sábado, agosto 09, 2003
Portugal a Arder pt II
Excelente, como sempre, a coluna de Alberto Gonçalves no Correio da Manhã.
Creio que fica tudo dito sobre o tema.
posted by Miguel Noronha 11:08 da manhã
sexta-feira, agosto 08, 2003
PCP elogia Estaline pt II
No Público Nuno Pacheco reage ao artigo do "Avante".
posted by Miguel Noronha 10:53 da manhã
Elogios rasgados a Estaline nas páginas do 'Avante!'
Como já alguns blogues tinha referido ontem a propósito da comemoração dos 50 anos da morte de Estaline o "Avante" dedica-lhe uma perturbante homenagem:
O 50º aniversário da morte de Estaline (05.03.1953) foi comemorado sem indiferença e com respeito na antiga URSS, mas noutros países com o habitual «grande espectáculo» que os «media» ocidentais costumam dedicar a todos os acontecimentos em que Estaline se distingue. Uma vez mais, vieram à baila os muitos milhões que teria mandado executar e, enfim, toda uma série de horrores a que a História, a verdadeira, não consente aval. O nome do escritor Alexandr Solzhenitsyn oferece constante fonte de apoio a todos os especuladores na matéria. A sua afirmação de que os «excessos» [aspas?!] de Estaline teriam conduzido milhões de pessoas à morte, serve-lhes às mil maravilhas. Mas parece que as coisas não foram bem assim...
(...)
Outro capítulo da trajectória de Estaline em que os dirigentes e os propagandistas do capitalismo mundial se mostram extremamente intransigentes e vorazes (compreende-se porquê...) é o da campanha da colectivização das terras. Mas a intransigência de Estaline era, igualmente, compreensível. Assim, a 6 de Fevereiro de 1928, dizia ele: «Os camponeses pobres e uma proporção considerável dos de nível médio, venderam e já entregaram ao Estado toda a sua produção de trigo. O governo pagou-lhes, segundo os preços acordados. Mas pode admitir-se que o nosso mesmo governo pague aos ?kulaks? (grandes proprietários) duas vezes mais por iguais quantidades de trigo?». Os «kulaks», obviamente [!!!], foram liquidados como classe social. Mais tarde, em 1935, Estaline tinha, ainda, esta famosa conclusão para nos dar: «Deve compreender-se que de todas as preciosas formas de capital que existem no mundo, a mais decisiva é formada pelos homens e, entre estes, a mais preciosa são os quadros partidários» [!!!!]
(...)
Mas os desenvolvimentos seguintes e a passagem do tempo indicam que Estaline não cumpriu a garantia prestada. Abusando do poder, promoveu o culto da sua própria personalidade acabando por cometer graves erros (mas não todos os que se lhe apontam) [quais?] , tanto em assuntos de política interna como noutros da área internacional. Por outro lado, note-se que a melhor homenagem que pode prestar-se ao chefe soviético, são os próprios imperialistas que a realizam ao continuarem, 50 anos após a sua morte, a massacrarem-nos com o que têm por enormidades e erros do Partido e de Estaline, mas que se revelaram vitórias de carácter histórico inegável - a construção do socialismo num só país; a electrificação de toda a URSS; a industrialização em massa; as grandes obras nacionais e o espectacular cumprimento dos Planos Quinquenais; a inolvidável e épica vitória do povo soviético, do Partido e do Exército Vermelho na 2.ª Guerra Mundial; o acesso à arma atómica para que se aquietassem os maníacos americanos [!!!].
Quando apareceu Solzhenitsyn a glorificar as «vítimas» do estalinismo, e fazendo, portanto, «esclarecer» o mundo quanto ao que se passara, tanto o escritor como a máquina da propaganda imperialista que o fez e apoiou se esqueceram de notar que essas «vítimas» [porquê as aspas?!] tinham vestido a farda do inimigo nazi e que a ele se tinham acolhido na expectativa de que a URSS perdesse a guerra. Mas essas expectativas saíram goradas, como todos sabemos.
