sexta-feira, janeiro 21, 2005
Discografia Essencial #14
APRIL MARCH - Chrominance Decoder
posted by Miguel Noronha 6:00 da tarde
A Liberdade Económica Como Percursora da Liberdade Política
The increase and riches of commercial and manufacturing towns contributed to the improvement and cultivation of the countries to which they belonged in three different ways.
(...)
Thirdly, and lastly, commerce and manufactures gradually introduced order and good government, and with them, the liberty and security of individuals, among the inhabitants of the country, who had before lived almost in a continual state of war with their neighbours and of servile dependency upon their superiors. This, though it has been the least observed, is by far the most important of all their effects. Mr. Hume is the only writer who, so far as I know, has hitherto taken notice of it.
Adam Smith "Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations" (1776),Book III, Chapter IV
posted by Miguel Noronha 4:44 da tarde
Free Trade Promotes Chinese Liberalism
Artigo de Ted Galen Carpenter e James A. Dorn em Maio, 2000.
Beijing's biggest dilemma is how to allow its productive non-state sector to grow while at the same time preventing an erosion of the party's power as market participants demand greater civil liberties and a more meaningful political voice. The domestic tension created by opening China's economy to the outside world while meaningful political change is suppressed has to be released sooner or later.
Gradualism appears to have worked reasonably well thus far, but the inefficiency of China's state-owned sector is apparent and corruption is rampant. Wholesale privatization would help solve the problems of inefficiency and corruption, but would undermine the last vestiges of party power. So the challenge for China's leadership is stark.
Cutting off - or even limiting - trade with China in the hope of improving human rights would be self-defeating. Isolating China would strengthen the party and the state while harming the nascent market sector and reducing economic freedom.
posted by Miguel Noronha 3:53 da tarde
Leitura Recomendada
Recomendação dupla no Semiramis.
"Constituições"
A Constituição dos EUA tem 7 artigos e teve 27 emendas, o que é natural, atendendo a que tem mais 200 anos que a portuguesa. No conjunto, artigos iniciais e emendas, são cerca de 6.800 palavras e 35.000 caracteres. A Constituição portuguesa, na sua actual forma, tem 295 artigos, mais de 32.000 palavras e cerca de 170.000 caracteres. E seria muito mais palavrosa, se as revisões tivessem tido a forma de emendas adicionais.
Como é possível instaurar uma economia de mercado a funcionar de forma eficiente, com uma constituição que afirma, logo no preâmbulo, pretender "abrir caminho para uma sociedade socialista"? E como é possível essa frase permanecer lá, mesmo após se ter visto na prática o que aconteceu às sociedades socialistas do Leste europeu?
A Constituição portuguesa actual, em todo o seu articulado, tem um cunho marcadamente ideológico, começando com declarações de intenção, que normalmente não concretiza, até porque se as concretizasse poderia colocar a nossa economia e a nossa vida social num impasse, mas que podem sempre servir de fundamento para arguir qualquer nova lei aprovada pela AR de inconstitucional.
"Senadores da República"
Repórter descobre os Senadores da República para o próximo Prós e Contras
posted by Miguel Noronha 3:00 da tarde
Discografia Essencial #13
SAINT ETIENNE - Good Humor
(como vou estar fora no fim-de-semana hoje deixo mais que as duas recomendações habituais)
posted by Miguel Noronha 1:50 da tarde
O Segredo do Sucesso da Airbus (via Johan Norberg)
Segudo o jornal The Scotsman a Comissão Europeia ameaçou a Tailândia (um dos países atingidos pelo tsunami) com a imposição de tarifas à sua indústria de pesca caso esta não opte pela compra de 6 unidades do novo modelo da Airbus, o A380.
posted by Miguel Noronha 11:40 da manhã
Discografia Essencial #12
TUXEDOMOON - Ten Years in One Night
posted by Miguel Noronha 10:26 da manhã
Iliteracia Económica - pt III
Depois de Augusto Santos Silva e Fernado Rosas o iliterato económico do momento é António Silva, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, que se manifesta contra a abertura de novas lojas alimentares e shoppings em Portugal.
"Este aumento da oferta, estimado em 30%, vai desequilibrar o mercado, que já está estagnado em termos de consumo, e trazer efeitos perversos a nível de concentrações e fusões, podendo mesmo levar a encerramentos"
Seria realmente uma sorte (para não dizer mais) que um mercado onde existe barreiras administrativas à entrada (e onde não foram concedidas novas licenças nos últimos anos) o mercado estivesse equilibrado. Seria mesmo o "case-study". Será também abusivo comparar hipermercados com hard-discounts (Lidl, Plus). A quota de mercado dos primeiros tem vindo a descer em favor dos segundos.
