O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, julho 26, 2003

The Road to Serfdom

A quem não conhece este livro de Hayek (ou mesmo a quem já o leu) aconselho este excelente resumo critico.

Leitura obrigatória para os socialistas de todos os partidos...
posted by Miguel Noronha 3:44 da tarde

Questão Importante

Alguém me explica como é que eu volto a disponibilizar o posts arquivados?
posted by Miguel Noronha 11:32 da manhã

Os Liberalismos

O Catalaxia tem um excelente artigo intitulado "As duas vias do liberalismo".
posted by Miguel Noronha 10:32 da manhã

sexta-feira, julho 25, 2003

Guest Bloggers

Como manter o blog activo durante as férias do blogger? É simples, convidam-se outros bloggers para tomar conta dele.

Foi o que fez Eugene Volokh que convidou Daniel Drezner e David Bernstein para "tomar conta" do Volokh Conspiracy.
posted by Miguel Noronha 5:51 da tarde

Constituição Europeia pt III

Mais de 80% dos europeus quer referendo a Constituição Europeia

A grande maioria dos cidadãos dos 15 Estados-membros da União Europeia (UE) e dos 10 países candidatos à adesão considera essencial ou útil a realização de um referendo sobre a Constituição Europeia, segundo uma sondagem levada a cabo em Junho e divulgada esta sexta-feira pela Comissão Europeia
posted by Miguel Noronha 5:13 da tarde

Finalmente

Eis a coluna de hoje de Alberto Gonçalves:

Na apresentação da festa do "Avante!", os jornalistas interrogaram o dr. Rúben de Carvalho sobre Cuba. Fizeram bem, já que nem sempre é possível trazer ao de cima a real essência do PCP.

Embora condenando, de forma "claríssima", a pena de morte em sentido lato, o dr. Rúben recusou-se a condenar a pena de morte em Cuba, graças – acreditem – à solidariedade que a vida do povo cubano lhe suscita. Não duvidamos: também por solidariedade com os respectivos povos, o PCP nunca condenou a pena capital na URSS, na Hungria, na Checoslováquia, na Roménia e etc. Ainda hoje, há dezenas de povos na Terra que rezam para que o PCP jamais se solidarize com eles.

Mas não se busque cinismo no discurso dos nossos comunistas. É a fé, e apenas a fé, que os impede de distinguir uma população do regime de partido único que a esmaga. Movido a dogma, o PCP não consegue imaginar a existência de uma esfera privada, em que o quotidiano dos cidadãos seja alheio à influência do totalitarismo marxista. Na prática, a tradução deste princípio é um tanto rude: para o PCP, se Fidel oprime e abate os cubanos, os cubanos devem regozijar-se pela opressão e pelo abate, dado ser em Fidel e no Partido que o bem comum se realiza.

Nenhuma novidade, portanto. Só enjoa um bocadinho sabermos que, depois de todo o século XX, uma aberração como o PCP permanece entre nós

posted by Miguel Noronha 5:09 da tarde

A Europa e os EUA

Num discurso proferido na Fundação F.A. Hayek em Bratislava, Michael Novak fala da importância da NATO, da falência do Estado Social europeu, do sucesso do capitalismo, do crescimento da tecnocracia na Europa, do anti-americanismo, dos valores comuns que unem os EUA e a Europa e da necessidade de, em vez de tentarmos ser blocos rivais, nos unirmos. Este discurso foi publico em três partes na NRO (1, 2 e 3)

"no other potential alliance in the world rivals the European and North Atlantic civilization, not in cultural power, nor in economic power, nor in military power. The only thing that can defeat us is our own disunity"
posted by Miguel Noronha 4:51 da tarde

Jobs Migrating Overseas, but It's a Two-Way Street

Um artigo de James Flanigan no Los Angeles Times que defende as vantagens do outsorcing.
posted by Miguel Noronha 4:14 da tarde

Vantagem Singular

A única vantagem do Correio da Manhã ser distribuido gratuitamente em todos os restaurantes e cafés é que às Sextas posso ler a crónica do Alberto Gonçalves a tempo e horas. A edição online só a disponibliza a horas impróprias.

