O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, fevereiro 07, 2004

ZONA EURO

A crónica de Alberto Gonçalves no Correio da Manhã.

Na sequência das banalidades do fim-de-semana, o dr. Arnaut convocou uma reunião de emergência para discutir futebol. No final, entre uns resmungos do major Loureiro, fomos informados de que o Governo deseja, além de identificar os adeptos violentos, ver regulamentado o comportamento dos "agentes" da modalidade.

Deve ser da época. Há exactamente um ano, o dr. Arnaut já sugeria um "código de conduta" para os responsáveis do futebol. Na altura, o senhor ministro lembrava que o dito código deveria ser, ao invés de imposto, "sentido pelas partes". Como a evidência tem demonstrado, as partes não o sentiram por aí além, donde a opção por medidas drásticas, agora que o Euro?2004 se aproxima e, aparentemente, a ameaça de uma rotunda vergonha surgiu nas cabeças dos conscienciosos políticos.

Tirando os "hooligans", que se controlam com Polícia e não com códigos, nem o nexo entre o dirigismo desportivo e o "Euro" é visível, nem o "Euro" é uma ameaça provável. Em primeiro lugar, e com a "SuperLiga" (!) de folga, custa a crer que os nossos dirigentes e treinadores exibam o talento para o baixo insulto junto das comitivas estrangeiras. Ninguém os conhece, ninguém percebe a língua e, ademais, não consta que os srs. Costa ou Cunha tenham, na Rússia ou na Grécia, um séquito de tontos a quem deleitar.

Em segundo lugar, e embora seja razoável a probabilidade da selecção nacional sair do torneio ao soco e à cabeçada, semelhante táctica tem sido usada amiúde pela "equipa de todos nós" (salvo seja) em tudo o que é campeonato internacional, e constitui, hoje, uma imagem de marca que o mundo se habituou a esperar.

A "preocupação" da classe política com o Euro 2004 não é mesmo para levar a sério. Mas, ao poder, dá imenso jeito confundir a eterna pocilga a que se chama "futebol português" com um solitário evento, que dura três semanas: se a coisa nem correr mal, governantes e afins farão conferências, munidos de inúmeras estatísticas, destinadas a comover os pasmados com a "organização modelar", o "exemplo de civismo" e o "momento regenerador".

Depois da pausa para o "Euro", bem, depois o forrobodó prosseguirá na imaculada paz ? e com vergonhas dessas nós e os políticos podemos bem. Como não? Simultaneamente à folia de Guimarães e Alvalade, um deputado considerou uma ministra "inimputável" e o porta-voz do PP alcunhou o dr. Soares de "criminoso". Não terá sido uma catástrofe, mas se é esta gente que deseja moderar os excessos do futebol, podemos prognosticar um jogo equilibrado.

posted by Miguel Noronha 4:14 da tarde

Bernard Lewis

Este artigo do WSJ lança um olhar a Doutrina Lewis que passou a ser a política oficial dos EUA para o Médio Oriente.

As mentor and informal adviser to some top U.S. officials, Mr. Lewis has helped coax the White House to shed decades of thinking about Arab regimes and the use of military power. Gone is the notion that U.S. policy in the oil-rich region should promote stability above all, even if it means taking tyrants as friends. Also gone is the corollary notion that fostering democratic values in these lands risks destabilizing them. Instead, the Lewis Doctrine says fostering Mideast democracy is not only wise but imperative.

posted by Miguel Noronha 9:32 da manhã

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

A Desinformação Ataca de Novo

Vários orgãos de informação noticiaram que, durante um discurso na Universidade de Georgetown, o director da CIA, George Tenet, declarou que esta agência nunca tinha afirmado que o Iraque fosse uma "ameaça iminente. A TSF dissecou-a até à exaustão.

A propósito da definição de "ameaça iminente" o Right Wing News relembra um exerto do discurso do Presidente Bush no Discurso do Estado da União.

"Some have said we must not act until the threat is imminent. Since when have terrorists and tyrants announced their intentions, politely putting us on notice before they strike?"


Ainda relativamente ao discurso de Tenet eis mais alguns excertos que a imprensa preferiu não citar (o texto está aqui):

"Our community said with high confidence that Saddam was continuing and expanding his missile programs, contrary to U.N. resolutions. He had missiles and other systems with ranges in excess of U.N. restrictions and he was seeking missiles with even longer ranges."


"Significantly, the Iraq Survey Group has also confirmed prewar intelligence that Iraq was in secret negotiations with North Korea to obtain some of its most dangerous missile technology."


Esta informação ainda se torna mais relevante dadas as recentes revelações que o "pai" da bomba atómica paquistanesa terá comunicado os planos desta à Coreia do Norte.

"My provisional bottom line today: Saddam did not have a nuclear weapon, he still wanted one, and Iraq intended to reconstitute a nuclear program at some point."


Mais uma vez prova-se que vários orgãos de informações apenas citaram os trechos que lhe interessavam (lembram-se dos "casos" Wolfowitz?).


Para terminar relembro ainda outra notíca da TSF (transmitida ontem) segundo a qual George Bush terá "mudado de discurso" ao afirmar que "actuou com as informações que dispunha na altura".

Como bem referiu o Liberdade de Expressão infelizmente parece que Bush não possui o dom da omnisciência bastante comum nos comentadores de esquerda.
posted by Miguel Noronha 4:48 da tarde

Uma Outra Economia é Possível!