Por outro lado se o senhor está preocupado com a concentrações na oferta a melhor solução será mesmo a concessão de novas licenças.
Quanto ao problema dos "encerramentos" creio que aqui está a verdadeira razão do protesto. A CCP existe para manter os previlégios dos seus associados. Um aumento da concorrência vem diminuir os seus rendimentos. O problema é que não deve ser o Estado a garantir a quota de mercado. Quem deve decidir onde e o que comprar são os clientes. Alguns não irão sobreviver. That's life.
posted by Miguel Noronha 9:26 da manhã
Discografia Essencial #11
THE WOODENTOPS - Hypno Beat Live
posted by Miguel Noronha 8:41 da manhã
quinta-feira, janeiro 20, 2005
Social Insecurity?
Artigo de Thomas Sowell na Townhall.
What is different with the private retirement accounts (...) compared to the Social Security system as it exists now?
The biggest difference seems to get the least attention: With private accounts, money is invested in the economy, creating additional wealth, from which pensions can be paid. With Social Security, the money is spent as soon as it gets to Washington.
Is it better to invest for the future or to keep spending the Social Security taxes now and leave it to someone in the future to figure out what to do when today's young workers retire and there is not enough money to pay them what they were promised?
Many people are unaware that the money that is taken out of their paychecks for Social Security is not -- repeat, not -- being put aside to pay for their retirement. That money is paying for people who are retired right now, and anything that is left over is being spent by politicians in Washington for anything from farm subsidies to Congressional junkets.
(...)
The other big difference between privatized pensions and Social Security is that the individual owns the pension he has paid for. This is not a fine philosophical distinction but a major practical difference.
(...)
But no matter how much money you have paid into Social Security over the years, and no matter what you were promised when you paid it, the government always has the option to pay you back only what future politicians decide they can afford, given all the other things they might prefer to spend the money on.
Owning your own private pension plan means that those who owe you have to pay you what they promised. It also means that if you die without ever using it, you can leave it to your family, instead of having the government keep the money.
posted by Miguel Noronha 7:26 da tarde
Discografia Essencial #10
THE FALL - The Wonderful and Frightening World of the Fall
posted by Miguel Noronha 4:33 da tarde
Leitura Recomendada
"Uma Histórinha para Jovens Socialistas" no Jaquinzinhos.
posted by Miguel Noronha 2:59 da tarde
Free Trade Vs Fair Trade
Excerto de um artigo de Benn Steil e Russell Lewis na National Review (1994)
Support for free trade in the developed world is in reality giving way to a multitude of dubious conceptions of "fair" trade. Free trade is now judged to be fair trade only when foreign traders meet certain "standards." There are a variety of new and imaginative charges of "dumping," sanctions against which are said to be justified in order to protect standards at home. Ostensibly to construct a "level playing field" for international trade, the ever-growing body of fair-trade lobbies is laying the groundwork for a new web of supranational regulation, which, if not contained, has the potential to generate enormous international friction, stifle innovation, and damage prospects for world growth. The fair-trade lobbies are not actually concerned with leveling playing fields, but with leveling up their competitors' production costs so as to protect their high-cost producers.
posted by Miguel Noronha 2:47 da tarde
Junk Food
A UE prepara-se para passar mais um atestado de imbecilidade aos cidadãos dos países-membros.
posted by Miguel Noronha 11:56 da manhã
Comércio Livre
Artigo de Dan Ikerson no China Gate acerca da liberalização do comércio de têxteis.
Along with EU countries, Canada and other developed countries, the United States is to lift all limits on the number of textile they import.
This is good news for developing countries which have competitive advantages in labour-intensive industries like textile. It is a great opportunity for them to stimulate their foreign trade as well as boost domestic job markets.
Yet, developed countries, which are supposed to lift their quotas, are reluctant to do so because developing countries have a much larger share of the global textile market.
The latest statistics from the World Trade Organization show that developing countries take 55 per cent of the world's total textile exports, which stood at US$1.369 trillion, in 2003. They also exported 71 per cent of the clothing around the world in the same year.
Therefore, the governments in developed countries are facing tremendous political pressure from within, despite the fact that eliminating the quota could boost the welfare of people around the world.
