O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sexta-feira, setembro 12, 2003

Unmasking Noam Chomsky

[...] Chomsky?s moral perspective is completely one-sided. No matter how great the crimes of the regimes he has favoured, such as China, Vietnam and Cambodia under the communists, Chomsky has never demanded their leaders be captured and tried for war crimes. Instead, he has defended these regimes for many years to the best of his ability through the use of evidence he must have realised was selective, deceptive and in some cases invented.

In fact, had Pol Pot ever been captured and tried in a Western court, Chomsky?s writings could have been cited as witness for the defence. Were the same to happen to Osama bin Laden, Chomsky?s moral rationalisations in his most recent book??almost any crime, a crime in the street, a war, whatever it may be, there?s usually something behind it that has elements of legitimacy??could be used to plead for a lighter sentence.

This kind of two-faced morality provided a model for the worldwide protests by left-wing opponents of the American-led coalition?s war against Iraq. The left was willing to tolerate the most hideous acts of state terrorism by the Saddam Hussein regime, but was implacable in its hostility to intervention by Western democratic governments in the interests of both their own security and the emancipation of the Iraqi people. This is hypocrisy writ large.

The long political history of this aging activist demonstrates that double standards of the same kind have characterised his entire career.

Chomsky has declared himself a libertarian and anarchist but has defended some of the most authoritarian and murderous regimes in human history. His political philosophy is purportedly based on empowering the oppressed and toiling masses but he has contempt for ordinary people who he regards as ignorant dupes of the privileged and the powerful. He has defined the responsibility of the intellectual as the pursuit of truth and the exposure of lies, but has supported the regimes he admires by suppressing the truth and perpetrating falsehoods. He has endorsed universal moral principles but has only applied them to Western liberal democracies, while continuing to rationalise the crimes of his own political favourites. He is a mandarin who denounces mandarins. When caught out making culpably irresponsible misjudgements, as he was over Cambodia and Sudan, he has never admitted he was wrong.

Today, Chomsky?s hypocrisy stands as the most revealing measure of the sorry depths to which the left-wing political activism he has done so much to propagate has now sunk.
posted by Miguel Noronha 5:42 da tarde

quinta-feira, setembro 11, 2003

O 11 de Setembro pt V

Poucos acontecimentos recentes ter-me-ão causado a mesma emoção que o dos ataques de 11/09/01. Um que também não me sai da memória é o massacre do cemitério de Santa Cruz.

Na altura esse acontecimento serviu para transformar Timor-Leste, verdadeiramente, numa causa nacional ainda que por pouco tempo. Realizaram-se algumas vigilias, o governo elaborou um "plano secreto" para lidar com a questão. Depois a "causa" quase morreu na opinião pública só ressuscitando plenamente na altura da realização do referendo que iria decidir a independência do território.

Passadas apenas algumas semanas do massacre de Santa Cruz a minha faculdade realizou um debate sobre Timor. Este foi organizado pelo meu professor de Ciência Política Dr. José Manuel Pureza (JMP). Incluindo os elementos da "mesa" não deviamos estar mais de 10 pessoas na sala e duas sairam pouco depois da sessão se ter iniciado.

No final eu e outro colega comentamos esse facto com o nosso professor. Ele confessou a sua tristeza pela fraca adesão dos alunos ainda que isso o não surpreendesse. Já tinha presenciado outros eventos semelhantes ainda com menos assistentes. Aconselhou-nos, no entanto, a não desaminar. A independência de Timor seria um caminho penoso mas continuaria a lutar pela causa ainda que ninguém o quisesse ouvir.

Já anteriormente, pela a forma como lecionava, tinha uma opinião bastante positiva de JMP. Ela saiu bastante reforçada depois desta sessão.

No ano seguinte JMP abandonou a minha faculdade e apenas de tempos a tempos tinha notícias suas, normalmente, quando ocorria algum evento relacionado com a causa timorense.

Recentemente fiquei, negativamente, surpreendido que vi noticiada a sua eleição para a direcção do BE. No entanto o verdadeiro choque foi a comentário que hoje li no Abrupto acerca do 11 de Setembro. Diz JPP:

Na TSF, José Manuel Pureza explicou aquilo que a capa do Público diz: tinha sentido associar os dois onze de Setembro [a deposição de Allende e o ataque ao WTC] pois estes estavam unidos pelo ?expansionismo americano?. Está tudo esclarecido. É uma forma de pensar próxima do negacionismo do holocausto. E campos de concentração será que houve?


