O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, julho 05, 2003

Para os Meus Colegas da UBL

Não quis frustrar as vossas expectativas. Este é o primeiro post pos-jantar. Agora vou dormir. A sério...
posted by Miguel Noronha 2:42 da manhã

sexta-feira, julho 04, 2003

UBL

Hoje realiza-se (finalmente) o jantar da UBL. Como escreveu a Charlotte: "o maior blind date de que há memória".
posted by Miguel Noronha 8:12 da tarde

Uma História Simples

Até ao início dos anos 90 a Hindustan Motors of India (HMI) detinha quase o monopólio da venda de carros na Indía. Este mercado encontrava-se, é claro, fechado à concorrência externa. Sem pressão da concorrência nunca teve de se preocupar com o desenvolvimento do produto, do mercado, a produtividade das suas unidades produtivas, nem (certamente) em controlar os custos de produção.

Com a liberalização do mercado onde operava, a HMI, sofre uma hecatombe. Viu a sua quota de mercado reduzir-se para 5% e no ultimo ano o prejuízo foi superior a USD 25.000.000.

As tentativas de restruturação da empresa esbarram em décadas de imobilismo e num mercado de trabalho extremamente regulamentado. O futuro não é risonho...

Moral da história: o proteccionismo prejudica os consumidores, a inovação tecnológica, a produtividade e não prepara as empresas para a livre concorrência.

Podem consultar o artigo aqui.
posted by Miguel Noronha 8:07 da tarde

Tax Freedom Day

O Tax Freedom Day (TFD) é um indicador criado pelo Adam Smith Institute que mede o número de dias por ano que, em média, um contribuinte tem de trabalhar para pagar os seus impostos começando a contar a partir do dia 1 de Janeiro de cada ano.

Este indicador

Eis um quadro evolutivo do TFD para o Reino Unido:



Um quadro comparativo de vários países/zonas económicas:



Para mais informações podem consultar o site do TFD.
posted by Miguel Noronha 3:31 da tarde

FARC

O Público noticia que um grupo de indios (as versões variam de 400 a 2000) forçaram as FARC a libertar um refém. É curioso. Não era suposto serem estes os oprimidos que as FARC diziam defender? A mesma notícia dá conta de mais provas de que as FARC estão envolvidas no tráfico de droga.

posted by Miguel Noronha 1:11 da tarde

Equivocos

O artigo no Publico de Manuel Vilaverde Cabral apresenta várias falácias.

Em primeiro lugar fala do " processo de construcção europeia" como se fosse o caminho para o Eden. É natural que os adeptos da economia centralizada e do igualitarismo vejam no impeto regulador de Bruxelas o caminho para alcançar esse objectivo. Esquecem-se, porém, de referir que essa "construcção" se faz muitas (bastantes) vezes à revelia dos Governos nacionais eleitos e dos seus eleitores.

Apresentando os anti-federalistas como "piões europeus" dos americanos e ,logo, destituidos de vontade própria pode, sem qualquer problema, descartar, sem discussão, os seus pontos de vista. Não sei se o próximo alargamento representa um "vitória dos que não querem que a UE seja mais do que «um mercado comum»". Era bom que assim fosse.

Não sei como, mas MVC consegue compatibilizar no seu pensamento os "fantasmas nacionalistas" com a "subserviência atlantista". Pensava eu que os nacionalistas colocavam o seu país à frente de tudo, inclusivé das outras nações. Se calhar estava errado. Ele é que é o intelectual...

Embora seja defensor do referendo (o que é bastante positivo) MVC afirma que "o que tira o sono aos nacionalistas é que a maioria dos portugueses não tem medo do federalismo". Não sei como chegou a esta conclusão. Não são apresentados quaisquer dados.

Contrariando a afirmação de Jorge Miranda, MVC afirma a existência do "povo europeu". A prova provada é a existência do Parlamento Europeu. Para além dos poucos poderes que este detêm (o que reconhecido por MVC) esquece-se de referir a indiferença a que é votada esta instituição. Quer pelas altas taxas de abstenção nas respectivas eleições quer pelo desinteresse nos seu trabalho. MVC atinge o cumulo ao comparar o PE com o Congresso dos EUA.

Depois de tantas asneiras MVC comete a proeza de acabar o artigo com uma frase com a qual só posso concordar:

"É preciso, por isso, romper a conspiração do silêncio que tem rodeado todo o processo.