(...)
Capping quotas may help maximize the national interests of the US for a while as it tries to ease the shock to the US economy posed by the globalized textile trade with special safeguards. But it will definitely have a negative effect on industrial restructuring in the long run.
Therefore, it is a good choice for the US Government to face challenges with an open mind to realize the long-term interests of the textile and apparel industry at the cost of short-term shocks.
posted by Miguel Noronha 11:05 da manhã
Discografia Essencial #9
FELT - Pictorial Jackson Review
posted by Miguel Noronha 9:28 da manhã
quarta-feira, janeiro 19, 2005
Leitura Recomendada
"O que é que tem o Liberalismo Que é Diferente dos Outros?" de Rui A. no Blasfémias.
posted by Miguel Noronha 5:51 da tarde
PEC, A Besta do Apocalipse
Em mais um número da série "iliteracia económica" apresentamos de seguida a teoria do Professor Rosas sobre as origens da recessão e (parece) de todos os males do mundo.
Quase três anos de governo do PSD-PP espremeram os portugueses, sobretudo os de menores rendimentos, em nome do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), que impõe anualmente um défice orçamental abaixo dos 3 por cento do produto interno. Os resultados dessa política suicidária de equilíbrio cego do OE, (...) é o que está em balanço nestas eleições: a recessão profunda da economia do país, a quebra acentuada do investimento público (designadamente nas áreas do social, da educação, da investigação científica) e do privado, a destruição acelerada da capacidade produtiva do país em todos os sectores, desde a indústria transformadora às pescas, a quebra do produto, o agravamento do défice comercial e da dívida pública, isto é, o empobrecimento real do país e o aumento da distância relativamente aos níveis médios da Europa.
Parafraseando um colega meu, o Professor Rosas percebe tanto de Economia como eu de lagares de azeite.
NOTA: Para quem não percebeu, queria esclarecer que eu não percebo nada de lagares de azeite.
posted by Miguel Noronha 5:01 da tarde
Concordo
Comentando (mais) uma refrega entre O Intermitente e o seu co-blogger o Carlos achou por bem relembrar-me que "O Estado não é uma empresa, por mais que alguns o queiram como tal". Ora nem mais. O problema é que quem pretende que o Estado assuma competências empresariais são os estatistas e não os liberais. O Estado (e os gestores públicos) já demonstraram ser incompetêntes nesta áreas.
posted by Miguel Noronha 3:12 da tarde
Discografia Essencial #8
BONNIE "PRINCE" BILLY - Master and Everyone
posted by Miguel Noronha 2:27 da tarde
Calmamente e Sem Grande Alarde
A UE abandona oficialmente a Agenda de Lisboa. Parece que era demasiado ambiciosa e contraditória...
posted by Miguel Noronha 11:51 da manhã
EURO: PEC é para cumprir (mais ou menos...)
As pressões para suavizar as regras do PEC parecem ter sido afastadas.
Os Ministros das Finanças da UE já concordaram em manter a regra dos 3% para o deficit orçamental e os 60% para o peso da dívida público no PIB.
Como recompensa a França e Alemanha não serão sujeitas a medidas disciplinares por ultrapassarem continuadamente o tecto dos 3% no deficit orçamental. Na sua condição de pequeno país, a Grécia terá menos sorte e irá sofrer sanções pelo mesmo "pecado".
posted by Miguel Noronha 11:07 da manhã
Discografia Essencial #7
TARNATION - Gentle Creatures
posted by Miguel Noronha 8:44 da manhã
terça-feira, janeiro 18, 2005
Quando Uma Pergunta Vale Mais Que Seis
O que é que esses 150.000 funcionários públicos fazem de relevante para além de consumirem o dinheiro dos impostos?
ADENDA: o Jaquinzinhos responde às seis perguntas formuladas.
posted by Miguel Noronha 9:39 da tarde
Uma Razão Para Não Votar PSD
"O líder do PSD (...) prometeu (...) a continuação do projecto do TGV"
posted by Miguel Noronha 4:50 da tarde
Discografia Essencial #6
Belle and Sebastian - If You're Feeling Sinister
(Os Smiths dos anos 90)
posted by Miguel Noronha 3:28 da tarde
Pacto de Silêncio
O Semiramis também comenta o artigo de Augusto Santos Silva no Público.
