O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, junho 07, 2003

Cabalas

Saiba tudo sobre as cabalas nas Cartas Abertas do Comendador Marques Correia no Expresso de hoje. Pensavam que havia só uma? Como não tenho acesso à edição online limito-me a reproduzir duas delas:

Cabala VII
Autor: Alberto João Jardim
Objectivos: Divertir-se
Meios: Intriga diversificada e imaginação delirante

Cabala VIII
Autor: Jorge Nuno Pinto da Costa
Objectivos: Só os perceberemos muito mais tarde
Meios: Pinto da Costa só tem fins, nunca utiliza meios para não deixar rasto

Altamente recomendável...
posted by Miguel Noronha 9:10 da tarde

A Desilusão de Saramago

Coube ao escritor José Saramago a (dúbia) honra de abrir o Forúm Social Português. O seu discurso é de alguém desencantado com a vida. Conforme reza a noticia:

José Saramago fez hoje um forte apelo aos cidadãos para que se empenhem na discussão de novas formas de reinventar a democracia, que considerou que "entrou em regressão e vai-se suicidando todos os dias".

Não posso deixar de compeender o seu desencantamento. Após toda uma vida dedicada ao ideal comunista vê os paraísos na terra desmoronarem-se. Primeiro a Europa de Leste e a URSS. Recentemente foi forçado a reconhecer que a Cuba de Fidel Castro não era o que ele apregoava. Quem perde as referências é natural que sinta algum desnorte. Mas o problema foi o comunismo. Não a democracia.
posted by Miguel Noronha 5:23 da tarde

Cisão Infame

Com a saída de João Pereira Coutinho a Coluna Infame fica reduzida ao duo Pedro Lomba e Pedro Mexia. O João promete voltar à blogosfera em breve. Esperemos que não demore...
posted by Miguel Noronha 5:02 da tarde

sexta-feira, junho 06, 2003

Ainda sobre o SNS

Encontrei este relato de um médico noruegês sobre o serviço de saúde público do seu país. O relato é algo antigo (é de 1989 - agradeço se alguém tiver dados mais actualizados) mas as deficiências apontadas não são muito diferentes da realidade portuguesa. Há apenas duas diferenças. Primeiro a Noruega possui mais recursos que Portugal. A segunda é que, segundo a descrição feita, o estado norueguês é (ou pelo menos era) ferozmente contra a iniciativa privada no sector da saúde.

Eis alguns excertos:

"All Norwegian hospitals were socialized with the passing of the Hospital Act of 1969 (by a non-socialist government). Unnecessary waiting for hospital admission was unknown before 1969. The hospitals were paid on a fee-for-service-system. Later this system was replaced by a system of annual payments regulated by the number of patients geographically assigned to the hospitals. This system allocated most patients to specific and local and central hospitals in each state. Only acute treatment could be given to out-of-county or out-of-state patient. Over a millennium after Norway was united into one kingdom, the country was divided into 20 "health-states". Inefficiency, waste, waiting lists and pain ensued.

In 1982 the time had come to give primary health care the same treatment. The aim was to contain cost. The former fee-for-treatment-system was replaced. All Federal District Doctors - mainly in rural areas - were transferred to the counties. All private practitioners were "offered" an annual fee of approximately 40% of their budget to become regulated by the counties. They also retained a fee-for-service-system, but the fees were reduced to compensate for the 40% annual fee. I addition the patients have to pay a use fee of approximately $ 10 for each visit to a general practitioner. Also almost all new doctors are forced to become salaried employees of the counties; very few annual fees have been awarded since 1982. This reform has caused waiting lists and deterioration of services. In Bergen the waiting time for an appointment with your general practitioner is several weeks.

