sexta-feira, junho 18, 2004
Re: Dumping - pt III
No Blasfémias, João Miranda escreve sobre o caso do monopólio de matérias primas:
1. Um cartel pode tentar maximizar o lucro anual reduzindo a oferta. Mas ao reduzir a oferta presente, o cartel está a aumentar a oferta futura. Ao aumentar a oferta futura, o cartel está a reduzir o valor dos seus activos e a reduzir os lucros futuros. O petróleo não vendido no presente terá que ser vendido no futuro a um preço mais baixo.
2. Se se estabelece um cartel que fixa uma renda de monopólio, todos os agentes económicos passam a ter razões para apostar contra o monopólio. A prazo, a acção descentralizada de todos os agentes económicos criam substitutos para o petróleo que contribuem para desvalorizar o valor das reservas de petróleo. Os detentores das reservas são forçados a vender o mais depressa, o que provoca uma descida dos preços.
3. Um monopolista pode ganhar mais se vender petróleo para investir noutros sectores, o que faz descer os preços. Por exemplo, o monopolista pode apostar em tecnologias de poupança de energia e ganhar mais.
posted by Miguel Noronha 5:06 da tarde
Impasse na Constituição
Na TSF
Liderados pela Polónia e pela República Checa um grupo de 13 países, incluíndo Portugal, procura reforçar o seu peso e influência no conselho de ministros, o órgão de decisão da União Europeia.
Tudo indica que o ponto polémico do texto é a questão da formação de maiorias para aprovar decisões no conselho de ministros.
(...)
A presidência irlandesa da União Europeia mantém a proposta para que no futuro as leis europeias sejam aprovadas por 55 por cento de Estados-membros, que representem pelo menos 65 por cento da população
(...)
O presidente francês, Jacques Chirac, apelou aos líderes europeus reunidos em Bruxelas a demonstrarem «sentido de responsabilidade», prevenindo que a França "não aceitará a degradação" das propostas da presidência irlandesa da União relativas à Constituição Europeia.
"Alcançámos já acordo sobre 90 por cento do texto. É necessário concentrarmo-nos em encontrar soluções para os restantes 10 por cento", afirmou Chirac.
Para a França "compromisso" significa que os outros países se submentam às suas posições. Se a França "não aceita" alterações temos de nos sujeitar.
posted by Miguel Noronha 4:46 da tarde
Coreia do Norte
Artigo de Vaclav Havel no Washington Post.
[T]he testimony of thousands of North Korean refugees who have survived the miserable journey through Communist China to free South Korea tells of the criminal nature of the North Korean dictatorship. Accounts of repression are supported and verified by modern satellite images, and they clearly illustrate that North Korea has a functioning system of concentration camps. The kwan-li-so, or "political penal labor colony," holds as many as 200,000 prisoners who are barely surviving day to day, or are dying in the same conditions as the millions of prisoners in the Soviet gulag system did.
The northern part of the Korean Peninsula is governed by the world's worst totalitarian dictator, a man responsible for the loss of millions of lives. Kim Jong Il inherited the Communist regime following the death of his father, Kim Il Sung, and has continued to strengthen the cult of personality. He sustains one of the largest armies in the world and is producing weapons of mass destruction even as the centrally planned economy and the state ideology -- known as juche, a blend of nationalism and self-reliance -- have led the country into famine. The victims of the North Korean regime number in the millions.
Despite the ever-present army and police, tens of thousands of desperate North Koreans have escaped to China. In defiance of international treaties, the Chinese government refuses to recognize these people as refugees, and Chinese officials have blocked the Office of the United Nations High Commissioner for Refugees from contacting any North Korean in China. The Chinese government hunts the refugees in the woods along the border and sends them back to North Korea, where the journey ends in the kwan-li-so. All of this is happening right now, and the world is standing idly by.
(...)