Ficamos a saber que, para o PCP, os milhões de vítimas de Estaline são apenas "graves erros", que as "vitimas" (entre aspas!!) era todas nazis, que a liquidação dos "kulaks" foi "apenas" como classe social (e a eliminação fisica?), entre outras barbaridades revisionistas.
As afirmações de Bernardino Soares sobre a Coreia do Norte e de Ruben de Carvalho sobre Cuba não foram "árvores" isoladas. Elas são parte da "floresta" totalitária do PCP. O PCP assume-se, finalmente, como anti-democrático e anti-liberal.
Nota: podem ter uma ideia da dimensão dos crimes de Estaline aqui e aqui..
posted by Miguel Noronha 10:34 da manhã
quinta-feira, agosto 07, 2003
In Defence of Global Capitalism
Na página promocional do livro homónimo de Johan Norberg podem encontrar um elucidativo Q&A sobre o capitalismo.
What exactly do you mean by "capitalism"?
By capitalism I mean a liberal market economy with free competition. A system where the individual is his own master and the master of his property, with the power of making contracts and starting up in business, and the ability to move about, travel and trade regardless of national boundaries. Decision-making, as far as possible, rests with people themselves, not with politicians and government
Para mais esclarecimentos visitem o site.
posted by Miguel Noronha 5:28 da tarde
A Cultura Francesa
A propósito encerramento da Livraria Francesa de Lisboa, Sebastião Lima Rego (SLR), aponta o seu dedo acusador às autoridades francesas que "não mexe[m] um dedo para impedir este fim lamentável e incompreensível" e que nos vai abandonar "cada vez mais nas mãos do afunilamento cultural americano que, mais do que globalizante, é estiolante e redutor".
Confesso que nunca frequentei a dita livraria. Não domino suficientemente a lingua francesa para me aventurar a comprar livros escritos nesse idioma. Não posso portanto aferir da variedade de autores e temas que por lá existiam. No entanto, o fulminante ataque desferido pelo autor do artigo, à cultura anglo-saxónica e à globalização e o seu louvor à França da "Revolução Francesa" e do "Maio de 68" deixam-me antever o que nela SLR buscava.
Penso poder sossegar SLR. As obras dos herdeiros dessa linha de pensamento, como já foi comentado por diversos bloggers, encontram-se profusamente disseminados por tudo o que são livrarias e (paradoxalmente nos) hipermercados deste país. As editoras, porventura geridas por "compagnons de route" de SLR, editam preferêncialmete os herdeiros do Maio de 68. Compreendo que, por vezes. seja difícil encontrar um determinado livro de um determinado autor mas arrisco-me a dizer que os "herdeiros da Revolução Francesa" encontram mais facilmente o que pretendem do que os, como eu, rendidos aos encantos da cultura anglo-saxónica dita "asfixiante".
Dados estes constrangimentos optei, desde há algum tempo, por comprar os livros no estrangeiro via internet. Suponho que que esta também seja uma alternativa válida para SLR e EPC.
posted by Miguel Noronha 12:50 da tarde
Cortesia Cox & Forkum Editorial Cartoons
posted by Miguel Noronha 11:12 da manhã
Aquecimento Global
Um perito do grupo intergovernamental das Nações Unidas sobre a evolução do clima afirmou recentemente que a recente (e presente) vaga de calor não prova o aquecimento global. Perante tal "heresia" alguns pretendem desmenti-lo utilizando argumentos que nada devem à ciência.
A página da Scientific Alliance, que se dedica a desmistificar este tipo de assuntos, afirma o seguinte:
Climate, which is affected by a myriad of different forces which are not fully understood, is constantly changing. Among the many factors influencing climate are: dust released into the stratosphere by volcanic eruptions, which reflects sunshine away from the Earth’s surface altering global climate cycles; El Niño and la Niña, rare weather patterns that cause temporary climate changes and extreme weather events which are frequently blamed on “enhanced” climate change; solar magnetism which at its maximum strength, as in the 10th and 11th centuries, appears to warm the world; and the greenhouse effect.