Today the payment for the health care and pension system amounts to a 6-10 % tax on incomes and a 12-17 % tax on employers. The system today faces grave economic difficulties and cuts are made.
"

"The Norwegian Health Care System is failing. Quality is decreasing, waiting lists are long and many doctors are discontent. Because of the low user fees the demand is artificially high and increasing. The economy of both Health- and Pension-systems are deteriorating and cuts in the budgets are made. Plans for making the system more efficient are implemented continuously - DRGs are presently introduced at some governmental hospitals and a patient list system assigning patients to one doctor for a compulsory one year period is proposed"

No final (esta comunicação foi feita numa conferência em San Diego - EUA) o dr Jan Sommerfelt pettersen deixa um alerta para os EUA (que na altura começava a desenvolver o Medicare)

"The trends towards socialized health care in the USA are depressing. Why are so many Americans so eager to repeat the errors we have made in the last 50 years and just recently started to remedy?"

nota: Arnold Kling do EconLog têm alertado continuamente para a necessidade de cortes no Medicare como forma de evitar o agravamento do défice nos EUA.
posted by Miguel Noronha 4:02 da tarde

Temas Verdadeiramente Alternativos

O Liberdade de Expressão avança com uma lista de temas que devoriam merecer a atenção dos participantes do Fórum Social Português. Parecem-me bem mais interessantes e relevantes que os que constam do programa oficial. No entanto seriam levados a admitir que grande parte das suas convicções estão erradas.
posted by Miguel Noronha 9:31 da manhã

A Rectificação

A edição do Público vem hoje rectificar a noticia dada ontem sobre as declarações de Paul Wolfowitz.

"O artigo suscitou críticas de alguns dos nossos leitores e polémica em alguns "blogs", porque não correspondia ao que Paul Wolfowitz realmente disse numa Conferência sobre Segurança na Ásia, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IEEA, de Londres), em Singapura, no passado dia 31 de Maio"

Quanto à rectificação queria deixar algumas notas:

1. A noticia de ontem vinha na primeira página do jornal. A rectificação (de dimensão bem menor - embora não possa aferir da sua visibilidade dado que apenas li a edição online) só aparece no secção "Mundo".

2. Embora na rectificação, esteja publicado o texto integral da resposta que continha a transcrição polémica o Público não admite expressamente ter induzido os seus leitores em erro nem a falha de não verificar a veracidade da notícia. Apenas diz que o artigo "suscitou polémica". É pouco...

3. Congratulo-me com a constatação que os jornalistas do Público são leitores dos blogs.

4. Apesar das reservas expressas nos pontos 1. e 2. o Público efectivamente rectificou a noticia original o que, admitamos, é positivo.

posted by Miguel Noronha 9:15 da manhã

Carvalhas assina acordo de cooperação com Fidel

De acordo com a edição desta sexta-feira do Público, que cita o gabinete de imprensa do PCP, o acordo insere-se no relacionamento institucional entre os dois partidos, estabelecendo «formas de troca de pontos de vista».
Carlos Carvalhas, acompanhado por Rosa Rabiais, da comissão política do partido, aproveitou para convidar representantes do PC cubano a visitarem a Festa do Avante!, entre 5 e 7 de Setembro


Sem comentários...

posted by Miguel Noronha 8:35 da manhã

quinta-feira, junho 05, 2003

UE anuncia sanções políticas a Cuba

As «medidas deploráveis» adoptadas pelo presidente cubano, Fidel Castro, na limitação das liberdades pessoais levaram a presidência grega da União Europeia a anunciar esta quinta-feira uma série de sanções políticas ao governo de Havana.

Uma decisão, tomada pela unanimidade dos membros da União, inclui a limitação do número de visitas de Estado à ilha de Fidel, a redução da importância da participação dos Quinze em manifestações culturais e, mesmo, o convite à vinda de dissidentes cubanos às cerimónias de festas nacionais dos Estados membros


Imagino que Fidel Castro se tenha engasgado perante o anúncio de tais medidas. No entanto penso que se engasgou de tanto rir...
Chamam a isto "sanções"?
posted by Miguel Noronha 10:00 da tarde

Terceiro Anel - Rectificação

Parece que o benfiquista que há em mim me fez cometar um erro. Recebi a seguinte mensagem do Rui (que também colabora no terceiro anel):

sem desmerecimento para com o teu simpático comentário, o terceiro anel não é um blog benfiquista. existem adeptos do benfica, como existem de outros clubes

