O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

quarta-feira, março 31, 2004

Xenofobia

O PCP requereu um debate de urgência para discutir "a venda de empresas portuguesas ou de participações nacionais a empresários estrangeiros [e] para exigir do Governo medidas para dissuadir estas operações".
posted by Miguel Noronha 5:38 da tarde

PS admite anular descentralização quando regressar ao poder

O Partido Socialista, pela voz do deputado Ascenso Simões, admite vir a anular o processo de descentralização em curso assim que regressar ao poder. No Fórum TSF desta quarta-feira, o deputado sublinhou que esta será a prioridade socialista, justificando que os problemas dos municípios apenas se resolvem com a regionalização.

Na opinião de Ascenso Simões, só as entidades supra-municipais podem resolver os problemas da escala e de compatabilização dos interesses municipais.

O PCP também contesta o projecto da coligação PSD/CDS-PP, alegando que a curto prazo se verificará que os benefícios da descentralização serão muito poucos e a situação, daqui a uns anos, será de desencanto.


A oposição prefere apostar num processo de descentralização artificial, burocratizado (com mais uns quantos cargos de confiança política) e imposto de cima para baixo.

Eu prefiro que os municipios (e as respectivas associações de municípios entretanto criadas) tenham a possibilidade de escolher quais as associações que pretendam establecer e, ao mesmo tempo, qual a dimensão relevante para as mesmas (que não tem de ser idêntica para todos os casos). O processo será, necessáriamente, dinâmico e, nalguns casos, provocará "desencanto". No entanto quanto menos rígido for o processo de associação mais fácil se processará a correcção dos erros.
posted by Miguel Noronha 4:50 da tarde

The Federalist Papers

E continuando na senda do post anterior deixo aqui o link da edição online de The Federalist Papers de John Jay, Alexander Hamilton e James Madison.

The Federalist Papers were written and published during the years 1787 and 1788 in several New York State newspapers to persuade New York voters to ratify the proposed constitution.

In total, the Federalist Papers consist of 85 essays outlining how this new government would operate and why this type of government was the best choice for the United States of America. All of the essays were signed "PUBLIUS" and the actual authors of some are under dispute, but the general consensus is that Alexander Hamilton wrote 52, James Madison wrote 28, and John Jay contributed the remaining five.

The Federalist Papers remain today as an excellent reference for anyone who wants to understand the U.S. Constitution.

posted by Miguel Noronha 3:40 da tarde

Clássicos Online

A Library of Economics and Liberty (de Arnold Kling) acaba de colocar online uma enorme quantidade de clássicos. São 326 livros e 184 ensaios. Impressionante!
posted by Miguel Noronha 2:23 da tarde

Imigração e População

Um estudo do INE indica que, até 2050, Portugal poderá perder cerca de 2 milhões de habitantes.

Não costumo dar grande importânica ao determinismo destes estudos. O grau de incerteza é demasiado grande (o estudo indica que a dimuição populacional pode ir de apenas 300.000 aos supracitados 2 milhões).

Estudo como este colocam-nos um problema associado. A diminuição da população activa. Com os baixos níveis de fecundidade existentes (e com tendência a diminuir) este risco é demasiado real para ser ignorado.

Como tal não se compreende a polítca de "numerus clausus" que o Governo impôs na imigração [poderiam também ser invocadas outra ordem de razões - igualmente válidas - para contestar esta política].

Para este ano o Governo impôs uma quota de 8.500. Não sei (mas gostava bastante de saber) como é obtido este número "mágico".
posted by Miguel Noronha 12:38 da tarde

Rendimento Mínimo Aumento Desemprego Voluntário

No Público:

Apesar do seu baixo desemprego, a Madeira é das regiões que mais beneficiou do RMG/RIS nos últimos quatro anos, assinala o Banco de Portugal no seu relatório anual de 2001. Concebido para os mais pobres e carenciados, este apoio financeiro acabou por ter maior impacto em duas das zonas do país onde há menor desemprego, isto é, nos Açores e na Madeira. "Manteve-se em 2001 a maior penetração do programa em regiões com taxas de desemprego mais baixas, o que deixa antever alguma influência deste programa no funcionamento dos mercados de trabalho locais, em particular sobre decisões de inactividade", diz o relatório do banco central.

posted by Miguel Noronha 11:46 da manhã

Sudão

Mais uma notícia surpreendente. Depois da recente "conversão" da Líbia, soube-se hoje que Hassan Turabi, o líder espiritual do regime islâmico sudanês, foi preso pelo próprio regime sudanês (imagino que alguém nós vá lembrar que ele era "apenas" um velho de 90 anos). Eram conhecidas e de longa data as suas ligações a Bin Laden.

É claro que este gesto do governo sudanês não o iliba das atrocidades cometidas, durante a sua cruzada (eu sei que este termo não é o mais correcto) pela arabização do país, contra as populações cristâs e animistas do Sul.
posted by Miguel Noronha 9:14 da manhã

terça-feira, março 30, 2004

Professores prometem "envergonhar" o Governo durante Euro 2004

O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) avançou hoje que irá aproveitar o Euro 2004 para "envergonhar" o Governo com a distribuição de folhetos onde vai revelar que há um milhão de analfabetos no país e 40 mil docentes desempregados.


Eu avanço com a proposta de aproveitar o Euro 2004 para envergonhar os professores. Proponho que se convidem os adeptos estrangeiros a assistir a aulas do ensino obrigatório.
posted by Miguel Noronha 8:26 da tarde

Os Perigos da Dupla Maioria

O eurodeputado Jens-Peter Bonde alerta para os riscos que a dupla maioria (tal como está prevista) representa para os pequenos países.

The consequence of introducing double majority will be that the culture of negotiation which has until now been dominant in the Council, will no longer apply. Until now agreement has primarily been reached through deliberation. Since it will make no sense to propose a law which will be met by a blocking minority, the Commission will, in the future, prepare its law proposals by consulting the populous countries before elaborating a formal proposal. The small countries will only rarely be taken into consideration since even 10-12 small countries will not be able to prevent an adoption by qualified majority.

The small countries will be sidelined within the EU, because of this I do not understand why so many will accept the proposal anyway. A minority group within the Convention has prepared a more realistic proposal, where the percentage of countries and populations needed for adoption are respectively 75 and 50. This proposal takes the countries with large populations into account with the 50% rule as well as making it possible to vote down 6 of the soon-to-be 25 countries. Our proposal is still not the most ideal for the small countries and 55-55 is not an acceptable compromise.

posted by Miguel Noronha 5:58 da tarde

É o Petróleo...

Um dos temas da pré-campanha presidencial nos EUA é a alta do preço do crude. Uma das medidas propostas por John Kerry consiste em pressionar os países produtores de petróleo a aumentar a sua produção. Só não explica que forma vai tomar essa "pressão".

Entretanto o Opinion Journal comenta as propostas de Kerry e procura explicar a que se deve a presente alta dos preços do petróleo.
posted by Miguel Noronha 5:01 da tarde

Foi Você Que Falou em Agenda?

Rogo ao Bloguitica que me elucide sobre os pontos da agenda imposta por Paulo Portas ao PSD.
posted by Miguel Noronha 3:45 da tarde

Os Ventos de Espanha

Kalkito de Pedro Mexia no Diario de Notícias.

Tocar rabecão Zapatero anunciou uma inflexão na política externa de Espanha. Nada do outro mundo. A retirada (ou não) das tropas espanholas estacionadas no Iraque tem algum significado simbólico, mas mesmo quem contesta essa decisão não considera que tal retirada se revista de uma gravidade irremediável. Em contrapartida, a mudança espanhola na política europeia faz temer pior. Pelos vistos, mais tarde ou mais cedo seremos mesmo condenados a uma «Constituição» que ninguém pediu, ninguém votou e que só aproveita ao Eixo.

posted by Miguel Noronha 2:30 da tarde

Como Distorcer Uma Notícia

O Diário Digital noticia que numa sondagem da Gallup George W Bush supera o Senador John Kerry nas intenções de voto. Embora se trate de uma boa notícia não é isso que me move.

O DD começa por dizer que Bush está a frente "apesar de todas as acusações ao governo sobre a sua inacção antes dos atentados do 11 de Setembro". Pelo vistos quem escreveu a noticia não tem acompanhado as audições da Comissão do Congresso. Por outro lado também não se apercebe que ao acusar-se Bush de inacção antes do 11/09 (e Clinton? - ninguém se lembra que foi ele também foi Presidente dos EUA?) está-se a caucionar a sua presente conduta.

Também não lhe deve causar estranheza que a mesma sondagem indique que os americanos confiam mais em Bush do que em Kerry para combater o terrorismo (53% contra 29%).

Enfim...
posted by Miguel Noronha 11:44 da manhã

Orçamento da UE

O conflito entre os Estados-Membros e a Comissão, acerca do Orçamento, continua. Nenhum dos lados dá mostras de querer ceder.

Segundo o EU Observer alguns países preferem esperar pela nomeação do novo presidente da CE (em Novembro) antes de iniciarem negiciações sobre o assunto. Imagino que a posição dos candidatos, acerca deste assunto, venha a ter um considerável peso na escolha dos Estados-Membros.

Posso estar enganado mas tenho a impressão que António Vitorino não tenha grandes hipóteses.
posted by Miguel Noronha 10:34 da manhã

BOMBARDIER - Trabalhadores de vários países vão ao Parlamento Europeu

Trabalhadores da Bombardier de Portugal, Alemanha, Reino Unido e Suécia encontram-se hoje com deputados do Parlamento Europeu (PE) em Estrasburgo para explicar a situação da empresa, que anunciou a desactivação de sete unidades na Europa, incluindo uma na Amadora

(...)

Na prática, o Parlamento Europeu não tem poder para actuar neste caso, mas poderá fazer uma recomendação para os governos dos países visados ajam no interesse dos trabalhadores, disse à agência Lusa uma fonte ligada ao processo.


Qual será o teor da recomendação que este fará aos governos para ue estes "ajam no interesse dos trabalhadores"? Só consigo imaginar duas. Recomendar que sejam atribuídos contractos à Bombardier sem concurso público (o que violava as regras comunitárias) ou a estatização das empresas nos respectivos países (presumo que também viole a legislação comunitária).