Declarações de vários dirigentes do PS assim como a recente polémica entre António Costa e Pina Moura (consta que o último apoia a diminuição da despesa pública!) são apenas sintomas da nova estratégia dos socialistas.

Uma vez que as leis económicas vigentes parecem não corresponder às suas necessidades o PS decidiu que seria oportuno revoga-las.

Para que não se crie um vazio legislativo consta que no Largo do Rato se prepara um pacote de legislação visando diminuir a inflação e o desemprego, aumentar o PIB e a produtividade das empresas e, ao mesmo tempo, aumentar generosamente a despesa pública sem agravar o défice.

Suspeita-se ainda que, num piscar de olho ao BE, seja posto à votação um decreto-lei que implemente a Taxa Tobin sem provocar a fuga de capitais.
posted by Miguel Noronha 3:06 da tarde




Cortesia Cox & Forkum
posted by Miguel Noronha 2:01 da tarde

Estupidez Radical

Artigo de Nivaldo Cordeiro.

Está nos jornais de hoje a seguinte declaração de Lula, por ocasião de sua visita aos flagelados das cheias: "Eu resolvi fazer essa visita aqui, em Juazeiro e Petrolina, para dizer que vocês, como outros tantos milhões de brasileiros, são vítimas do descaso que o poder público historicamente tem em relação ao povo pobre do nosso País". Essa declaração é a síntese de toda a imagem distorcida que os atuais governantes têm dos fatos, a partir da qual tomam as decisões as mais erradas, até mesmo bizarras, como esse tal de Fome Zero. Quem vê errado age errado, é evidente. É um caso flagrante de paralaxe, palavra usada aqui no sentido dado a ela por Olavo de Carvalho, ou seja, "o deslocamento entre o foco e o objeto". É pura confusão mental. E o pior é que ele fala como se governante não fosse, em grave crise de auto-identificação. Dá pena.

A afirmação é falsa porque: 1- Obviamente, quando chove demais não é culpa alguma de ninguém, sendo apenas um fato da natureza, com o qual a humanidade tem convivido desde a Origem; 2- Que, portanto, o poder público não pode ser responsabilizado por isso; 3- Que Lula é o "puder", logo está puxando para si uma responsabilidade que não é sua, sem se dar conta.

A afirmação é uma grande asneira. A questão é saber o que o motivou a prolatá-la. Ora, esse é o discurso de todos os políticos de esquerda, uma síntese de falsificação da realidade, de pieguice diante das desgraças coletivas, de alheamento de seu próprio papel, de ser governo e discursar como se oposição fosse, de tentar faturar votos e apoios nos momentos em que a dor é maior. É imoral e nojento. Não há nada de novidadeiro aqui, apenas a repetição ad nauseam da mesmice.

Está implícita nesse discurso também a crença notavelmente estúpida de que todos males advindos do Céu e da Terra têm origem na falta de "mais" governo. Choveu muito? Falta governo. Choveu pouco? Também. Há pobres? Aumente-se o governo. Qualquer situação de infortúnio individual ou coletivo é sempre remetida à ausência das patas monstruosas do Leviatã. Implícita também está a crença de que é possível eliminar as limitações da natureza humana, assumindo-se como possível a instalação do Paraíso na Terra por um ato de engenharia político-social. Rousseau falou grosso pela boca de Lula-lá, embora ele nunca venha saber disso.

É uma estupidez radical. Governo não elimina as desgraças naturais e nem aquelas derivadas da perversidade humana. Quando muito, pode policá-las em ações preventivas e repressivas. O que os crentes no governo expandido fazem é agregar a essas desgraças intrínsecas a desgraça fabricada pelas garras do leviatã. O discurso faz uma promessa, a ação pratica o seu oposto. Lula, todavia, não sabe disso. Falou asneiras e achou que fez um papel de estadista. Pobre Lula, pelo menos tem a favor de si a sua conhecida parcimônia de conhecimentos, crédito que não pode ser dado à nossa suposta elite intelectual, sua mentora e sua grande eleitora.

posted by Miguel Noronha 12:15 da tarde

EU ponders populist trade policies

Trade Commissioner Pascal Lamy is said to be pondering plans which could see governments able to veto imports which do not meet individual societies' "collective preferences".

(...)

The move would allow the EU to veto, for example, the import of GM crops, which appear to be deeply unpopular throughout most of Europe, but which the EU theoretically must import, if safe, under WTO rules.


Acho que o título diz tudo sobre a natureza desta proposta.

Resta saber porque é que a autorização/proibição de um produto estão dependentes de sondagens e/ou manifestações ruidosas. Resta saber porque é que as preferências de certos grupos de consumidores têm de condicionar as da restantes população.
posted by Miguel Noronha 11:07 da manhã

Ronald Reagan - Carta a Brezhnev

Na Time Magazine.

Less than six weeks after his Inauguration, Reagan received a letter from the U.S.S.R.'s leader, Leonid Brezhnev, bluntly reiterating Soviet policy. Reagan wanted to begin a thaw by responding with a calmer, more personal appeal to common purpose.

In April 1981, a week after being released from the hospital and still recovering from an assassination attempt, Reagan sat in the White House solarium and drafted a letter to Brezhnev on a yellow legal pad. Although the final form of the letter was published in 1990, this first draft, in Reagan's handwriting, was only recently discovered.

