O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, maio 17, 2003

Dúvida

Não sei qual das ideias é mais infeliz. Se a do Bispo do Porto se oferecer como "instrumento de entendimento" entre Pinto da Costa e Rui Rio se a do DN que fez um inqérito com a pergunta "O bispo do Porto deve intervir no conflito entre Rui Rio e Pinto da Costa?"
posted by Miguel Noronha 12:08 da tarde

Felgueiras

Para a populaça que participou nos graves incidentes de ontem em Felgueiras, provavelmente, tudo não terá passado de uma demonstração de lealdade. No entanto esta não necessita ser cega, bruta nem acéfala. Para mim sempre foram incompreensiveis estes fenómenos. Mas como bem disse o Pedro Mexia ela existe. A "Massa ignara, que vive perfeitamente com caciques corruptos e autoritários". No fundo gostava de acreditar que o que o que, na sua crónica de ontem, disse Vasco Pulido Valente não era verdade. Tudo isto me envergonha. Como português e como ser humano.

Para terminar só posso esperar, como o Valete Fratres!, que este "incidente" não acabe com as palavras de pesar e desaprovação que vão surgir de todos os quadrantes. A melhor réplica será punir os culpados. Sejam eles os "cabecilhas" ou os simples "figurantes". Cumpra-se o Estado de Direito.

posted by Miguel Noronha 11:28 da manhã

sexta-feira, maio 16, 2003

Hábito Adquirido

Desde que a Coluna Infame o referiu como um "infame honorário" tornei-me cliente habitual das crónicas de Alberto Gonçalves no Correio da Manhã.

A de hoje também se recomenda. Deixo apenas uma amostra dos temas que o Alberto "arruma": o Bloco de Esquerda e a Nova Democracia.

Sobre o BE:

Sob o circo do caviar, do cherne e da chaputa, os ‘bloquistas’ escondem (não demasiado bem) uma ideologia que combina ódio social com uma funda aversão às sociedades livres
"os êxitos do PS na segunda metade dos anos 70 deveram-se à frontal recusa do amável projecto ‘cubano’, que o dr. Cunhal e seus acólitos queriam impor-nos, para nossa felicidade. Ou seja, o eleitorado PS, na sua volátil essência, nunca desejou ‘derrubar o capitalismo’ - sistema que notoriamente aprecia e com o qual convive em manifesto sossego."
(nota egocêntrica: acho que o Alberto Gonçalves me anda a plagiar)

Sobre a ND:

A propósito de partidos insignificantes, anteontem nasceu a Nova Democracia. Para os leigos, trata-se de um grupo de amigos, unidos por uma causa comum: arranjar emprego ao dr. Monteiro. No entanto, este seria um cartão de visita um tanto rude, pelo que a ND teve que inventar uma data de atributos justificativos da empresa.
posted by Miguel Noronha 5:27 da tarde

Um País na Falência

Um artigo do Times Online relata o estado a que chegou e economia do Zimbabwe.

Officially inflation is running at 228 per cent. In reality it is out of control. The official exchange rate is 824 Zimbabwe dollars to one US dollar but on the black market it is 2,200. A white loaf cost five Zimbabwe dollars in 1998; it now costs 350. A businessman carjacked in the affluent suburb of Borrowdale last month offered 10 million dollars as reward for his year-old Mercedes SUV. That was the sum listed in the national budget ten years ago for procuring vehicles for the entire police force. The central bank still refuses to print denominations bigger than 500 dollars. At banks, depositors line up with sacks of money. At the withdrawal counter, tellers and customers can barely see each other over the wall of notes.

ps: para que não façam confusão a moeda do Zimbabwe também se chama dólar. Não confundir com o americano...

posted by Miguel Noronha 12:16 da tarde

Azedumes

O Manuel Villaverde Cabral acaba de produzir a sua 25ª crónica em que demonstra a sua desilusão com caminho que leva o Brasil de Lula. A sua azia atinge níveis perigosos.O Intermitente aconselha-lhe a rápida ingestão de sais de fruto e umas férias em Cuba onde parece que a "Democracia Popular" está para lavar e durar...
posted by Miguel Noronha 10:41 da manhã

Proposta Inconsequente

(...)o Parlamento Europeu (PE) deverá votar, no mês de Julho, um relatório em que se compromete a integrar a componente social nas políticas económicas. O documento, da autoria da deputada portuguesa Ilda Figueiredo, propõe a criação de mecanismos de intervenção eficaz na área das deslocações de empresas, designadamente das que receberam apoios comunitários e nacionais. O mesmo relatório, que hoje será alvo de discussão no Instituto Jean Monet, em Lisboa, deixa claro que o fenómeno da deslocação de empresas tem contribuído «para agravar o desemprego». Por outro lado, defende-se no texto, demonstra «grande falta de responsabilidade social» dos empresários.