Shockingly, the U.N. Commission on Human Rights has criticized the North Korean regime for its gross violations of human rights only twice since the commission was founded. Less shocking, but also disturbing, is the fact that the North Korean government has yet to implement any of the commission's recommendations.
Now is the time for the democratic countries of the world -- the European Union, the United States, Japan, South Korea -- to take a common position. They must make it clear that they will not offer concessions to a totalitarian dictator. They must state that respect for basic human rights is an integral part of any future discussions with Pyongyang. Decisiveness, perseverance and negotiations from a position of strength are the only things that Kim Jong Il and those like him understand.
posted by Miguel Noronha 4:09 da tarde
Lopez da Cruz
Num artigo no Público Paulo Gorjão insruje-se contra a possibilidade de nomeação de Lopez da Cruz para embaixador da Indonésia em Portugal.
posted by Miguel Noronha 2:49 da tarde
Chauvinismo Francês
Uma das razões avançadas pela França para rejeitar a nomeação de Chris Patten para a presidência da Comissão é o fraco domínio do francês. Não obstante consta que o seu domínio da lingua inglesa é perfeito.
posted by Miguel Noronha 1:04 da tarde
Momento Anti-Comunista Primário
P:O que aconteceria se o deserto do Saara fosse governado por comunistas?
R:No inicio nada, depois ia começar a faltar areia!!
posted by Miguel Noronha 10:57 da manhã
Re: Dumping - pt II
O Adufe coloca-me a seguinte questão:
A capacidade de uma empresa instalada num mercado sustentar uma prática de dumping durante um período longo de tempo não pode constituir objectivamente uma barreira à entrada por parte de uma empresa que se tenta instalar no mercado e que baseou o seu plano de negócio na informação histórica existente?
Em primeiro lugar como eu já tinha referido é bastante difícil dizer se uma empresa está a incorrer numa pratica de dumping. Para tal é necessário conhecer a sua estrutura de custos o que, convenhamos, não é nada fácil.
Como correctamente refere o Adufe são os preços são o "sistema de comunicação" do mercado. As empresas tomam as suas decisões de produção e investimento com base na informações fornecidas pelo sistema de preços relativos.
É claro que no tempo que decorre entre a decisão de produção/investimento e a colocação efectiva do produto no mercado podem verificar-se alterações de preços.
Estas alterações não são necessáriamente causadas pelo dumping. Uma alteração no preço dos inputs, a introdução de novas tecnologias ou no preço dos produtos substitutos, por exemplo, terão os mesmo efeitos. Ou seja, embora nos possamos guiar pelos preços históricos estes não nos permitem prever os preços futuros.
O fim último das políticas anti-dumping são (ou deveriam ser) a protecção do consumidor. Se uma empresa decide oferecer um produto abaixo do seu custo, embora prejudicando os concorrentes está a beneficiar o consumidor.
Se com a sua acção conseguir "expulsar" a concorrência do mercado poderá então tentar obter as chamadas "rendas de monopólio". Este prática é efectivamente gravosa para o consumidor. A melhor "defesa" é garantir que não existem barreiras à entrada de novas empresas no mercado. Se a única empresa no mercado subir excessivamente os preços estará a "convidar" a concorrência a "entrar" no mercado. Logo, o que impede a prosecussão de práticas monopolistas será a ameaça da concorrência potencial. Volto a referir que os únicos monopólios (ou oligopólios) onde esta realidade é inexistente são aqueles criados com o beneplácito estatal.
posted by Miguel Noronha 9:47 da manhã
BE acusa PS de incoerência sobre o Iraque
Eu já tinha refererido isso há uns dias e não fui citado por nenhum orgão notícioso. Depois venham dizer que os jornalistas não são todos do BE.
posted by Miguel Noronha 8:31 da manhã
quinta-feira, junho 17, 2004
Amanhã
O Alberto anuncia que amanhã juntamente com O Independente, e por mais três miseros euros, é possível adquirir o livro "Vida Independente" que reune a melhores crónicas de João Pereira Coutinho de 1998 a 2002.
posted by Miguel Noronha 5:28 da tarde
Mitos Derrubados
Excerto do artigo de Arnold Kling na Tech Central Station.