My Dear Mr. President:

I regret and yet can understand the somewhat intemperate tone of your recent letter. After all we approach the problems confronting us from opposite philosophical points of view.

Is it possible that we have let ideology, political and economical philosophy and governmental policies keep us from considering the very real, everyday problems of the people we represent? Will the average Russian family be better off or even aware that his government has imposed a government of its liking on the people of Afghanistan? . . .

In your letter you imply that such things have been made necessary because of territorial ambitions of the United States; that we have imperialistic designs and thus constitute a threat to your own security and that of the newly emerging nations. There not only is no evidence to support such a charge, there is solid evidence that the United States when it could have dominated the world with no risk to itself made no effort whatsoever to do so.

When WWII ended the United States had the only undamaged industrial power in the world. Its military might was at its peak - and we alone had the ultimate weapon, the nuclear bomb with the unquestioned ability to deliver it anywhere in the world. If we had sought world domination who could have opposed us? But the United States followed a different course - one unique in all the history of mankind. We used our power and wealth to rebuild the war-ravaged economies of all the world including those nations who had been our enemies.

A decade or so ago, Mr. President, you and I met in San Clemente, California. I was governor of California at the time and you were concluding a series of meetings with President Nixon. Those meetings had captured the imagination of all the world. Never had peace and good will among men seemed closer at hand. When we met I asked if you were aware that the hopes and aspirations of millions and millions of people throughout the world were dependent on the decisions that would be reached in your meetings.

You took my hand in both of yours and assured me that you were aware of that and that you were dedicated with all your heart and mind to fulfilling those hopes and dreams.

The people of the world still share that hope. Indeed the peoples of the world despite differences in racial and ethnic origin have very much in common. They want the dignity of having some control over their individual destiny. They want to work at the craft or trade of their own choosing and to be fairly rewarded. They want to raise their families in peace without harming anyone or suffering harm themselves. Government exists for their convenience not the other way around.

. . . Mr. President should we not be concerned with eliminating the obstacles which prevent our people from achieving these simple goals? And isn't it possible some of those obstacles are born of government aims and goals which have little to do with the real needs and wants of our people? . . .

---Ronald Reagan


Agradeço ao João Emauz a disponiblização do texto.
posted by Miguel Noronha 9:36 da manhã

Ronald Reagan



"The house we hope to build is not for my generation but for yours. It is your future that matters. And I hope that when you are my age, you will be able to say as I have been able to say: We lived in freedom. We lived lives that were a statement, not an apology."


O ex-presidente Ronald Reagan celebra hoje o seu 93º aniversário.
posted by Miguel Noronha 8:27 da manhã

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

A Moral

Meu caro timshel, qualquer liberal que se preze leva em grande conta os limites morais. A vivência em sociedade é extramamente dependente da sua existência.
posted by Miguel Noronha 7:55 da tarde

Gorbachev

No Diário Digital.

O ex-presidente da URSS, Mikhail Gorbachev, disse esta quinta-feira, em Barcelona, que a política norte-americana «contradiz os interesses da Humanidade» porque é feita «sem pensar».


É verdade. Todos nó sentimos falta da calculada polítca externa soviética sempre em prol da Humanidade. Os ex-países comunistas que o digam...
posted by Miguel Noronha 6:15 da tarde

Competition is Pro-Poor

There used to be a rhetoric peddled about by Nigerian government for years. It is the claim that state monopoly and of course establishment other state- owned corporations is to ensure "fair distribution of resources" and adequate provision of cheap basic amenities affordable to the entire citizens and create "economically equal citizens." Given the situation of things, evidence abound that the claim is far from reality.

The Nigeria telecoms sector until mid 90s was state monopolized. Aside from inefficiency and poor services that characterized the telecoms sector then, connecting to the octopus government telecoms outfit then would take nearly a year if not more. Neglect and poor attitude of the staff to work were things that nobody prays that it should recur.

The billing system was sometimes arbitrary, over-bloated and subject to fraud. The costs of installation were above the roof. The costs of telephone calls were determined by the telecoms company and government officials and not by market.


(...)

(...) instead of listening to the concern of the poor people which the government first said the public companies were out to protect and provided cheap services for, one of the Ministers of Communications had no balm to sooth the pain inflicted on the people than to say: "Telephone is not meant for the poor. The cost of telephone calls in Nigeria is the cheapest in the world."

(...)

Now [depois da abertuta do sector à iniciativa privada] it is estimated that over 8 million Nigerians own a mobile phone. The number will continue to surge. These Nigerians also maintain their phones. They pay for their services and recharge their phones. Out of these numbers
over 2 million are in the rural areas. Also out of the total figure of people with a mobile phone over 4.5 million of them are poor.

This is contrary to the minister's assertions that telephone is not meant for the poor. Increasingly, the same government-owned telecoms outfit that had its tariff jerked up and which the honorable minister said "is the cheapest in the world" has been reduced by over 50 per cent. Other private outfits also are towing that line.

(...)

The assertions that the poor cannot pay for services have been debunked. The fact is the poor can actually pay for efficient and reliable services. What is important is to create alternatives from which the poor people can be able to choose rather than forcing them to glue to government provided inefficient services. The best that could happen to the poor is to encourage fierce competition in every sector. That is the only way to promote their lots.

posted by Miguel Noronha 5:32 da tarde

É Chato...

No seu artigo de hoje no Diario de Notícias, Miguel Portas, mostra-se profundamente chateado por razões.