Será que à Eurodeputada Ilda Figueiredo não lhe terá ocorrido que esta medida irá ter o efeito oposto ao desejado?
Ao criar barreiras à saída, esta proposta (espero que não passe disso), irá desincentivar o investimento e consequentemente aumentar a pobreza.
Outro problema que existe são os subsidios ao investimento produtivo. A atribuição de subsidios ao investimento produtivo como medida concorrêncial é errada. Como já aqui foi anteriormente discutido leva a decisões erradas quanto à localização e à natureza dos mesmo. Distorce as regras de mercado. Será natural que uma vez passado o "efeito" do encaixe monetário a mesma empresa pretenda migrar para outra região que lhe atibua novamente subsidios. Ou para onde este seja economicamente racional.
posted by Miguel Noronha 10:16 da manhã

O Regresso do Despotismo Iluminado

No EU Observer:

"(...)according to Henrik H. Kröner from the European Movement. "The public at large does not really follow the complicated texts, and the Constitution is a very complicated one. So people will be frustrated if they don't really understand what they are voting for"

Segundo este argumento não vale a pena discutir publicamente o assunto do referendo porque as matérias são de tal forma compexas que a generalidade do público não as iria compreender. Será melhor deixar o assunto nas mãos de especialistas que sabem o que é melhor para todos nós.

Não pretendo que toda a população manifeste interesse e vá compreender o intrincado articulado da proposta da futura Constituição Europeia (CE) . Esta ideia choca, no entanto, com o ideal democrático. A mesma lógica poderia ser utilizada para dispensar todos os processos eleitorais.

Para além do mais a Convenção não foi mandatada directamente pelo eleitorado dos diversos países. Como tal não existiu um debate pré-Convenção em que as várias ideias fossem debatidas pelas várias correntes. Seria de todo prudente que o resultado final fosse validado pelo eleitorado europeu, em cada país, para que, pelo menos, o debate se realiza à posteriori.

No seu estado actual a construcção europeia assemelha-se a um despotismo iluminado em que mentes, supostamente, superiores e omniscientes outorgam ao povo as leis pelas quais este se deve reger. Quer este as deseje quer não.
posted by Miguel Noronha 9:24 da manhã

quinta-feira, maio 15, 2003

A Nova Guerra Fria

Um artigo na Wired sustenta que a Coreia do Norte (CdN) não pode ser comparada ao Afeganistão nem ao Iraque. O sua nível tecnológico e o numero de forças convencionais é bastante superior aos casos anteriores. Para além disto é quase certo que disponha de armas nucleares capazes de atingir, senão os EUA, pelo menos países aliados. A existência de uma fronteira terrestre com um aliado e o subsquente perigo de retaliação em larga escala desaconselham uma acção militar.

Devido a estas caracteristicas o conflito latente com a CdN assemelha-se bastante ao da Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética. O autor aconselha a utilização do mesmo tipo de estratégias que resultaram na desagregação e colapso do poderio Soviético:

"(...) the best approach to handling North Korea is the same as what worked to eliminate the old Soviet Union: contain and undermine the regime. America's advanced arsenal - a result of what military mavens call the "revolution in military affairs" - is central to this strategy. Better technology will give the US more options to respond to the kinds of provocations that Pyongyang has proved so skilled at. And it could be the US's best hope for winning a war at the least cost if deterrence fails"

"Advanced tech and tactics are key to resolving the North Korean threat. Leaders in Pyongyang must realize that war would mean total defeat, and that they have only one real choice: negotiate, disarm, and cease their provocations. It's only a matter of time."