Fica reposta a verdade. Continuem o bom trabalho! (isto em inglês soa melhor...)

posted by Miguel Noronha 8:26 da tarde

Comentários (pt III)

Parece que o sistema de comentários voltou a funcionar. Venham daí e digam o que vos vai na alma.
posted by Miguel Noronha 8:22 da tarde

Um Problema de Interpretação

As transcrições parciais das entrevistas de Paul Wolfowitz parecem ter provocado uma onde de jubilo no País Relativo que nem a reposição da verdade veio acalmar. Será que, como sugere o Jaquizinhos o sr. Wolfowitz fala chinês ou será o inglês um idioma capaz de provocar interpretações tão dispares?

Errar é humano. Reconhecer os erros é sínal de integridade...
posted by Miguel Noronha 5:43 da tarde

Al Qaeda seen as not driven by ideology

"A two-person Pentagon intelligence team conducted an analysis that found al Qaeda terrorists are not bound by ideology and will cooperate with state sponsors of terrorism."

"(...)Its main conclusion was that groups and states were willing to cooperate across philosophical, ideological lines."

Mr. Feith said the group succeeded in highlighting "a number of interesting connections" showing that "Sunni and Shi'a groups cooperated, or religious-based groups cooperated with secular groups or states."

"And so it showed that we cannot simply assume that the only cooperation that existed in the world among terrorist groups and their sponsors was on some kind of pure ideological or philosophical lines," he said


The Iraq-al Qaeda connection was an "incidental" finding of the group. "The main thing that the team produced was it helped educate a lot of people about the fact that there was more cooperation and interconnection among these terrorist organizations and state sponsors across ideological lines than many people had appreciated before," Mr. Feith said.

As conclusões deste estudo refutam a ideia de que associar a Al-Quaeda ao Iraque e ao Irão tendo por base as diferenças religiosas era inconcebivel.Sendo verdade que as alianças entre grupos terroristas e estados párias não têm por base a unidade religiosa nem politico-filosofica a possível dimensão desta “rede” pode tomar proporções gigantescas.

No entanto, não existindo uma coligação positiva, não é possível deixar de notar que a “cola” que os une é o ódio às democracias liberais. A união de estados e movimentos terroristas sejam autoritários laicos ou fundamentalistas religiosos faz-se pela negação dos valores da liberdade económica e política. Não, é assim, de estranhar que nos movimentos anti-globalização (ou de alterglobalização como agora se pretendem chamar) certos grupos nutram mais simpatia por estas forças reaccionário do que pela democracia liberal.
posted by Miguel Noronha 3:24 da tarde

Comentários (pt II)

Como já devem ter reparado o sistema de comentários continua inoperacional. Já contactei o webmaster do comentar e este assegurou-me que o serviço será retomado em breve. Não adiantou se o breve se referia a dias se as horas.
Para obviar este problema sugiro que quem deseje fazer comentários os envie para o mail: mk_nor@yahoo.com
posted by Miguel Noronha 1:18 da tarde

As Referências Erradas

No Público, Pacheco Pereira, analisa o prêambulo da proposta de Constuição Europeia e encontra (e bem) os valores nela contidos não são os mais correctos.

Omite-se, por vergonha, a referência ao cristianismo. Em vez disso fala-se da “civilizações helénica e romana” como refere Pacheco Pereira desta forma obliteram-se vinte séculos de história. Da mesma forma porquê escolher apenas as civilizações grega e romana?