  • Parece que Bagdade já não tem o esplendor do Sec XIV.
    Consta quem lá for já nem pode tomar um banho de vapor. Consta também que na Era Saddam se podia. E ainda há quem diga mal do homem!

  • O relatório Hutton absolveu Blair e criticou severamente a BBC
    Reconheço que é sempre chato quando nos enganamos mas temos que viver com isso.

  • Foi ao Egipto e não o deixaram fotografar o lixo
    E o que é que nós temos a ver com isso?

  • Não está satisfeito com o novo inquérito que no Reino Unido e EUA se vai fazer aos serviços de informação.
    E se ele estiver outra vez enganada? Melhor seria se os dois admitissem logo que afinal os vilões são eles, que Saddam era um santo homem e que Miguel Portas é que decide o que é ou não verdade.

  • Para terminar parece que já nem o curdos lhe ligam, Alguma vez ligaram?
    posted by Miguel Noronha 4:54 da tarde
  • EU: Good Unintended Consequences

    According to the European economic growth agenda agreed to a few years ago in Lisbon, by 2010 the European Union should become "the most competitive and dynamic knowledge-based economy in the world." Unfortunately, business regulation in Europe is increasing, in part because of the relentless barrage of new rules emanating from Brussels. The continued regulation of the labor market contributes to pitiful economic growth rates and the perpetual scourge of high unemployment in Europe. Yet, to paraphrase Karl Marx, a strange spectre is haunting Europe and that spectre is falling tax rates. Ironically, the unwitting hero of the European flirtation with sound tax policy is the bureaucracy in Brussels

    (...)

    Why, considering that public debt as a percentage of GDP is rising in most European countries and that their long-term liabilities, such as public pensions, remain unfunded, are Europeans reducing their taxes? Because of the convergence of two factors: growing European bureaucracy and EU enlargement. Vigorous pursuit of harmonization of European rules and regulations by the bureaucracy in Brussels restrains European nations from offering businesses better conditions than their neighbors can. That leaves tax rates, which continue to be determined at a national level, as the primary policy tool to affect competitiveness of European companies. Lower taxes among countries that will join the EU in May 2004 gave the current EU members a further impetus to act.

    (...)

    It is equally bad news for the European Commission President Romano Prodi, who recently received a letter from the six biggest net contributors to the EU budget, informing him that those countries would prefer to cut their contributions from the current 1.24 percent of annual GDP to 1 percent. Judging by that letter, the EU bureaucracy has -- once again -- succumbed to the law of unintended consequences. By harmonizing European regulations, Brussels has forced the member states into a tax-cutting mode, which will result in less revenue for the bureaucrats to play around with. Well done!

    posted by Miguel Noronha 3:06 da tarde

    Who Was to Blame?

    No Guardian, Timothy Garton Ash exige uma investigação rigorosa ao atentado bombista de 2009 em Paris. Ou o perigo de não se levarem a sérios as ameaças. Mesmo que posteriormente se venham a provar serem exageradas...

    At last, we have the inquiry we need: a full, independent inquiry into the Paris bombing of 2009. As we all know, in that appalling attack, a large area between the Boulevard du Montparnasse and the River Seine was devastated by a small nuclear bomb, detonated by suicide bombers linked to the Algerian-based Islamic Armed Group (GIA). Some 100,000 people were killed or wounded. The supremely cultured heart of one of the most beautiful cities in the world was reduced to smouldering ruins. None of us will ever forget the photograph of Rodin's statue of Balzac, looming as if in tortured grief above the half-dismembered but recognisable corpses of a young couple on the Boulevard Raspail.

    The inquiry of the Annan commission must be rigorous, impartial and international. It must have the full cooperation of all the intelligence services involved, especially since their own earlier failure to cooperate with each other seems to have been one reason the attack was not prevented. President Hillary Clinton of the United States and President Nicolas Sarkozy of France were right to say, in their joint statement, that history will not forgive us if we leave any stone unturned.

    (...)

    The Annan commission will investigate exactly how they did that. However it appears that highly relevant pieces of the intelligence jig-saw were already in the hands of three agencies: a Pentagon-led special group tracking the proliferation of weapons of mass destruction, Britain's MI6, and France's own foreign intelligence service. The trouble was, they didn't put the pieces together; nor did the politicians act on what they were told. Why? Again we must go back to the years 2002-04 for the answers

    The British and American intelligence agencies had always distrusted their French counterparts - but this distrust was exacerbated by the polemics over Iraq. According to a leaked note of an internal meeting, the neo-conservative head of the Pentagon's Office of Special Plans observed that the Pentagon would share WMD intelligence with "those cheese-eating surrender monkeys" only "over my dead body". The British and the Americans still worked very closely together, but the credibility of British intelligence had been impaired by what was seen as its unreliable peddling of claims about Saddam Hussein's weapons of mass destruction.

    The White House had not forgotten the bruising experience of 2003, when President Bush asserted in his state of the union address "the British government has learned that Saddam Hussein recently sought significant quantities of uranium from Africa". American sources later concluded that this high-grade intelligence was based on forged documents. As a result, while MI6 did obtain, in early 2009, one crucial tip-off about a nuclear device being prepared by a Middle Eastern group that was, it subsequently emerged, working with the Islamist cell in La Courneuve, this intelligence was neither believed in Washington nor shared with Paris.