Embora concorde com alguns dos seus argumentos não sou tão optimista como Bruce Berkowitz (o autor do artigo). O senhor de Pyongyang é bem mais psicotico que a ex-nomenklatura soviética. Na URSS o poder não era exercido por um monarca absoluto como na CdN. Embora existissem partidários da linha dura uma parte cada vez maior da nomenklatura preferiu "negociar" uma saída honrosa a enfrentar uma guerra que sabiam não poder ganhar. O Império estava economicamente falido e os seus próprios previlégios estavam ameaçados. Contrariamente, Kim Jong-il não hesitara em provocar a confrontação militar. A CdN é o seu domínio privado. Não lhe importa que a população morra à fome ou que milhões morram numa guerra. Nunca se sentará à mesa para negociar o fim do seu poder.

A melhor estratégia, parece-me, será fomentar um golpe palaciano. O golpe tem de vir de dentro do regime. Caso exista a interferência de elementos externos a probabilidade de retaliação (possivelmente nuclear) será extremamente elevada. Uma vez afastado Kim Jong-il talvez seja possível uma perestroika coreana. Se a China deixar, é claro...
posted by Miguel Noronha 8:17 da tarde

Fraude no programa "Petróleo por Alimentos"

Segundo o Libertad Digital está a ser investigado o mecanismo do programa "Petróleo por Alimentos".

Ao que já foi apurado, e com a conivência da ONU, este esquema proporcionou à familia de Saddam Hussein cerca de 2.000 milhões de dólares em comissões. Estas tinham duas provenîências. Primeiro através um "imposto" que o Iraque conseguiu impor junto da ONU supostamente destinado a custear a extracção e a manutenção dos poços de poços de petróleo. A segunda provinha das companhias petroliferas que procediam à extracção do petróleo (e que o Iraque se arrogou o direito de seleccionar). Os países que mais concessões obtiveram foram a Rússia, Egipto, França, Jordânia, EAU e China.

A notícia ainda fala de suspeitas de corrupção no comité de sanções e da venda ilegal de petróleo (que beneficiou a Turquia, Siria, Jordânia e Irão).

A coligação "pacifista" tinha, verdadeiramente, motivos de peso para se opor à guerra...
posted by Miguel Noronha 12:53 da tarde

Citação do Dia II

Hoje, o dia, parece ser dedicado a Margaret Tatcher (retirado do Times Online)

Lady Thatcher said: “For years, many governments played down the threats of Islamic revolution, turned a blind eye to international terrorism and accepted the development of weaponry of mass destruction. Indeed, some politicians were happy to go further, collaborating with the self-proclaimed enemies of the West for their own short-term gain — but enough about the French. So deep had the rot set in that the UN security council itself was paralysed.”

She spoke of her pride at the way Britain stood by America over Iraq: “Our own Prime Minister was staunch and our forces were superb. But, above, all, it is President Bush who deserves the credit for victory.”

Lady Thatcher said that she had “drunk deep from the same well of ideas” as her great ally, the former US President Ronald Reagan. Both instinctively knew what worked, she said, including low taxes, small government and enterprise. “We knew, too, what did not work, namely socialism in every shape or form. Nowadays socialism is more often dressed up as environmentalism, feminism, or international concern for human rights. All sound good in the abstract.

“But scratch the surface and you will as likely as not discover anti-capitalism, patronising and distorting quotas, and intrusions upon the sovereignty and democracy of nations.”

Lady Thatcher warned that America and Britain faced “a pervasive culture of anti-Westernism" that needed to be challenged. "There are too many people who imagine that there is something sophisticated about always believing the best of those who hate your country, and the worst of those who defend it."


Um intervenção concisa mas contudente.
posted by Miguel Noronha 11:26 da manhã

O Elogio

O artigo de Jorge Coelho (JC) no DN nada mais é que o tiro de partida para uma futura candidatura de Mário Soares às presidenciais. Parece que decidiu renegar o seu (ex-?) amigo Guterres de vez.