Posto isto. Qual a relevância desta apresentação ao PE?
posted by Miguel Noronha 9:07 da manhã

segunda-feira, março 29, 2004

Barreiras à Entrada

Um estudo do Banco Mundial analisou os custos e os efeitos da regulação económica na entrada de novas empresas. Eis a conclusão:

An analysis of the regulation of entry in 85 countries shows that, even aside from the costs associated with corruption and bureaucratic delay, business entry is extremely expensive, especially in the countries outside the top quartile of the income distribution. We find that heavier regulation of entry is generally associated with greater corruption and a larger unofficial economy, but not with better quality of private or public goods. We also find that the countries with less limited, less democratic, and more interventionist governments regulate entry more heavily, even controlling for the level of economic development.

This evidence is difficult to reconcile with public interest theories of regulation but supports the public choice approach, especially the tollbooth theory that emphasizes rent extraction by politicians [McChesney 1987, Shleifer and Vishny 1993]. Entry is regulated more heavily by less democratic governments, and such regulation does not yield visible social benefits. The principal beneficiaries appear to be the politicians and bureaucrats themselves.

posted by Miguel Noronha 4:39 da tarde

Televisão

Baseado numa notícia do Público que pretendia seriar o grau de confiança dos telespectadores em relação aos noticiarios televisivos o Barmabé coloca em causa a superioridade das televisões privadas. Os noticiarios da RTP aparece em primeiro (91% para o 1º canal e 88% para o da Dois) e os da privadas em ultimo (73% para o da SIC e 63% para o da TVI).

Quando consultamos os dados sobre os shares médios de Fevereiro (para todos os programas) verificamos que a preferência revelada é inversa. Em Primeiro a TVI (29.7%), em segundo a SIC (29.3%), em terceiro a RTP (25.4%), em quarto video/outros (11.8%) e em quinto a Dois (3.8%).

Penso que a preferência do público pelas televisões privadas é evidente. Se considerarmos que o financiamento não é suportado pelos telespectadores questão da sua superioridade fica respondida.
posted by Miguel Noronha 3:12 da tarde

Coligação PS/BE?

No Diário Digital.

O Bloco de Esquerda está disponível para discutir uma convergência com o PS após as eleições legislativas de 2006, disse hoje Francisco Louçã à Rádio Renascença, em resposta à hipótese admitida ontem por Ferro Rodrigues sobre possíveis coligações à esquerda.


Ferro Rodrigues é um verdadeiro especialista em tiros no pé. Os únicos partidos representativos à esquerda do PS são é a lunática agremiação conhecida como Bloco de Esquerda e os estalinistas do PCP. Da conquista do eleitorado do centro depende uma eventual vitória socialista nas legislativas. Não é coligando-se com estes partidos que o vão conseguir. Muito pelo contrário.
posted by Miguel Noronha 12:36 da tarde

Richard Clarke

William Kristol escreve sobre o pedido de desculpas de Richard Clarke aos familiares das vírimas do 11/09.

There have been occasions in the past when government officials properly took responsibility for actions under their direction that went terribly awry. Janet Reno accepted responsibility for the deaths in Waco in 1993. John Kennedy took responsibility for the Bay of Pigs in 1961. In those cases, apparently reckless U.S. government actions directly caused unnecessary deaths. On September 11, 2001, al Qaeda killed 3,000 Americans. It would be no more appropriate for President Bush to apologize today than it would have been for President Roosevelt to apologize for Pearl Harbor. Richard Clarke's pseudo-apology has cheapened the public discourse.

posted by Miguel Noronha 10:37 da manhã

Chomsky

Agradeço a indicação do Paulo Gorjão. Já adicionei o referido blogue junto com outras páginas de ficção cientifica.
posted by Miguel Noronha 9:34 da manhã

domingo, março 28, 2004

Publicidade Institucional


posted by Miguel Noronha 12:11 da tarde

sábado, março 27, 2004

A Abstenção, Saramago e Ilda Figueiredo

As três potências do Mal no Liberdade de Expressão.
posted by Miguel Noronha 10:13 da tarde

Reunião Secreta

O Intermitente acaba de chegar de um encontro com um ilustre elemento da blogosfera. Não vou pormenorizar os temas debatidos. Apenas posso adiantar que fiquei com vontade de mandar demolir a Câmara Municipal de Lisboa. De preferência durante uma sessão da vereação.
posted by Miguel Noronha 7:18 da tarde

É de Homem!

Muitos são os que desejam viver à custa dos outros. Poucos, no entanto, o admitem. Celso Martins não gosta de esconder o que pensa.
posted by Miguel Noronha 2:28 da tarde

Saramago

Excerto de "O Ressentimento - 2" no Miniscente.

Ao fim e ao cabo, a luta do ressentido é entre si e as suas feridas, projectando essa dor irradiante e autista na sociabilidade plural que o envolve e onde se vê irreparavelmente obrigado a viver. É também por essa razão que o ressentido não é capaz de escutar um único eco ou conforto para a sua voz amarga. Sobretudo porque o lamento ferido dessa voz se resguarda na sua própria pele acossada, longe da abertura e das possibilidades múltiplas criadas pelos espaços públicos actuais.

O ressentido detesta o debate franco e procura nos mecanismos complexos e variados da democracia todas as chaves do (seu) inêxito e da (sua) injustiça. O ressentido passou até a traçar equivalências delirantes entre a compreensão que sente pelo terrorismo contemporâneo e os males cirúrgicos da democracia que detecta com escalpelo de clara má-fé.

posted by Miguel Noronha 8:03 da manhã

Falta de Memória?

Soares: Portugal vive o pior momento desde o 25 de Abril


posted by Miguel Noronha 7:52 da manhã

sexta-feira, março 26, 2004

A President's Job

Give President Bush's critics credit for versatility. Having spent months assailing him for doing too much after 9/11--Iraq, the Patriot Act, the "pre-emption" doctrine--they have now turned on a dime to allege that he did too little before it. This contradiction is Mr. Bush's opportunity to rise above the ankle biting and explain to the American public what a President is elected to do.

Any President's most difficult decision is how and when to defend the American people. As the 9/11 hearings reveal, there are always a thousand reasons for a President not to act. The intelligence might be uncertain, civilians might be killed, U.S. soldiers could die, and the "international community" might object. There are risks in any decision. But when Presidents fail to act at all, or act with too little conviction, we get a September 11.

This is the real lesson emerging from the 9/11 Commission hearings if you listen above the partisan din. In their eagerness to insist that Mr. Bush should have acted more pre-emptively before 9/11, the critics are rebutting their own case against the President's aggressive antiterror policy ever since. The implication of their critique is that Mr. Bush didn't repudiate the failed strategy of the Clinton years fast enough.

posted by Miguel Noronha 5:18 da tarde

Um Ano



Parabéns ao Fumaças!
posted by Miguel Noronha 12:49 da tarde

União dos Estados Socialistas Europeus

Será, em princípio, anunciada hoje a criação de uma "Comissão de Alto Nível" para dinamizar a aplicação da "famosa" Agenda de Lisboa.

Só na UE (e nos Governos de Guterres - não convém esquecer) é que se pensa que o dinamismo económico é directamente proporcional aos grupos de trabalho criados.
posted by Miguel Noronha 10:02 da manhã

quinta-feira, março 25, 2004

O Caso Microsoft

Artigo de Robert Levy (do Cato Institute ) no Financial Times.

[T]he entire process has been instigated by US-based competitors that have failed repeatedly within the American legal system to accomplish what they have been inept at accomplishing within the global marketplace.

(...)

Far from promoting consumer interests, the latest EU order transforms antitrust regulation into a corporate welfare programme for market losers. The implications will not be confined to the Microsoft case. Without some semblance of regulatory consistency, companies competing globally will not be able to satisfy the dictates of divergent legal regimes. That means special interests pursuing their favourite antitrust forum in an effort to exercise the most political clout. The real costs: fewer jobs, less innovation, inferior products and higher prices

posted by Miguel Noronha 5:30 da tarde

PSOE prepara nova resolução para o CS da ONU sobre Iraque

O PSOE está a preparar uma nova resolução para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tome as rédeas da situação política no Iraque, permitindo assim que as tropas espanholas destacadas no país actuem sob o mandato da ONU, confirmou em Bruxelas o secretário da Política Internacional do PSOE, Manuel Marín.


O cenário da retirada da tropas espanhola do Iraque parece cada vez mais distante. É significativo que seja o próprio PSOE a envidar esforços para que uma resolução respeitante ao Iraque seja aprovada no CS da ONU.

Agora gostaria que me explicassem quais serão as alterações, no terreno e quanto às ameaças terroristas, subsquentes à "legalização internacional" da intervenção no Iraque. A única que vislumbro será a entrada da França e Alemanha (e provavelmente outros países). Ou seja, uma maior distribuição do esforço que, até agora, tem recaído sobre os EUA e a Grã-Bretanha.


posted by Miguel Noronha 1:57 da tarde

Vale tudo contra Bush

Editorial do Midia Sem Máscara

O processo de filtragem aplicado pela mídia brasileira ao noticiar a política interna americana é uma verdadeira piada. Vale tudo para pintar o presidente George W. Bush com chifres de diabo. Se Bush erra, é porque é burro, obstinado, interesseiro e só pensa em dinheiro e petróleo. Quando acerta, é por motivação puramente eleitoral.

Pois nesta semana mais uma demonstração de ódio antiamericano disfarçado de "notícia" foi ao ar em todos os canais de TV, jornais e portais de internet brasileiros. O ex-conselheiro antiterrorismo da Casa Branca, Richard Clarke (foto), ao promover seu mais recente livro, "Against All Enemies", acusa a administração republicana de subestimar a ameaça representada pela rede terrorista Al-Qaeda antes dos atentados do 11 de Setembro de 2001, "ofuscada pela idéia de derrocar o então presidente iraquiano, Saddam Hussein".