    Yet the fault lay only partly with the intelligence services. As Britain's recently elected Conservative prime minister, Sally Jones, half-acknowledged in a BBC interview in September 2009, all leading western governments had been scarred by the reports of the Butler inquiry in Britain and the Scowcroft commission in Washington. Their findings, though couched in cautious, diplomatic terms, led most people to conclude that President Bush and Prime Minister Blair had made mountains out of intelligence molehills relating to Saddam Hussein's alleged weapons of mass destruction programme in the run-up to the 2003 Iraq war.

    Secretary of State Colin Powell's presentation of intelligence to the UN security council, complete with aerial slides, had become a byword for what political leaders wished to avoid. "I won't do a Powell," they told their officials. As a result, far from hyping the evidence, as they had in 2003, political leaders in western capitals tended to discount it. And so, amid the constant stream of alarming but unreliable reports, the warning that could have saved more than 60,000 lives, and another 40,000 wounded, was not acted upon.

    Predictably enough, the familiar, balding figure of Sir Tony Blair, the former prime minister, rose from his regular place in the House of Commons to say, in effect, "I told you so". Well, he would say that wouldn't he? The task of the Annan commission is now to determine, rigorously and impartially, how far he was right.

    posted by Miguel Noronha 11:35 da manhã

    A Fábula da Galinha

    Artigo de Paulo Leite.

    Depois que terminou seus dois mandatos como governador da Califórnia, no fim de 1974, e antes de chegar à Presidência dos Estados Unidos, Ronald Reagan apresentou um pequeno programa diário de rádio, transmitido por mais de 300 emissoras em todo o país, atingindo mais de 20 milhões de ouvintes por semana.

    Provando que seus críticos estavam errados ao imaginar que era apenas um ator que repetia frases escritas por gente mais capacitada, Reagan escrevia pessoalmente todos os roteiros do programa. Entre os temas que gostava de abordar, estavam as linhas mestras de sua futura ação como presidente: a defesa do livre mercado, a crítica a um crescente e opressivo governo central, a crença na necessidade de limitar os impostos que a máquina estatal extorque daqueles que trabalham e produzem e uma determinada oposição ao comunismo.

    Os Estados Unidos, na segunda metade dos anos 70, eram muito parecidos com o Brasil atual. Durante o fracassado governo de Jimmy Carter, o país perdeu a bússola, e a Guerra Fria parecia destinada a terminar com a vitória dos soviéticos. A União Soviética fazia incessante propaganda de seu progresso e das conquistas de seus trabalhadores, e sua esfera de influência política não parava de crescer.

    O que irritava Ronald Reagan no comunismo e no estado de ânimo de seus compatriotas nos tempos de Carter era perceber que, pouco a pouco, a crença na infalibilidade do Estado e o desestímulo à ação individual criava uma população apática, resignada com a própria sorte. Se Reagan tinha uma certeza, era a convicção na capacidade das pessoas de melhorar sua própria vida através da educação, do trabalho e da livre iniciativa.

    Num de seus programas de 1976, Reagan contou a história da galinha vermelha que achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos: "se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?"

    "Eu não", disse a vaca.
    "Nem eu", emendou o pato.
    "Eu também não", falou o porco.
    "Eu muito menos", completou o ganso.

    "Então eu mesma planto", disse a galinha vermelha. E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados. "Quem vai me ajudar a colher o trigo?", quis saber a galinha.

    "Eu não", disse o pato.
    "Não faz parte de minhas funções", disse o porco.
    "Não depois de tantos anos de serviço", exclamou a vaca.
    "Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego", disse o ganso.

    "Então eu mesma colho", falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.

    Finalmente, chegou a hora de preparar o pão. "Quem vai me ajudar a assar o pão?" indagou a galinha vermelha.

    "Só se me pagarem hora extra", falou a vaca.
    "Eu não posso por em risco meu auxílio-doença", emendou o pato.
    "Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão", disse o porco.
    "Caso só eu ajude, é discriminação", resmungou o ganso.

    "Então eu mesma faço", exclamou a pequena galinha vermelha. Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver. De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse "não, eu vou comer os cinco pães sozinha".

    "Lucros excessivos!", gritou a vaca.
    "Sanguessuga capitalista!", exclamou o pato.
    "Eu exijo direitos iguais!", bradou o ganso.

    O porco, esse só grunhiu.

    Eles pintaram faixas e cartazes dizendo "Injustiça" e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.

    Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha vermelha:

    "Você não pode ser assim egoísta"

    "Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor", defendeu-se a galinha.

    "Exatamente", disse o funcionário do governo. "Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada".

    E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha vermelha, que sorriu e cacarejou: "eu estou grata", "eu estou grata".

    Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

    Essa "fábula" de Ronald Reagan deveria ser distribuída e estudada em todas as escolas brasileiras. Quem sabe assim, em uma ou duas gerações, sua mensagem central pudesse tomar o lugar de toda essa papagaiada pseudo-socialista que insiste em assombrar nosso país e condená-lo à eterna miséria.

    posted by Miguel Noronha 9:50 da manhã

    Contra Rosas

    O No Quinto dos Impérios responde ao artigo de Fernando Rosas de ontem no Público.
    posted by Miguel Noronha 8:37 da manhã

    quarta-feira, fevereiro 04, 2004

    Propaganda e Publicidade

    Com uma periodicidade mensal são colocadas na minha caixa de correio duas publicações. O "Dica da Semana" e o "Setúbal (jornal municipal)"

    O primeiro, fazendo-se passar por um jornal publicita as promoções dos supermercados Lidl. O segundo fazendo-se passar por um boletim de informação municipal faz publicidade ao executivo camarário, principalmente ao seu Presidente, que ocupa grande parte desta publicação.