[E]mbora reconhecendo que em ?2002 havia problemas reais e sérios no equilíbrio das contas do Estado?, Santos Silva postula que foi o facto da dupla Durão Barroso/Manuela Ferreira Leite ?empolar demagogicamente as dificuldades, lançar um duche frio sobre as expectativas dos agentes económicos e paralisar a acção do Estado, o investimento público e a despesa social, cortando sem critério nem sustentação? que teria agravado a situação. É normal que um sociólogo, habituado ao poder da palavra, ache que a causa das nossas dificuldades económicas é ... falar-se nelas!! Que erro colossal que DB/MFL cometeram! Se eles não falassem que havia uma profunda crise orçamental, ninguém teria dado por ela ... teria passado despercebida, quer entre os agentes económicos portugueses, quer no Eurostat. O perigo que representa a incontinência verbal!
Sampaio, em vez de pactos de regime, deveria ter proposto ... pactos de silêncio!
Recomendo a leitura integral do post.
posted by Miguel Noronha 1:44 da tarde
Impostos
O porta-voz do PS para os assuntos económicos chamou a atenção para as declarações contraditórias proferidas por Santana Lopes e Miguel Frasquilho acerca da descida do IRC. Desta vez tem toda a razão. Esta medida já fazia parte do programa do último governo e, inexplicavelmente, ficou por cumprir.
posted by Miguel Noronha 12:02 da tarde
União Europeia
As propostas de flexibilização do PEC avançadas por Gerhard Schröder foram mal acolhidas no seu próprio país.
The Bundesbank and the German business federation (BDI) reacted angrily to the chancellor's proposals which aim at reducing the European Commission's power to impose fiscal discipline in member states.
The Bundesbank said the proposals would mean a "de facto" abandonment of the rule in the pact saying that member states may not run budget deficits of more than three percent of GDP.
O Ministro das Finanças austriaco também rejeitou as propostas por incentivarem os défices e o endividamento público.
posted by Miguel Noronha 10:58 da manhã
Aquisição de Peso!!
O EconLog de Arnold Kling anuncia a "contratação" de Bryan Caplan, professor na George Mason University. Caplan estreia-se com um excelente post: "Most Economically Literate Movie of the Year".
posted by Miguel Noronha 10:07 da manhã
Discografia Essencial #5
THE SMITHS - The World Won't Listen
posted by Miguel Noronha 9:27 da manhã
segunda-feira, janeiro 17, 2005
É Fazer a Conta...
O mais recente cartaz do Bloco de Esquerda apresenta um sisudo Louçã a pedir "Contas Claras". Acho muito bem. O BE raramente quantifica o impacto financeiro das suas propostas e já é tempo de o começar a fazer. Lembro-me que o Jaquinzinhos tentou calcular o custo de uma proposta bloquista para a cidade de Lisboa e o resultado era desastroso.
posted by Miguel Noronha 7:06 da tarde
Campanha Anti-Constituição Europeia #2
The EU Constitution will significantly alter the European Union. If adopted, it will move the EU even further away from our vision of a free trading, decentralised, deregulated and democratic Europe of nation-states.
posted by Miguel Noronha 5:53 da tarde
Discografia Essencial #4
BOARDS OF CANADA - Music Has The Right to Children
posted by Miguel Noronha 5:19 da tarde
Carvalho da Silva
Excerto da entrevista do Secretário-Geral da CGTP/IN ao Público.
Mas alguém acredita que o país se desenvolve se não houver uma aposta séria do Estado em sectores estruturais?
Dependendo do que Carvalho da Silva entende por "sectores estruturais" é provável que responda de forma positiva à sua pergunta. Dir-lhe-ia mesmo que o Estado é O grande empecilho ao desenvolvimento da Economia portuguesa.
posted by Miguel Noronha 3:20 da tarde
Sugestão de Leitura
Num artigo do DN João Cravinho chega à conclusão que:
A mais importante das reformas na vida pública portuguesa não custa muito dinheiro. Pelo contrário, poupará com certeza muito dinheiro ao Estado e aos contribuintes. Refiro-me à luta pela moralização da vida pública e contra a corrupção endémica. A captura do Estado e da Administração Pública por interesses ilegítimos - isto é, a corrupção - atingiu níveis intoleráveis.