The view that only large industrial enterprises matter seems preposterous now. If Galbraith had been right, then the industrial structure of the 1960's would still exist today. Instead of what Alvin Toffler in 1980 called the "third wave," a Galbraithian economy would still be dominated by automobile and steel manufacturing. Galbraith would never have predicted Wal-Mart, Federal Express, Apple, Microsoft, eBay or Amazon, much less the tens of thousands of less spectacular entrepreneurial enterprises that have had a large cumulative impact on our economy.
The view that the Soviet Union was morally and economically equivalent to the United States also now seems misguided. Certainly, there is no economist who is not aware of the enormous GDP gap between Communist countries and similarly-situated capitalist countries, such as North Korea vs. South Korea.
Most importantly, the idea that government planning of the economy is rational has been dealt a series of mortal blows, including:
the failure of wage-price controls in the United States and other countries in the 1970's
the poor performance of state-run enterprises in Europe and the success of Margaret Thatcher's privatization initiative in the United Kingdom in the 1980's
Japan's "lost decade" of the 1990's, which ended the last myth of rational central planning, as Japanese industrial policy foundered in stagnation
the ability of computers on the Internet to self-organize in the 1990's, demonstrating that Friedrich Hayek's concept of "spontaneous order" is valid. It was Hayek who argued strenuously that the market's ability to process local information makes it more efficient than central planning.
posted by Miguel Noronha 3:22 da tarde
O Consenso Europeu Em Portugal
Excerto do artigo de Pacheco Pereira no Público.
Tenho de há muito a opinião que não é normal não existirem partidos eurocépticos fora das margens do sistema político. Mais ou menos eurocépticos, eurocépticos totais, como o partido da "independência do Reino Unido", e eurocépticos moderados quanto ao curso político da UE, sem pôr em causa a sua existência. Não é natural que, por exemplo, a recusa da Constituição europeia, símbolo de um certo processo de "upgrade" político europeísta, seja marginal ao "mainstream" do sistema político. Esta disfunção é tanto mais grave quanto, se houver, como é exigível que haja, um referendo sobre a Constituição, se verá que há um número muito significativo de cidadãos que a recusam. Esses cidadãos não estão certamente representados em Portugal pela Nova Democracia. Esta é uma razão do desinteresse pela Europa: a disfunção na representação política do debate europeu, falso consenso a mais.
posted by Miguel Noronha 2:15 da tarde
Parlamento Europeu
Alguns partidos anteriormente integrtados no ELDR e no PPE decidiram criar o Partido Democrático Europeu de tendência pró-europeista. Resta saber se após esta cisão o PPE manterá a maioria no PE e como evoluirá a sua posição nas questões europeias.
Com a saída dos euro-entusiastas o PPE poderá evoluir para uma posição mais euro-céptica (tendo ainda em consideração o resultado das ultimas eleições - especialmente no Reino Unido) e poderá verificar-se uma fusão (pelo menos parcial) com a UEN. Mas isto é apenas wishful thinking...
Recomendo a leitura da mesma notícia no EU Observer.
posted by Miguel Noronha 12:29 da tarde
Re: Dumping
O Bloguitica pergunta qual a razão da política de descontos seguida por uma conhecida cadeia de hipermercados. Dado que não possuo qualquer tipo de inside information a minha análise é puramente especulativa.
A maior parte dos consumidores, quando faz compras num hipermercado, não limita as suas compras a dois ou três produtos. Por comodidade e para evitar perda de tempo e diminuir os custos de transporte (existe ainda o problema da informação imperfeita) não é costume os consumidores correrem todas as cadeias de supermercados e hipermercados em busca dos melhores preços para cada produto. A situação normal é "encher" o carrinho de compras.