Clarke jura que no próprio 11 de Setembro e no dia seguinte, quando ficou claro que a Al-Qaeda era responsável pelos ataques, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, estava prontinho para atacar o Iraque. "Rumsfeld estava dizendo que precisávamos bombardear o Iraque", contou. "Mas todos dissemos - mas não, não, a Al-Qaeda está no Afeganistão - e Rumsfeld disse - não há nenhum bom alvo no Afeganistão e há muitos bons alvos no Iraque". No programa '60 Minutes' da rede CBS, Clarke reforçou que "nunca" houve "absolutamente nenhuma" conexão entre Saddam Hussein e Al-Qaeda.

A mídia brasileira, tão ocupada que nunca tem tempo para retratar o outro lado da história -- principalmente quando este lado beneficia os republicanos --, não informou ao respeitável público que o mesmo Richard Clarke, em 1999, quando assessorava Bill Clinton, defendeu o ataque a uma indústria farmacêutica no Sudão, dizendo que tinha "certeza" que tal indústria fabricava armas químicas produzidas por especialistas iraquianos em cooperação com a Al-Qaeda. Ou seja, Clarke pessoalmente enxergava relações entre Saddam e Al-Qaeda e nunca voltou atrás.

Esse fato, se revelado ao público brasileiro, seria mais do que suficiente para desmoralizar Richard Clarke e desqualificar suas críticas à administração Bush. No entanto, como imparcialidade jornalística deixou há muito tempo de ser prioridade para a mídia brasileira, vale tudo para sujar a imagem do governo republicano

posted by Miguel Noronha 11:50 da manhã

Commission's Microsoft ruling may drive software prices up

Jonathan Zuck, a leading Washington-based software expert and President of the Association for Competitive Technology takes a different view.

Mr Zuck told the EUobserver that "this represents an unprecedented amount of intervention by regulators into the development of software".

The software expert predicts that the Commission remedies will have exactly the opposite effect: software prices will go up and innovation will be hampered.

"Software developers will now be faced with an enormous amount of uncertainty as to what future operating systems will look like, because any new version of Windows could be declared illegal. There could be a ridiculous number of future Windows versions which software developers have to take into account. This uncertainty will drive prices up and hamper innovation.'

Moreover, Mr Zuck contends that Mr Monti will stimulate "the wrong kind of competition".

He fears that the Commission remedies will in fact prove to be a "deterrent" for Microsoft and will have negative consequences for consumers.

posted by Miguel Noronha 10:44 da manhã

A SATA a Air Luxor e a Bombardier

Foi hoje conhecida a decisão do processo que opunha a Air Luxor ao Estado. Em causa estava a atribuição da rota aerea Lisboa-Ponta Delgada.

Segundo a notícia ficou provado que, mesmo apresentando condições mais vantajosas, a Air Luxor foi preterida em favor da SATA. Ferro Rodrigues na altura Ministro dos Transportes temia a falência desta empresa.

Estivemos assim, nos ultimos tempos, a subsidiar a SATA e a pagar mais do que poderiamos pelo mesmo serviço.

Não vejo que vantagens o país possa ter tirado desta decisão política. Espero que no caso da Bombardier não seja a mesma a solução escolhida.
posted by Miguel Noronha 8:47 da manhã

quarta-feira, março 24, 2004



Cox & Forkum Editorial Cartoons
posted by Miguel Noronha 5:53 da tarde

9/11 Panel: Confusion Curbed CIA Efforts

CIA efforts to stop Osama bin Laden before the Sept. 11 attacks were hindered by confusion over whether intelligence officers were allowed to kill the al-Qaida leader, a federal commission said Wednesday. The CIA also had depended too much on Afghan indigenous groups to attack bin Laden and CIA Director George Tenet understood its chances of succeeding were only 10 percent to 20 percent, the federal commission on the Sept. 11, 2001, attacks said in a preliminary report.


Se a CIA tivesse conseguido eliminar Bin Laden antes do 11/09 provavelmente os EUA teriam sido alvo de uma retaliação de escala comparável ao 11/09.

Confusos?

ADENDA: O De Direita publicou vários excertos das declarações de Donald Rumsfeld perante a comissão do Congresso que investiga o 11/09. Juro que não as tinha lido quando escrevi este post...

"Even if bin Laden had been captured or killed in the weeks before September 11th, no one I know believes that it would necessarily have prevented September 11th ... 9/11 would likely still have happened.

And ironically, much of the world would likely have called the September 11th attack an al Qaeda retaliation for the U.S. provocation of capturing or killing bin Laden."

posted by Miguel Noronha 3:59 da tarde

A Antologia do Disparate - Especial " Globalização Armada"

Esta edição é dedicada exclusivamente ao lançamento do livro "Globalização Armada" de Francisco Louçã e Jorge Costa.

O disparate começa no título do livro. Pelas inanidades que costuma proferir dúvido que Louçã saiba o que é a Globalização. Ao liga-lo à sua risível tese da "Guerra Infinita" o título do livro fica, na sua acepção literal, um disparate pegado.

Segundo o DN, Louçã terá dito, numa "alus[ão] irónica", que José Manuel Fernandes teria vertida «uma lágrima furtiva» aquando da queda de Bagdade. Se pretendia ser irónico terá de se esforçar algo mais. Já a ideia de ver Vasco Rato a passear nú no Rossio é passível de provocar alguma galhofa na plateia. Especialmente se "na primeira fila, est[iver] o presidente do PS, Almeida Santos.

Continuando na senda das gracinhas Louçã comparou José Lamego a Mariana Cascais. Não sei se Almeida Santos acho piada. Eu achava mais sensato que Louçã deixasse o humor para profissionais.

No artigo aparece ainda, como verdadeira a afirmação que "Os autores citaram as recentes eleições legislativas em Espanha como um bom exemplo de alteração política por vontade popular". Presumo que as restantes (incluindo aquelas em que o BE não consegue eleger mais de três deputados) não contem.

Para terminar a sessão o arquitecto Nuno Teotónio Pereira declarou que se desenrola hoje no Iraque "uma tragédia de sangue". Imagino que no tempo de Saddam estivessem sempre em festa.
posted by Miguel Noronha 2:40 da tarde

Objectividade Vital

Num post a propósito da morte do Sheikh Ahmed Yasin Vital Moreira qualifica-o como "chefe espiritual (mas não operacional) do Hamas" o que o parece ilibar de qualquer culpa.

Já o Primeiro-Ministro israelita Ariel Sharon (que não é, admito, um nenhum anjo) é qualificado como "carniceiro" e "um perigo maior para a paz e a segurança no Médio Oriente e no Mundo".

Penso que estamos elucidados acerca da objectividade de Vital Moreira.
posted by Miguel Noronha 12:41 da tarde

Artigo

Paulo Gorjão (do Bloguitica) comenta no Público as polémicas declarações de Mário Soares.

Infelizmente, por muito que nos custe, a guerra contra o terrorismo internacional terá de prosseguir até que a Al-Qaeda seja eliminada. Um político com a experiência de Mário Soares deveria saber que o diálogo é uma ilusão

posted by Miguel Noronha 11:10 da manhã

A Cleptocracia Angolana e os Seus Amigos

Um relatório da Global Witness, que hoje é divulgado por esta organização não governamental com sede em Londres, apresenta novas provas sobre os esquemas ilícitos, que em Angola permitiram que a compra de armas, a negociação da redução da dívida à Rússia e o recurso a empréstimos com garantia de petróleo resultassem em avultadas transferências para contas bancárias privadas.

Segundo o documento, os beneficiários são altos dirigentes angolanos e russos, para além de pessoas que, a título individual, ou em nome de empresas, como a petrolífera francesa Elf Aquitaine (depois da aquisição pela TotalFina, transformada em Total), tornaram possíveis essas lucrativas operações.

in PUBLICO.PT - Última Hora

posted by Miguel Noronha 9:59 da manhã

É Hoje

Após três dias a provocar as hostes o Pedro Mexia revelou finalmente o segredo. Trata-se do Fora do Mundo. Os autores não necessitam de apresentação: Pedro Mexia, Pedro Lomba e Francisco José Viegas.
posted by Miguel Noronha 8:40 da manhã

terça-feira, março 23, 2004

Inacção de Clinton e Bush permitiu 11-S, diz comissão

A comissão do congresso norte-americano para investigar os ataques do 11-S acredita que a acção das Administrações de Bill Clinton e de George W. Bush, no sentido de procurar soluções diplomáticas contra a al-Qaeda, permitiu aos terroristas que levaram a cabo os ataques em Nova Iorque e Washington escapar à captura várias vezes anos antes dos atentados


Parece que afinal o 11/09 apenas foi possível devido ao "excesso de diplomacia". É claro que ainda há quem defenda que esta é a melhor opção para lidar com o terrorismo...
posted by Miguel Noronha 6:00 da tarde

Are We Serfs?

Mais um artigo comemorativo do 60ª aniversário da 1ª edição do livro "The Road to Serfdom" de Hayek. Neste artigo Robert L. Formaini tenta explicar o paradoxo do crescimento económico no actual clima de sobreregulação.

Economists and other social thinkers may have underestimated the market's ability to adapt to, and to avoid, regulation.1 Many regulations, although they might well continue to do long-run economic harm, become obsolete -- often quickly -- as technology and markets adapt and/or avoid their impact. Many regulations are not enforced, and many are only slightly enforced. Markets are very dynamic and capable of dodging regulation as easily and as often as good halfbacks shed even the most determined tacklers. In other words, as Stigler also pointed out, regulation on paper and regulation in practice are two very different things. If this is not true, then how has our economy been able to absorb, with relative ease, the tens of thousands of regulations passed in just the past decade or so?

(...)

Apparently, firms have the capacity to avoid, or to deflect many regulations even as they continually cut their costs and squeeze out ongoing productivity increases. This avoidance technique can involve many behaviors, but the most common seem to be technological advances (or apparent advances) that change market definitions just enough to enable firms to evade existing regulation, the outsourcing of capital and/or jobs to cut overall production costs, and the inventive use of existing technologies to improve the efficiency of firms' supply chains. More drastically, firms can sometimes move their operations altogether to avoid taxes and regulations. The world is now, whether it wants to be or not, a set of competing nations much as America is a set of competing states and localities; the major competition is for capital. The tools used are the same as well: tax cuts and subsidies, cheap resources, and cheap labor.

posted by Miguel Noronha 4:51 da tarde

Link

Os Animais Evangélicos é um blogue colectivo onde também participa o autor do excelente Voz do Deserto.