Since the industrial revolution, emissions of “greenhouse” gases from anthropogenic activity have increased, leading to the notion of climate change “enhanced” by anthropogenic activity. Anthropogenic CO2 emissions are estimated to be less than 10% of naturally-occurring emissions. Some scientists argue that any anthropogenic effects are negligible against the background of natural emissions of these same gases, whilst others argue that the difference is enough to upset the global carbon cycle’s balance.
The crux of the climate change debate focuses on the difficulties in collecting accurate historic data, confidence levels in predictive computer models, and outstanding questions over the impact of radiative forcing – variations in the Earth's orbit around the Sun, solar radiation, volcanic activity and atmospheric composition - on climate.
The complex nature of global climate places limitations on the predictive power of computer models, which themselves are dependent on the quality of data put in. This raises large question marks over the certainty of the results produced. Indeed, different models have produced different results, leading to predictions based upon wide margins of temperature changes. The Intergovernmental Panel of Climate Change (IPCC) has predicted changes between 1.5 and 5.58 degrees centigrade by 2100. Confidence in the models has not been encouraged by the fact that, even when using historical data, none of the existing models has been able to predict the present temperature correctly. The models are unable to account for the temperature rise between 1920 and 1940, the cooling to 1975 and the absence of warming in the satellite record since 1979.
Models are only as good as the data entered into them. Two different types of data are entered into the models, climate data and scenarios predicting CO2 emissions based upon assumptions of economic growth and energy use. Climate change data over the past 100 years contains many discrepancies. Surface temperature measurements disagree with recent measurements from satellites and balloons. Whist some researchers predict CO2 emission will be eight times pre-industrial values, others doubt they will even double.
These predictions are used to make further predictions on what impact such change will have. Different scenarios include melting glaciers, sea level change, species extinction, an increase in extreme weather events and even the collapse of thermohaline circulation in the ocean. Such scenarios have often been portrayed in cataclysmic terms, and a debate on what level of confidence the results can be given has been stifled.
posted by Miguel Noronha 10:20 da manhã
Sarsfield Cabral: Menos Estado
As privatizações dos últimos anos geraram a ideia de que o Estado se retirou da actividade económica. É, em parte, verdade. A orgia de nacionalizações visava «quebrar a espinha à burguesia», destruindo os grupos económicos privados. Ultrapassada a fase colectivista, era indispensável desnacionalizar. O que foi feito, embora com enorme atraso (até 1989, era proibido pela Constituição) e sem adequadas indemnizações.
Curiosamente, este emagrecimento do Estado pelo lado empresarial foi contrabalançado por um movimento inverso na área da Administração Pública. Pela calada, aí o Estado inchou desmesuradamante. Já não tanto por motivos ideológicos, mas sobretudo para se cumprir a grande prioridade nacional quanto ao Estado: dar empregos.
As despesas do Estado eram um quinto do PIB em 1970, mas chegavam a quase metade em 2000, nota Medina Carreira no Diário Económico de 30 de Julho. Os salários dos funcionários públicos passaram de 11,6 por cento do PIB em 1990 para 15,4 dez anos mais tarde. Nas últimas três décadas as despesas públicas cresceram à taxa média anual (descontando a inflação) de 6,6 por cento, enquanto o crescimento económico se quedou pelos 3,5 por cento. Ainda se, ao menos, tivessem melhorado os serviços do Estado em áreas que lhe são específicas, como a justiça, a segurança, a defesa...
Noutros países o Estado também engordou na segunda metade do século XX, mas depois inflectiram caminho. Portugal, porém, foi o único país da União Europeia que não reduziu o peso da despesa pública entre 1995 e 2000. Só que, hoje, «a margem das opções políticas para reduzir o nível da despesa pública é mínima» (M. Carreira). Era bem mais fácil privatizar empresas... Temos tarefa para décadas.
posted by Miguel Noronha 9:51 da manhã
quarta-feira, agosto 06, 2003
Varieties Of Anti-Americanism
[1] The first kind (...). Outside the United States, Europe, Japan, Australia and other democratic nations, most of the world's governments are still run by elites, that is classes of people who run governments like family businesses - for their own good and profit. Sometimes these elites are the residues of various pre-industrial aristocracies such as the rulers of the Arab world. In other cases these elites are composed of the remains of revolutionary movements such as the Communist parties in China and Vietnam. Occasionally, these elites are composed of wealthy families and landowners. And sometimes they are the descendants of the native functionaries of various colonial empires.