Nas palavras de JC tudo em Soares são qualidades. Este texto é capaz de entrar para top dos textos com mais elogios por parágrafo (indice epp). Nem a idade o parece preocupar. Segundo JC, Mário Soares é:

"Um cidadão que não se cala, um cidadão que não perde oportunidade para sair à rua em defesa das causas em que acredita, como sempre fez em toda a sua vida"

É pena que na ânsia de voltar à ribalta política se associe a todas as causas e personalidades que pareçam poder dar-lhe um infinitésimo, que seja, de visibilidade. Mesmo que no passado as tenha combatido. Mesmo que no passado essas mesmas pessoas lhe tenham encomendado o funeral vezes sem conta. Mesmo que tenha de abraçar causas que no passado renegou em nome da Democracia em Portugal.

posted by Miguel Noronha 10:59 da manhã

Citação do Dia (despudoradamente roubada à Australian Libertarian Society)

Time and again we were asked when plants and companies closed, 'where will the new jobs come from?' ... the fact is that in a market economy government does not -- and cannot -- know where the jobs will come from: if it did know, all those interventionist policies for 'picking winners' and 'backing success' would not have picked losers and compounded failure.
The Downing Street Years, p.93, Margaret Thatcher, 1993

posted by Miguel Noronha 10:49 da manhã

Blair rules out EU constitution vote

"The prime minister rejected the proposal arguing that there was no referendum on the Treaty of Maastricht (1992) or the single European act (1986), both ratified under Conservative governments."

Apesar de esta notícia não dizer, directamente, respeito a Portugal, a mesma ordem de argumentos poderá vir a ser utilizada para rejeitar o referendo no nosso país. Este argumento é falacioso. É suposto a História ensinar-nos algo. Quanto mais não seja a não repetir os erros do passado.
Segundo os Constitucionalistas, Portugal só poderá referendar os resultados da Convenção, se proceder a uma alteração da Constituição. Espero que aproveitem os trabalhos de revisão que actualmente decorrem para proceder às alterações necessárias.
Um referendo obrigará a trazer o assunto à "praça pública", apesar dos pruridos já referidos por Jorge Sampaio, e obrigará a discussão a sair do clima de semi-clandestinidade já referido por JPP.
A aceitação (ou não) da Constiruição deverá ser entregue aos europeus e não apresentada como um facto consumado quando se derem por terminados os trabalhos da Convenção.
posted by Miguel Noronha 9:28 da manhã

Novidades

Existem algumas novidades na coluna dos links. Destas, aproveito para destacar e dar as boas vindas ao nefito blog No Quinto dos Impérios que parece ser cá dos nossos!
posted by Miguel Noronha 8:47 da manhã

quarta-feira, maio 14, 2003

Beam Me Up Scotty!

Altamente recomendável a leitura de artigo Top 10 Things I Hate About Star Trek compilada pelo Happy Fun Pundit. Não recomendável a trekkies fundamentalistas...
posted by Miguel Noronha 8:15 da tarde

FPF vai «tentar sensibilizar» Bagão Félix sobre inspecções a clubes

«Apenas pretendemos saber o que se passa. Não se trata de exigir nada. Queremos somente alertar para esta situação especial», completou

Todos em Portugal julgam ter direito a um tratamento preferencial devido à sua "situação especial".
Usualmente a especialdidade consiste em gastar mais do que se tem esperando que, devido aos nobres serviços prestados à nação, alguém lhes resolva as "embrulhadas" e os ilibe de quaisquer responsabilidades...
posted by Miguel Noronha 5:31 da tarde

Teoria Interessante

O antigo embaixador de Israel nos EUA, Dore Gold, avança com uma teoria interessante acerca do atentado ocorrido ontem na Arábia Saudita:

NRO: What was the message of the Monday attacks and who was sending it?

Gold: The al Qaeda message, with the latest attacks, was that the war on America is not over even after Secretary of Defense Rumsfeld announced the withdrawal of American troops from Saudi soil, after the threat from Saddam's Iraq was removed. The U.S. withdrawal announcement threatened al Qaeda's support base in the Arab world, by removing the primary grievance against America articulated by Osama bin Laden in the 1990s. But if the U.S. completes its withdrawal while its troops are under fire, then in the mind of al Qaeda leaders, that will create a situation like the U.S. pullout from Somalia (where bin Laden was active) or from Lebanon, and can be viewed as a great al Qaeda victory, that will broaden the organization's popularity in the Middle East with potential recruits.


posted by Miguel Noronha 4:16 da tarde

Autonomia Universitária

No DN de hoje:

Existe total unanimidade na rejeição de um dos pontos essenciais da reforma do ensino superior proposta pelo ministro Pedro Lynce: a fixação do valor das propinas por cada instituição, numa sucessão de patamares que podem chegar ao máximo de 770 euros por ano. Reitores, politécnicos, estudantes, Conselho Nacional de Educação e oposição com assento na Assembleia da República: ninguém abdica da posição de princípio de que deve ser o Estado a fixar o valor da taxa que os estudantes pagam para frequentar uma licenciatura estatal.