Eu sou agnóstico e defendo a separação da Igreja e do Estado, mas conheço o pouco de história necessária para saber que a Europa, enquanto unidade política, é muito mais um resultado do cristianismo do que de qualquer outra coisa. É correcto referirem-se as tradições greco-latinas, já é um pouco bizarra a falta de referência ao judaísmo, mas a Europa, tal qual é, é o resultado da fusão de uma unidade política, o império romano, com uma religião oriental, o cristianismo. Essa unidade é que fez a Europa, tanto mais que o império romano não era verdadeiramente europeu, mas mediterrânico, e, durante muitos séculos, teve uma parte substancial dos seus domínios fora da Europa. É na baixa Idade Média, na progressiva identificação dos reinos bárbaros com o cristianismo, favorecida pela resistência à expansão do islão, que a Europa se forma enquanto República Cristã.
É aliás através do cristianismo romanizado que grande parte do adquirido civilizacional do passado é transmitido. Apropriando-se da filosofia grega (mais do que da cultura que teve de esperar pela Renascença), da cultura latina, em particular do direito romano, sob a égide do poder espiritual e temporal da Igreja latina, a Europa formou-se de facto contra o islão. Os únicos momentos em que a Europa se uniu até ao século XVIII, como na batalha de Lepanto, foi contra o islão. Eu sei que hoje é politicamente incorrecto dizê-lo, mas perceba-se que na história europeia do século IX até ao século XVIII, este é o traço dominante



No plano político prefere-se a revolução francesa às revoluções americana e inglesa. O fruto da primeira foi a intolerância e o das outras foi a verdadeira democracia e a liberdade. Os valores em que as Democracias ocidentais nasceram na América e na Inglaterra. A revolução francesa é a mãe do totalitarismos.

Mesmo no plano político, na nossa percepção das liberdades, o "preâmbulo" não pode centrar-se no modelo da Revolução Francesa. Ignorar o enorme papel da Revolução inglesa e americana, das instituições "peculiares" dos ingleses (que E.P. Thompson tão bem descreve) como o parlamentarismo, o "habeas corpus", o julgamento por júri, reduz o adquirido do "humanismo", à "liberdade, igualdade e fraternidade" jacobinas, espalhadas pela Europa pelas tropas de Napoleão. Se excluirmos a contribuição do pensamento anglo-saxónico sobre as "liberdades", em particular quando esse pensamento tem uma génese conservadora ou, mesmo no século XX, anticomunista, estamos dependentes da tradição revolucionária francesa que produziu o terror e uma apologia e adoração do Estado, que abriu caminho ao comunismo totalitário.
O "preâmbulo" da Constituição sugere-nos que Diderot, d'Alembert, Kant são os pais do humanismo europeu. Mas fazê-lo excluindo Burke, Toqueville, Adam Smith, ou mesmo os federalistas americanos, reduz assim o nosso entendimento de liberdade ao estado republicano, "revolucionário" mas sem tradição de tolerância, "democrático" mas não liberal. E a liberdade económica? Não conta? E o papel da "tradição"? Não existe?


Subscrevo por inteiro o parágrafo final:

Muitos outros aspectos do "preâmbulo" revelam a subserviência à moda - por exemplo "democracia" e "transparência" aparecem como tendo o mesmo valor -, mas esta filiação ideológica disfarçada é o mais grave. A maioria dos europeus não é maçónica, muitos não são sequer republicanos, muitos consideram que antes do cidadão está "a persona" e esta remete para valores transpolíticos de carácter religioso, bastantes vivem em estados onde há "religiões de Estado". Isto é que é verdadeiramente a Europa, a grande Europa, a Europa que forjou uma cultura europeia de diversidade e confronto, de diferenças e tradição. A Europa do "preâmbulo" é uma pequena Europa, sectária, que reduz em vez de enriquecer. Por estas e por outras, é que não desejo uma Constituição Europeia que me obrigue a ser o que não sou.

posted by Miguel Noronha 12:05 da tarde

Finalmente um Blog Relevante

Não podia deixar em branco o blog benfiquista Terceiro Anel onde militam valorosos adeptos do clube da águia. Sem desmerecimento para os restantes colaboradores queria destacar o João Gonçalves que conheço de outras paragens.
posted by Miguel Noronha 12:04 da tarde

quarta-feira, junho 04, 2003

A (eterna) Questão do Petróleo (parte II)

Parece que eu e o Glenn Reynolds do Instapundit estamos no mesmo comprimento de onde (modéstia às favas).