(...) These elitists hate America because America, with its free society, democratic government and capitalist economy is a threat to them. American freedom and the American way of life threaten every elite and oligarchy on the planet. Even a whiff of American-style freedom can bring down a moth-eaten oligarchy, as the fate of the Soviet Union proved. The world's oligarchs and elitists - and the intellectuals whose paychecks they sign - are scared to death of us. In typical fashion they hate what they fear, namely us.
[2] The second variety (...) is that of the world's traditionalists, that is people who love their traditional cultures and histories. These people rightly see America as the source of the modern world they hate and fear, the modern world that is slowing replacing the traditional ways of life they love.
(...) This includes the modern political system of a constitutional democracy (or a constitutional republic) as well as the modern economic system (capitalism), mass entertainment, mass communications, modern industry, most modern science, and most modern technology. (...) A world they neither like nor understand. They fear that America is changing and remaking the face of the globe in its own image and that they have no choice in the matter.
[3] The third variety (...) is all manner of ?intellectuals? and leftists. (...) American has proven that capitalism works. Our combination of democracy, popular culture, and mass communications disproves most of the theories they believe in: Marxism, Socialism, Communism, Fascism, and Racism etc. (...) America is despised because our real-life success story makes their utopian dreams, for which they are willing to sacrifice everything, to be nothing but hollow mockeries. They loathe us because the average people of the world are too busy watching Baywatch, playing video games and listening to ?Eminem? to listen to their glorious plans for revolution and utopia. They are jealous because average people want - and for the most part have - pickup trucks and TV sets instead of Communism and the Islamic Paradise.
posted by Miguel Noronha 8:30 da tarde
Falta de Tacto
A crer na fiabilidade da trasncrição da declarações de Guilherme Silva diria que este perdeu uma óptima oportunidade para ficar calado...
posted by Miguel Noronha 7:36 da tarde
Portugal a Arder
O Comprometido Espectador voltou com um excelente artigo sobre o problema do incêndios. O Intermitente assina por baixo.
posted by Miguel Noronha 11:56 da manhã
Brasil: Reforma Agrária
"Brazil's production of grains -- cereals, legumes and oil seeds -- has doubled since 1990, even though the total cultivated area in the country grew just 14.8 percent.
This explosion in output allowed the agricultural sector to increase exports dramatically and achieve a trade surplus of more than 20 billion dollars a year -- helping to improve the South American giant's foreign accounts in general.
If this pace continues, within 10 years Brazil could replace the United States as the world's leading food producer, according to calculations by the United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD).
Given this context, in a country as competitive as Brazil there is no justification for agrarian reform, says Antonio Ernesto de Salvo, president of the Agriculture and Livestock Confederation of Brazil, which represents large farmers and ranchers and big agri-business.
Furthermore, the Brazilian countryside is divided into four million properties, more than double the U.S. total, and rural poverty is concentrated in small landholdings, De Salvo told IPS. "We already have an excess of small farms."
All that is needed, he says, is to create mechanisms to ensure "access to land for those who have the vocation of farmer."
"There cannot be land problems in a country with a territory of 8.5 million square kilometres," even if a large portion is set aside for environmental preservation.