O PS denuncia o facto de a discussão pública das propostas ser apenas uma fachada e de os seus contributos não virem a ser incluídos nos projectos de lei finais, uma vez que foi ontem anunciado em conferência de líderes do Parlamento que o Governo pretende aprovar os documentos a 22 de Maio. Ou seja, apenas quatro dias depois de a consulta aos parceiros estar terminada. «Se o Governo persistir em levar isto avante, significa que não deu qualquer importância à discussão pública», referiu o deputado socialista e ex-ministro da Educação Augusto Santos Silva. Afinal, ainda ontem o Conselho de Reitores se reuniu para tomar uma posição sobre o assunto, sendo hoje a vez dos politécnicos.

No mesmo debate sobre educação e ciência, realizado na Assembleia da República, o secretário-geral do PS falou para garantir que o Governo nunca terá o acordo dos socialistas «na desresponsabilização do Estado» _ ou seja, na transferência do ónus da fixação do valor da propina para as instituições de ensino. Mais: Ferro Rodrigues teme que a nova legislação para o ensino superior tenha um objectivo «meramente contabilístico, servindo apenas para obter receitas».

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) assumiu-se finalmente contra o novo regime de propinas proposto por Pedro Lynce. Após reunião realizada ontem para elaborar um parecer final sobre a reforma do ensino superior, Adriano Pimpão, presidente deste organismo, admitiu que esta «é uma posição de princípio que reune a unanimidade de todos os membros do CRUP». Afinal, «a propina não pode ser encarada como um preço», e esta «é uma decisão política que deverá ser sempre tomada pelo Estado». Em coerência com este princípio, os reitores rejeitam a ideia de uma propina variável consoante os cursos.

NOVA AUTONOMIA. No documento que irá entregar ao ministro até domingo _ dia em que termina o período de discussão pública das propostas _, o CRUP inclui já o anteprojecto de uma nova Lei da Autonomia das Universidades. Neste, os reitores defendem que as universidades deverão gozar de plena liberdade na gestão do seu património, assim como da «integração na administração pública autónoma do Estado»


Perguntas pertinentes:

- Porque é que a propina não deve ser encarada como um preço? Deverá ser então encarada como?

- Se os cursos têm custos (bastante) diferenciados porque não hão de as propinas ser diferenciadas? Pela mesma lógica porque há de o Estado financiar de forma diferenciada os vários cursos?

- Qual a coêrencia que os srs Reitores vêm entre a recusa de as Universidades fixarem as propinas e a recusa na sua diferencição consoante os cursos?

- Se a Universidade se arroga o direito de "gozar de plena liberdade na gestão do seu património" porque a enoja tanto o direito de fixar as propinas? Acaso pretende apenas ser responsável pelas suas despesas relegando o financiamento das mesmas para uma entidade superior? Pretenderá com isso continuar na confortável posição clamar por fundos não se preocupando com decisões "mundanas" como com a sua proveniência?
posted by Miguel Noronha 11:25 da manhã

«PS fez um erro de julgamento»

"O deputado socialista João Cravinho entende que o PS cometeu um erro de julgamento, ao apoiar a recandidatura de Fátima Felgueiras. Cravinho refere que o Governo PS aceitou um parecer do IGAT sobre a perda de mandato da ex-autarca"

"À entrada da reunião da Comissão Política, João Cravinho acrescentou ainda que a fuga de Fátima Felgueiras «prejudica e incomoda » o PS e que «ninguém no partido pode ficar indiferente» ao facto da ex-autarca se estar «a furtar à Justiça»."

É sempre reconforntante verificar que, no PS, nem todos sofrem dos Sindroma Pôncio Pilatos. Ainda que seja o João Cravinho...

posted by Miguel Noronha 10:57 da manhã

Acordar Violento

A Árabia Saudita acordou. Descobriu que alberga no seu seio perigosos terroristas. É trágico que apenas um atentado destas proporções, no seu país, os despertasse para esta realidade. Esta era por demais evidente. A sua cegueira foi voluntária.