O Instapundit encontrou a transcrição da entrevista que eu tinha referido e, como sempre, as afirmações foram retiradas do contexto:

"The United States hopes to end the nuclear standoff with North Korea by putting economic pressure on the impoverished nation, U.S. Deputy Defense Secretary Paul Wolfowitz said Saturday. North Korea would respond to economic pressure, unlike Iraq, where military action was necessary because the country's oil money was propping up the regime, Wolfowitz told delegates at the second annual Asia Security Conference in Singapore."

"The country is teetering on the edge of economic collapse," Wolfowitz said. "That I believe is a major point of leverage." "The primary difference between North Korea and Iraq is that we had virtually no economic options in Iraq because the country floats on a sea of oil," he said. Wolfowitz did not elaborate on how Washington intends to put economic pressure on North Korea, but said other countries in the region helping it should send a message that "they're not going to continue doing that if North Korea continues down the road it's on.
"

Ou seja o que Wolfowitz disse foi que os recursos petroliferos do Iraque tornavam ineficazes as sanções económicas. Contrariamente a Coreia do Norte, que atravessa uma crise económica bastante grave, será bem mais sensivel a estes argumentos.

Como disse o Valete Fratres! "Fico à espera de ver o desmentido nos media". Se calhar é melhor sentar-me...
posted by Miguel Noronha 8:51 da tarde

A (eterna) Questão do Petróleo

Depois da polémica em torno da entrevista à Vanity Fair que, apesar de desmentida pelas transcrições da entrevista (referido pelo Valete Fratres! e Abrupto) continua a circular como verdadeira, parece que a cruzada contra Paul Wolfowitz continua.

Hoje o Diário Digital cita os periodicos alemães Die Welt e Der Tagesspiegel que, por sua vez, citam palavras de Wolfowitz numa entrevista concedida em Singapura. Este terá alegadamente proferido que:

«para ser sincero, a maior diferença entre a coreia do Norte e o Iraque é que, em termos económicos, não tínhamos outra opção quanto ao Iraque. O país nada sobre um mar de petróleo».

Não consegui encontrar transcrições desta entrevista na net nem no Defense Link. Este ultimo contém inclusivamente várias entrevistas e declarações de Wolfowitz em Singapura mas nenhuma contém a supracitada afirmação.

Encontrei, porém, a seguinte declaração de Wolfowitz proferida ontem na embaixada americana em Tóquio:

Q: I'm Satoru Suzuki with TV-Asahi of Japan (...) what would you say to those critics in Japan and the rest of the world who've been saying that the war was mainly about oil?

Wolfowitz: (...) The notion that the war was ever about oil is a complete piece of nonsense. If the United States had been interested in Iraq's oil, it would have been very simple 12 years ago or any time in the last 12 years to simply do a deal with Saddam Hussein. We probably could have had any kind of preferred customer status we wanted if we'd been simply willing to drop our real concerns. Our real concerns focused on the threat posed by that country -- not only its weapons of mass destruction, but also its support for terrorism and, most importantly, the link between those two things. (...)


De referir que foi esta a política seguida pela França, Rússia e China, entre outros, que detinham concessões de exploração do petróleo iraquiano no reinado de Saddam Hussein.
posted by Miguel Noronha 8:25 da tarde

The Big Four (via The Corner)

O periodico Daily Standard nomeia os quatro blogs mais influentes nos EUA e fala da sua crescente influência na opinião pública americana e inclusivamente nas publicações escritas. A influência destes quatro (e de outros que não foram nomeados) extendem-se além fronteiras, acrescento eu.
Quanto à blogosfera lusa ainda se encotra a muito anos anos-luz desta realidade.

"The Big Four are Instapundit, Andrew Sullivan, Mickey Kaus, and The Volokh Conspiracy. These four sites are usually visited by news junkies many times a day because they are staffed by bright people and continually updated, and thus they can guide the chattering class to a breaking story or even a hitherto ignored story. Trent Lott is no longer majority leader in part because these superpowers of the blog filed and fueled the story of his remarks at Strom's birthday bash. The New York Times is reeling because of consistent attention to its inaccuracies and biases by these same sites. Because these sites are so widely read and referred to, they can amplify even small murmurs and overnight can redirect traditional media towards a target.