Estes descontos devem pois ser vistos como um chamariz para atrair os consumidores. A empresa espera compensar a perda nesses três produtos com o lucro realizado nas restantes compras. Para além disso ao oferecer o desconto na forma de um vale de compras o hipermercado pretende garantir que as compras do periodo seguinte (semana ou mês consoante o consumidor) sejam realizadas na mesma cadeia.
Por último a questão do dumping.
A teoria económica austrica considera que a legislação de concorrência seguida na maior parte dos países prejudica mais a Economia que as supostas práticas de dumping ou concentração empresarial. A única garantia que deve existir para que não se verfiquem efectivamente práticas abusivas é a inexistência de barreiras à entrada das empresas. Exceptuando no caso dos recursos naturais em que uma empresa pode efectivamente monopolizar uma matéria prima (e mesmo assim existe sempre a hipótese de a concorrência vir dos produtos substitutos) os monopólios, oligopólios ou carteis apenas conseguem subsistir em mercados onde a concorrência é limitada administrativamente. Veja-se os casos dos hipermercados, combustíveis ou rádios. Em úlitma análise o "culpado" é o próprio Estado.
Neste caso específico temos uma empresa que oferece, claramente, produtos abaixo do preço. Como o próprio Paulo Gorjão reconhece o consumidor é obviamente beneficiado. Se os restantes concorrentes se considerarem ameçados por esta prática a resposta mais óbvia é realizarem promoções (equivalentes ou não). No final as empresas estarão a diminuir as suas margens de comercialização (embora possa eventualmente aumentar o volume do facturação). Se quiserem compensar a perda de receitas terão de procurar formas de reduzir os custos. Entretanto o consumidor pode comprar mais produtos com o mesmo dinheiro. O resultado final só pode ser positivo para a economia nacional.
posted by Miguel Noronha 10:54 da manhã
União Europeia
Começa hoje a cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE. Um dos principais assuntos em discussão vai ser o projecto constitucional. Tendo em conta os resultados das recentes eleições europeias é de esperar que os governos nacionais estejam menos dispostos a fazer concessões. Tony Blair anunciou precisamente essa intenção contrariando declarações recentes em que demonstrava maior flexibilidade.
posted by Miguel Noronha 8:48 da manhã
quarta-feira, junho 16, 2004
Mais Um Aniversário
Parabéns ao Aviz que completa hoje um ano de existência.
posted by Miguel Noronha 5:46 da tarde
Notícias do Mundo Agricola
A China anunciou que irá recusar futuras importações de soja brasileira alegando que "que os grãos estão contaminados com herbicidas". O prejuízo estimado para o Brasil é de 830 milhões de euros/ano. Ninguém se lembrou de calcular qual o prejuízo para a economia chinesa resultante de (provavelmente) ter que pagar mais pelo mesmo produto.
O efeito desta medida é similar a uma barreira alfandegária, no entanto, como as razões invocadas são do campo da saúde pública espera-se, desta forma, evitar a intervenção da OMC. Na UE o argumento utilizado nestas circunstâncias é a utilização de OGM'S (que ironicamente dispensam a utilização - em grande medida - de herbicidas).
Um amigo, que é agricultor, contou-me recentemente que aderiu à agricultura biológica. Nada da produção se irá aproveitar dada a quantidade de ervas daninhas (não me recordo do termo técnico...). No entanto ele não estava preocupado. Eu explico. O subsídio que o Estado lhe concedeu pela utilização de métodos biológicos é superior à receita que ele obteria com a venda da colheita caso tivesse continuado a utilizar os métodos convencionais.
posted by Miguel Noronha 5:18 da tarde
Médicos do Norte defendem liberalização das farmácias
A propriedade das farmácias deve deixar de ser exclusiva dos farmacêuticos, estes estabelecimentos devem abrir sem restrições geográficas e de densidade populacional e os medicamentos não sujeitos a receita médica devem ser vendidos nas grandes superfícies comerciais. Estas são as conclusões de um inquérito realizado pelo Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRN/OM) aos profissionais inscritos na delegação.