E só um referendo é que permitirá que isso aconteça, forçando os partidos a tomar posição e obrigando-nos a reflectir sobre o que queremos da Europa, ou seja, o que queremos para Portugal
"
posted by Miguel Noronha 12:41 da tarde

Pesos Rosas

O Jaquinzinhos noticia a entrada de vários pesos pesados da constelação socialista na blogosfera. Tenham calma. Parece que a inauguração oficial é só para daqui a um mês. Devem ter fomado um grupo de trabalho para discutir o assunto.
posted by Miguel Noronha 11:40 da manhã

Os défices do PS

O deputado José Lello declarou à TSF que alguns dos dirigentes do seu partido «têm um défice curricular em termos partidários, políticos e institucionais».

É inagável. O PS têm um sério problema com os défices...
posted by Miguel Noronha 10:15 da manhã

O Final da Cabala do PSOE

Ao contrário da cabala do PS nacional, sobre a qual continuamos à espera de dados, a do PSOE parece ter tido ontem um final. O tribunal não encontrou indicios de corrupção pelo que não decidiu não dar seguimento ao processo.
posted by Miguel Noronha 9:16 da manhã

A Presidência Italiana IV

Para encerrar este assunto (pelo menos enquanto não existirem desenvolvimentos) queria referir que Nelson Ascher tem uns comentários sobre este "caso" no Europundits.
posted by Miguel Noronha 8:55 da manhã

quinta-feira, julho 03, 2003

Um Pensamento a Propósito d'A Presidência Italiana

É curioso que os blogues esquerdista que costumam apelidar todos os blogues à sua direita de fachos tenha ficado tão chocados com as declarações de Berlusconi. Provavelmente existe um qualquer regulamento comunitário que permite lançar estes mimos sem que sejam considerados de mau gosto. A sua aplicação deve restrigir-se à esquerda, contudo...
posted by Miguel Noronha 8:07 da tarde

WMD's (via The Corner)

O Senador Pat Roberts, durante uma conferência de imprensa, deu a entender que os já EUA possuem algumas provas sobre a existência WMD's.

"It's classified information now - I am urging the administration and the intelligence community to make at least portions of that public," the Kansas Republican said. "We've had some success; I'm sorry I can't go into detail about that."

Aguardemos...
posted by Miguel Noronha 6:02 da tarde

Amnésia

Depois de ler a crónica de Jorge Coelho fiquei com uma enorme duvida. Qual era, afinal, o partido que estava no governo anterior a este?
posted by Miguel Noronha 4:48 da tarde

Igualitarismo e Progresso

Da crónica de Francisco Sarsfield Cabral (FSC):

"(...)graças às novas tecnologias. É um progresso. Só que tem um preço: a desigualdade que se acentua no capitalismo desde há três ou quatro décadas, sobretudo nos Estados Unidos, com a economia do conhecimento. Os que se movem bem nas novas tecnologias prosperam, os outros estagnam. Depois de ter gerado uma imensa classe média nos países ricos, o capitalismo é, hoje, um promotor de desigualdades. Um problema para o século XXI."

Ao falar no progresso FSC fala nos beneficios que dele advêm para a sociedade mas diz que ele tem um preço: a desigualdade. Este "preço" ao contrário do que FSC afirma não é uma novidade dos finais do Sec XX. Sempre que existem alterações tecnológicas quem não se adapta paga esse preço. A história ensina-nos (ou deveria ensinar-nos) que a flexibilididade (os "dinamistas" de que fala Virginia Postrel) é a chave para não ficar preso no passado. Uma inovação tecnológica que faça aumentar a produtividade é benefica para a sociedade em geral. Se procurarmos, em nome dos excluidos, proteger tecnologias obsoletas estamos a distorcer as regras de mercado e a evitar a transferência de recursos. A nossa economia perderá competitividade e tornar-no-emos todos mais pobres. Talvez aí desapareça a desigualdade mas o nivelamento será por baixo.
posted by Miguel Noronha 4:39 da tarde

Técnicos do Estado Contra Novas Regras de Avaliação

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado está contra as novas regras de avaliação que o Governo pretende implementar.

