Governo. Aproveito para referir que essa imensa panóplia de "direitos" são umas das maiores causas do chamado desemprego estrutural - essecialmente do emprego entre os jovens - e que constituem uma das principais razões que levam a que a recuperação das empresas - e logo da Economia como um todo - em periodo de recessão seja mais lento.
Se estas reformas, introduzidas pelo Ministro Bagão Félix, foram realmente impostas pelo PP julgo poder dizer, então, que foi em boa hora que o Dr. Durão Barroso os convidou a formarem esta coligação. Dúvido, no entanto, que um Governo apenas do PSD tivesse feito as coisas de forma diferente.
posted by Miguel Noronha 7:16 da tarde
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