Já várias vezes se discutiu a questão da propriadade das farmácias e outras restrições que existem à sua abertura. ANão posso deixar de apoiar a atitude da CRN/OM. Mas mais interessante seria, no entanto, se médicos tivessem pedido a extinção de determinados previlégios detidos pela sua ordem profissional.
posted by Miguel Noronha 4:12 da tarde
O Único Cartel Bom é o Nosso
ANAREC acusa petrolíferas de cartelização nos preços dos combustíveis
ANAREC contra abertura de postos nos hipermercados
posted by Miguel Noronha 3:07 da tarde
O Comprometido Espectador
O Luciano anunciou o final do seu blogue. Pela qualidade dos seus posts, pelo seu apego à justa via (copyright Pedro Mexia) e pelas inusitada referências elogiosas a'O Intermitente aqui lhe endereço um agradecimento sincero. A blogosfera fica mais pobre.
PS: Não penses que assim te escapas aos jantares da UBL.
posted by Miguel Noronha 1:01 da tarde
Mais Livros
Aproveito para sugerir mais um livro de Mauricio Rojas, também publicado originalmente pela Timbro e cuja versão espanhola é disponibilizada pelo CADAL.
O livro em questão intitula-se "The Sorrows of Carmencita" e relata a evolução da economia argentina até à recente crise económica . Ao cotrário do que alguns querem fazer crer esta deveu-se não às reformas liberais mas a uma mistura explosiva de proteccionismo, dirigismo económico, controlo de capitais e descontrolo das contas públicas.
Sugere-se a sua leitura, em especial, aos socialistas de todos os partidos.
posted by Miguel Noronha 12:49 da tarde
O Fim do Trabalho
Um dos mitos mais persistentes dos tempos modernos tem sido o que prediz que qualquer inovação produtiva implicará o fim do trabalho e o, consequente, desemprego em massa. Ao factor da inovação produtiva os anti-globalistas adicionam hoje o espectro da globalização que, dizem eles, irá deslocalizar todas as empresas para países onde a mão-de-obra é mais barata provocando a miséria nos países desenvolvidos.
Tal como como ficou provado acerca dos mitos do passado, a globalização é uma fonte de crescimento económico que cria mais empregos do que aqueles que "destroi". Este facto pode ser comprovado no livro que a Timbro editou em 1998: Millennium doom - Fallacies about the end of Work.
In the first of a series from the Stockholm Network, a group of leading European think tanks, Mauricio Rojas explodes the myth that the growth of a global market economy will exclude most of the world?s population from the labour market. He argues that prophecies of millennium doom are unfounded and that, on the eve of a new century, mankind's creative potential is greater than ever before.
Predictions about the "end of work" are widespread. A growing body of European literature argues that:
growth is destroying more jobs than it creates, the cause of this development is the technological revolution, the only new jobs being created are low-skilled and low-paid, and jobs are disappearing more rapidly in the Western world as capital and enterprise migrate to countries where labour is cheap.
Rojas refutes each thesis in turn, providing evidence that the ?end of work? credo is based on a series of fallacies. He shows that countries with intense competition and vibrant markets tend to create far more jobs than they destroy and that, contrary to popular opinion, global job creation during the last 25 years has been high, both in the developed countries outside Europe and the most densely populated developing nations. Much of this growth has been because of, not despite, the technological revolution.
Fallacies about the "end of work" have exploited Europe's fears of mass unemployment and social upheaval in the late twentieth century. These fears are now too widespread to be ignored. Millennium Doom demonstrates that, in reality, there is nothing to be afraid of.
Este livro está disponível para download gratuito (na versão espanhola) aqui.
posted by Miguel Noronha 11:24 da manhã
Burocracia Europeia
A Comissão Europeia anunciou que não irá cumprir o objectivo de, até ao fim do ano, eliminar 25% da legislação comunitária (cerca de 22.500 páginas das mais de 80.000 existentes).