[Neste] conjunto humilde de articulistas não existe um diapasão único. Desde a esquerda moderada à direita calvinista, passando pelo anarquismo de uso privado, há de tudo um pouco. Uma convicção e uma crença comum, todavia. Um conceito decente de pecado.

posted by Miguel Noronha 3:15 da tarde

Paradoxo

No PUBLICO.PT - Última Hora

O secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, afirmou hoje que "há Estado a mais no desporto" em Portugal e defendeu a necessidade de uma nova lei de bases para "enquadrar e actualizar" a actividade deste sector.


Pensei que a melhor forma de "destatizar" o desporto fosse acabar com as regulamentações impostas pelo Estado. Pelos vistos...
posted by Miguel Noronha 2:15 da tarde

Mais Uma Pérola de Filipe Moura

Citado pelo Rua da Judiaria.

É por causa desta duplicidade de critérios, deste complexo do Holocausto que o Ocidente tem em relação a Israel, que houve o 11 de Setembro, o 11 de Março e há-de haver mais. Quando é que o Ocidente se aperceberá de que antes os israelitas do que nós?

posted by Miguel Noronha 12:01 da tarde

A Constituição Que Temos

O Presidente da República voltou ontem a apelar à estabilidade constitucional, rejeitando o argumento avançado por alguns empresários de que a lei fundamental portuguesa constitui um entrave ao desenvolvimento económico do País. Este argumento é, de resto, bastante utilizado por um dos partidos da coligação do Governo, o CDS.

«A sistemática invocação do pretenso obstáculo que a nossa Constituição colocaria às necessidades de desenvolvimento não pode senão contribuir para minar essa força normativa e, em última análise, gerar a desconfiança nas instituições do Estado de Direito»

in Diário Notícias


Pela minha parte questiono-me o que têm mais de metade dos artigos incritos na nossa Constituição a ver com o Estado de Direito.
Citando o De Direita (que por sua vez cita Medina Carreira): «"a Constituição não paga pensões"...por mais que o Dr. Jorge Sampaio o deseje».
posted by Miguel Noronha 10:59 da manhã

O Anti-Semitismo Explicado aos Simples

Filipe Moura no BdE - Blogue de Esquerda (II)

Os judeus americanos são, em conjunto com Rupert Murdoch, responsáveis por uma grande parte do estado de intoxicação informativa em que o povo americano vive.

posted by Miguel Noronha 9:02 da manhã

segunda-feira, março 22, 2004

Re: Festejar a morte

Caro Daniel, penso que não preciso de lhe explicar a natureza do Hamas. Julgo que também terá conhecimento das atentados suicidas por ele praticados. De qualquer forma o De Direita (que injustamente esqueceu na sua invectiva) poderá ajuda-lo a clarificar certas dúvidas.

Penso que o Alberto acertou em cheio no seu post. Embora (e infelizmente) a morte do odioso Sheik signifique, certamente , um aumento do número de atentados suicidas, não vigorava nenhuma trégua entre o Hamas e o povo israelita. Para o Hamas a trégua só entrará em vigor quando nada restar do Estado de Israel.

Como para a Al-Qaeda, nenhuma trégua é possível nem nenhuma cedência é suficiente. Só nos resta (a Israel, isto é) combate-lo.

É claro que se podem minimizar os efeitos das suas acções. O muro de segurança é uma excelente iniciativa. Mas parece que para vocês é pior que o Hamas.


Quanto ao post seguinte. Não sei tem conhecimento da existência de umas "Brigadas Mártires Al-Aqsa" que já reivindicaram atentados suicidas (quer sózinhos quer em conjunto com o Hamas). Que as tais "Brigadas..." pertençam à Fatah não deixa de ser significativo quando a procuramos qualificar como "laica e moderada"...
posted by Miguel Noronha 8:51 da tarde

Outra Vez a Bombardier

O ministro dos Transportes vai reunir-se em breve com os responsáveis portugueses da Bombardier. Carmona Rodrigues acredita que a fábrica ainda pode ser salva porque pode garantir encomendas até 2020.

in Dinheiro Digital


Cada vez mais me convenço mais que o "caso Bombardier" nada mais é que uma tentativa de chantagear o Estado.

Ao ameaçar com o encerramento da actividade em Portugal, a empresa, pretende que o Governo lhe atribua, à margem da lei, preferência nos concursos públicos (e possívelmente a antecipação de certas encomendas).

O clima criado pela (previsível) reacção histérica da oposição e dos orgãos de comunicação social vão no sentido de dar à empresa tudo o que ela pretende.

Como anteriormente já afirmei o Governo não deve intervir neste "caso". As relações entre este e a Bombardier devem ser apenas as que existem entre um cliente e um fornecedor. Se este último cessar a actividade nada mais resta ao cliente senão procurar quem o substitua. Tomando como verdadeiras as propostas de compra existentes para a unidade da Amadora tal não deve constituir uma tarefa difícil.
posted by Miguel Noronha 7:23 da tarde

(Ainda) Sobre Yassin

Leiam o que escreve o Bruno no Desesperada Esperança
posted by Miguel Noronha 5:39 da tarde

Edmund Burke

Christopher Hitchens escreve sobre o livro "Reflections On The Revolution In France" de Burke na The Atlantic.
posted by Miguel Noronha 4:30 da tarde

A Morte do Sheikh Ahmed Yasin

David Frum na National Review Online.

Not that we don't want to extirpate those terrorists when we can. To absorb the full two-facedness of the support of many of our European allies for the man-hunt approach, listen to what the European foreign ministries are saying about the Israeli killing of Sheikh Ahmed Yasin, the mass-murdering chief of Hamas. The disconnect from reality is almost hallucinatory.

European Union foreign policy chief Javier Solana wins the prize: The killing, he said, is "very, very bad news for the peace process." One has to echo Lucky Jim: The what process? The peace what?

There is no peace process: only an ongoing Palestinian terror war against Israel. There never was a peace process: only a political campaign by Yasser Arafat to accumulate as many strategic assets as possible against Israel before recommencing his terror war.

(This by the way is the same Solana who last week cautioned Europeans against "over-reacting" to the Madrid attacks. "Europe," he said, "does not find itself at war." Clearly not.)

But here's maybe the larger meaning of those words: If the European allies cannot accept the killing of the head of Hamas, who has already murdered hundreds of people, it is very hard to imagine that those same European allies would have accepted the assassination of Osama bin Laden before 9/11. And since the defining idea of American liberal Democrats is the paramount need for European approval of major American actions - then there's really no mystery at all about why the Clintonites behaved as they did before 9/11. They didn't want to upset anyone. So they did nothing. And now they're engaged in the one foreign-policy activity at which they are truly expert: blame-shifting.

posted by Miguel Noronha 3:27 da tarde

A Questão Francesa

O Winds of Change publica um extenso artigo sobre as razões que conduzem a França a uma permanente confrontação com os EUA em questões de polítca externa.
posted by Miguel Noronha 12:34 da tarde

As Mentiras Sobre o 11 de Março

Numa entrevista publicada Domingo no jornal El Mundo Alfredo Pérez Rubalcaba, o futuro porta-voz do grupo parlamentar do PSOE, alterou de forma subtil, mas significativa, as suas alegações.

Alfredo Pérez Rubalcaba, que anteriormente dissera ter tido acesso a informações seguras do CNI que o PP tinha mentido acerca da autoria dos atentados, afirmou agora que a sua acusação se baseara nas informações que estavam a ser forncedidas pelas edições online, na "lógica" e "nas pistas" que estavam a ser divulgadas.

Tenho poucas dúvidas que o futuro Governo do PSOE não avançará com nenhuma investigação destinada a clarificar estas alegações. A mentira já se transformou, entretanto, em "versão oficial".
posted by Miguel Noronha 11:05 da manhã

O Iraque e John Kerry

Citação na FrontPage Magazine.

"If Saddam Hussein is unwilling to bend to the international community's already existing order, then he will have invited enforcement, even if that enforcement is mostly at the hands of the United States, a right we retain even if the Security Council fails to act." (John Kerry, Op-Ed, "We Still Have A Choice On Iraq," The New York Times, 9/6/02)


É claro que, entretanto, o candidato democrata à Casa Branca já alterou a sua opinião, pelo menos, duas vezes. Julgo que agora defende a permanência das tropas americanas.
posted by Miguel Noronha 10:06 da manhã

domingo, março 21, 2004



Cox & Forkum Editorial Cartoons
posted by Miguel Noronha 8:19 da tarde

Faltas de Comparência

No Diario de Notícias.

(...) com menos gente que os protestos do ano passado contra a intervenção no Iraque - a PSP aponta para cinco mil pessoas - e com notória escassez de notáveis de primeira grandeza. Não estiveram, agora, Mário Soares, Maria de Lurdes Pintasilgo, António Guterres ou Ferro Rodrigues.


Terá sido por falta de tempo ou será que não tinham saldo no telemóvel?
posted by Miguel Noronha 1:25 da tarde

A Oposição

Excerto do artigo de António Barreto no Público.

Do lado da oposição, não estamos em melhor estado. A fuga de Guterres não retirou ao partido as suas, boas ou más, ideias políticas. Mas destruiu-lhe a fibra moral e a confiança. E fez com que os seus Barões se entregassem aos supremos prazeres do canibalismo e da traição. Quando não do silêncio assassino. Peritos, há anos, em oposição, os socialistas nem sequer desempenham agora um papel relevante. Além de entregar o governo aos seus adversários, o abandono de Guterres deixou-os traumatizados. Perderam a cabeça com o processo dito da pedofilia. Têm vindo a agravar o estilo arruaceiro e as políticas demagógicas de que se pretendem orgulhosos autores. Estão cada vez mais híbridos e descaracterizados. Não perceberam as razões por que perderam. Não reconheceram os erros cometidos. São incapazes de criticar o universo de desperdício e facilidade que criaram. Continuam a pensar que gastar e distribuir, sem poupar nem produzir, é o modelo de política responsável. Persistem em crer que se pode e deve viver com as finanças públicas em perpétuo estado de bancarrota. A convite de Chirac e Soares, do Bloco e do PCP, enveredaram por estranhos caminhos de política europeia e externa. Adoptaram o estilo do PCP que, há quase trinta anos, berra no Parlamento e na rua, exigindo a demissão de cada um e de todos os ministros. Por este andar, os socialistas merecem um longo estágio na oposição.

posted by Miguel Noronha 10:09 da manhã

sábado, março 20, 2004

Agora é Oficial

Vital Moreira establece uma ligação entre o Iraque e a Al-Qaeda. Parece-me que há uns tempos tinha dito que aquilo era tudo por causa do petróleo. Afinal não...
posted by Miguel Noronha 6:45 da tarde

Link

Um página trilingue sobre Frédéric Bastiat.
posted by Miguel Noronha 3:50 da tarde

Leitura (Mais Que) Recomendada

"Manipulação de Informação" no ABRUPTO.
posted by Miguel Noronha 3:33 da tarde

O 14 de Março

Excerto do artigo de Alberto Gonçalves no Correio da Manhã.