De Salvo accuses the MST of being a "Marxist organisation" that takes advantage of the poor, mobilising the rural and urban unemployed with the objective of "taking over power", just like -- he says -- the guerrilla groups in Colombia, the Zapatistas in southern Mexico and Shining Path in Peru."
posted by Miguel Noronha 11:54 da manhã
terça-feira, agosto 05, 2003
Arab League spurns Iraq's Governing Council
"Arab League members decided Tuesday not to recognize Iraq's U.S.-appointed Governing Council, saying they will wait until a government is elected"
Uma decisão nada surpreendente vinda de países que reconheceram a ditadura de Saddam Hussein e não são, eles próprios, eleitos na maior parte dos casos...
posted by Miguel Noronha 6:21 da tarde
Thomas Sowell: Idiotas Úteis
A expressão "idiotas úteis" foi primeiro utilizada por Lenine como uma descrição daquelas pessoas, nas democracias ocidentais, que não usavam sua mente para pensar, e que sempre encontravam desculpas para tudo o que ocorria na União Soviética. O livro da colunista do JWR Mona Charen com este título mostra que tais pessoas ainda existem.
Muito depois que os horrores da União Soviética vieram à tona de forma tão cabal e universal, e seus simpatizantes não conseguiram continuar sua lavagem cerebral, novas ditaduras comunistas surgiram que vieram a se tornar os novos objetos de afeição por parte da inteligentsia ocidental e seus seguidores na mídia e na política. Como o livro de Mona Charen mostra com clareza isto ocorre obedecendo aos mesmos padrões repetitivos, por parte dos mesmos idiotas, dizendo as mesmas coisas numa repetição ad nauseam. Ela cita os nomes de Peter Jennings, Jesse Jackson, Anthony Lewis, Ted Kennedy, Ted Turner, e uma longa lista.
A instalação da ditadura castrista em Cuba determinou o padrão a ser seguido mais tarde na Nicarágua, El Salvador e Granada. Inicialmente escondendo o fato de ser comunista, e usando alguns não-comunistas em sua volta como cortina de fumaça, Fidel Castro conseguiu posar de libertador popular que surgia para acabar com a opressão, realizar eleições livres e fazer tudo do melhor para ?o povo?. Os idiotas úteis nos Estados Unidos e noutras democracias ocidentais engoliram tudo direitinho. E muitos ainda o fazem hoje em dia.
Uma vez no poder, Castro não tolerou nenhuma oposição, não convocou nenhuma eleição livre, e fundou um estado policial que fez com que ditadores mais antigos parecessem amadores. Quem era contra, era preso ou executado, o que ocorreu com todos os que tentaram fugir no País e foram pegos. Quando a máscara de libertador não foi mais necessária, Castro revelou o que realmente era - e sempre havia sido ? um Comunista, apesar de que os idiotas úteis clamarem até hoje que foi a hostilidade americana que o jogou nos braços da União Soviética. Não somente Castro pertencia ao bloco soviético desde o início mas tornou Cuba a primeira base soviética no Hemisfério Ocidental, armando tropas cubanas para reforçar outros comunistas a tomarem o poder na África.
Como os idiotas úteis vêm tudo isto? Além de dizerem que tudo é culpa dos americanos em função da hostilidade gratuita contra Castro, ainda dizem que o povo cubano tem o direito de viver sob o governo que escolherem, gostem ou não os americanos. Eleanor Clift, da Newsweek, chegou a dizer que ela não poderia criticar o ?estilo de vida? dos cubanos.
Parece nunca ocorrer a estes apologistas, que o povo cubano não tem o direito de escolher coisa alguma. Fazem o que lhe mandam fazer, se querem continuar vivos. O fato de que dezenas de milhares tentaram fugir da ilha, mesmo correndo riscos de vida, seja por afogamento ou fuzilamento pelas patrulhas castristas, nunca alterou em nada a visão rósea da ditadura cubana divulgada por muitos na mídia, na política e entre os membros da inteligentsia. Com poucas variações ocorreu o mesmo padrão em relação aos outros movimentos e regimes semelhantes na Nicarágua, El Salvador e Granada. O livro de Mona Charen mostra tudo com citações dos próprios idiotas. É preciso ler ou ouvir algumas de suas intermináveis arengas laudatórias das brutais ditaduras para poder acreditar. Sua abjeta admiração pela opressão estalinista não se esgota no Hemisfério Ocidental, pois se estende ao genocídio maoista e à atroz opressão na Coréia do Norte.