Não contente com isto prepara-se para adicionar mais algumas centenas de páginas com a aprovação do projecto constitucional.
posted by Miguel Noronha 8:44 da manhã
terça-feira, junho 15, 2004
Geração de 70
Recomendo a leitura integral desta colunha no Diario de Notícias.
Pedro Lomba
As eleições europeias são eleições nacionais. Uma evidência: as eleições europeias nada têm de europeu. Os partidos sabem que o eleitorado é estruturalmente insensível aos temas europeus. A Europa vende mal. De nada vale discutir a Europa se ela não dá um voto. Num certo sentido, as nossas verdadeiras eleições europeias acontecem nos outros países, porque é destas que depende a correlação de forças que nos pode beneficiar ou prejudicar.
Pedro Mexia
A lição número um que se retira destas eleições europeias é porventura o encurtamento drástico dos ciclos políticos. Se em alguns países - como o nosso - se chegara a um consenso sobre a vantagem de governos de legislatura, isso, como se vê, não impede que os executivos comecem a ser julgados de forma tendencialmente definitiva a meio do mandato. Essa antecipação não distingue esquerda e direita (aconteceu a Chirac, Schroeder, Blair, Barroso) nem tem nada a ver com o «Iraque». O primeiro passo dessa antecipação, como é evidente, tinha sido a nacionalização das europeias. Mas essa nacionalização era inevitável, pelo natural interesse que as oposições têm nisso e pelo comprovado desinteresse dos povos face aos temas europeus. Porém, com estes resultados e suas consequências, a governabilidade na Europa fica seriamente afectada. Não se percebe porque será isso uma boa notícia.
posted by Miguel Noronha 4:20 da tarde
PSD pede a cabeça de Ferreira Leite e Carlos Tavares
O PSD dá mostras de pretender sucumbir ao populismo que criticou nos partidos de esquerda.
posted by Miguel Noronha 3:35 da tarde
Eleições Europeias
A Economist comenta os elevados níveis de abstenção e o significativo crescimento da votação nos movimentos euro-cépticos.
What will it all mean for the overall future of the EU? The anti-establishment vote for Eurosceptics, nationalists and anti-corruption campaigners, as well as the low turnout, should serve as a wake-up call for Europe?s leaders. Much post-poll commentary has said that now, finally, Europe?s leaders must make voters feel connected to the EU. But will they? Much the same has been said in the past, as turnout has continued to fall and scepticism about the whole enterprise has continued to grow. In 2003, for the first time, more than half of Europe?s citizens told pollsters that their country?s membership of the EU was not a good thing. Clearly EU leaders have not yet found a way to reverse what seems like an inexorable decline in affection for the European project.
The result of the election will also cast a shadow over the summit between EU leaders that will begin this Thursday in Brussels. The 25 national leaders are hoping to agree a final text for the proposed EU constitution. Among other things, this document is meant to simplify the EU?s workings and make its institutions more open. But finalising the draft will be far from easy. The intervention of lawyers and lobbyists has already contributed to its swelling to more than 200 pages, to include such clearly non-constitutional matters as the ?right? to job counselling.
posted by Miguel Noronha 12:47 da tarde
Arafat: Provada Ligação Com Atentados Suicidas
Notícia do Jerusalem Post.
Earlier this week, several members of the Aksa Martyrs Brigades in the West Bank and Gaza Strip embarrassed the Palestinian leadership by threatening to break away from Fatah. The gunmen also accused the Palestinian leadership of corruption.
On Sunday night, Arafat chaired an emergency meeting of the Fatah Central Committee in his office in Ramallah to discuss ways of containing the mutiny by the Fatah militia.
The meeting was attended by Prime Minister Ahmed Qurei, who announced that the Aksa Martyrs Brigades were receiving the full attention of the Palestinian leadership.