"Segundo o sindicalista, esta medida - que, segundo se sabe, pretende instituir um escalonamento pré-definido de 10 por cento de avaliações de "muito bom", 40 por cento para as avaliações de bom e suficiente, respectivamente, e 10 por cento para o desempenho de "mau" - vai desmotivar os trabalhadores, porque servirá para condicionar o acesso aos concursos de promoção vertical das carreiras (para os quais, um dos requisitos é ter avaliação mínima de "bom"), "porque só se poderá progredir se as quotas assim o permitirem"

Eu também estou contra a instituição de quotas (estas e quaisquer outras). Duvido muito que os "maus" sejam apenas 10% do total dos efectivos do Estado. Por outro lado não vejo melhor motivação para por os funcionários públicos (realmente) a trabalhar do que o final das promoções automáticas e a sua substituição pelo desempenho individual. As promoções automáticas promovem a mediocridade. Ninguém tem incentivos em melhorar a performace (nem a ser melhor que a média) porque nada tem a ganhar com isso. Pode até trazer incovenientes. Como já a mim me sucedeu (nos meus tempos de empregado do estado) os colegas tendem a depreciar que trabalha mais que eles pois isso poderia mostrar o pouco que eles fazem.
posted by Miguel Noronha 1:23 da tarde

Israel: Mais Uma Mistificação

Quatro terroristas palestinianos morreram quando um bomba, que planeavam usar num atentado, explodiu cedo demais. Apesar de israel ter desmentido qualquer ligação a este incidente a maior parte dos orgãos de informação atribuiram a "culpa" das mortes ao exército israelita. Poucas fizeram referência ao desmentido.

Mais tarde foram os próprios palestinianos a confirmar que as mortes se deverão à explosão prematura da bomba que transportavam. Mais uma vez poucos foram os orgãos de informação que corrgiram a notícia inicail.

Mais uma vez fica provado o enviesamento dos orgãos de informação no conflito israelo-palestiniano.

Podem ler toda a história aqui.

Nota:
As proprias Brigadas Al-Aqsa (às quais pertenciam os terroristas) reconhecem a versão israelita embora com uma curiosa perspectiva:

"Al Aqsa is still saying that their men were targeted by Israel, though they do admit they were planning to bomb one of the Israeli positions there"

Apesar de admitirem que os seus militantes iam cometer um atentado não vê nisso nenhum mal. O que interessa é acusar Israel. O atentado que iam realizar é totalmente irrelavente.
posted by Miguel Noronha 1:11 da tarde

Recado(s) Para Ferro Rodrigues

No editorial de José Manuel Fernades no Público:

"Compreende-se que partidos e movimentos radicais, adeptos do "quanto pior melhor", desejem que o Iraque mergulhe numa guerra civil, que seja impossível erguer uma administração democrática e que assim provem que os Estados Unidos estavam errados. Partidos adultos e democráticos, mesmo podendo ter discordado dos métodos da coligação anglo-americana, só podem desejar que agora as coisas corram bem para bem, quanto mais não seja, do povo iraquiano"

Eu pergunto: estará o PS tão interessado em ganhar o eleitorado à sua esquerda (leia-se eleitorado de extrema-esquerda) que tenha esquecido o eleitorado do cento? Foram estes que lhe proporcionaram as maiorias governativas. O seu peso é significativamente maior. O PS está refém do ex-MES no seu pior. Procura reviver o slogan "Partido Socialista, Partido Marxista" que só durou durante a campanha eleitoral no longinquo ano de 1975. O problema é que já não estamos em 1975. A ideologia marxista provoca (bastante) mais repulsa que simpatia. E o eleitorado que ainda se revê nesta ideoloogia morta e enterrada considera o PS um traidor e, na sua maioria, jamais lhe dará o voto.
posted by Miguel Noronha 11:27 da manhã

A Presidência Italiana III

No Abrupto, Pacheco Pereira faz uma descreve pormenorizadamente o ambiente na polémica sessão do PE. Como sempre, a imprensa escrita realça apenas as desclarações de Berlusconi e dá pouco relevo à manifestação hostil que decorria ao mesmo tempo. Felizmente temos um blogger infiltrado...
posted by Miguel Noronha 10:04 da manhã

A Presidência Italiana II

Sejamos claros. As afirmações de Silvio Berlusconi não foram felizes. Não o foram também as do eurodeputado alemão. É também inaceitável a campanha feita pela esquerda europeia contra o Primeiro-Ministro italiano.

PS: É curioso que, com poucas excepções, ninguém faça eco das declarações do Vice-Primeiro Minitro e líder da Aliança Nacional Gianfranco Fini:

But his deputy, Gianfranco Fini, said it would have been better if Mr Berlusconi had apologised.

"No accusation, however annoying, can justify the epithet of Nazi guard for a political adversary," Mr Fini said.