O colapso do bloco soviético mostrou que estes idiotas úteis não são apenas comunistas, mas eram e são principalmente anti-americanos. Desprezam os valores do povo americano e os princípios sobre os quais estes País foi fundado e construído. Estão sempre dispostos a ouvir com simpatia a nossos inimigos de qualquer parte do mundo, sejam comunistas ou fundamentalistas islâmicos ou o que forem. Mona Charen conta tudo com minúcias.
Tradução de Heitor de Paola
(link não disponível)
posted by Miguel Noronha 12:42 da tarde
Must Read!
Leiam a crónica de António Ribeiro Ferreira intitulada "A Loucura Estatista".
posted by Miguel Noronha 11:52 da manhã
Cegueira Ideológica
Tal como já o tinha feito no Combate Manuel Deniz reincide na defesa ideológica do crime de destruição de propriedade privada de Jose Bouvé.
Nas democracias existem formas de protesto que não implicam que sejam cometidos crimes.
posted by Miguel Noronha 10:11 da manhã
segunda-feira, agosto 04, 2003
Where Is the Fence?
O editorial da Forward defende a vedação como um importante instrumento para a defesa de Israel especialmente contra atentados terroristas. Defende, contundo, que esta seja feita de acordo com o plano original, isto é, seguindo a linha de cessar fogo de 1967.
To listen to some of the critics, the fence Israel is building is an offense to human rights, a cruel blight imposed across a happy land where the inhabitants want nothing more than to reach out and hug one another. The fence is a glaring reminder of conflict, some critics say, as though without it folks might forget what's going on. President Bush's spokesmen actually suggested that the president has an aversion to this sort of barrier going back to his days in the Texas statehouse, as though Israel's problem were nothing more than poor neighbors seeking work.
But Israel's problem is much worse: Its infiltrators are not job seekers but terrorist murderers. It's a problem that's likely to continue to a greater or lesser degree for a long time to come. Even if Bush's "road map" leads to a genuine agreement and Palestinian statehood, resentment of Israel will continue among large segments of the Palestinian population. Healing the wounds will take generations. In the interim, as Woody Allen once said, the lion may lie down with the lamb, but the lamb won't get much sleep. Israel will still need a fence
(...)
If Israel is serious about the fence's purely defensive purposes, it should heed the administration and redraw the fence's route to follow something resembling the 1967 border. It's cheaper, more defensible. It leaves the final border negotiable. And it will strengthen rather than weaken the momentum toward peace.
posted by Miguel Noronha 8:59 da tarde
Constituição Europeia
William Niskanen do Cato Institute aconselha os europeus a olharem para o exemplo da Constituição Americana.
"Europeans will soon consider a proposed constitution for the EU that is very different from the US Constitution. The US is the oldest and largest surviving constitutional republic -- a nation that has experienced a larger increase in area, population, and income; absorbing people of more diverse racial, ethnic and language backgrounds than any other contemporary nation. So Europeans are well advised to understand and consider those characteristics of the US Constitution that provided the political and legal framework for the American success story.
Several characteristics of the US Constitution have contributed to its relative success and survival as a body of foundation law. The preamble, for example, describes the objectives of the Constitution in only 52 words of forceful, declaratory and quite general prose, which, by itself, provides no authority for any specific political decision.
The main text, in only seven articles, describes the powers authorized to the several branches of government and the powers denied to the federal government or the states as few, brief, and well defined. All residual powers are reserved to the states.
And the Bill of Rights, with one exception, is a list of the rights of individuals against the state, not a list of claims by individuals on services to be provided by the state; the one exception is the right to a trial by jury. All residual rights are reserved to the people."
"Even those who favor the major provisions of the proposed constitution should be careful to ensure that the constitution limits the authority of the EU to define its own powers, because all governments seek broader powers than first authorized.
Over time, an imperfect Europe of national states (...) may be a better protection of liberty than approving the proposed constitution in the hope for a more perfect EU"
posted by Miguel Noronha 4:11 da tarde
A Estigmatização do Lucro
Na coluna de João César das Neves:
(...) uma grande quantidade de serviços básicos são fornecidos por empresas privadas sem que ninguém se preocupe. A comida, o vestuário, a habitação e tantos outros produtos essenciais vêm-nos de instituições com fins lucrativos. Há merceeiros gananciosos e outros prestáveis. Mas quem me dá de comer tem sempre fins lucrativos.