He said the most important mission now was to guarantee the safety of the gunmen who are wanted by Israel for carrying out terrorist attacks
Hani Uwaidah, the commander of the Aksa Martyrs Brigades in Tulkarm, told The Jerusalem Post that the PA stopped paying his salary a few months ago.
He said that was the main reason why he and his friends had halted their attacks against Israel.
(...)
Senior PA officials in Ramallah on Monday confirmed that Arafat had invited the Fatah gunmen to join the reformed security services.
Former PA cabinet minister Abdel Fatah Hamayel, who acts as a liaison between Arafat and the fugitives, said the idea of recruiting the gunmen to the Palestinian security forces was not a new one.
Hamayel said there were at least 450 Fatah gunmen in the West Bank and Gaza Strip who had "made many sacrifices for the Palestinian cause."
He added: "After all these sacrifices, we can't tell these men that we don't need their services any more. The Aksa Martyrs Brigades have a big role to play and they are committed to the decisions of the political leadership.
posted by Miguel Noronha 11:24 da manhã
A Abstenção
Johan Norberg escreve sobre as causas da abstenção nas eleições europeias.
When the journalist Tom Oliphant visited Timbro a month ago, he said that the election for the European Parliament was the only election over here which he could relate to as an American, because the voters did not care about it. He?s right, just look at the turnout across Europe in the BBC graph below. In a way, there is no reason to panic, as politicians and political scientists have over the last few days: The more different institutions, and the more division of power, the less reason to vote in every single election. That?s a good thing. It would be worse if everybody felt compelled to vote for the European Parliament, because it had complete power over every single individual. And the bigger the EU gets, the less influence every single voter has. And furthermore low turnout reveals a healthy dose of scepticism to EU power. Perhaps our politicians should take a moment to think about that before they sign a new constitution which gives Brussels new powers over labour markets, social policies, health, energy, investments - and sports.
posted by Miguel Noronha 9:07 da manhã
Mexia pode suceder a Fernando Pinto na TAP
Eis a verdadeira razão do encerramento do Diccionário do Diabo.
posted by Miguel Noronha 8:15 da manhã
segunda-feira, junho 14, 2004
Paradoxos - pt II
Para Daniel Oliveira vai o prémio para a análise mais honesta dos resultados eleitorais:
PSD: 33.26%
Durão Barroso terá de gerir um governo que todos sabem não tem base social de apoio
BE: 4.92%
Mais importante que tudo, para o Bloco (..) [é] ter conseguido aumentar a sua base de apoio.
posted by Miguel Noronha 4:27 da tarde
Eleições Europeias
Um editorial do Daily Telegraph considera que os resultados das eleições retiram ao governo britânico a legitimidade para rectificar a constituição europeia e aconselham o Partido Conservador a reconsiderar o seu posicionamento na questões europeias.
posted by Miguel Noronha 3:39 da tarde
Lomborg
A Wired entrevistou a Bjorn Lomborg.
posted by Miguel Noronha 2:30 da tarde
Paradoxo
Na Alemanha o SPD foi derrotado devido aos maus resultados das políticas que o PS defende para Portugal.
posted by Miguel Noronha 12:45 da tarde
Eleições Europeias
Algumas considerações sobre os resultados destas eleições.
1. Os eleitores (e mesmo os partidos políticos) vêm estas eleições como um referendo aos governos nacionais. São disso sintomáticas as declarações de Ferro Rodrigues.
Quem tem a maioria na Assembleia da República não tem a confiança da maioria do povo português.
A cidadania europeia continua a existir apenas em folhas de papel A4 e nas mentes de alguns ilumindados.
2. Não há grande volta a dar. Considerações sobre a abstenção à parte o governo PSD/PP sofreu uma derrota eleitoral. As políticas de austeridade e a recessão mundial tiveram nisso um papel determinante. Resta esperar que, como garantiu o Primeiro-Ministro, o Governo não enverede pelo populismo e altere a sua política orçamental.
posted by Miguel Noronha 11:24 da manhã