Concordo em parte com JPP. A semelhança como o negacionismo do holocausto reside "apenas" na gravidade e no despudor das afirmações. Não é, no entanto, idêntica. Estes "pensadores" não negam os atentados. Eles justificam-nos como o resultado natural das acções do "imperialistas americanos". A culpa,segundo eles, não é dos extremistas islâmicos. É "nossa. Ainda que os valores professados pelos terroristas contradigam todos os seus valores. Como escreveu recentemente Nelson Lehman (director do Instituto Liberal de Brasília):

Hoje, os valores em evidência proclamados pelos autodenominados progressistas poderiam ser assim listados: Democracia Participativa, Direitos de Minorias raciais , culturais e de ?gênero?, Afirmação Feminista, Liberdade e de Expressão, Pluralismo Cultural, sacralização do Meio-Ambiente, e outros temas correlatos. A consciência destes valores tem sua origem, seus idelizadores e promotores, em indivíduos e organizações norte-americanas.

Onde tais valores são desconhecidos e mesmo hostilizados ?

Em atrasadas comunidades do terceiro mundo, no ambiente cultural Islâmico, nos remanescentes regimes comunistas, Coréia do Norte e Cuba.

No entanto, o alvo predileto de todos os ressentidos ataques dos progressistas, ou utópicos socialistas, são justamente os Estados Unidos da América.

Sem perceber o paradoxo, nossos progressistas esquerdófilos tomam o partido das sociedades patriarcais, machistas, autoritárias, supersticiosas, opressoras, dogmáticas, intolerantes, representadas pelas sociedades muçulmanas, tribais e comunistas. Já sua irracional crítica se volta contra a matriz de seus próprios ideais democráticos, pluralistas, libertários, os Estados Unidos. Apenas deste cobram ética, tolerância e Direitos Humanos, jamais da Al Kaeda, das FARCs ou do MST.

Eis a psicopatologia de nossos tempos.


É, no mínimo triste, que eles não se apercebam disto. É ainda mais triste quando me apercebo que "nestes" deva nclui o meu antigo professor.
posted by Miguel Noronha 10:59 da tarde

O 11 de Setembro pt IV

Um sobrevivente relata as emoções dois anos depois da tragédia.
posted by Miguel Noronha 4:53 da tarde

O 11 de Setembro pt III

"Standing, Notwithstanding" no Dissident Frogman.
posted by Miguel Noronha 9:04 da manhã

O 11 de Setembro pt II

"Forget The Idiots" e concentrem-se nos culpados é a proposta de Nelson Ascher para este 11/09 num post extremamente emotivo.
posted by Miguel Noronha 9:01 da manhã

quarta-feira, setembro 10, 2003

"Concorrência Desleal"

O Diário Digital noticia que por ordem do IVV foram arrancados 180 hectares do vinha ilegal em Campo Maior.

«Em Portugal o regime de novas plantações de vinha determina, de acordo com a legislação comunitária, a proibição até 31 de Julho de 2010 da plantação de novas vinhas com castas classificadas para a produção de vinho», refere o comunicado do IVV, de forma a evitar situações de concorrência desleal que prejudiquem os vinicultores


E o interesse dos consumidores? O IVV parece actuar apenas com o intuito de manter o status quo e criar barreiras artificiais (e injustificadas) à entrada de novos produtores. Quem deve fazer de juíz é o consumidor e não o IVV.

Relembro as palavras de Milton Friedman em "Liberdade Para Escolher" acerca da ICC (Interstate Commerce Comission):

A ICC ilustra o que se pode chamar a história da intervenção governamental. Um mal verdadeiro ou imaginário exige que se tome medidas. Forma-se uma coligação política constituida por reformadores sinceros e altruístas e por partes igualmente sinceras e movidas por interesses próprios. Os objectivos incompativeis dos membros da coligação (por exemplo preços baixos para o consumidor e preços elevados para o produtor) escondem-se por trás de belos discursos retóricos sobre "interesse público", "concorrência honesta" e outras coisas semelhantes. A coligação consegue que o Congresso (ou um corpo legislativo estadual) faça aprovar uma lei. O preâmbulo da lei não passa de retórica e o corpo da lei concede poderes às entidades governamentais para "tomar medidas". Os reformadores idealistas gritam vitória e concentram a sua atenção em outras causas. As partes interessadas lançam-se à obra para que o poder seja utilizado em seu benefício. Normalmente conseguem-no. O êxito origina os seus próprios problemas que são enfrentados alargando o âmbito da intervenção. A burocracia cobra os seus tributos de modo que já nem os interesseses especiais do início beneficiam. No fim, os efeitos acabam por ser exactamente o oposto do objectivo dos reformadores e, geralmente, nem sequer vão ao encontro dos objectivos dos interesses especiais. Contudo, o organismo está tão firmemente instituido e estão em jogo tantos direitos adquiridos que é quase impossível a revogação da legislação inicial. Em vez disso é necessária nova legislação para resolver os problemas causados pela primeira legislação e, assim, começa um novo círculo vicioso.

posted by Miguel Noronha 7:57 da tarde

O 11 de Setembro

Um artigo na American Spectator relembra o que não devia ter sido esquecido acerca do 11/09.