Outra ideia muito corrente é que os serviços prestados com fins lucrativos são de pior qualidade. Alegadamente, nas escolas ou hospitais privados, os utentes são explorados e abusados por interesse, enquanto nas instituições públicas se faz tudo com benevolência.
Esta ideia atinge o auge do ridículo. Em todo o lado há profissionais competentes e dedicados. Mas é nas empresas privadas que os clientes têm algum poder. Todo o negócio depende crucialmente do consumidor. Qualquer empresa, por mais poderosa que seja, sossobra se perder a preferência dos compradores. A história da economia está cheia de potentados económicos destruídos pelo capricho dos fregueses.
É precisamente quando não há fins lucrativos que a má qualidade pode permanecer perpétua e impune. Se as coisas são fornecidas por alguém cujo salário depende da burocracia e não das vendas, a eficiência tende a sofrer. A promoção da qualidade é a principal razão para o uso dos fins lucrativos
posted by Miguel Noronha 12:35 da tarde
Brasil, Venezuela e Cuba
O escritor exilado cubano Armando Valladares acusou na imprensa de Miami o Presidente do Brasil, Lula da Silva, e o respectivo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de "contribuirem para sustentar a sangrenta ditadura comunista que há mais de 40 anos oprime 12 milhões" de compatriotas seus. Brasília recebeu já a visita do vice-presidente Carlos Lage e do ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Felipe Pérez, devendo Lula da Silva ir à Havana no mês de Setembro.
Entretanto, o Presidente cubano, Fidel Castro, declarou sexta-feira que uma das pessoas que mais admira é o seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez, que considerou "um homem excepcional". Castro, que falou durante cerca de três horas e meia ao entregar os diplomas de um curso de enfermagem, na Havana, afirmou ser o Presidente da Venezuela "uma das pessoas mais sãs e mais revolucionárias" que jamais conheceu.O orador também defendeu o envio para os bairros mais pobres de Caracas de centenas de profissionais cubanos do sector da saúde, uma iniciativa que está a irritar os adversários de Chávez.
Temos uma nova santissima trindade para os revolucionários do mundo inteiro. Pena (para eles) que a realidade não corresponda aos seus sonhos. Pena que milhões de pessoas sejam vítimas dos sonhos revolucionários de uma vanguarda esclarecida que não se compadece com a realidade.
posted by Miguel Noronha 11:11 da manhã
O Chile de Allende
Agora que se preparam as comemorações do golpe que depôs Salvador Allende, um dos icones da esquerda mundial, vão chover artigos, documentários e tudo o resto a contar como o Chile pré-revolução era pouco menos que o céu na terra. A verdade é, no entanto, bastante diferente. O Claudio Tellez escreveu este texto há um meses e, a bem da verdade, resolvi recupera-lo.
O mundo vê Allende como o único socialista eleito democraticamente (mas com o voto do Congresso, que seja dito), como um homem justo e profundamente humanista, que foi traído e assassinado (versão que a própria esquerda desmente) pelos cruentos militares chilenos que estavam em conluio com a CIA e em nome dos interesses egoístas do imperialismo norteamericano.
Pois é, no Chile também tivemos os nossos "Ministros da Informação", só que em contraste com o patético Mohammed Said al-Sahaf, o resto do mundo engoliu as mentiras sem reclamar.
Durante o governo de Allende, grupos de extremistas tiveram liberdade de ação nos campos. Allende dizia, por um lado, que a Lei tinha que ser respeitada. Por outro lado, favorecia as expropriações ilegais. Segundo a Lei de Reforma Agrária, as propriedades aptas à aplicação dessa lei eram as que tinham mais de 80 hectares e que estavam em evidentes condições de abandono ou improdutividade.