Estas não encaixam na forma como querem, à força, retratar a coligação governamental.




posted by Miguel Noronha 9:09 da manhã

quarta-feira, julho 02, 2003

L'Affair Bouvé (via Page Libérale)

Carta aberta a Jacques Chirac contra o (previsivel) indulto a José Bouvé por ocasião do 14 de Julho:


Monsieur le Président,

La presse nous annonce que vous auriez l'intention de grâcier José Bové à l'occasion du 14 juillet.

Je me permets de vous demander de ne rien en faire, et ce pour les raisons suivantes :

1. il me paraît inconcevable d'ainsi désavouer la justice française, qui a déjà fait preuve d'une grande mansuétude pour José Bové.

2. une grâce signifierait à ceux qui contestent le résultat des urnes de manière violente qu'ils sont assurés de rester impunis.

3. il me semble totalement contraire à l'équité qu'un homme tel José Bové bénéficie de passe-droits en raison de sa seule notoriété, de ses opinions politiques et du soutien dont il bénéficie au sein d'une certaine opinion. La loi est la même pour tous. J'imagine mal par exemple que vous grâciez des opposants au mouvement de Bové qui saccageraient ses champs ou le siège de son mouvement sous prétexte que ces délits sont politiques. Grâcier Bové est donc une gifle aux citoyens qui défendent leurs idées politiques dans le respect du droit.

J'espère, Monsieur le Président, que vous serez sensible à ces quelques observations, et vous prie de croire à l'expression de ma haute considération.

ps: este é o primeiro post em francês n'O Intermitente!!
posted by Miguel Noronha 10:59 da tarde

Citações

Rules (...) must be simple and general, a foundation on which people can build, not a detailed blueprint for exactly what they must construct. The rules must respect the "Knowledge problem", the limits of what any authority can know
Virginia Postrel "The Future and its Enemies"

Numa democracia, é necessário ganhar os votos do eleitorado antes de se subir ao palco internacional, a não ser que se seja comissário da União Europeia
Margaret Tatcher "A Arte de Bem Governar"

posted by Miguel Noronha 7:22 da tarde

Mais Uma Adição

O Intermitente dá as boas as vindas ao Virtualidades.
posted by Miguel Noronha 5:55 da tarde

A Boa Governação Socialista

No Diario Digital:

"O Tribunal de Contas (TC) emitiu esta quarta-feira um parecer negativo sobre a Conta Geral do Estado, respeitante ao ano de 2001. Entre a denúncia de práticas de desorçamentação e desrespeito dos princípios contabilísticos, o TC reforça «as reservas que tem vindo a colocar relativamente aos valores globais da receita e da despesa do Estado e, consequentemente, ao valor do défice orçamental apresentado»."

O parecer completo está disponível aqui.

posted by Miguel Noronha 5:44 da tarde

Constituição Americana Vs (Futura) Constituição Europeia

Ao convocarem a Convenção, os lideres europeus, invocaram o espirito da Convenção de Filadelfia da qual resultou a constituição americana. Quer as circustâncias em que foi elaborada quer o resultado não podia ser mais diferente. Dois artigos publicados hoje falam sobre essas diferenças:

1. Artigo de Marian L. Tupy (do Cato Institute) na TechCentralStation:

"The American Constitution has 4,500 words, barely enough to fill 17 A-4 sized pages. Remarkably, it has been relatively successful, undergoing only modest changes over the past 200 years. It was under the authority of that sparsely worded document that the United States emerged as the world's only economic and political superpower. But the difference between the two documents goes beyond their respective lengths. Instead of proscribing competition, the American Constitution encourages it. The powers of the central government are "delegated, enumerated, and thus limited." There are few loose ends.

Why did the Founding Fathers go to all the trouble of delineating the powers of the central government so precisely?

Because they understood only too well that the biggest obstacle to humanity's material and social progress was a distant and unaccountable government. It was that form of government that the Americans fought during the War of Independence. It is that form of government that will now be imposed on the European public. What a pity that Europe could not produce the likes of Jefferson and Madison to guide them into the future
"

2. Artigo do constitucionalista Jorge Miranda no Publico:

"Falta, de resto, ainda ao projecto a matriz democrática que caracteriza todas as Constituições dos Estados membros da UE. Com efeito, a "Convenção", que o preparou nada teve de comum com a Convenção de Filadélfia de 1776 ou com a Convenção revolucionária francesa de 1792 a 1795. Foi um mero grupo de trabalho criado pelo Conselho Europeu (quer dizer, pelos Chefes de Estado e de Governo dos Estados membros). Não foi eleita; foi integrada, heterogeneamente, por delegados dos Governos e dos Parlamentos nacionais e das instituições comunitárias. Nem admira que não tivesse sido eleita - porque não existe um povo europeu titular de um pretenso poder constituinte europeu; há Estados e povo europeus e a cidadania europeia não é senão algo de derivada, um acervo de direitos atribuídos aos cidadãos dos Estados membros da UE.