O combate ao terrorismo, como reconhece o editorial do Arab News não se podem cingir apenas à repressão dos grupos extremistas. O próprio governo também tem de deixar de ignorar (para não dizer apoiar) o mesmo tipo de acções cometidas noutros países em nome do Islão. A retórica anti-judaica e anti-ocidental também tem de deixar de ser encorajada.

Para teminar reproduzo parte do dito editorial:

We have to face up to the fact that we have a terrorist problem here. Last week’s Interior Ministry announcement that 19 Al-Qaeda members, 17 of them Saudis, had planned terrorist attacks in the country and were being hunted was a wake-up call — particularly to those who steadfastly refuse to accept that individual Saudis or Muslims could ever do anything evil, who still cling to the fantasy that Sept. 11 and all the other attacks laid at the doors of terrorists who happen to be Arab or Muslim were in fact the work of the Israelis or the CIA. For too long we have ignored the truth. We did not want to admit that Saudis were involved in Sept. 11. We can no longer ignore that we have a nest of vipers here, hoping that by doing so they will go away. They will not. They are our problem and we all their targets now.

It goes without saying that those responsible, those who poisoned the minds of the bombers, those who are planning to become bombers, must be tracked down and crushed — remorselessly and utterly. But crushing them will not be enough. The environment that produced such terrorism has to change. The suicide bombers have been encouraged by the venom of anti-Westernism that has seeped through the Middle East’s veins, and the Kingdom is no less affected. Those who gloat over Sept. 11, those who happily support suicide bombings in Israel and Russia, those who consider non-Muslims less human than Muslims and therefore somehow disposable, all bear part of the responsibility for the Riyadh bombs.

We cannot say that suicide bombings in Israel and Russia are acceptable but not in Saudi Arabia. The cult of suicide bombings has to stop. So too has the chattering, malicious, vindictive hate propaganda. It has provided a fertile ground for ignorance and hatred to grow.

posted by Miguel Noronha 9:05 da manhã

terça-feira, maio 13, 2003

A injustiça revoltada

Para acabar o dia nada melhor que as sábias palavras de Olavo de Carvalho:

"O homem que clama contra a injustiça não se ergue, só por isso, acima dela: apenas colore a injustiça geral com os tons do seu ódio pessoal, o que não o torna mais justo que a média dos outros, mas lhe infunde aquele falso sentimento de dignidade que o imuniza contra a percepção de suas próprias injustiças. Quem, na embriaguez da revolta, há de tomar distância de si para o exame de consciência e o arrependimento? A revolta contra a injustiça é um poderoso narcótico do senso moral.

Quando não se volta contra uma injustiça localizada e precisa, mas contra aquele estado de coisas geral e difuso que se chama “injustiça social”, esse ódio se torna ainda mais entorpecente: atacando um alvo impessoal e abstrato, nunca tem de provar-se melhor que ele numa acareação direta. Está livre para dizer dele o que bem entenda, num paroxismo de imputações levianas e vociferações hiperbólicas do qual nenhuma veracidade se exige e pelo qual não terá de responder nunca, nunca mais. O discurso contra a injustiça social é o ventre onde se gera a maior quantidade de mentiras, de calúnias, de taras do sentimento e aberrações do intelecto.
"

Ocorre-vos algum exemplo?
posted by Miguel Noronha 10:59 da tarde

Joschka Fisher apontado para ministro dos Negócios Estrangeiros da UE

Livra!! Antes o Alberto João Jardim na Comissão Europeia!
posted by Miguel Noronha 10:51 da tarde

O Homem Acertou Outra Vez

O Intermitente recomenda "Goodbye Swingtimes" da THE MATTHEW HERBERT BIG BAND. Mais um excelente disco de 2003.
posted by Miguel Noronha 8:43 da tarde

Para Acabar de Vez Com o Vandalismo

Já se tornou, infelizmente, hábito que nas manifestações anti-globalização e similares as ruas as ruas das cidades visadas se tornem autênticas "zonas de guerra". Vale tudo. Danificar establecimentos comerciais (especialmente McDonalds), virar e incediar carros, etc.