A de hoje recomenda-se particularmente...
posted by Miguel Noronha 2:07 da tarde

NATO

Apesar dos desmentidos, parece que a candidatura de António Vitorino para Secretário-Geral da NATO está a perder força. Ainda bem. Neste ponto de boa vontade abdico do (suposto) reforço do prestigio nacional em troca da manutenção da eficácia da NATO.
posted by Miguel Noronha 11:14 da manhã

Constituição Europeia pt II

O Publico notícia que Durão Barroso "apenas" pretende ver clarificados alguns aspectos do projecto da CE. Parece, pois, que vamos continuar a representar o papel do "aluno bem comportado" da CE. É pena...
posted by Miguel Noronha 11:07 da manhã

Constituição Europeia pt I

O MNE alemão Joschka Fischer num autoritarismo despropositado "aconselhou" os outros países membros a não altararem a proposta da Convenção.

Se outros governos trouxerem para a negociação propostas de alteração do texto, «nós levaremos as nossas», avisou o número dois do Executivo germânico. «O melhor será deixar [o texto] tal como foi proposto. Penso que será esse o caso»

Confesso não compreender o alcance de tal ameaça. Se o governo alemão, tal como os restantes, quiser alterar a proposta (e sublinho que se trata ainda de uma proposta) inicial devem fazê-lo. O voto alemão contará tanto como o dos outros estados membros.

ACTUALIZAÇÃO: A ideia do Pedro Mexia não me parece má. Venham daí as alterações!
posted by Miguel Noronha 10:57 da manhã

Afeganistão

No seu blog, Daniel W. Drezner, faz uma análise bastante completa à situação no Afesganistão. Não obstante alguns revezes estão a aparecer os primeiros resultados do nation building.
posted by Miguel Noronha 9:17 da manhã

quinta-feira, julho 24, 2003

Trade unions: as spurious as rain-makers?

"WHEN anthropologists first studied peoples in semi-arid areas around the world they found most groups had shamans or priests or medicine men who devised rituals to bring down the life-giving rains. There was no more an important task ... nor a more fraudulent one."

"Apart from cricket, perhaps we go without rain-making rituals but we do have tricksters attempting comparable frauds. We call them trade unions"

"(...) They are worse than any tribal rain-makers because they achieve the impoverishment of all working people
."
posted by Miguel Noronha 6:00 da tarde

O "Exemplo" Social Democrata Dinamarquês

Graças ao Claudio Tellez descobri este artigo do Misses Institute que relata os resultados da experiência social-democrata dinamarquesa. Eis uma versão resumido em modo copy+paste:


1. Grande depêndencia do estado e elevada carga fiscal

Despite its reputation as a showcase of political utopia, 40 percent of its adult population live on government transfer income, full-time, all-year. A little more than a third of these people are pensioners and the rest are working age. About one third of the people who actually hold a job work for the government or government-owned companies. The effective tax level is around 70 percent, not the 50 percent that is usually reported (the lower figure comes about by disregarding the effects of the sales tax and excise taxes).

2. Sistema insustêntavel a médio prazo

People can feel socially secure in Denmark—at least for now. People don't get rich from welfare but they can live a comfortable life. Practically all people are eligible for one program or another. But the system is unsustainable in the longer run. In the early 1970s only about 300,000 people of working age lived full-time all year on government welfare. Today it is about 900,000. The population size has remained unchanged at around 5 million. In the not too distant future, more people are going to be pensioners and fewer people will be working age. At some point, the trough will be empty

3. Crime aumenta apesar da baixa taxa de pobreza e da política igualitarista

If we next look at the crime level, the Danish Statistical Yearbook 2002 shows reported crimes from 1935 to 1960 to be stable: about 100,000 crimes per year. But from 1960 until today, the number of crime reports has increased by 500 percent, to more than 500,000 per year. And if we look at violent crime, the picture is even grimmer. The number of violent crimes in 1960 was approximately 2,000; it is approximately 15,000 today. This is an increase of more than 700 percent, and it is still rising steeply.

This is a very surprising development. Welfare state advocates often say that crime is caused by poverty. Well, Denmark has become about twice as rich per citizen during this period of rising crime. Another argument is that poverty is caused by economic inequality. Well, Denmark has engaged in the most comprehensive income redistribution program of any nation. Denmark is the most egalitarian country in the world today


4. Algumas explicações para o aumento da criminalidade

There are better explanations. Massive redistribution schemes have undercut people's respect for property rights. The rhetoric against wealth producers that has accompanied the redistribution has created social antagonisms. People on government transfer income have a lot of extra time on their hands, and their hands do the "devil's work."