The power of synchronized blogging is still somewhat incipient. The first generation of bloggers are individualists, and unlikely to coordinate their activities. But if blog alliances do begin to develop among them, the ability to drive the news cycle in a particular direction will be immense.

When the blogosphere ignores a story, that story is marked as boring or insignificant or both. If a story cannot hold the interest of the web's news hounds, it is hardly likely to interest the general reading or viewing public.

If the web seizes on a story, however, it is a huge signal to editors and assignment desks to pay attention. The media dinosaurs can ignore these currents in opinion-making, of course, but not for long
"

posted by Miguel Noronha 5:53 da tarde

Manifesto Pela Libertação dos Presos Políticos Em Cuba

Como diz o blog brasileiro Direita não acredito muito na eficácia destes abaixo-assinados mas não custa nada faze-lo.
posted by Miguel Noronha 4:10 da tarde

Zimbabwe e Birmânia

Excelente o artigo de José Manuel Fernandes no Público sobre a situação e qual deve ser a atitude, da comunidade internacional, perante este dois países.

Qualquer destes dois países deveria estar cercado por um cordão sanitário que isolasse os seus regimes e lhes negasse ajuda externa. Foi isso que o Reino Unido tentou fazer relativamente ao Zimbabwe, mas Mugabe conseguiu não só a solidariedade regional - em especial da África do Sul - como, o ano passado, logrou deslocar-se até França apesar dos apelos feitos ao Presidente Chirac para não o convidar para uma cimeira franco-africana. Foi isso que a Europa e os Estados Unidos tentam fazer relativamente à Birmânia desde 1994 perante a indiferença do Japão onde só agora a opinião pública se começa a manifestar contra os financiamentos que o país canaliza para aquela ditadura. Pior: em nome de um reclamado "interesse nacional", a vizinha Índia entendeu, nos últimos anos, deixar cair o seu apoio à oposição democrática com receio de ver crescer desmedidamente a influência chinesa em Rangun.

O que neste momento se passa em ambos os países é um sinal de que as suas populações estão dispostas a enfrentar a repressão em nome de reformas (ou de revoluções) democráticas. Que não aceitam o caudilhismo autoritário dos seus líderes. E que pedem ajuda. É dever de todos prestar-lhes ajuda.

A ideia democrática não deve valer apenas para o Médio Oriente ou para os Balcãs, antes merecer apoio universal, mesmo quando os países em causa não têm relevância estratégica e boa parte dos cidadãos das nossas democracias nem serão capazes de os localizar no mapa. Interesses ditos nacionais, jogos de influência ou a manutenção de áreas de negócio privilegiadas não devem impedir que os líderes desses países sejam tratados como párias internacionais e que se apoie, por todas as formas possíveis, as oposições democráticas.


posted by Miguel Noronha 2:58 da tarde

Finalmente

Já vários bloggers tinham sido contemplados com esta gentil oferta mas para mim, até agora, nada. Foi pois com um misto de espanto e satisfação que ao abir o meu mail encontro uma missiva do Dr. Fidelis Chukwu, Director do Inland Bank Plc, da Nigéria que me propões um chorudo mas pouco claro negócio. Acham que aproveite?
posted by Miguel Noronha 2:36 da tarde

G8 adere ao "Unilateralismo"

O comunicado final da cimeira do G8 deixa um importante aviso aos estados párias. Parece que, finalmente, os restantes países começam a dar razão aos EUA. Os principais visados são o Irão e a Coreia do Norte:

"The G-8 communiqué took pains to mention the "range of tools" (treaties, diplomacy, inspections) available to apply pressure on the rogue nations. U.S. officials, meanwhile, pointed to the words "if necessary other measures" in the text, implying (they said) support for the use of force if diplomacy fails. Told of this view, French President Chirac was quick to the barricades: "This interpretation seems to be extraordinarily daring." (Maybe he's beginning to understand Mr. Bush.)"
posted by Miguel Noronha 12:14 da tarde

Democracia, Sistemas Eleitorais e Capitalismo

Recebi um mail do Pedro Marques que passo a comentar. Começo propositadamente pelo fim.