    O destino de qualquer das duas publicações é, depois de uma rápida vista de olhos, o caixote do lixo.

    Os custos do "Dica da Semana" são suportados pelo Lidl e, eventualmente, por publicidade ou anuncio pagos por terceiros. O "Setúbal" é pago pela Câmara Municipal de Setúbal. Os fundos da CMS vêm do Orçamento de Estado e de taxas e impostos municipais.

    Apesar de me atafulhar a caixa do correio e o caixote do lixo o "Dica da Semana" não implica qualquer custo para mim. O "Setúbal" para além dos defeitos do seu "concorrente" é custeado pelos meus impostos.

    Resultado final: Dica da Semana 1 - Setúbal 0.
    posted by Miguel Noronha 7:08 da tarde

    O véu da Ignorância

    Excerto do artigo de Pedro Mexia no Diario de Notícias.

    Sejamos claros: o «problema» só existe porque a França pratica de forma ostensiva um conceito muitíssimo abrangente e bastante hostil de «laicidade». É evidente que a separação do Estado e das Igrejas foi um dos momentos determinantes da modernidade, e deve ser um ponto de honra nos regimes democráticos. Mas isso apenas implica uma neutralidade do Estado em matéria religiosa. O Estado não tem religião porque os cidadãos são de diversas religiões, ou de religião nenhuma, e todos têm direito às suas crenças e às suas práticas, sem privilégios nem discriminações. Ora, em França, o que prevalece é um entendimento jacobino da laicidade. Não podemos ignorar as raízes violentamente irreligiosas dos revolucionários franceses, que pensavam destruir o cristianismo por via administrativa (e com uma ajudinha da maquineta do senhor Guillotin). O jacobinismo, além do mais, era uma doutrina estatizante, centralista, tendencialmente autoritária. Assim, não apenas se fez o possível para extinguir o fenómeno religioso, mas concebeu-se um religião estatocrática que teve a sua consagração na legislação mais surrealista do Directório e na legislação mais férrea de Napoleão.

    Na educação, em particular, o Estado - para os jacobinos - deve formar «cidadãos», e inocular-lhes a túrgida «ética republicana», pelo que se olha com suspeita o ensino privado e a religiosidade pública. Só quem não quer manifestações da «sociedade civil» receia o ensino privado. Só quem considera nefastas, por natureza, as crenças religiosas, entende como «perigoso» um crucifixo, uma estrela de David ou um crescente ao peito ou na lapela de um estudante liceal. O «véu» tem outras implicações, e por isso tende a desviar o assunto da questão essencial. E a questão essencial é apenas esta: a lei francesa é um lei restritiva da liberdade religiosa. É uma lei que promove um entendimento oficialista e dirigista do Estado face às diferentes comunidades. É uma lei jacobina. É, por isso, uma lei injusta.

    posted by Miguel Noronha 4:15 da tarde

    Serviço Público

    O CIARI - Centro de Investigação e Análise em Relações Internacionais organiza no dia 6 de Fevereiro (Sexta) na Fundação de Nª Srª da Saúde um jantar-debate com Miguel Monjardino subordinado ao tema "A caminho de um novo arsenal nuclear americano? A controvérsia dos mini-nukes".

    Podem consultar um resumo da comunicação do orador aqui.
    posted by Miguel Noronha 3:04 da tarde

    Comércio Livre pt II

    O Innocents Abroad comenta a proposta de Lula da Silva e Jacques Chirac em criar uma taxa a nível global cujas receitas reverteriam para o combate à pobreza.

    The foolishness and farce which is Jacques Chirac is becoming almost too predictable. In a move pregnant with cynicism, Jacques Chirac was in Geneva last week with Brazil?s leftist president, ?Lula? da Silva, to announce cooperation on a Franco-Brazilian study group. The goal of this group is to look into possible means, including a ?global tax? administered by the United Nations, to fight poverty and famine in the third world. (And as one who has worked for the UN, I can attest that a good place to start would be to fire most of the UN staff from the respective nations establishing the study group.)

    Now, as far as da Silva is concerned, I would say this move is more or less sincere on his part given that he is from the left and seems genuinely to believe in global measure to aid the poor. I may disagree, but I have no reason to question his motives. But, as far as Jacques Chirac goes, it is hard to take this man seriously.

    The first reason for doubt is that one of the main complaints coming from the developing world is that agricultural subsidies in developed nations bar third world farmers from access to wealthier markets. This is more or less true and is something I feel should be changed. If a farmer from Zimbabwe can grow something more cheaply than a farmer from Brest, he should also be able to sell the product more cheaply; assuming of course that Robert Mugabe hasn?t already had him shot.


    Relembro que a França é o maior beneficiário da Política Agricola Comum.
    posted by Miguel Noronha 12:32 da tarde

    Comércio Livre

    No EU Observer.

    Officials in Brussels are currently considering a Spanish plan to create a high-level transatlantic trade body.

    In a letter seen by the EUobserver, the Spanish premier, Jose Maria Aznar, has asked Commission President Romano Prodi to comment on plans to create a "high-level bilateral economic committee" to drive a transatlantic economic zone by the end of 2014.