The best explanation may be the change in the views of intellectuals. In the 1960s, the theory emerged that crime should not be blamed on the offender but on society. This led to the conclusion that crime should not be punished—at least not very harshly—but instead socially treated


5. Apesar do educação ser totalmente gratuita as taxas de escolaride são inferiores às dos EUA

(...) Let us compare Denmark to the U.S., where public funding of especially higher education is not nearly as readily available as it is in Denmark. According to the report "Education at a Glance" from the OECD, 15 percent of people between the ages of 25 and 64 has a bachelor degree or more in Denmark. In the U.S.A., it is 26 percent—nearly twice as many. In Sweden, the number is 13 percent, and Norway 16 percent.

If we look at the other end of the education level, those with only 9 years of education, in Denmark it is 34 percent, whereas in the U.S. it is 14 percent. In Sweden the number is 26 percent and in Norway 18 percent. Again the numbers are much more favorable in the U.S.


6. Saúde: nenhuns progressos e listas de espera

Denmark is one of the few OECD countries where the average life span has hardly increased since the early 1970s. In the early 1970s, Denmark was at the top in OECD comparisons; today it is closer to the bottom.

According to the politicians, this has nothing to do with poor quality at the Danish hospitals or long waiting lists for examination and surgery. They say it is due to the Danish people's habit of smoking and drinking. And yet, often one can read in the news stories of people who die preventable deaths simply because they were on a waiting list and unable to get care.

7. ... e o estado planeia aumentar o controlo da vida dos seus cidadãos...

One option for young people is to leave. It was recently proposed by one of the three economists from the Danish Economic Council that if young people in Denmark wish to move abroad after they have completed their education, they should first have to pay back the costs of their education. Only when they have paid enough taxes to cover all the expenses of their education, would they be able to move abroad without having to pay the government first.

Thus do we have proposed the social-democratic version of the Berlin Wall, an economic barrier to prevent emigration so that the state can continue to tax people to sustain a system that is unraveling. The mere suggestion is a telling sign that Denmark has nearly reached the end of the road.

posted by Miguel Noronha 4:05 da tarde

Aung San Suu Kyi

Vários países da ASEAN estão a pressionar o governo birmanês para que liberte a líder da oposição democrática Aung San Suu Kyi. A Tailândia pede a realização de um forum internacional e a Malásia ameaçou mesmo com a expulsão da Birmânia da ASEAN.

Recordo que em Maio passado o Secretário de Estado americano Colin Powell pediu aos membros da ASEAN para abandonarem a atitude complacente que tinham para com o regime ditatorial birmanês.
posted by Miguel Noronha 3:21 da tarde

Europa "Legaliza" Transgénicos

Depois de muitas resistências a Europa vai permitir a comercialização e o cultivo de transgénicos. Apesar de a proposta ainda prever algumas restrições a escolha vai ser feita, em ultima análise, pelos agricultores e consumidores e não pelo sr. Bouvé ou por qualquer obscura ONG.

A histeria que envolve as tentativas de proibições dos OGM's baseiam-se em estudos que apenas demonstram não existem certezas desta ser 100% segura.

É estranho que as mesmas reticências não sejam levantas quantos aos produtos provinientes das agriculturas "tradicional" ou "biológica" quando também não existem certezas destes serem 100% fiáveis

Nenhum estudo provou até agora os perigos dos OGM's e muitos deles ignoram (deliberadamente?) que apesar dos transgénicos serem cultivados e comercializados há quase 20 anos não se verificaram, até agora, os temídos efeitos negativos que se lhes atribuem.

Para mais informação recomendo a leitura deste artigo da Scientific Alliance.
posted by Miguel Noronha 11:25 da manhã

Iraque vs. Vietname

Um artigo da StrategyPage.com explica as diferenças entres os conflitos no Iraque e no Vietname.