Não é pelo facto de a China ter aderido ao capitalismo que se transformou numa democracia. Este "adesão" só se verifica, aliás, na chamadas zonas económicas especiais. Os resultados que, nestas, foram alcançados foram notórios, O nível de vida é bastante superior às restantes zonas do país razão pela qual se verifica um fenómeno de emigração em massa para estas
No entanto, a China continua a ter um governo autocrático, repressivo e corrupto. Segundo Francis Fukuyama estes dois fenómenos são incompatíveis e levarão ao colapso deste sistema dual. A liberdade económica requer liberdade política.

A Árabia Saudita também não é uma democracia. Arrisco mesmo a dizer que não é um país capitalista. Grande parte da actividade económica está nas mãos do estado ou da família Saud (o que vai dar no mesmo). Estão-se a esboçar alguns sinais de abertura política mas estes ainda são demasiado ténues e não passaram do campo das intenções.

A Rússia pese embora tenha adoptado algumas instituições democráticas ainda não é comparável ás democracias ocidentais. O estado continua a ser "todo-poderoso" e as estruturas da sociedade civil insignificante. É o resultado de 70 anos do sistema soviético que destruiu tudo o que existia à margem do estado. Como referiu Tocqueville para que a democracia floresça é necessário que surjam os "litlle armies" ie que a sociedade civil seja capaz de se organizar sem intervenção do estado.
Na medida em que o estado continua, em grande parte, todo-poderoso e sem fiscalização é natural que se sinta livre para reprimir todos aqueles que o ameacem.

Para terminar começo pelo início do mail. Diz o Pedro que:

"A tua importação do Americanismo rasca é de facto preocupante. Faz-me lembrar os vibrantes e tocantes discursos do Presidente Bush e comparsas, que afirmam serem os EUA um grande país por serem os líderes do mundo livre e quererem espalhar a democracia pelo mundo todo, no entanto elegem um presidente com menos votos que o candidato alternativo, através de um processo bizarro e pouco transparente de contagem de votos"

Em primeiro lugar gostava que o Pedro me dissesse onde reside o crime em querer exportar a democracia. É infinitamente melhor do que pretender exportar o modelo soviético que tantas tragédias causou.
Quanto aos métodos de eleição garanto são absolutamente transparentes e são os mesmos utilizados há dois séculos. A sua experiência democrática tem maior longevidade que a maior parte dos países do mundo (a única excepção será se não me engano, a Inglaterra).
Pode-se discutir da validade do método eleitoral. Tenho duvidas que a utilização do colégio eleitoral maioritário por estado seja o melhor sistema. No entanto qualquer um dos candidatos podia ter sido beneficiado por ele. Para além disso não nos podemos esquecer que a Administração são bastante fiscalizados que pelo Congresso (um órgão proporcional) que pelo Senado (um órgão paritário). Não existe, como em Portugal, a imposição de sentido de voto pelos partidos. A fidelidade dos eleitos é com os eleitores. Não com as direcções partidárias. Em resumo, numa comparação do sistema político americano com os restantes estes é bastante mais democrático na medida em que existe uma efectiva limitação e fiscalização do poder político.

Quanto aos outros aspectos que o Pedro referiu vou resumir a resposta numa pergunta que lhe devolvo: se os EUA são um país assim tão mau para os seus cidadãos como é que explica que este atraia tantos estrangeiros?
posted by Miguel Noronha 9:51 da manhã

Comentários

Queria assegurar todos os leitores d'O Intermitente (e particularmente um mais adepto das teorias da conspiração) que o desaparecimento dos comentários é unicamente da responsabilidade do fornecedor do serviço. Espero, inclusivamente, que o serviço possa ser reposto o mais rapidamente possível a fim de podermos continuar o nosso debate.