Tão pouco, ao invés do que se exigiria de uma assembleia constituinte, ela estabeleceu qualquer comunicação com os cidadãos. E nem sequer com os Parlamentos nacionais. Tudo se passou na base de negociações de tipo diplomático ou paradiplomático.
"



posted by Miguel Noronha 3:15 da tarde

Trabalhadores Desautorizam Sindicato

O País Relativo conta que na antiga Alemanha de Leste os trabalhadores do sector automóvel decidiram por fim a uma greve patrocinada pelo poderoso IG Metal. As suas reinvidicações não correspondiam às do sindicato. Dizem os relativos:

"E, mais grave ainda, serviram-se de um conflito laboral, na parte mais fragilizada da Alemanha, para combater o pacote de reformas estruturais (Agenda 2010) que SPD e Verdes sufragaram pelo voto em congresso extraordinário"

Será que se, em vez da coligação verde-vermelha, estivessem os conservadores no poder estes lhe atribuiriam a mesma legitimidade?

posted by Miguel Noronha 3:03 da tarde

BBC (via Daily Dish)

O Daily Telegraph faz uma dura critica à falta de isenção da BBC:

"Some examples you may recognise: tax-and-spend economics is the only morally acceptable approach to domestic policy (government spokesmen are always asked why they are not giving "more resources" to any problem, and spending cuts are always inherently wicked); anyone who uses the word "asylum" or "immigration" in conjunction with the word "problem" is a bigot; and all Euro-sceptics are lunatics."

"Any party, politician or pundit who does not accept this consensual package will either be ruled out of the debate entirely or treated like a maverick side-show - a bit of a comic turn who is outside the boundaries of serious consideration.

There isn't their opinion and your opinion: there is their opinion and you're insane. Making out a moral case for low taxation is not regarded as a contentious contribution to political argument, but as ludicrous raving - a flat-earther's fit of extremist nonsense.

As far as the BBC is concerned, the notion that freeing markets might produce more equitable and beneficial circumstances for more people more of the time is simply off the register: it is not just wrong; it is crazy and malign
."

"The BBC needs to decide whether it is making programmes to report the news, or making the news fit its programmes"

Entretando, devido a ser constantemente retratado como o mau da fita, o Governo de Israel decidiu boicotar o trabalho da BBC.



posted by Miguel Noronha 11:20 da manhã

Recessão Não é o Problema

por Francisco Sarsfield Cabral:

O grande problema da economia portuguesa não é a recessão em que se encontra. Ela era inevitável, depois da euforia despesista da segunda metade dos anos 90, com efeitos no défice das contas do Estado e no endividamento das famílias. E a presente conjuntura internacional não ajuda uma pequena economia aberta ao exterior como a nossa (pior ainda seria se a Espanha não estivesse a crescer a cerca de 2%).

Uma recessão é sempre desagradável, mas os ciclos económicos existem. O que parece verdadeiramente preocupante é ainda não estarmos a mudar as nossas condições estruturais de competitividade. Os salários cresceram em 2002 pelo sexto ano consecutivo acima da produtividade _ e a falha é mais da escassa melhoria da produtividade do que da subida dos salários. O resultado é óbvio: caminhamos no sentido do empobrecimento, pelo menos relativo. É certo que as exportações não se estão portar mal, sobretudo graças à procura espanhola. Mas o esmagamento das margens do lucro que tem permitido um certo crescimento das exportações, aliás em desaceleração, poderá não prolongar-se por muito mais tempo.