Because Vietnam was no Iraq. As a military pal recently said to me, if Vietnam were Iraq, the United States would have occupied Hanoi, killed or dispersed the Politburo and utterly destroyed the North Vietnamese Army. Laos and Cambodia would not have served as sanctuaries for communist troops and supplies. (Syria understands this difference.) Southerners from Saigon would be part of a new national council in the process of drawing up a democratic constitution.

posted by Miguel Noronha 9:49 da manhã

quarta-feira, julho 23, 2003

Pode-se confiar na CNN? (via Andrew Sullivan)

Depois de confessar ter, durante anos, ocultado histórias de massacres e outros crimes no Iraque, durante o regime de Saddam Hussein, a CNN parece nada ter aprendido e continua repetir os mesmos erros. Desta vez a história passa-se no Irão.
posted by Miguel Noronha 7:06 da tarde

J'Acuse!

Ruben de Carvalho acusa: «Actual Governo é o mais à direita desde o 25 de Abril»

Tem toda a razão camarada Ruben! E eu digo mais: a actual oposição é a mais à esquerda desde o PREC!

E então?
posted by Miguel Noronha 5:52 da tarde

Pena de morte e assassinato como método político

Recomendo o excelente post do Ivan Nunes com o supracitado título. Neste post

Já não posso é concordar é com sua afirmação de que a posição de Ruben de Carvalho não "decorre de uma filosofia marxista-leninista". Uma leitura de Orwell ou Hayek (vidé a série "Hayek e Orwell") permite desfazer essa ilusão.
posted by Miguel Noronha 5:44 da tarde

British firms dominate Europe's 'premier league'

"Despite being Europe's largest economy, Germany's best performing company in this list was BMW - ranked 21st. Only four German firms were ranked in the top 50, compared to 17 British companies. This is partly explained by the fact that the UK has the most publicly traded businesses in the EU but also by the relatively solid performance of the UK economy in comparison to the rest of the EU.

Paul Strebel, a professor at the International Institute for Management Development in Lausanne, Switzerland, said, "many German companies such as car manufacturers, are well managed. But the environment is more difficult there in terms of the macro background and structural rigidities".

Germany has strict laws regarding the hiring-and-firing of employees and many economists believe this inflexibility in the German labour market restricts the performance of its companies.

The Confederation of British Industry, which represents four million British companies, attributed the success of British companies to the flexibility of the labour market in the UK. A spokesman for the organisation told the EUobserver, "our flexible labour market is the jewel in our economy's crown
".

ACTUALZAÇÃO:

Em Portugal a situação é esta:

Os 200 trabalhadores da Gartêxtil não gostaram de saber que o dono da empresa, que está encerrada desde Maio de 2002, pretende reactivar a fábrica apenas com um quarto dos trabalhadores.

Em reunião plenária de hoje dos trabalhadores ficou decidida a realização de uma marcha lenta no IP5, no dia 5 de Setembro, a ocupação da dependência da Guarda da Caixa Geral de Depósitos, que é o principal credor da Gartêxtil, e um acampamento frente ao Governo Civil da Guarda.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta (STBA), Carlos João, disse à Lusa que a Gartêxtil, integrado no grupo CARVEST, sedeado em Caria, "é uma empresa viável e tem capacidade para desenvolver a sua actividade, à semelhança da empresa-mãe, recentemente viabilizada com gestão controlada".

O sindicalista acredita "no interesse de Francisco Cabral, empresário da CARVEST", mas opõe-se à proposta de reactivar a empresa apenas com 50 trabalhadores, "enquanto os restantes iriam para casa a zero".

Para evitar que o principal credor da empresa, a CGD, transforme as actuais instalações num espaço dedicado ao imobiliário, o plenário de trabalhadores decidiu apresentar uma exposição à Assembleia Municipal da Guarda e que esta classifique aqueles terrenos como zona de interesse industrial


Se a empresa só tem trabalho para 50 pessoas não interessa. Para o sindicato ou trabalham todos ou não trabalha nenhum. Entretanto, e perante a contestação anunciada, não me admiro que a empresa (ou quem a subcontrata) deslocalize a produção para outras paragens. Se isso suceder em vez de 50 trabalhadores contratados e 150 no desemprego teremos 200 no desemprego...
posted by Miguel Noronha 5:04 da tarde