[A]o invés do terrorismo ?vulgar?, a barbárie islâmica não reage a actos militares ou a decisões políticas. A al-Qaeda e agremiações congéneres não beneficiam de um caderno reivindicativo, ?negociável? e aberto a cedências mútuas: se possuem um objectivo, é a disseminação do horror, no Ocidente ou nos lugares que se proporcionam (incluindo, promessas à parte, a Espanha socialista). Aliás, o discurso dessa amável gente, conforme as palavras de um líder islâmico, é sincero: não queremos nada de vocês, a não ser destruir-vos. Igualmente sincero é algum discurso europeu, conforme a grotesca declaração pós-eleitoral do sr. Zapatero: estejam à vontade.

Desculpem o lugar-comum: num certo sentido, a ?vitória da democracia? foi também a vitória do terrorismo. Há quem não acredite e há quem não repare. Pior é haver quem goste

posted by Miguel Noronha 12:11 da tarde

SMS alternativo - II

Estou feito. Ela quer ir ver montras para o Colombo. Não me chibem ao Louçã. Digam-lhe que me viram algures na manif.

Pode ser que ninguém dê por nada

posted by Miguel Noronha 10:31 da manhã

SMS alternativo - I

Queres vir beber umas imperiais? Vêm à manif. Tráz dinheiro que eu esqueci-me da carteira.

Diz à namorada que é trabalho político.

posted by Miguel Noronha 10:22 da manhã

sexta-feira, março 19, 2004

IRAQ: ONE YEAR ON

Mark Steyn revê um artigo, escrito a 12/04/03, em que procurava contraria os arautos da desgraça. Steyn não estava 100% certo mas pouco faltou.Aqui.

"The head of the World Food Programme has warned that Iraq could spiral into a massive humanitarian disaster" (The Australian, April 11).

MBITRW: No such disaster will occur, any more than it did during the mythical "brutal Afghan winter" and its attendant humanitarian scaremongering. ("The UN Children's Fund has estimated that as many as 100,000 Afghan children could die of cold, disease and hunger." They didn't.)

ONE YEAR ON: No humanitarian disaster. Indeed, no "humanitarians". The NGOs fled Iraq in August and nobody noticed, confirming what some of us have suspected since Afghanistan ? the permanent floating crap game of the humanitarian lobby has a vastly inflated sense of its own importance and is prone to massive distortion in the cause of self-promotion.

posted by Miguel Noronha 7:16 da tarde

Chomsky: Desconstruindo o Mito

Artigo na Tech Central Station

Noam Chomsky is often accused of being eager to criticize the United States for its perceived and alleged misdeeds, while being unwilling to criticize the very real misdeeds of others. Chomsky's answer to this critique is typified by his statement in this online chat, where he responds to a questioner asking why Chomsky doesn't direct his "hatred" of George W. Bush towards "someone more worthy of such venom, such as Osama bin Laden":

"? I take for granted, like everyone else, that Osama bin Laden is a murderous thug, who the current incumbents in Washington should never have supported through the 1980s, and who should be apprehended and tried for his crimes right now -- as I've written -- and don't see any point reiterating what 100% of us believe about him. But I am a citizen of the US, and therefore share responsibility for US government policies, and assume that one of the duties of citizenship is to live up to that responsibility -- by criticizing policies one thinks are wrong, for example."

A similar argument is made in this (highly adulatory) profile of Chomsky:

One can -- and many people do -- disagree with [Chomsky's] flagellating approach, but his own moral code is one of almost unbearably high standards. To him, there is little moral value in criticizing the actions of one's official enemies, even if the criticism is factually correct.

"The moral significance of some human action is determined by its anticipated human consequences," he says. "That holds true for condemnation as well as any other action. Thus, Soviet commissars and Nazi propagandists bitterly condemned U.S. crimes, quite often accurately. What was the moral value of that condemnation? In fact, it was negative: these were acts of depravity, from a moral point of view."

Leaving aside for a moment whether "Soviet commissars and Nazi propagandists" were "quite often accurate" in their condemnations of "U.S. crimes," we should address Chomsky's justifications for his actions.

One of the allegedly praiseworthy aspects of Chomsky's approach to analyzing world affairs is that he is supposed to be ruthlessly consistent in applying the same standards and norms of international behavior across the board. This "consistency" makes up much of the appeal of Chomsky's critique of the United States -- he argues that the U.S. has strayed from the very behavior that it demands from other countries. But Chomsky undermines his own moral standing and his own cherished standard of "consistency." Supposedly, it is perfectly all right for Chomsky to call upon the U.S. to live up to the standards that it sets for others, but it isn't all right for him to call on other countries -- including enemies of the U.S. -- to live up to those standards. Is the hypocrisy -- and the inconsistency -- in that stance not obvious?

If there really is "little moral value" in Chomsky's critique of a country other than his own, there should also be "little moral value" in having a non-Americans criticize the U.S. Of course, the reader has likely guessed that "consistency" goes by the wayside here. Consider the case of Arundhati Roy. Although Roy is an Indian fiction writer, she has still written articles (like this one, for example) criticizing the United States and its foreign policy. Think that there will be a groundswell of Chomskyites reminding Roy that because she, as an Indian citizen, is not restricting her critiques to India's actions, her statements will have "little moral value"?

Well, neither do I.

Chomsky is actually more than happy to criticize countries other than the U.S. -- as long as those countries are American allies. In 2002, Chomsky supported a joint Harvard-MIT petition urging both universities to cease their support of Israel until Israel "withdraws all forces and vacates all existing settlements in the occupied territories, ends legal torture, and either allows refugees to return to their homeland or compensate them for their losses." Just last month, Chomsky wrote this editorial attacking Israel for wanting to build a security wall to protect itself from Palestinian terrorism, and calling on the International Court of Justice in the Hague to declare the building of the wall illegal, and on the United States to essentially force the Israelis to agree immediately on a two-state solution. Apparently, it is perfectly all right for Chomsky to criticize Israel, despite the "little moral value" of such an action, and despite the fact that Chomsky has never been an Israeli citizen.

And lest we forget, Chomsky has been equally willing in the past to construct tortured apologies for some of the most horrific acts in human history. In this article, I pointed out the ludicrous and appalling excuses made by Chomsky for the murderous Khmer Rouge regime in Cambodia in the 1970s (a critique that writer Keith Windschuttle brilliantly lays out here). Chomsky's apologia for the Khmer Rouge -- and for its psychopathic leader, Pol Pot -- is worth noting again because it helps us fully understand Chomsky's brand of advocacy. According to Chomsky, (1) criticism of the United States is justified based on one's duty as an American citizen; (2) criticism of the United States by those who are not American citizens is also justified, despite the fact that as non-citizens, they would have no commensurate duty to criticize the U.S. and would be logically subject to the very critiques Chomsky says would apply if he criticized opponents of America; (3) criticism of American allies like Israel is justified despite any lack of Israeli citizenship and/or commensurate duty, and despite any concerns about the "little moral value" of such criticism; and (4) praise and excuse-mongering is justified for truly barbaric regimes abroad -- or at the very least, one should refrain from criticizing such regimes based on the "little moral value" of doing so, and the "anticipated human consequences" of such criticism, which Chomsky claims to be minimal.

All of which leaves us back where we started -- Chomsky hypocritically attacks America and its various allies for their alleged misdeeds, while at the same time pulling his punches on opponents of America when they commit genuinely reprehensible crimes. Chomsky's excuse for this kind of behavior falls apart on close scrutiny. In this review of Chomsky's latest book, writer Nick Cohen notes the words of one Jose Ramos-Horta, a leader in the fight for independence in East Timor, who said of those protesting the American military operation in Iraq:

"Why did I not see one single banner or hear one speech calling for the end of human rights abuses in Iraq, the removal of the dictator and freedom for the Iraqis and the Kurdish people?"

Cohen then calls on Chomsky "to carry on his campaign against hypocrisy by answering [Ramos-Horta]." But no one should hold his breath waiting for a satisfactory answer. Noam Chomsky is too busy making excuses for hypocrisy to eradicate it from his own moral and philosophical code.

posted by Miguel Noronha 5:19 da tarde

The Collectivist Paradox

Editoral da Ideas On Liberty.

Among other grand achievements, F. A. Hayek had a remarkable career pointing out the flaws in collectivism. One of his keenest insights was that, paradoxically, any collectivist system necessarily depends on one individual (or small group) to make key social and economic decisions. In contrast, a system based on individualism takes advantage of the aggregate, or ?collective,? information of the whole society; through his actions each participant contributes his own particular, if incomplete, knowledge?information that could never been tapped by the individual at the head of a collectivist state.

One outcome of these features is that when the dictator errs, the consequences are felt by everyone, yet when an individual errs in a decentralized market order, the consequences are local and small-scale, often offset by better decisions made elsewhere.

Here?s how Hayek put the matter in The Road to Serfdom, the 60th anniversary of which we celebrate this month: ?It may be said that it is the paradox of all collectivist doctrines and its demand for ?conscious? control or ?conscious? planning that they necessarily lead to the demand that the mind of some individual should rule supreme?while only the individualist approach to social phenomena makes us recognize the super individual forces which guide the growth of reason.?