Porque o nosso problema económico de fundo não é conjuntural, seria um erro abandonar o combate à redução do défice para aumentar o investimento público. O Banco de Portugal reconhece-o e apoia a tão criticada orientação restritiva das Finanças. Não é de aspirinas conjunturais que precisamos. Temos de mudar a outros e mais profundos níveis. Desde logo, tornando mais eficaz uma administração pública que consome recursos sem correspondência nos serviços que oferece. Num País onde quase metade da riqueza é absorvida pelo Estado, a melhoria da eficácia da máquina estatal é prioritária para aumentar a produtividade. Se o não conseguirmos, não acaba o País, mas ficaremos mais pobres


O aumento da eficácia da "máquina estatal" não é suficente, acrescento eu. É preciso ir mais longe. É preciso diminuir signitivamente o papel do estado na economia. Nos anos 80 tivemos a primeira"cura de emagrecimento" que levou à privatização da maior parte das empresas públicas. Agora precisamos de outra que retire ao estado competências na área da educação, saúde e pensões de reforma.
posted by Miguel Noronha 10:09 da manhã

Michael Oakenshott: Philosopher of Contentment

Reading Oakeshott always leaves the impression of having encountered a supremely civilized mind, austere yet genial, deeply critical of his environment yet fundamentally contented with his own resources for coping with it. He still finds much within his tradition that is worth conserving and even developing, despite the prevalence of “the Servile State” (a phrase he borrows, of course, from Hilaire Belloc).

He writes with a profound confidence in that tradition that I always find encouraging. He is not the sort of conservative who wails that all is lost.


Uma introdução ao pensamento de Michael Oakenshott.
posted by Miguel Noronha 9:37 da manhã

terça-feira, julho 01, 2003

Então?

Uma pessoa tenta aceder à página do Blogue de Esquerda para saber o que é que eles andam a tramar e nada! Terão sido vítimas de (mais) uma cabala ou será (mais) uma prova que o socialismo não funciona?
posted by Miguel Noronha 8:23 da tarde

OGM's vs Agricultura Biologica

Na página da Scientific Alliance:

- OGM's

"The issues relating to GM crops are not unique and the testing of GM products for ecological and environmental risk can be compared to that of conventional crops. Globally, there have been tens of thousands of trials since 1986 and a huge number of market releases of GM crops such that since 1996, the major GM crops occupy over 150 million hectares annually and are grown by 5.5. Million farmers to date there have been no recorded cases of harmful environmental or health effects whatsoever of authorised GM crops and food productsderived from them"

- Agricultura biologica

Organisations promoting organic produce have claimed that organic food is healthier than conventionally produced food and better for the environment because it is free of man-made pesticides and chemicals. There is no scientific evidence for the former and only limited evidence in some situations for the latter.

However, organic farming allows the use of ‘natural’ toxic, persistent chemicals, such as copper sulphate and rotenone which are harmful to health. The UK Food Standards Agency headed by Sir John Krebs concludes that there is no evidence that organic food is healthier than conventionally grown produce
.

Apesar de as evidências apontarem no sentido inerso os produtos biologicos têm posição de destaque nos nossos supermercados enquanto os OGM's se encontram banidos.
posted by Miguel Noronha 5:53 da tarde

Hong Kong: Democracia em Perigo (via The Corner e Samizdata)

O governo chinês prepara-se para aprovar na Assembleia legislativa de Hong Kong uma lei (conhecida por Artigo 23) que criminaliza actos de traição, sedição, roubo de segredos de estado e subversão. Conhecendo a prática do governo chinês, a reduzida (ou nula) indepêndencia dos tribunais e a sua "amplitude" na interpretação das leis, este pode acabar com o que resta da democracia em Hong Kong.
posted by Miguel Noronha 2:57 da tarde

O Direito de Regresso

A Frontpage Magazine tem um interessante artigo sobre um dos argumentos mais polémicos nas negocições: o direito de regresso dos refugiados paletinianos.
posted by Miguel Noronha 1:23 da tarde

A Presidência Italiana

A presidência italiana da UE começa sob o signo da suspeição. Perguntam os criticos como pode um homem acossado pela justiça (mas ainda não condenado) assumir tal cargo. Estranho que não se levantem as mesmas objecções sobre Jacques Chirac que pretende para si o modesto papel de líder da Europa e do Mundo Anti-Americano. O verdadeiro "crime" que incomoda os seus críticos é não seguir o dictact de Bruxelas. Os auto-proclamados guardiões do templo europeu não permitem outra caminho que não o definido por si.

Significativamente os socialistas europeus dizem "não terem «ideias feitas», mas que estarão «atentos à política externa»". Para eles é impensável que Berlusconi tenha alinhado com os EUA contra o eixo franco-alemão na questão iraquiana e que tenha recusado encontar-se com o "pacifista" Yasser Arafat. As suas ideias quanto ao futuro da Europa parecem também não ajudar.