    (...)

    The Spanish proposal would see the committee create an action plan to remove obstacles in the transatlantic market within 12 months.

    The plan would be a take-it-or-leave-it package, according to one official who spoke on condition of anonymity.

    Mr Aznar's letter also proposes a timetable be drawn up for the elimination of certain obstacles in the telecoms, digital economy, air transport, financial service and regulation of competition areas by 2010.

    (...)

    It is hoped that a plan to eliminate technical non-tariff barriers would rework and revitalise the Positive Economic Agenda agreed in Washington in 2002, but which has so far yielded modest results.


    Qualquer proposta que vise a eliminação de barreiras ao comércio é sempre bem vinda.

    É pena que, a crer na notícia, esta proposta tenha o caractér de ultimato e que o seu âmbito sejam apenas as barreiras técnicas (normalmente uma forma subtil de proteccionismo) entre os EUA e a UE.
    posted by Miguel Noronha 11:12 da manhã

    Os Candidatos a Candidatos

    O Mar Salgado tem três excelentes posts sobre as primárias do Partido Democrata. Um mais geral, um sobre John Edwards e outro sobre Howard Dean. Este ultimo é um sério aviso àqueles que pretendem extrapolar para o mundo real aquilo que se passa na internet (e nos media acrescento eu...).
    posted by Miguel Noronha 9:40 da manhã

    EUA - Primárias do Partido Democrático

    Nas votações realizadas ontem em sete estados John Kerry ganhou cinco e Wesley Clark e John Edwards uma. As hipóteses de Howard Dean começam a ser cada vez mais diminutas.
    posted by Miguel Noronha 8:43 da manhã

    terça-feira, fevereiro 03, 2004

    Sampaio quer Noruega na UE

    Os noruegueses é que pelos visto não querem e já o demonstraram por duas vezes, em 1972 e 1992. Com esta auto-exclusão, a Noruega, não pode assim participar nos vantajosos programas comunitários (*).

    Considerando a evolução do PNB per capita passou nos países-membros da OCDE (25 até 1997) de 1974 a 1997 a Noruega passou do 15º lugar para o 3º. Os grandes da UE tiveram uma progressão bem mais modesta senão mesmo uma regrassão (França: 6º para 13º; Alemanha: 14º para 11º; Reino Unido: 18º para 16º). De refereir que o paraíso socialista europeu ocidental (a Suécia) passou do 5º para o 15º lugar).

    Os dados podem ser consultados aqui.

    (*) Estou a ser irónico...
    posted by Miguel Noronha 5:28 da tarde

    The threat to the media is real. It comes from within

    Martin Kettle escreve no Guardian sobre o relatório da Comissão Hutton e a reacção da imprensa.

    Having read the Hutton report and most of what has been written about it, I have reached the following, strictly non-judicial, conclusions: first, that the episode illuminates a wider crisis in British journalism than the turmoil at the BBC; second, that too many journalists are in denial about this wider crisis; third, that journalists need to be at the forefront of trying to rectify it; and, fourth, that this will almost certainly not happen.

    The reporting of Lord Hutton's conclusions and of the reactions to them has been meticulous. The same cannot be said of large tracts of the commentary and editorialising - nor of much of the equally kneejerk newspaper correspondence. Much of this comment has been sullied by scorn, prejudice and petulance. The more you read it, the more you get the sense that the modern journalist is prone to behaving like a child throwing its rattle out of the pram because it has not got what it wanted.

    Since in some quarters it has become almost obligatory to dismiss Hutton out of hand, it is necessary to reassert that the law lord did an excellent job in conducting his inquiry so briskly and transparently, and to stress that his report is overwhelmingly consistent with the evidence he received. This is especially true of what became the crux of the inquiry: the alleged sexing up of the Iraq dossier, Andrew Gilligan's reporting and the dispute over the naming of David Kelly.

    From the start, though, too many newspapers invested too heavily in a particular preferred outcome on these key points. They wanted the government found guilty on the dossier and on the naming, and they wanted Gilligan's reporting vindicated. When Hutton drew opposite conclusions, they damned his findings as perverse and his report as a whitewash.

    posted by Miguel Noronha 3:47 da tarde

    Estudantes de Coimbra querem gratuitidade na Lei de Bases

    Errata: onde se lê "gratuitidade" dever-se-à ler: "que outros paguem por nós porque nós temos mais sítios onde gastar o dinheiro".

    Se realmente, os estudantes de Coimbra, considerassem que a Educação era uma "prioridade nacional" e dado o seu enorme, e bastas vezes demonstrado, espírito cívico não olhariam a custo em se tratando de despesas de educação. Mesmo que isso significasse gastar o seu próprio dinheiro...
    posted by Miguel Noronha 2:42 da tarde

    Olavo Carvalho

    Está finalmente disponível a transcrição do debate que ocorreu na Universidade de São Paulo em 19/09/03 entre o filósofo Olavo de Carvalho e o Professor Alaor Café Alves. Como refere no início o moderador "Um marxista contra um liberal".
    posted by Miguel Noronha 1:26 da tarde

    segunda-feira, fevereiro 02, 2004

    Sobre as Normas Constitucionais

    Aceitamos submeter-nos a certas regras sociais, sem saber qual será o seu efeito concreto nas nossas vidas, porque elas nos permitem prever os limites das acções dos outros e, dessa forma, planear mais eficientemente as nossas. Estas regras sociais são, em certa medida, como as regras dos jogos de mesa: fixam-se antes de jogar, sem saber que cartas nos tocarão, e a todos parecem "justas".