Hayek thus offers a supplement to ethical individualism?call it social individualism. To the proposition that each individual has a right to conduct his life in any peaceful manner he wishes, Hayek adds that when all individuals have that freedom, each one gains access to an expanding store of information that is necessarily far richer than what could possibly be possessed by a dictator and his Ministry of Economic Planning.

The key to that otherwise padlocked store is property. It is property that spawns trade, which in turn generates market prices. Prices, themselves the product of ?collective? knowledge, are capsules of information that guide the actions of entrepreneurs and consumers and produce further knowledge. To be sure, prices contain erroneous information and are filtered through people?s unpredictable expectations. Nevertheless, the result is an unequalled degree of social coordination and cooperation (the division of labor) that permits an unparalleled and widespread prosperity.

?Individualism is thus an attitude of humility before this social process and of tolerance to other opinions,? Hayek added, ?and is the exact opposite of that intellectual hubris which is at the root of the demand for comprehensive direction of the social process.?

Hayek was writing about totalitarian systems, but his thesis applies to contemporary mixed economies as well. Government regulation of peaceful conduct necessarily is devised and enforced by a group of people substantially smaller than the entire society. Those decision-makers can?t possibly know what the multitude of individuals acting in an infinite variety of special situations knows. Moreover, legislators and regulators face different incentives from normal market participants. For one thing, unlike entrepreneurs they have little at risk and are rarely accountable for their failures. Interventionists, then, are guilty of the same hubris?only to a lesser extent?that Hayek identified in totalitarianism.

posted by Miguel Noronha 4:14 da tarde



No Filibuster - Editorial Cartoons by JJ McCullough.
posted by Miguel Noronha 12:57 da tarde

O Programa

Artigo de Vasco Pulido Valente no Diario de Notícias.

O PSOE ganhou. Sobre isso, um comentário. Quando chegou a Paris, depois de ter entregue a Checoslováquia a Hitler e garantido a guerra a troco de um papel e de um ano de paz, Daladier, o primeiro-ministro da França, encontrou uma enorme multidão no aeroporto. Supôs que o iam matar. Não iam: foi um triunfo. «Idiotas», disse ele. De facto. Seja pelo que for, e sabendo ou não o que fazia (o sentimento e a virtude aqui não contam), o eleitorado espanhol escolheu uma política, a da Esquerda. E o que é essa política? Na ordem externa, isolar a América e reduzir a influência americana no mundo; transformar a UE num Estado federal (com uma Constituição e uma polícia própria); negociar com todo o terrorismo (como Soares já recomendou); e só abandonar uma neutralidade de princípio por um interesse evidente da «Europa». Na ordem interna, ceder a qualquer espécie de separatismo (a benefício de Bruxelas); impor uma tutela pública às multinacionais (porque se trata de uma «gigantesca Máfia»); e persistir num inviável «modelo social». Este programa, também defendido por Soares e, com nuances, pela Esquerda portuguesa inteira, não passa do clássico programa do apaziguamento e da trincheira com que sempre se espera resistir à mudança e ao perigo. Mas reflecte com exactidão a vontade da «Europa». Como aconselhava Salazar, a «Europa» quer que a deixem viver «habitualmente». Em segurança, sem incerteza, sem complicações. O programa da Esquerda parece responder a este deplorável desejo. Infelizmente, é a receita para a decadência e a catástrofe. Sem a América a «Europa» fica desarmada e o Islão (o «bom» ou o «mau», como preferirem), mesmo se lhe derem Israel, nunca aceitará o mais ligeiro compromisso.

posted by Miguel Noronha 12:06 da tarde

Há Um Ano

Faz hoje um ano que iniciou a invasão do Iraque. Dois artigos (no Daily Telegraph e na Weekly Standard) assinalam os progressos alcançados desde então.

The 25 million people of Iraq face a brighter future now that Saddam Hussein is no longer in power - one they will make their own, with the support of their friends and partners in Britain, the United States and around the world.

posted by Miguel Noronha 11:17 da manhã

Mário Soares defende diálogo com Al-Qaeda em vez do uso da força

Neville ChamberlainMário Soares

O ex-Presidente da República e eurodeputado socialista Mário Soares defendeu hoje o diálogo com a organização Al-Qaeda, em alternativa ao uso da força, para perceber os objectivos da rede liderada por Osama bin Laden e combater o terrorismo.

(...)

Interpelado pela plateia da Fundação Mário Soares sobre se, seguindo esse raciocínio, também defendia o diálogo com o ex-ditador alemão Adolf Hitler, na II Guerra Mundial, o ex-Presidente e ex-primeiro-ministro disse que, "se fosse necessário falar com Hitler para evitar um ano de guerra, valia a pena"


Before giving a verdict upon this arrangement, we should do well to avoid describing it as a personal or a national triumph for anyone. The real triumph is that it has shown that representatives of four great Powers can find it possible to agree on a way of carrying out a difficult and delicate operation by discussion instead of by force of arms, and thereby they have averted a catastrophe which would have ended civilisation as we have known it. The relief that our escape from this great peril of war has, I think, everywhere been mingled in this country with a profound feeling of sympathy


Discurso proferido no Parlamento pelo Primeiro Ministro inglês Neville Chamberlain a 03/08/38 em defesa dos Acordos de Munique - uma tentativa para apaziguar a Alemanha e evitar a guerra.

Britain and France had to choose between war and dishonor and they chose dishonor. They will have war


Declaração de Wiston Churchill acerca dos Acordos de Munique.
posted by Miguel Noronha 9:31 da manhã

Parabéns!



O Contra a Corrente comemora hoje um ano de existência blogosférica.
posted by Miguel Noronha 8:47 da manhã

quinta-feira, março 18, 2004

A Mochila

Um thriller de cortar a respiração. Num blogue perto de si.
posted by Miguel Noronha 11:30 da tarde

A Antologia do Disparate - O Regresso

As declarações proferidas acerca do "caso" Bombardier levaram-me a recuperar esta rubrica. A quantidade de disparares por declaração (DPD's) é tal que acho que vou ter matéria para muitos posts.

Tomemos um artigo do PUBLICO.PT - Última Hora:

Não se trata de uma pequena empresa", disse à Lusa o secretário-geral do PCP, frisando que o fecho da fábrica da Bombardier na Amadora "lesa o interesse nacional, a economia da região e a capacidade produtiva do país, que perde um 'know how' único"


Não tinha a noção que de uma simples unidade industrial dependia o futuro de todos nós. Dêm-lhe tudo o que eles querem senão o país fecha!!

"O Governo português tem os meios de pressão à sua disposição para defender o futuro [do interesse nacional] nesta área estratégica da actividade industrial", acrescentou.


É melhor mandar encerrar as fronteiras. Dessa forma eles não conseguem sair! É melhor chamar também o exército. Para coisas como estas é que o COPCON dava jeito...

O Sindicato dos Metalúrgicos diz que irá propor hoje no plenário dos trabalhadores uma greve a partir de 26 de Março e por tempo indeterminado, até que a multinacional canadiana volte atrás na sua decisão de encerrar a fábrica em Portugal


Decisão acertada. Só podia vir de um sindicalista. Vão ver que se pararem de trabalhar eles reconsideram.



posted by Miguel Noronha 8:27 da tarde

Remapping the "Road to Serfdom"

James A. Dorn do Cato Institute escreve sobre a herança de Hayek e do seu livro "The Road to Serfdom".

Attempts to plan economic life and achieve "social justice" wreaked havoc in the 20th century. The Soviet Union, the People's Republic of China, East Germany and other totalitarian states learned the hard way Marx was wrong and Hayek was right. However Hayek's message that "political freedom is meaningless without economic freedom" needs more emphasis.

When private property rights are violated and economic freedom is attenuated by various forms of government intervention, our other freedoms are threatened. The Jews in Nazi Germany first saw their economic liberties violated. The rest of the horrors followed.

Any infringement of economic liberty must be nipped in the bud. Constant vigilance is necessary to prevent erosion of the principles of a market-liberal order.

As Nobel Laureate economist James Buchanan has written: "Liberals should not lean back and say, 'Our work is done.' The organization and the intellectual bankruptcy of socialism in our time have not removed the relevance of a renewed and continuing discourse in political philosophy. We need discourse to preserve, save and recreate that which we may, properly, call the soul of classical liberalism."

Many emerging market countries still have a long way to go before they reach the level of economic and personal freedom envisioned by Hayek. Many developed countries, including the United States, have expanded the welfare state without recognizing the danger it poses to the future of freedom.

The political challenge for the 21st century is to hold on to and strengthen economic freedom and limited government while creating new constitutional democracies that support, rather than erode, liberal principles.

posted by Miguel Noronha 7:21 da tarde

Intervencionismo Estatal

No Dinheiro Digital.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Mendes, anunciou esta quinta-feira que o Governo vai ter um encontro com o embaixador do Canadá em Portugal, na sequência da decisão da multinacional canadiana em encerrar a fábrica da Amadora.

posted by Miguel Noronha 4:55 da tarde

A Bombardier no Parlamento

Hoje, no Parlamento, a oposição exigiu responsabilidade ao Governo sobre a situação da supracitada empresa.

O comunista António Filipe defendeu "uma intervenção imediata do Governo", por entender que Bombardier "tem plenas condições de viabilidade económica". António Filipe lembrou os "encargos assumidos" pela empresa com o estado português, nomeadamente, em relação "a importantes infraestruturas nacionais", designadamente ao nível da manutenção das carruagens do metropolitano do Porto


O "comunista António Filipe" parece conhecer mais sobre a viabilidade da empresa que a própria administração.

O incumprimento de compromissos assumidos poderá ser objecto de um pedido de indeminização por parte do Estado. Para além disso certo que existem, no mercado, concorrentes capazes de suprir estas necessidades. O acréscimo de trabalho resultante podê-los-à levar a contratar mais funcionários. Dado que se trata de trabalho especializado alguns destes poderão ser ex-trabalhadores da Bombardier. Quanto a eventuais contractos futuros de "importantes infraestruturas nacionais" a proposta Bombardier teria que se submeter ao concurso público. Não é liquido que o vencesse nem seria legitimo que este lhe fosse oferecido por especial favor.