Em nome da pretensa unidade europeia tudo é permitido inclusivé a ingerência nos assuntos internos dos países.
posted by Miguel Noronha 10:40 da manhã

Casa do Douro II

O Mata-Mouros e o Jaquinzinhos têm posts elucidativos sobre as funções e a história da Casa do Douro. Trata-se de uma versão da história daquele que faz a festa, lança os foguetes e apanha os pauzinhos. Durante o processo, e porque o mercado não perdoa a má gestão (ao contrário do governo), embrenhou-se em negócios ruinosos e espera agora pelo cheque do estado que lhe permita continuar a desenvolver o seu papel "indispensável".
posted by Miguel Noronha 9:27 da manhã

segunda-feira, junho 30, 2003

Em Defesa da Liberdade de Opinião

Li com estupefacção no Blogue de Esquerda o infame artigo de António Louçã no "Combate". Acusa-o de ser um propangandista da estirpe de Goebbels que advoga a guerra preventiva contra o Iraque.

Como é sabido o Iraque de Saddam era uma ditadura tirânica, genocida, fomentava o terrorismo e constuia uma séria ameaça para os seus vizinhos. Para segurança destes e para bem do seu próprio povo não constituiria nenhum crime a sua destituição. É claro que poderiamos ignora-lo e invocando o direito internacional, que nada mais parece garantir senão o status quo, esperar pela sua próxima agressão.

Goebbels era o propagandista-mor do regime nazi. Advogava a pureza racial e um regime politico-economico que se parece mais com as propostas do Blogue de Esquerda do que com as do PSD. Não me recordo que Pacheco Pereira alguma vez tenha defendido a ditadura, o genocidio e a supressão de democracias pela força das armas.

A acusação cai por terra. O "crime" de Pacheco Pereira é discordar inteligentemente de António Louçã que por falta de melhores argumentos tenta intimada-lo com o tribunal por um delito de opinião. Felizmente esta figura juridica é inexistente em Portugal e que o TPI foi bloqueado impedindo-o de se tornar numa arma ideológica.

Só uma cegueira ideológica levada ao extremo permite comparar Pacheco Pereira a Goebbels. Só o anti-americanismo primário transforma os EUA em crimonosos e Saddam em herói. Temo pelo dia em que o BE chegue a ter alguma responsabilidade governativa. Será o fim da Liberdade de Opinião.
posted by Miguel Noronha 9:49 da tarde

A PAC Uma Vez Mais

Para aqueles que se mostram revoltados com o argumento que a PAC é um dos maiores entraves ao desenvolvimento dos países africanos sugiro a leitura deste artigo da TechCentral Station.

"The average person in sub-Saharan Africa earns less than $1 a day. The average cow in Europe -- thanks to government subsidies -- earns about $2 a day. And therein lies a tale of the power of European farm interests, and the weakness of African economies.

A burgeoning volume of economics literature argues that the largest factors stunting African economic development include not only disease, drought, warfare and mismanagement, but also the European Union's "Common Agricultural Policy," or CAP. Why? Because the EU's policy has spawned subsidies and tariffs that have richly rewarded European farms and swollen European food output, while depressing world food prices and undercutting African exports
"

"A recent study from the Institute of Economic Affairs in Britain estimates that EU agriculture policies have reduced African exports of milk products by more than 90 percent, livestock by nearly 70 percent, meat by almost 60 percent, non-grain crops by 50 percent and grains by more than 40 percent. If we assume from this that the CAP reduces Africa's total potential agricultural exports by half, it suggests that without the CAP, the current $10.9 billion in annual food-related exports from sub-Saharan Africa (excluding South Africa) could grow to nearly $22 billion. Moreover, the International Food Policy Research Institute, a Washington-based group that focuses on food needs in developing countries, has found that in sub-Saharan nations, every $1 in agricultural income produces an additional $1.42 increase in GDP. So, the end of the CAP could raise sub-Saharan GDP by nearly $26.4 billion per year -- enough to increase the annual income of every person in these countries by nearly 13 percent. If these benefits flowed to rural Africans, it could save hundreds of thousands of lives and improve the lots of millions more. "

Nota: Recebi um mail que contestava as minhas posições sobre a PAC. Este também enviado ao Mata-Mouros que lhe deu uma resposta extensiva e, do meu ponto de vista, bastante satisfatoria. Uma leitura do artigo supracitado bem como de outros aqui publicados podem desfazer todas as dúvidas que ainda subsistam...
posted by Miguel Noronha 6:28 da tarde

Começa Mal...