No País Basco este fenómeno já é bastante mais antigo. Movimentos juvenis ligados às plataformas pró-ETA adoptaram há muito estes procedimentos. No entanto, legislação recente, visando combater estes actos conseguiu minizar estes incidentes. Os movimentos promotores da agitação respondem, monetariamente, pelos danos causados.

Segundo noticia o Libertad Digital estes actos de vandalismo desceram 86% relativamente ao mesmo periodo de 2002. À Batasuna, por seu lado, foi apresentada uma factura de 25 milhões de Euros.

Se bem que em Portugal esta realidade ainda tenha, felizmente, pouca expressão (enquanto não realizarmos nenhuma cimeira internacional...) seria conveniente que se produzisse legislação similar. Como diz o provérbio, o seguro morreu de velho...
posted by Miguel Noronha 6:05 da tarde

Excessos

Ao ler no artigo :

"(...)exercendo a sua dominação e impondo pela força os seus interesses em qualquer ponto do planeta, definidora do "bem" e do "mal", do "verdadeiro" e do "falso(...)"

penso Edgar Correia (EC) sabe do que fala. Tal era o modo de actuação da ex-União Soviética à qual EC prestou durante vassalagem durante tantos anos. Que queira atribuir esse modus operandi aos EUA que se a ela se opuseram é que já me parece excessivo

Outro excesso a que EC se permite é ao afimar:

"Ressalvado o estilo e o muito diverso contexto histórico, são bem conhecidas de outro projecto imperial de triste memória, a "Mein Kampf", teses fundamentais e preocupações "ecológicas" que não eram muito diferentes. Com as consequências que é necessário que o mundo nunca esqueça"

Não é só o estilo e o contexto histórico que o diferencia. É também a essência. A Alemanha Nazi pretendia impor um mundo totalitário e etnicamente "puro". Os EUA pretendem "impor" a Democracia e os Direitos Humanos. Que Edgar Correia não veja isto é de uma cegueira total.
posted by Miguel Noronha 11:04 da manhã

Atentado da Al-Quaeda

Pelo menos três pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas na madrugada de terça-feira após a explosão de três bombas na capital da Arábia Saudita. Segundo a embaixada dos EUA, 44 das vítimas são norte-americanas. As explosões, atribuídas à Al Qaeda, acontecem poucas horas antes da chegada do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, a Riade.

Apesar de vários núcleos terem sido neutralizados a estrutura celular da Al-Quaeda vai ser extremamente dificil de desarticular completamente. Como George W Bush tinha dito, logo após o 11 de Setembro, vai ser uma longa e penosa luta.
É, no entanto, significativo que as suas accções subsquentes ao 11/09 tenha ocorrido fora dos EUA.
Antes de terminar pergunto-me quanto tempo irá demorar até que surja algum iluminado a "justificar" este atentado à luz da invasão do Iraque? Mesmo a falácia do argumento da luta dos povos oprimidos tem limites...
posted by Miguel Noronha 9:15 da manhã

segunda-feira, maio 12, 2003

O Intermitente Recomenda

1) O Intima Fracção que, como o nome indica, é o blog do programa, com o mesmo nome, na TSF;

2) O artigo d'O Liberal intitulado Movimento Tropicalista e frugalidades esquerdistas. Podem achar estranho eu andar sempre a recomendar este blog brasileiro. Mas os jovens escrevem mesmo bem...
posted by Miguel Noronha 3:47 da tarde

Vistas Curtas

Ao passar a vista por mais um abominável/hilariante (riscar conforme o estado de espirito que se encontra ao ler o texto) artigo no resistir.info deparo-me com a justificação para o não levantamento das sanções ao Iraque:

As sanções provocaram a morte de mais de um milhão e meio de iraquianos, segundo estimativas da ONU. Deveria o governo que causou estas mortes e devastou cidades iraquianas numa brutal guerra de conquista ser agora ser confiado com a tarefa de administrar fundos que ele por longo tempo retirou ao povo iraquiano?

Bastante a propósito o Opinion Journal publica um artigo intitulado Builders and Defenders - Why aren't liberals interested in the outside world? (entenda-se liberais no conceito americano).