Uma Questão de Letras

A Cinderella Bloggerfeller, considerada por alguns o membro mais culto da blogosfera (desculpa, Pedro), publica um interessante artigo (UNDER WHICH ALPHABET?) que demonstra como o alfabeto pode constuir uma arma de dominação para uma potência invasora (caso do Azerbeijão) ou de resistência à mesma (caso da Arménia).
posted by Miguel Noronha 3:56 da tarde

Ditaduras Culturais

No recente encontro de sumidades culturais o "nosso" Manuel Maria Carrilho (MMC) emitiu uma série de opiniões muito duvidosas:

"(...) Manuel Maria Carrilho disse que o que está em causa "não é a resistência, mas a afirmação da diversidade cultural". O deputado socialista fala "numa dimensão da globalização que remete as diferenças culturais para a marginalidade"

Pode-se daqui inferir que MMC é contra a globalização e adepto da autarcia. Só numa sociedade fechada podem as "diferenças culturais" permanecer intactas. Numa sociedade aberta é natural a livre absorção de influências externas.
Nem em França onde o governo legisla incessantemente em "defesa" da cultura francesa se consegue evitar a "contaminação" por culturas exógenas. E não será o que o que estado francês apelida de "cultura francesa" o resultado de um processo de "contaminações"?
Pretende, pois, com esta carta de intenções "congelar" a cultura num ponto espefico no tempo. Pretende-se, ainda, proibir aos cidadãos a liberdade de escolha de produtos culturais. Pretende o estado substituir-se ao cidadão na valoração da cultura.


"Para Carrilho é tempo de "reafirmar" o papel da cultura no desenvolvimento dos países e na prevenção dos conflitos: "Os problemas no Iraque do pré e pós-guerra devem-se essencialmente ao desconhecimento sobre as especificidades culturais daquele povo".

MMC não especifica a quem atribui a incompreensão que no pré-guerra resultaram nos "problemas no Iraque". Terá sido Saddam Hussein que não compreendeu que era contra as tradições massacrar o seu próprio povo e invadir as nações vizinhas ou terão sido os americanos que não compreenderam que estes acções eram prefeitamente compreensiveis à luz da cultura iraquiana?
Quanto aos "problemas do pós-guerra" que solução propões MMC? A instauração de uma nova ditadura? Infelizmente não avança soluções...


"Considerando a cultura como "o terceiro pilar da globalização", o ex-ministro português diz que a "latinidade é o exemplo de uma matriz cultural que deve ser divulgada ao destinatário universal".

Como já devem ter reparado esta afirmação está em claro desacordo com a primeira. Pretende defender os povos da "invasão cultural" que atira as suas culturas para a "marginalidade" mas se a cultura invasora for a portuguesa (e não a anglo-saxónica) já não vê nenhum mal nisto.
Presumo que se fosse esta a realidade MMC já não se manifestasse contra a globalização nem sentisse necessidade de elaborar manifestos.


Para terminar e para demonstar até que ponto vai o insanidade dos participantes desta cimeira cultural deixo as palavras do presidente da Câmara de Roma, Walter Veltroni:

"Exigiremos que os governos tenham em conta a diversidade cultural, para que desapareçam as diferenças entre Norte e Sul, entre pobres e ricos" [!!!]

posted by Miguel Noronha 12:12 da tarde

terça-feira, julho 22, 2003

Hayek e Orwell pt III

Pelos vistos não fui o único a notar as semlhanças entre "The End of Truth" e "1984". Greg Ransom do Presto Pundit escreve o seguinte:

"I've always been convinced that this theme [o "doublespeak"] in Orwell was much inspired by his reading of Hayek's chapter eleven, "The End of Truth" in The Road to Serfdom. Orwell read and reviewed Hayek's book in 1944, during during the period in which he was writing 1984."
posted by Miguel Noronha 5:45 da tarde

Hayek e Orwell pt II

Acerca do post anterior encontrei o seguinte artigo do destaco algumas passagens

Nota: A ordem do texto foi deliberadamente alterada

1. Os ideias orwellianos

a) A recusa do abandono do socialismo

Being an anti-communist did not mean for Orwell the severing of a connection with the left. What he knew was the grotesqueness of any socialism that did not begin with a complete repudiation of the "Soviet myth". Towards the end of his life Orwell explained: "Every line of serious work that I have written since 1936 has been written, directly or indirectly, against totalitarianism and for democratic socialism."