We won't forget those we lost, but we must also not forget how we lost them. If memory is devoted solely to the focus on absence and not on cause, then 9/11 becomes no different than a day of mourning for the victims of a tragic fire. Unfortunately there are a good number of Americans who for various reasons desire this kind of national posture. Those of us who disagree will have to win this argument before America can win the war.

posted by Miguel Noronha 7:14 da tarde

Os Alter-Globalistas Atacam de Novo

A cimeira de Cancun da OMC iniciou os seus trabalhos com mais uma manifestação de falta de civismo dos alter-globalistas.

Pergunto o que aconteceria se um grupo pró-globalização interrompesse, mesmo de forma não violenta, uma qualquer manif ou reunião do FSM ou de qualquer outra organização adjacente.

Presumo que seriam, no mínimo, apelidados de fascistas...
posted by Miguel Noronha 6:50 da tarde

segunda-feira, setembro 08, 2003

A Venezuela e o Terrorismo Árabe (via Instapundit)

Depois das acusações de ligações do regime chavista aos narco-terroristas das FARC surgem agora indícios este é no mínimo culpado de inacção face ao terrorismo islâmico.

Intelligence agencies are investigating links between Islamic terrorist networks and the Venezuelan government. While U.S. counter terrorist efforts in Latin America have until now tended to concentrate on the "tri border area" of Brazil, Paraguay and Argentina, it's believed that al-Qaida suicide bombers could also be hiding in Venezuela.

Investigators name two Venezuelan based al-Qaida suspects: Hakim Mamad Al Diab Fatah who was deported from the U.S. on suspicion of involvement with the Sept. 11, 2001 attacks and Rahaman Hazil Mohammed Alan who is jailed in the U.K. for smuggling an explosive device onto a British Airways flight. American and British officials complain that their investigations are stymied because the government of President Hugo Chavez has dismantled U.S.-trained intelligence units which tracked terrorist connections among the half-million strong Venezuelan Arab community.

Chavez has instead brought in Cuban and Libyan advisors to run his security services according to American, British and other European diplomatic officials in Caracas.

(...)

Venezuelan police officials speaking on condition of anonymity say that Mohammed's identity is manufactured and that members of his supposed family have connections with Chavez government circles. They could also be connected with a Hizbollah money laundering operation centred around the Banco Confederado on the resort island of Margarita which channels money into the establishments of several Arabs in Venezuela with known radical ties,

A U.S. trained Venezuelan intelligence officer who formed part of the disbanded counter terrorist unit, Section 11, tells UPI that Chavez has been withholding key intelligence from U.S. authorities about the head of Hizbollah's financial operation, Mohammed Al Din, a contributor to Chavez's presidential campaign.

The source says that his unit was eliminated while it was investigating suspicious cash transfers between the Banco Confederado and Lebanon during 2001. A Section 11 undercover agent was killed in Margarita where Diab Fatah has been recently spotted according to Intelligence officers. The island is considered a stronghold of Chavez's state sponsored militias, the Circulos Bolivarianos.

posted by Miguel Noronha 2:19 da tarde

A Cimeira de Cacun

Num Artigo no Público Luís Salgado de Matos fala sobre a cimeira de Cacun.

Alerta para as falácias dos "alterglobalistas" e dos proteccionitas que, sob a bandeira do combate à pobreza, pretendem colocar entaves ao comércio livre e impedir o verdadeiro desenvolvimento do terceiro mundo e condena-los à subsidio-dependência.

Os proteccionistas, porém, não desistiram de impedir um acordo. Os proteccionistas são de dois tipos: Estados nacionais e «altermundialistas»; parecem divergir mas concordam em responsabilizar o comércio livre pela injustiça social: se o leitor defender a liberdade de comércio, acusam-no de levar a fome ao mundo. Esta propaganda é chantagem.

A liberdade do comércio é indispensável ao crescimento económico e à liberdade política. Adam Smith e David Ricardo demonstraram que o comércio livre cria riqueza - mesmo que só um dos Estados baixe as barreiras, por isso que mesmo assim a especialização aumenta a produtividade. Esta demonstração é mesmo uma das poucas verdades da ciência económica.

A liberdade comercial dificulta o autoritarismo do Estado-nacional pois gera pluralismo: comércio livre significa que o Estado não pode ter o poder todo, já que o comércio produz poder.


