O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

quarta-feira, dezembro 22, 2004

A Resposta

O CMC do Tugir publicou um simpático post que pretende responder às dúvidas que lhe tinha colocado. Infelizmente a sua resposta, para além de não responder a nenhuma das minhas dúvidas, parece conter alguns equívocos. Vamos por partes.

Anteriormente, o Carlos, contestava a política da coligação PSD/PP e perguntava se seria "este o caminho a ser seguido" para resover o problema do défice. Agora confessa não saber qual a solução.

Diz-se "defen[sor de um] Estado com dedos e anéis" e inclusivamente com "roupas". Não só explicou em que quantidade e qual a sua utilidade nem como, a partir daí, infere sem explicar porque é que a sua ausência nos causa problemas.

Confunde Catálaxia com utopia (já agora seria utopia catalática e não cataláxia). Caso não saiba Cataláxia foi um termo cunhado por Hayek para substituir o de Ciência Economica. A Cataláxia apresenta a Economia como a ciência dos intercâmbios sendo o problema do Economista não a gestão da escassez (logo, um problema de optimização) mas sim o estudo das origens, das propriedades e das instituições que propiciam esses intercâmbios.

Causa-se assim alguma estranheza que se diga social-democrata mas não determinista. Pretende atribuir a orgãos centrais a condução da Economia. No entanto confessa ser impossível determinar ex-ante quais as melhores soluções.

Cingindo-me à questão do défice, o problema é simples. O Estado não pode incorrer em défices sucessivos. Isto, é não pode gastar, anos após ano mais do que tem. O dinheiro que o Estado dispõe é originado (mais tarde ou mais cedo) nos impostos. Cada Euro que o Estado gasta corresponde a menos um Euro gasto pelos contribuintes. A teoria e a prática demonstram que, por regra, o Estado toma pior decisões de consumo e investimento que os individuos. Para além disso gasta mais (a burocracia...) para fazer o mesmo. É, de todo, conveniente que o Estado reduza as suas funções ao mínimo (poderemos, posteriormente discutir qual é o mínimo de que falo).

Para terminar. Como será facilmente apreensível em anos de abrandamento económico as receitas de impostos serão mais baixas. Como também é conhecido grande parte da despesa é fixa. Obtendo menos receitas e mantendo a despesa teremos, necessáriamente, um défice superior. Sem as medidas de austeridade o défice teria sido muito superior. Poder-se-ia ter feito mais, não discuto. Também não nos podemos esquecer que para se poder reduzir significativamente as despesas do Estado é necessário rever a Constituição. Algo que o PS (e em certa medida também o PSD) nunca se mostrou disposto.

posted by Miguel Noronha 10:19 da manhã

Powered by Blogger

 

"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com