b) Liberdade e Igualitarismo

But Orwell did not love only liberty. He also loved equality. In Republican Spain he fleetingly experienced a world where "the working class was in the saddle". This was the kind of world in which Orwell wanted to live. His great Russian Revolution fable, Animal Farm, is essentially the story of the hope for equality cruelly betrayed

c) a crítica liberal do igualitarismo

In my opinion Orwell's greatest failure as a writer was his unwillingness to think seriously about the tension between the ideals he loved, liberty and equality. Even in his own age, intelligent liberals argued that in any advanced industrial society the kind of equality of which Orwell dreamed could only be achieved by the creation of the kind of oppressive state he loathed.


2. A experiência da guerra civil espanhola

a) a experiência do estado totalitário e o controlo da informação

Orwell's serious political thinking began with his involvement on the anti-fascist side in the Spanish Civil War. What Orwell experienced were the brutal attempts by the pro-communist forces to crush their Republican opponents, the Anarchists and Trotskyists.

From this experience all his subsequent political writing flowed. Through the power of his political imagination, Orwell's fleeting experience of the suppression behind Republican lines in Spain led him to an understanding of the atmosphere of the totalitarian state.

On the basis of the astonishing dishonesty of the ideologues and the press concerning what was happening in Spain, Orwell came to fear a future world from which the ideal of objective truth had vanished and where those who held power were able to control the future through their control over the past. It was in Spain, moreover, that Orwell first saw the peculiar corruption to which those intellectuals who attached themselves to a country or a cause were prone.



b) A génese de "1984"

For Orwell the essence of totalitarianism was the attack it waged against freedom. After Spain he lived with a permanent dread that the liberal civilisation into which he had been born was gradually being destroyed. This was the source of 1984, the most important warning he wrote about the abuse of absolute state power in the technological age.


3. A crítica de Orwell a "The Road to Serfdom"

On one occasion Orwell wrote a brief review of the most important anti-socialist manifesto of the 20th century, Hayek's Road to Serfdom. Orwell was honest enough to admit the truth of Hayek's warning that a "collectivist" economy gives to a "tyrannical minority" terrible potential power. But because he believed that the evils of laissez faire capitalism were even worse, all he could offer as an answer to Hayek was a politics where "the concept of right and wrong" had been restored. This is astonishingly lame. In the end, because Orwell's democratic socialism was founded on ethics rather than economics, it proved utterly ulnerable to the power of the neo-liberal critique.


posted by Miguel Noronha 5:27 da tarde

Não Causalidade

Não podia estar mais em desacordo com a ideologia professada pelos autores de três dos melhores discos de musica portuguesa de sempre. São eles os anarquistas Pop Dell'Arte ("Free Pop"), os situacionistas Mão Morta ("Mão Morta") e os trotskystas Linha Geral ("Linha Geral"). O talento não escolhe ideologias...
posted by Miguel Noronha 3:52 da tarde

Constituição Europeia

O DN noticía mais um debate sobre o projecto da CE.

Dos participantes (Pacheco Pereira, João Ferreira do Amaral, Rui Machete, João Salgueiro [moderador] e Guilherme Oliveira Martins) apenas Oliveira Martins se mostro favorável à sua aprovação embora refira que esta necessita de «alterações significativas».

O debate prossegue embora ainda sem grande visibilidade. Espero que as personalidades que até agora se manifestaram contra a CE não se encondam atrás da disciplina partidária quando este passar para o domínio público. Interessava também conhecer a posição do governo português. Se está contra, a favor ou a favor mediante determinadas alterações ao projecto inicial.

ACTUALIZAÇÂO: Recomendo a leitura deste artigo do Financial Times
posted by Miguel Noronha 12:03 da tarde

Hayek e Orwell

No 11º capitulo ("The End of Truth") de "The Road to Serfdom", F.A. Hayek, descreve como o estado totalitário constroi o pensamento único. Como através do controlo total da informação e de todos os aspectos da vida pessoal (que deixa de ser verdadeiramente "pessoal") os objectivos individuais fazem parte de um plano maior gerido pelo planificador-mor. A sociedade é o estado e nada pode existir fora dele. Toda a dissidência é assim vista como uma acção anti-social devendo, como tal, o seu autor ser marginalizado ou, mesmo, reprimido.