Cai no entanto, ele próprio, numa falácia ao defender a redistribuição da riqueza por via estatal ao mesmo tempo que defende o mercado como gerador de riqueza.

O comércio internacional livre, como qualquer mercado livre, pode criar desigualdade. Em cada país atlântico a acção social do Estado corrige os excessos do mercado. Precisamos de idêntica correcção à escala da Terra.


Estas políticas reduzem o potencial de crescimento ao criarem distorções na redistribuição de recursos e ao criamem desincentivos à criação de riqueza e conferem ao estado um poder desmesurado (factor que LSM alerta no caso do proteccionismo mas falha em associar ao estado neste caso) São formas ineficientes de "caridade" dada a grande (e crescente) percentagem de recusos que tendem a ser absorvidos pela burocracia estatal.
posted by Miguel Noronha 9:42 da manhã

domingo, setembro 07, 2003

Ciência política?

Artigo de Olavo de Carvalho (link ainda não disponível) sobre mais uma mistificação em torno de Leo Strauss e dos neo-conservadores.


No site das Faculdades Porto-Alegrenses, www.fapa.com.br, encontro estas linhas de um tal Reginaldo Carmelo de Moraes, professor de ciência política da Unicamp, publicadas na indefectível Caros Amigos e recomendadas como leitura para os alunos do curso de licenciatura em História daquela instituição gaúcha:

"Os neoconservadores adeptos do filósofo Leo Strauss retomaram a seu modo a teoria nazi de Carl Schmitt, de modo a adaptá-la ao fundamentalismo cristão de Bush e seus íntimos. Schmitt, principal jurista do III Reich, tomara como tarefa liquidar a Constituição da República de Weimar. Dizia que ela, fundada sobre o liberalismo político e os direitos individuais, era corrompida e impotente para conter os movimentos políticos carismáticos e 'mitos irracionais' com que os bolcheviques e similares conquistavam as massas. Por isso, defendia um regime de exceção, uma ditadura, que governasse por decreto e salvasse a ordem... Strauss e seus discípulos nos EUA não esqueceriam essas lições do mestre. Eles também teriam seu incêndio do Reichstag e sua invasão da Polônia. Logo depois do 11 de setembro, o Departamento de Justiça baixou normas legais que davam ao governo federal poderes de um Estado policial".

Se algo aí se demonstra é que esse menino nunca leu nada de Carl Schmitt, muito menos de Leo Strauss. Longe de tentar defender o Estado contra o assalto dos "mitos irracionais", Schmitt via a própria ordem política como essencialmente irracional, constituída da rivalidade entre alternativas que, não admitindo arbitragem lógica, requeriam a divisão sumária do campo entre "amigos" e "inimigos" e a luta pela vitória a todo preço.

Essa doutrina ajustava-se como uma luva não somente à ideologia nazista, mas também à comunista, o que fez de Carl Schmitt, como escreveu Corrado Occone, "il reazzionario che piace a la sinistra" (o reacionário que agrada à esquerda). Não há, efetivamente, diferença essencial entre ela e a regra leninista do debate político, que visa "não a persuadir o adversário, nem a apontar seus erros, mas a destruí-lo".

Houve realmente, às vésperas da II Guerra Mundial, uma corrente política empenhada na busca dos objetivos que Carmelo diz terem sido os de Schmitt. A Constituição austríaca de 1934, impondo um regime de exceção para conter o avanço dos "mitos irracionais", não se inspirou em Schmitt, mas, ao contrário, no temor causado pela vitória nazista na vizinha Alemanha. Carmelo troca as bolas e atribui ao nazismo as intenções de suas vítimas austríacas.

Ainda mais resplandecente de ignorância é a conclusão do parágrafo, segundo a qual o atentado ao World Trade Center teria dado a "Strauss e seus discípulos" a oportunidade de colocar em prática a doutrina Schmitt: em 11 de setembro de 2001, Leo Strauss não podia "recordar as lições" de quem quer que fosse, pois estava morto desde 1973.

O espírito de Carl Schmitt baixou é sobre o próprio Carmelo, que, no seu ataque aos neoconservadores, não busca apontar algum erro na sua filosofia, da qual ele nada sabe, mas apenas sujar-lhes a reputação por meio de uma associação postiça com o teórico nazista, do qual, para cúmulo de ironia, o citado Leo Strauss, judeu fugido do III Reich, foi um dos críticos mais severos.
Até quando a simples adesão a uma vulgar e baixa retórica esquerdista será, neste país, condição necessária e suficiente para o exercício do cargo de professor universitário, independentemente e acima das mais elementares exigências intelectuais?

posted by Miguel Noronha 1:57 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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