Depois de considerar "um escândalo" o anúncio do encerramento da Bombardier, o deputado socialista José Junqueiro responsabilizou "a grave crise económica que atravessa o país, que é da responsabilidade do actual Governo".


Como "escândalosa" qualificaria eu a gestão dos Governos do Partido Socialista. Igualmente "escândalosa" é facilidade com que os socialistas atribuem a crise económica ao actual Governo. Presumo que a memória e os escrúpulos do PS tenham sido abandonadas algures num sotão para os lados do Rato.
posted by Miguel Noronha 4:25 da tarde

Kerry pede a Zapatero que reconsidere decisão de retirar tropas do Iraque

Estou a ver que o Paulo Gorjão vai mesmo ganhar a aposta.

PS: As subitas reviravoltas do Senador Kerry já não constituem novidade...
posted by Miguel Noronha 3:19 da tarde

Guardião do Nihilismo

Andrew Sullivan critica o jornal inglês The Guardian num artigo da New Republic.
posted by Miguel Noronha 2:30 da tarde

A Al-Qaeda, as Eleições e os Atentados

O Iberian Notes cita uma artigo do economista liberal e pró-independista catalão (e logo anti-PP) Xavier Sala i Martin publicado no La Vanguardia (que não é propriamente de direita):

Of course I am (...) saddened by those who, from the other side and with the same glibness, call the members of the People's Party murderers and terrorists. Many affirm that the bombings are the Islamic answer to Spain's participation in the Iraq conflict. I do not know whether that is true. What I do know is that Spain was in the sights of Al Qaeda before the beginning of the war. Bin Laden himself pointed at Spain for having expelled the Muslims of Al Andalus--more than five hundred years ago! Besides, if the Al Qaeda bombings are mere answers to participation in the war, somebody please explain to me the attentats against the UN in Baghdad (wasn't that the institution that was opposed to the Great American Satan?) or those in Istanbul (didn't Turkey stop the American army from passing through their territory right before the invasion?). Or, somebody explain to me the 9-11 bombings, a year and a half before the Baghdad conflict began.

Maybe the participation of Spain in the Iraq war has caused other terrorists to put more emphasis on Spain. I'm not saying that's not true. But let nobody be fooled and think that we will be much safer if we retire the troops. And if the new Government of Spain wants to retire them, let it do so because that is the best thing for the country and not because that's what the terrorists demand. Because, whatever they say (and they talk about Iraq, defending the poor and wanting to reduce inequalities among the citizens of the world), the real reason they kill us is because they hate us. They hate us for being "infidels" and they hate all the social advances we have made in the last centuries: liberal democracy, freedom of expression, separation between church and state, equality between men and women, technology, and material well-being. These are achievements that we must not and cannot renounce and which we will not give up under threat of extortion, no matter how bloody it is. The civilized leaders of the world should understand this and stop fighting among themselves and unite against the common threat.

And, finally, I am saddened that on the day of March 11, the fundamentalists succeeded in changing the results of a democratic lection. No. I am not sorry about the defeat of the PP. In fact, I am happy that Aznarism was swallowed up by its own quicksand of arrogance and incompetence, the victim of the hate it had sown during its administration. But I am afraid that, when they see their new capability to change democratic regimes, the terrorists will think that they can influence other countries in the future and they will try to commit terrible chains of attentats every time there is an election in some part of the planet. Call me a catastrophist. But, just in case, on the week of November 2 (the date of the presidential election in the United States), I will not be in New York.

posted by Miguel Noronha 12:48 da tarde

A Sondagem

Johan Norberg comenta a recente songadem realizada no Iraque.

The Iraq war was more popular in Iraq than in almost any other country in the world. Almost half of the Iraqis supported the war in a survey conducted by Oxford Research International. That?s less of a paradox than some think. Oppression, torture and murder are seldom popular among those who are oppressed, tortured and murdered. 56 percent of the Iraqis said that life was better now than before the war, less than 19 per cent said it was worse. More than 70 per cent said that they wanted a democracy ? and in an election only 1.7 percent would vote for Saddam Hussein?s the Baathist party. Judging by some reactions, Saddam would get more votes in some European countries.

posted by Miguel Noronha 11:38 da manhã

É Oficial

O País Relativo adere ao Método de Contemplação da Tromba.
posted by Miguel Noronha 10:40 da manhã

SMS

"ASSIM NÃO DÁ!
A prof é chata? Os cotas não te dão guito? A gaja não te liga nenhuma? Bute fazer uma manif contra o Bush! Não te cortes"

Manda uma mensagem a cada um dos teus amigos

Não posso deixar de referir outro apelo igualmente irrecusável no Homem a Dias.
posted by Miguel Noronha 9:33 da manhã

O Orçamento Comunitário

Continua a gerar controvérsia a proposta do grupo de 6 países que pretende reduzir as contribuições de cada Estado-Membro para o Orçamento da UE (de 1.27% do Rendimento Nacional Bruto para 1%).

A Comissão. é claro, luta ferozmente contra a aprovação desta proposta.

budget commissioner Michaele Schreyer today described the idea as "completely untenable".

Speaking before the budget committee in the European Parliament, Mrs Schreyer warned that the proposals would mean an actual spending cut of ten percent and said, "we couldn't continue with European integration" in this scenario.

"You would have less Europe", she continued, "and the Commission is of the opinion that we have to say 'absolutely no' to less Europe".


Perante o que tem significado "integração europeia" e "mais Europa" (ie mais centralismo) não posso deixar de apoiar a proposta do grupo dos 6.
posted by Miguel Noronha 8:53 da manhã

quarta-feira, março 17, 2004

A Bombardier

O Ministro da Carmona Rodrigues confessa a sua surpresa com a notícia do encerramento da Bombardier. A oposição reclama. Os trabalhadores ameçam radicalizar a "luta".

Os responsáveis da empresa declaram que "não é economicamente viável manter a produção activa" em Portugal uma vez que "no final de Maio de 2004, a fábrica da Amadora não terá trabalho". Não sei se estas afirmações corresponde à verdade se são apenas uma forma de pressionar o Governo de forma a conseguirem encomendas.

O encerramento de empresas não devia constituir surpresa para ninguém. As empresas também têm um ciclo de vida e uma vez suprimido o seu objecto social (e caso não se consigam reconverter) devem poder "morrer" em paz.

Não serão as eventuais "jornadas de luta" dos trabalhadores que irão evitar o encerramento da empresa.

O Governo não deve, por motivos políticos, financiar o funcionamento de empresas pois seria uma clara distorção das regras da competição. O que o Governo (e já agora, a oposição) pode e deve fazer é esforçar-se para tornar o país atractivo para quem deseje investir seja ele nacional ou estrangeiro.
posted by Miguel Noronha 9:12 da tarde

A ETA e o Terrorismo Árabe


No Arab News.

The partisan approach to the understanding of the Madrid tragedy could harm efforts to develop a coherent European strategy in the context of the global war on terror.

It is, therefore, important to focus on the threat rather than on partisan advantages in the context of an electoral struggle for power.

The assumption that ETA might have been involved is not so fanciful. But to insist that the investigation should exclude other possibilities was wrong even in the narrowest terms of detection work. To pretend that ETA should not be included in the investigation, however, was even more wrong.

The two sides of the European divide, still squabbling over the Iraq war, have ignored a third possibility: that ETA and Al-Qaeda might have worked together to bring about the Madrid tragedy.

This is not as fanciful as it might sound. Terrorism is a doctrine based on the maxim: The ends justify the means.

In the current debate those who try to exculpate ETA imply that it is, somehow less evil than Al-Qaeda.

That assumption is both wrong and dangerous. The difference between ETA and Al-Qaeda is one of means and methods not of nature and category. Until last week ETA had never managed to kill more than 30 people at any given time. But that was not for the want of trying.

Nor is ETA's relationship with Middle Eastern radical groups new. ETA established contact with the People?s Front for the Liberation of Palestine (PFLP) in 1970. A number of ETA militants were trained in various PFLP camps both in Lebanon and Libya.

British and Spanish intelligence have also established ETA?s link with Libya at least until 1986. During that period Libya supplied the Basque terror group with money and arms.

An ETA delegation has visited Tehran since 1985 to participate in an annual gathering of "anti-Imperialist" movements that is held between Feb. 1 and 11. In 1986 the French police identified one Vahid Gorji, an attaché at the Iranian Embassy in Paris, as the liaison officer with European terror groups, including ETA. (Gorji was subsequently allowed to fly home under escort as Iran and France severed diplomatic ties.)

In 1993 ETA, along with a dozen other Western terrorist organizations, had observers in the largest ever gathering of Islamist groups held in Khartoum, the Sudanese capital. The conference elected a nine-member "steering committee" that included Bin Laden.

ETA's literature, as disseminated over the past three decades, is replete with expressions of sympathy for various Islamist causes including "?wiping Israel off the map" and "driving the American Imperialists out of the world".

In exchange, Al-Qaeda literature has paid tribute to ETA's "heroic struggle" for Basque independence. Ayman Al-Zawahiri, the Al-Qaeda second-in-command, has spoken of his dream of "liberating Andalusia", the part of Spain once ruled by Muslims, presumably letting ETA rule its own neck of the wood in the Basque country.

Some analysts claim that ETA, a leftist and nationalist group, cannot ally itself with Islamists who are on the extreme right and firmly reject nationalism. But such is the hatred of terrorist groups of democracy that alliances across the ideological divide cannot be excluded.

An objective alliance of radical groups, from the extreme-left to the Islamists, is already in place in many countries. This alliance has organized numerous marches opposing the liberation of Afghanistan and Iraq, and conducts a vigorous campaign against any attempt at "imposing" democracy on any other Muslim country. The core of this alliance?s ideology consists of an acute form of anti-Americanism which assumes that the United States represents evil in a Manichaean view of the world.