Jorge Baraona Puelma, um ancião que trabalhava numa fazenda e que tinha dois filhos inválidos, precisou refugiar-se na casa da fazenda, que estava cercada por extremistas que não cessavam de ameaçá-lo com a "justiça revolucionária" caso não deixasse a propriedade. Outros trabalhadores já tinham sido baleados. Jorge Baraona Puelma estava se preparando para acatar as ordens dos socialistas quando sofreu um ataque cardíaco e morreu.
Perto de Pucón, o agricultor Rolando Matus Castillo foi assassinado pelos miristas. Ele tentou defender a sua propriedade de 20 hectares.
Em Nancagua, ao sul de Santiago, o capataz Domingo Soto foi assassinado por tentar ultrapassar uma barreira de ocupantes. Ele estava indo para casa, pois a sua mulher estava dando à luz.
José Liendo, um assassino mirista conhecido como "Comandante Pepe" espalhava o terror pelos campos. As ordens de prisão emitidas contra ele eram simplesmente "devolvidas" pelos agentes de Investigaciones (a polícia civil). Se algum funcionário público tentava agir em prol do cumprimento da lei, acabava destituído por "aferrar-se à legalidade burguesa". Um dos lemas do Movimiento Campesino Revolucionário, que era a "versão agrária" do MIR, era "TIERRA O MUERTE" - terra ou morte.
Em Rancagua, a Viña Santa Blanca foi tomada de assalto. O filho do proprietário, Gilberto González Gómez, tentou defender o pai - que estava sendo espancado. Esse gesto lhe custou a vida.
Em Fresia (sul do Chile), extremistas ocuparam um hospital e agrediram dois médicos, obrigando-os a modificarem um laudo de autópsia no qual estava escrito que a vítima morrera por causa de um traumatismo craniano. Os médicos tiveram que escrever "morte natural" no laudo. Tudo isso foi feito na presença do subdelegado de Governo. Além de espancarem os médicos, os extremistas ameaçaram com violentar as enfermeiras ou até as pacientes, caso não fossem obedecidos.
O medo e a incerteza fizeram com que a agricultura estancasse. As terras ocupadas, mesmo as que eram improdutivas, não passaram a produzir nas mãos dos "revolucionários". Muito pelo contrário, os prédios agrícolas foram utilizados como campos de treinamento de guerrilheiros. Os camponeses que se recusavam a aceitar a "nova ordem" eram afastados e os seus postos eram ocupados por militantes extremistas.
Cristóbal Sáenz possuía terras produtivas em Malleco. Ele chegou a ser o quarto maior produtor de trigo do mundo. No início do governo da UP, as suas terras produziam 35 mil quintais de trigo. Ele teve a fazenda expropriada pela Deforma Agrária da Unidade Popular e a produção diminuiu a 3200 quintais.
Talvez um dos melhores testemunhos sobre o governo de Salvador Allende seja o de Baltazar Castro, socialista e escritor. Ele possuía um vinhedo e exportava vinho para Cuba. Como era de se esperar, Baltazar Castro apoiou a candidatura de Allende e deu a ele o seu voto. Um certo dia, a sua propriedade foi atacada pelos extremistas. Por pouco não foram todos massacrados. São as palavras de Baltazar Castro: "O Chile foi destruído pela venalidade e mediocridade de Allende e seus colaboradores."
posted by Miguel Noronha 10:13 da manhã
domingo, agosto 03, 2003
Excelente!!
...a resposta de Francisco José Viegas ("LATE NIGHT BLOGS") a Eduardo Prado Coelho. A sorte de EPC é que é pouco provável que o chá verde lhe dê uma rélica do mesmo calibre.
posted by Miguel Noronha 5:21 da tarde
Links
A secção dos links foi consideravelmente aumentada com novas entradas em quase todas as secções. Para não me estar a alongar vou apenas referir os blogues nacionais adicionados:
Bloguitica Internacional
Cidadão Livre
Desesperada Esperança
Homem a Dias
Veto Político
aos quais dou as boas vindas apesar de alguns deles já cá andarem há algum tempo...
posted by Miguel Noronha 5:05 da tarde