São óbvios os pontos de contacto entre "The Road to Serfdom" e "1984" de George Orwell. Dado que o primeiro foi editado em 1944 e o segundo 1948 e que ambos viviam em Inglaterra existe alguma hipótese de Orwell ter tido conhecimento do livro de Hayek.

Durante a guerra civil espanhola, George Orwell, tinha contactado "de perto" com as ideologias totalitárias nazi-fascista e comunista pelo que certemente partilhava a aversão que Hayek tinha ao estado que tudo pretende controlar. Aquando dos confrontos entre os comunistas e os anarquistas Orwell tomou partido pelos segundos.

Apesar do acima exposto duvido, no entanto que Orwell (que nunca renegou o socialismo) tivesse visto no individualismo a melhor solução para combater os totaliritarismos que assolaram a Europa. É igualmente pouco provável que Orwell descobrisse no socialismo o "caminho" para o estado totalitário e que, como Hayek expôs no seu livro, não existem soluções intermédias.

Nas suas obras ambos descreveram o estado total que elimina qualquer traço da individualidade. Apenas Hayek tirou, no entanto as devidas conclusões.
posted by Miguel Noronha 10:20 da manhã

segunda-feira, julho 21, 2003

A Tragédia Nacional

Apesar de não ser esse o ponto fulcral do seu artigo, João César da Neves revela o principal problema dos portugueses:

"O elemento determinante da diferença está noutro lado. Não é a qualidade e a orientação da política, mas a psicologia nacional. Os portugueses só mudam sob pressão. É nos momentos de dificuldade e exigência que os lusitanos se excedem e brilham. Quando tudo está bem e as oportunidades de mudanças são boas, cai-se na modorra paralisante. O eng.º Guterres tinha todas as condições para as reformas. Todas, menos o ambiente favorável. A prosperidade de meados de 90 fazia os portugueses sonhar apenas com a melhor forma de participar nos ganhos. A última coisa em que se pensava era em mudanças necessárias, mas dolorosas. Nessas condições, a reforma era oportuna mas inconcebível. Como em 1975 e 1982, o sentimento de alívio foi fatal.

Pelo contrário, em Portugal as épocas de correcção, avanço e transformação são sempre situações de aperto e dificuldade. Antes foi o medo do FMI e da CEE que nos empurrou para as reformas. Agora o principal mérito destas medidas pertence ao Pacto de Estabilidade e Crescimento
."

Já um professor meu dizia que as mudanças "a quente" são sempre menos "dolorosas" do que as realizadas "a frio". As reformas que é necessário operar na economia portuguesa terão um impacto negativo ao nível social no curto prazo. Num periodo de crescimento económico este seria menos "drástico". No entanto, como diz o ditado, mais vale tarde que nunca. Não tendo sido feitas no passado e apesar de ficarem aquém do desejado seria ainda pior que o presente governo, num subito ataque de populismo (do qual o PS é o porta-voz), recuasse.
posted by Miguel Noronha 12:57 da tarde

A Vontade Escasseia

Não sei se atribua a culpa ao cansaço, se ao facto de ver toda a gente, excepto eu, a ir de férias, se ao estado do tempo. A verdade é que a vontade escasseia. Nos próximos tempos prevejo uma, drástica, diminuição da minha actividade bloguistica. Conto apenas concluir o resumo do texto sobre a deflação e, eventualmente, emitir um comentário sobre o mesmo. É igualmente provável que comente alguma notícia ou artigo de opinião que ache relevante. Fazendo jus ao seu nome a actualização deste blogue será algo intermitente.

Pode também acontecer que a meio da tarde este texto deixe de fazer sentido. Pode ser que não...

ACTUALIZAÇÃO: Faço minhas as palavras do José Mário Silva.
posted by Miguel Noronha 11:09 da manhã

Brevemente Num Computador Perto de Si

Chega-me a notícia (através do Flor de Obssessão) que João Pereira Coutinho, o ex-infame que faltava, estará prestes a regressar à blogosfera. Apesar de ainda não ter inicado as hostilidades aproveito para colocar já o link.
posted by Miguel Noronha 10:42 da manhã

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

mail: migueln@gmail.com