The truth is that there is no good terrorism and that the current European wave of anti-Americanism cannot but encourage those who wish to impose their will on the world through terror. Whether or not they actually worked together to bring about the Madrid tragedy, ETA and Al-Qaeda are in effect political allies.

posted by Miguel Noronha 7:16 da tarde

Appeasement wins in Spain

Artigo no Washington Times:

For al Qaeda, the Spanish election results constitute success, at least in the short run. The organization, at minimal cost to itself, demonstrated that terrorism can be employed to influence elections to bring down democratically elected Western governments closely allied with the United States. Given their success in Spain, it would be astonishing if the terrorists do not attempt to replicate their success in this country and in other nations that support U.S. policy in Iraq, particularly Britain, Poland, Australia and Italy.

posted by Miguel Noronha 5:21 da tarde

França Quer "Entrar" no Iraque

Segundo o Diário Digital a França pretende fazer aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que clarifique o papel desta no Iraque.

Segundo a notícia esta resolução permitira a entrada de tropas alemãs, francesas e russas (e a permanência das espanholas com dá a entender o Paulo Gorjão - não sei se tendo em conta este desenvolvimento). Esta resolução teria ainda como condição sine qua non "o cumprimento do calendário para a transferência de poder no Iraque".

Aposto que, caso se verifique a aprovação da resolução e a subsquente entrada das tropas francesas, os orgãos de informação passarão notíciar de outra forma os acontecimentos no Iraque. Aposto que Saddam Hussein passará a ser novamente o vilão desta história. Aposto ainda que muitos líderes políticos se verão em dificuldades para justificar a sua mudança de opinião.
posted by Miguel Noronha 4:02 da tarde

Esclarecimento

Que fique bem entendido. Nenhum comentário que, desde ontem, aqui coloquei pretende por em causa a validade da vitória eleitoral dos socialistas em Espanha. Não pretendo, igualmente, discutir o direito dos espanhois optarem por uma mudança de Governo. Julgo, no entanto, que me é permitido discordar das razões porque o fizeram.

Não duvido que o desgaste provocado por oito anos consecutivos de governação e a troca da Aznar por Rajoy tenham tido um peso considerável na mudança do sentido de voto dos eleitores. Alguma inabilidade na gestão política da situação pós-atentado fizeram o resto.

É possível que o Governo de Aznar tenha, de certa forma, pressionado certos orgãos de informação no sentido de veicular a tese da autoria da ETA. No entanto julgo, que o PSOE também se aproveitou da situação fazendo passar a imagem que o Governo estava a "esconder a verdade". Esta tese, pelo menos na sua versão mais "conspirativa" é pouco credível. A inexistência de um monopólio informativo estatal impossibilitava que apenas a "versão oficial" fosse a veículada. Acresce ainda que a rapidez com que foram efectuadas, e publicitadas, detenções (a maior parte das quais no Sábado), parece demonstrar que não foram colocados entraves à investigação policial. Também não me conveço da espontaneidade das manifestações de Sábado.

Ao PSOE interessava, aliás, crediblizar o mais possível a tese da Al-Qaeda. A memória do encontro entre Carod-Rovira, o aliado catalão dos socialistas, e a direcção da ETA em França colocaria o PSOE numa situação extremamente difícil caso tivesse sido esta a autora do atentado. Não duvido também que o PP tenha procurado tirar dividendos políticos desta possibilidade. Não nos devemos esquecer também que até Sexta (12/03) todos - incluindo a direcção do PSOE, Ibaretxe e o próprio Carod-Rovira - acreditavam que tinha sido a ETA a autora do atentado.

Para terminar, ainda que os espanhois não tenham votado a mudança de Governo motivados pelo medo de outros atentados terroristas o resultado não deixa de ser idêntico. A Al-Qaeda matou 200 pessoas para convencer os espanhois a sair do Iraque e Zapatero irá fazer-lhe a vontade. Como Andrew Sullivan escreveu (num texto que eu hoje citei) é a pior mensagem que se pode dar aos terroristas.

NOTA: Não falei prepositadamente da justeza da guerra no Iraque. Não era o objecto deste post. Para além disso julgo que são conhecidas as razões porque a apoiei e continuo a apoiar.
posted by Miguel Noronha 2:52 da tarde

Why Do the Islamists Hate the West?

Artigo de Thomas Sowell.

Nowhere have whole peoples seen their situation reversed more visibly or more painfully than the peoples of the Islamic world. In medieval times, Europe lagged far behind the Islamic world in science, mathematics, scholarship, and military power.

Even such ancient European thinkers as Plato and Aristotle became known to Europeans of the Middle Ages only after their writings, which had been translated into Arabic, were translated back into European languages.

Today that is all reversed. The number of books per person in Europe is more than ten times that in Africa and the Middle East. The number of books translated into Arabic over the past thousand years is about the same as the number translated into Spanish in one year.

There are only 18 computers per thousand persons in the Arab world, compared to 78 per thousand persons worldwide. Fewer than 400 industrial patents were issued to people in the Arab countries during the last two decades of the 20th century, while 15,000 industrial patents were issued to South Koreans alone.

Human beings do not always take reversals of fortune gracefully. Still less can those who were once on top quietly accept seeing others leaving them far behind economically, intellectually, and militarily.

Those in the Islamic world have for centuries been taught to regard themselves as far superior to the "infidels" of the West, while everything they see with their own eyes now tells them otherwise. Worse yet, what the whole world sees with their own eyes tells them that the Middle East has made few contributions to human advancement in our times.

(...)

All sorts of things can be done in the long run, but you have to live through the short run to get there. Moreover, even the short run, as history is measured, can be pretty long in terms of the human lifespan.

Even if the Islamic world set such goals and committed the material resources and individual efforts required, they could not expect to pull abreast of the West for generations, even if the West stood still. More realistically, it would take centuries, as it took the West centuries to catch up to them.

What will happen in the meantime? Are millions of proud human beings supposed to quietly accept inferiority for themselves and their children, and perhaps their children's children?

Or are they more likely to listen to demagogues, whether political or religious, who tell them that their lowly place in the world is due to the evils of others -- the West, the Americans, the Jews?


If the peoples of the Islamic world disregarded such demagogues, they would be the exceptions, rather than the rule, among people who lag painfully far behind others. Even in the West, there have been powerful political movements based on the notion that the rich have gotten rich by keeping others poor -- and that things need to be set right "by all means necessary."

(...)

Against this background, we may want to consider the question asked by hand-wringers in the West: Why do they hate us? Maybe it is because the alternative to hating us is to hate themselves.


Ao cuidado do Irreflexões.
posted by Miguel Noronha 11:48 da manhã

Mensagem Errada

Andrew Sullivan reforça a opinião que as reacções de Zapatero e Prodi ao atentado (ie a retirada das tropas do Iraque) é a estratégia errada na luta contra a Al-Qaeda e, ao contrário do que pensa a intelectualidade de esquerda, torna a Europa ainda mais vulnerável a atentados terroristas.

You'd be a fool to predict anything, but I do think the odds of the next major Jihadist terrorist action happening in Europe just went up a notch. Al Qaeda and its multiple off-shoots have learned a couple of things recently. The first is that the U.S. will not cower before a terror attack. Bin Laden misjudged that one on 9/11, foolishly believing that he could move public policy in his direction by shell-shocking the American public. He was hoping for classic isolationism in response to the casualties of that awful day. Wrong. In fact, the opposite happened - a huge miscalculation on al Qaeda's part, which led to the destruction of their client state, Afghanistan, and the removal of a strategic anti-American ally, Saddam.

(...)

But now the Jihadists know something else: that the 9/11 gambit can work in Europe. Starting with Spain, and wrecking the anti-terror alliance of New Europe, was a master-stroke. But it has an added effect of demoralizing the others - especially Italy. That's why Romano Prodi's astonishing disavowal of any force in response to terrorism was so devastating.

posted by Miguel Noronha 10:19 da manhã

Carvalhas culpa Durão por eventuais atentados em Portugal

Em conferência de imprensa, Carvalhas declarou que «o primeiro-ministro é politicamente responsável por ter oferecido o território dos Açores para a cimeira de guerra, por ter atrelado o país na invasão do Iraque e pelas consequências que daí advenham».

«Com a cedência da Base das Lajes e com o envio de um contingente da GNR para o Iraque, Portugal passou a ser alvo. É um alvo menor que a Itália ou a Espanha, mas não deixa de ser um alvo», considerou o líder comunista.


Estas declarações, para além de demonstrarem uma total incapacidade em compreender o fenómeno do terrorismo islâmico, são (como refere o Waldorf) "indign[as], repugnante[s] e desonest[as]".

Se o PCP fosse um partido democrático não restaria a Carvalhas outra alternativa senão a demissão.
posted by Miguel Noronha 8:41 da manhã

terça-feira, março 16, 2004

Sociais-democratas austríacos aliam-se a Haider (via Causa Liberal)

Os sociais-democratas da Caríntia chegaram a acordo com o Partido da Liberdade (FPOe), do populista Joerg Haider, para governarem em conjunto aquela província austríaca, durante os próximos cinco anos. Segundo o "Libération", foi como que o quebrar de um tabu, pois que até agora Haider e o seu partido não eram bem vistos pelos sociais-democratas, que até chegaram a criticar o facto de o chanceler conservador ter feito uma aliança com eles. Muitos países da União Europeia decidiram em 2000 suspender as relações com a Áustria, em diversos domínios, por ela ter no seu Governo o FPOe, tido como de extrema-direita. E agora foi mesmo um grupo filiado na Internacional Socialista que, num autêntico golpe de teatro, decidiu estender a mão a Haider para que ele possa continuar a governar a Caríntia. A secretária nacional da social-democracia austríaca, Doris Bures, apressou-se a sublinhar que se tratara de uma decisão autónoma dos seus camaradas daquela província, extremamente conservadora, sem quaisquer consequências no resto do país. Mas já o chefe regional do FPOe, Martin Strutz, destacou tratar-se de um sinal claro de que a marginalização de Haider é uma coisa do passado, não correspondendo à nova maneira de ver a política. Na Caríntia existem ainda muitos pangermanistas e até mesmo cidadãos saudosos do III Reich; e foi por isso mesmo que na semana passada os populistas mais à direita conseguiram uma vitória folgada nas eleições regionais, esquecidos os tempos recentes em que muitos políticos europeus ainda os consideravam um anátema.


Nada de surpreendente. Por cá fala-se numa aliança com o Bloco de Esquerda.
posted by Miguel Noronha 9:02 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com