Começa mal a trégua decretada pelos extremistas palestinianos. Já depois de terem decretado o cessar das hostilidades as, Brigadas Mártires Al-Aqsa (um grupo ligado à Al-Fatah de Arafat), reinvindicaram mais um atentado. A culpa é certamente dos israelitas...
posted by Miguel Noronha 4:49 da tarde

Overworking “Democracy”

Baseado numa ideia por Hayek em "The Road to Serfdom", este artigo explica o mecanismo pelo qual o excesso de "democracia" pode levar ao totalitarismo.

À medida que se atribuem aos governos ou aos parlamentos poderes de regulação para áreas bastante especificas (ie quando este não ser limita à definição de principios gerais) é natural que seja mais dificil obter consensos e que o resultado resulte na insatisfação de uma cada vez maior parte da sociedade.

A "reacção" costuma ser a culpabilização dos orgão representativos por falta de capacidade técnica e a sua subsquente substuição por uma tecnocracia apolitica que, dada a sua "indiscutivel" competência técnica se arroga o direito de não escrutinada pelo poder político representativo. Logo em vez de procurarmos combater o verdadeiro problema (ie o excesso de regulação e a economia planificada) e em vez de procurarem solucionar os "problemas" através dos mecanismos de mercado os cidadãos abdicam (livremente) de uma parcela (cada vez maior) das suas liberdade económica e política.


"Thus the more that representative government is asked to do, the more its future—and that of individual liberty—are clouded by the threat of dictatorship, whether by committee or by Fuehrer. That's a persuasive reason, even if there were no other, for confining government to the strictest of constitutional restraints, leaving individuals to carry out their own plans and to resolve disagreements through private property, free trade, and freedom of association"

PS: Porque é que quando procuro exemplos para estes casos me ocorre imediatamente a UE?
posted by Miguel Noronha 1:02 da tarde

Casa do Douro

O Governo prepara-se, novamente, para intervir na Casa do Douro. Fruto da má gestão de direcções anteriores (desconheço a "acção" da actual direcção) esta encontra-se numa situação dificil. A solução encontrada pelo Estado não agrada inteiramente pelo que a direcção pondera a demissão. Ou seja pretendem que os estado os "salve" mas pretendem impor as suas condições. Dizem que a "Casa do Douro, que pode ter que fechar as suas portas e a região ficará ao sabor do livre mercado, que é um mercado selvagem». No mercado "selvagem" a Casa do Douro teria de fechar porque não é lucrativa e outra empresa, mais eficiente, tomaria o seu lugar. No mercado "civilizado" esta continua a operar apesar dos prejuízos graças à intervenção estatal e não paga aos seus produtores. Parece-me que o mercado "selvagem" é bem mais civilizado...
posted by Miguel Noronha 11:12 da manhã

domingo, junho 29, 2003

Mais Dois

Chegou a'O Intermitente a notícia da "inauguração" de mais dois blogues. O Poesias e Prosas que se pretende centrar na divulgação de poesia e o Mexe na Ferida que se propõe representar a "via socialista liberal" e segundo os seus autores "para alguns tal criará espanto, a outros alguma preocupação". O Intermitente confessa ficar espantado com tal preocupação.
posted by Miguel Noronha 9:37 da tarde

Um Liberal Encapotado

Não resisto a destacar um trecho do artigo de JMS no DN(a):

"O jogo da liberdade ficará viciado, isso sim, no dia em que se decretem quaisquer limitações no acesso à blogosfera. Quem é que estabeleceria o «numerus clausus»? E com que critérios?"

Pena que o autor não aplique estes princípios a outros "mercados"...
posted by Miguel Noronha 4:26 da tarde

Esta Semana, no DN(a)

Enquato Pedro Rolo Duarte culpava os blogues por não o deixarem trabalhar (?!!), na mesma publicação José Mário Silva preparou uma excelente resposta ao editorial da semana passada. Espero sinceramente que a coisa fique por aqui. Já chega de polémica sobre os blogues...
posted by Miguel Noronha 4:22 da tarde

Um Sábio Conselho

Da entrevista de António Carrapatoso ao DN:

"A Constituição devia ser simples e interiorizada pelos portugueses. Hoje é pouco conhecida, tem detalhes a mais e é demasiado prescritiva. Devia espelhare valores consensuais para a sociedade, não a manietar e ser um orgulho para todos nós".



posted by Miguel Noronha 2:28 da tarde

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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