O autor faz a seguinte constatação:

"Liberals think of themselves as more worldly than conservatives. This is true in some ways, but not so in others. It seems to me that liberals are more likely to travel, and are more likely to visit Third World countries in particular. (If you meet an American traveler in, say, Guatemala, odds are strongly against his being a Republican.) Liberals are more likely to listen to "world music" and are more likely to watch foreign films. Liberals are more likely than conservatives to study the negative consequences of American foreign policy. But that's about it. If you want to find someone who knows the history of prewar Nazi Germany, the Middle East during the Cold War, or the partition of India and Pakistan, you're better off looking to the right than to the left"

"An anonymous radical leftist at Indymedia recently posted something to this effect: If Iraqis hate life under Saddam, just wait until they find out what it's like to live under George W. Bush. This is paranoid like McCarthyism, but the cause is quite different. This person knows very well what it's like to live "under" George W. Bush. He lives in America. What he doesn't understand, very unlike McCarthy, is what it's like to live in the other country. McCarthy knew Stalin well. The Indymedia poster knows nothing about Saddam Hussein."
posted by Miguel Noronha 2:49 da tarde

A Esquerda Inteligente (pt II)

É interessante que uma das ideias de força da Convenção Nacional bloquista fosse a do BE como «declaradamente europeísta, mas de uma Europa refundada».
Os principais promotores do bloco (o PSR e a UDP - especialmente este último) nunca foram declaradamente pró-UE.

Na mesma linha foi notícia que o Socialistisk Folkepart ,um dos membros da coligação anti-europeista na Dinamarca, se tivesse declarado a favor do exército europeu.

Tal reviravolta só pode ser compreendida à luz do ultimos acontecimentos internacionais. Os partidos de esquerda e extrema-esquerda viram na UE uma plataforma comum de oposição à NATO e aos EUA.

A Alemanha e a França (especialmente esta) pretendem aproveitar a mobilização destas forças para fazer passar a sua posição. O problema, como não se demorarão a aperceber, é que estas dispensam a liderança de Jacques Chirac e têm objectivos políticos nada coincidentes com o seu eleitorado.


posted by Miguel Noronha 12:13 da tarde

A Esquerda Inteligente

Slogan ouvido no final da III Convenção Nacional:

O povo está em luta, contra o cherne e a chaputa

É esta a “esquerda das ideias”?

posted by Miguel Noronha 12:00 da tarde

PCP contra nova lei eleitoral para as autarquias locais

Declarações de Carlos Carvalhas (CC) no encontro nacional do partido sobre poder local:

Mas o PCP, que tem uma forte presença minoritária em muitas câmaras, muitas vezes com vereadores com pelouros atribuídos, contesta esta mudança.

«A verdade é que a pretexto da estabilidade e da operacionalidade o que se visa é sacrificar a representatividade (...) A constituição de executivos monocolores traduzir-se-ia num efectivo empobrecimento dos mecanismos de fiscalização e transparência da gestão de muitas câmaras», acrescentou Carvalhas


O que CC vem subrepticiamente confessar é que o PCP está em queda a nível autárquico. Mesmo as Câmaras Municipais que ainda detem estarão gravamente ameaçadas nas próximas eleições autárquicas. Os presidentes, ainda em funções, são maioritariamente conotados com a linha "renovadora" pelo que deverão ser afastados das listas do partido. Ao PCP nada mais vai restar que a "forte presença minoritária".
posted by Miguel Noronha 11:54 da manhã

domingo, maio 11, 2003

...De Uma Cajadada

Só mesmo o excelente Alberto Gonçalves para arrumar os dois assuntos "quentes" do momento no mesmo parágrafo:

E o povo? Justamente é o povo que, segundo a gritante evidência, aprecia o estilo e faz da ausência do dr. Rio num jogo da bola um escândalo nacional. Aliás, e embora seja coincidência, é esclarecedor que a nova fase do "caso" FCP/CMP suceda em simultâneo com o mandado de captura da dona Felgueiras. A senhora, cuja devoção ao clube homónimo não pactuou com limites financeiros, anda a monte sob "vivas" dos respectivos munícipes. Rui Rio, sujeito limpo e decente, é alvo de ódios e plausíveis ameaças. No "poder local" que temos, o dr. Rio serve de aviso; a dona Felgueiras constitui um louvável exemplo.
posted by Miguel Noronha 9:55 da manhã

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F.A.Hayek

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