    Numa visão contratualista, aceitamos regras sociais que enquadrarão os nossos direitos à vida, à liberdade e à propriedade, porque acreditamos que dessa forma maximizamos a nossa esfera de actuação pessoal em sociedade minimizando as hipóteses de conflito com terceiros. Desta contratação deriva a importância do primado das normas gerais e abstractas. Ora, se as normas constitucionais apontarem para objectivos particulares ou para políticas concretas, que necessariamente priviligiam uns grupos em detrimento de outros, o valor da Constituição enquanto mecanismo de enquadramento da restante acção legislativa ficará irremediavelmente posto em causa. Se preferirmos, podemos afirmar que uma Constituição que aponte para determinados objectivos específicos ou especifique a obrigatoriedade de o Governo empreender determinadas políticas que visem fins particulares está a "viciar" as regras do jogo.


    in "O que é a Escolha Pública?" de José Manuel Moreira e André Azevedo Alves editado pela Principia.


    A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.


    Excerto do Preâmbulo da Constituição da Républica Portuguesa
    posted by Miguel Noronha 9:33 da tarde

    Cavaco Silva critica PEC

    «As regras devem ser clarificadas o mais cedo possível. A parte sancionatória do PEC chegou ao fim. Acho fundamental existirem regras de disciplina nas finanças públicas. Isso é vital para até para os países pequenos, promovendo ainda a coordenação das políticas económicas e monetárias no seio da UE. É preciso um pacto que permita mais flexibilidade em períodos de abrandamento económico», referiu


    Tragicamente este será, provavelmente, o nosso futuro Presidente da Républica. O outro candidato (António Guterres) ainda se afigura pior.

    De repente veio-me à memória o título do livro de Carlos Abreu Amorim: "Como é difícil ser liberal em Portugal"...
    posted by Miguel Noronha 5:35 da tarde

    Re: Deus nos Proteja

    Caro Mark Kirkby, sou forçado a concordar consigo. Realmente existem pessoas que de Economia não entendem nada...
    posted by Miguel Noronha 3:56 da tarde

    O que realmente diz o relatório Kay

    Artigo de Charles Krauthammer no Público

    [A] realidade é que as Nações Unidas estavam a gradualmente relaxar o sistema de sanções e a evoluir para o seu levantamento definitivo, situação que teria permitido o imediato recomeço dos programas de desenvolvimento de armas tão desejado por Saddam Hussein.

    A Administração Bush inverteu esta deriva ao ameaçar que iria para a guerra se fosse necessário. Só que essa posição agressiva era impossível de manter indefinidamente. Um regime de inspecções, embargos, sanções, zonas de exclusão aérea e milhares de soldados concentrados no Kuwait era impossível de manter. Os Estados Unidos podiam retirar e permitir que Saddam ficasse com as mãos livres - ou ir para a guerra e removê-lo do poder. Essas eram as únicas duas alternativas.

    De acordo com as circunstâncias, e tendo em consideração que todos os serviços secretos do mundo acreditavam que Saddam possuía ADM, o Presidente Bush fez a única escolha possível.

    posted by Miguel Noronha 2:41 da tarde

    Iraque

    Excerto de um artigo no Daily Telegraph.

    Was the intelligence on WMD wrong? Don't know. One can't be sure that stockpiles were not removed from Iraq. This, after all, was a regime that just before the first Gulf war sent its entire air force for safe-keeping in Iran. If the intelligence services were wrong, every Western service and regime, from France to America, from Clinton to Chirac, failed. It is conceivable that Saddam Hussein found it important to pretend that he had nuclear weapons. He might have been like any moronic hooligan or bank robber who, faced with the police, pretends they have a weapon and often die as they reach for their toy pistol - or sunglasses.

    Iraq was a regime that had a nuclear reactor (before Israel bombed it), attempted to acquire technological information abroad, refused to follow 16 UN resolutions and periodically kicked out UN inspectors. If its WMD programme was only disinformation, it was believed because Iraq did its level best to make it credible.

    President Bush's policy was that his was a pre-emptive doctrine. His action was based on the notion that once you find WMD it's too late. If deployment is to be the proof of their existence, the price tag becomes too high.

    posted by Miguel Noronha 12:13 da tarde

    Debate Sobre F. A. Hayek (via Presto Pundit)

    Irá ocorrer hoje às 16.00 horas EST (21.00 em Lisboa) no Cato Institute um debate sobre o tema "The Ideas and Impact of F. A. Hayek". Este contará com a participação de Bruce J. Caldwell e Alan Ebenstein e com comentários de Dick Armey.

    Podem seguir o evento em Real Video ou Real Audio.
    posted by Miguel Noronha 11:07 da manhã



    Cortesia American RealPolitik
    posted by Miguel Noronha 10:09 da manhã

    domingo, fevereiro 01, 2004

    Compra Recomendada

    "O Que é a Escolha Pública" de José Manuel Moreira e André Azevedo Alves para quem quiser ficar a conhecer a Public Choice Theory.
    posted by Miguel Noronha 8:15 da tarde

    Powered by Blogger

     

    "A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
    F.A.Hayek

    mail: migueln@gmail.com