É grave que alguém com pretenda ter conhecimentos de Economia e, especialmente teoriazar sobre o papel do Estado, não conheça a Escola da Escolha Pública. O problema da captura do Estado por "interesses ilegítimos" já há muito foi idêntificado. Para que o Engº Cravinho não volte a demonstrar tal nível de ignorância, que ao mesmo tempo o leva a ter ilusões acerca da sua solução, deixo-lhe algumas sugestões de leitura.
Links:
- Center for Study of Public Choice
- Introduction to Public Choice Theory
- "UNDERSTANDING DEMOCRACY: An Introduction to Public Choice" (livro online)
- "O Que É a Escolha Pública? Para uma análise económica da política" de André Azevedo Alves e José Manuel Moreira (podem ler aqui a introdução)
posted by Miguel Noronha 1:27 da tarde
Significativo
Uma das primeiras medidas do novo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, foi a integração das infames Brigadas Mártires Al Aqsa nos serviços de segurança.
É claro que para muitos iluminados isto não justifica o corte de relações entre Israel e a ANP ordenado por Ariel Sharon. Presumo que já tenham inventado um esquema para lhe imputar a culpa do sucedido.
posted by Miguel Noronha 10:48 da manhã
Discografia Essencial #3
COIL - Stolen and Contaminated Songs
(vou fazer os possíveis para não ultrapassar cem discos nesta série)
posted by Miguel Noronha 9:48 da manhã
domingo, janeiro 16, 2005
Discografia Essencial #2
NEW ORDER - Power, Corruption & Lies
(Dedicado ao FCG)
posted by Miguel Noronha 6:24 da tarde
Discografia Essencial #1
THE SOUND - From The Lions Mouth
(Sim, Carlos, esta série é um plágio descarado e a culpa é tua. Quem te manda falar em discos?)
posted by Miguel Noronha 1:03 da tarde
Os Custos da Não-Justiça
No Público.
Um estudo sobre o funcionamento da justiça portuguesa concluiu que uma sistema judicial mais célere poderia levar a um aumento de onze por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a 13 mil milhões de euros.
(...)
Em termos de valores, Célia Costa Cabral apurou que "um melhor desempenho do sistema judicial levaria a um crescimento da produção de 9,3 por cento, o volume do investimento cresceria 9,9 por cento e o emprego 6,9 por cento".
"Tudo somado, teríamos um acréscimo de 11 por cento na taxa de crescimento do PIB e uma economia seguramente mais pujante", segundo Célia Costa Cabral, que elaborou este inquérito em parceria com Armando Castelar Pinheiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
(...)
O trabalho - que se baseou num inquérito lançado aos empresários portugueses sobre o funcionamento da justiça portuguesa - concluiu que a justiça é "muitíssimo lenta, é cara e as decisões são imprevisíveis, apesar de, normalmente, imparciais".
"A morosidade, o principal ponto negativo apontado, leva a uma natural contracção do investimento em Portugal e funciona como um obstáculo ao crescimento do País", segundo a investigação.
A economista apurou que, "sabendo, de antemão, que uma decisão judicial poderá levar anos a sair, os empresários não arriscam investimentos, se não estiverem absolutamente seguros do cumprimento dos contratos".
"Cobram preços mais caros nas transacções, precavendo eventuais incumprimentos. Os 'spreads' bancários são a prova disso mesmo uma espécie de 'prémio de risco judicial', que as instituições cobram, não vá o diabo tecê-las".
Segundo Célia Costa Cabral, citada pelo JN, "as empresas, de uma maneira ou de outra, calculam os seus preços de forma a incorporar o custo do tempo necessário a recuperar judicialmente as quantias que os seus devedores não pagam pontualmente".
O estudo concluiu ainda que "os empresários evitam ao máximo negócios com empresas públicas. Sobretudo as empresas mais pequenas. É que aí o risco ainda é mais elevado. Todos dizem saber quão difícil é sentar o Estado no banco dos réus".
Em Portugal continuamos a achar que o papel do Estado consiste em "dar-nos" SCUT's, estádios de futebol, Expos e fogo de artifício na passagem de ano. Em resumo panis et circenses para agradar às massas.
Exigimos que o Estado se substitua à iniciativa privada em actividades onde esta é bem mais eficaz e as áreas onde o Estado é mesmo fundamental e, em grande parte, insubstituível (como é o caso da Justiça) são relagadas para segundo plano.
Por último, aceitamos do Estado comportamentos que não aceitamos aos privados.
Tudo isto tem um custo. Este estudo estima-o em 13 mil milhões de Euros.
posted by Miguel Noronha 10:22 da manhã