Se entretanto quiserem comentar algum tema podem faze-lo através do mail (mk_nor@yahoo.com).
posted by Miguel Noronha 8:58 da manhã

terça-feira, junho 03, 2003

O Estado da Saúde

A propósito da notícia sobre uma possível alteração na elegibilidade no acesso ao NHS inglês e de toda a discussão gerada encontrei este estudo que pode contribuir com mais umas "achas" para a fogueira.

No âmbito do debate sobre a alteração do Medicare (o sistema de saúde público americano) realizou-se uma conferência (em 2001 em Whashington) que reuniu especialistas da Heritage Foundation e do Center For the New Europe. O tema desta foi a experiência europeia na área dos sistema públicos de saúde e o que os americanos podem aprender com ela.

Após a análise de várias experiências nacionais eis as conclusões a quem chegaram os especialistas:

• If you insist on government management of the health care system, do not expect freedom from waste, inefficiency, or inequity in the delivery of care (look at France).
• If you want to promise citizens a national or state program of universal insurance coverage,don’t expect that you will be able to deliver universal access to high-quality health care. You won’t and you can’t (look at Britain).
• If you want to fix prices for medical services, prescription drugs, or other medical devices, don’t expect demand for these goods and services to be met or investment in research and development to continue apace. It won’t (look anywhere).
reformers should take note.
• If you insist, with a straight face, that in a government-run health care system, all of your fellow citizens will be treated equally—regardless of their class, station in life, or disease condition —you are not merely enthusiastic or well intentioned. You are lying
.

posted by Miguel Noronha 7:24 da tarde

Liberdade vs Igualdade

"Por mais igual que se torne a distribuição da riqueza, os diferentes graus de artes, interesses, e indústria dos homens destruirão imediatamente essa igualdade. Ou, se controlarmos essas virtudes, reduziremos a sociedade à mais extrema indigência; e, em vez de evitarmos a necessidade e a penúria em alguns indivíduos, torna-las-emos inevitáveis para toda a comunidade.
É necessária também a mais rigorosa inquirição para detectar todas as desigualdades assim que elas surgem, bem como a mais severa jurisdição para as punir e corrigir
"
Enquiries", David Hume
posted by Miguel Noronha 6:30 da tarde

O Socialismo Nunca se Esquece

O Partido Trabalhista inglês parece não ter esquecido, de todo, o seu pulsão socialista, estatista e limitador das liberdades indiduais. Segundo o Times Online está em estudo uma lei, segundo a qual, o NHS (o SNS inglês) poderá recusar-se a tratar pacientes que não se comprometam a deixar de fumar, perder peso, fazer mais exercicio ou alterar a sua dieta alimentar.

Para além de significar uma intromissão na vida privada dos cidadãos, este projecto, implica a recusa de um serviço que foi antecipadamente pago através dos impostos. Mais um argumento contra a saúde estatizada e o socialismo.
posted by Miguel Noronha 10:36 da manhã

segunda-feira, junho 02, 2003

Os Incidentes do Costume

Como já é hábito, este fim-de-semana ao mesmo tempo que decorria a reunião do G8, ocorreram os desacatos do costume. Estanho que o Público noticie que a "Grande Manifestação dos "Alterglobalização" Decorreu Sem Incidentes". Pelo que pude ver na televisão houve o (infelizmente) habitual saque e destruição de lojas. Também se fizeram bloqueios de estradas (nada pacíficos pelo que pude ver).

Também estranho que um dos digentes tenha declarado:

"Estes dirigentes são responsáveis por políticas económicas e sociais em vigor há 30 anos, com consequências catastróficas. Num mundo globalmente mais rico, as desigualdades não cessaram de aumentar, entre países pobres e países ricos e entre cada país. Foram eleitos democraticamente para governar os seus países, mas não receberam um mandato para governar o mundo"

As consequências catatróficas que eu vejo são a falência do Estado de Providência feita à custa do esbanjamento do dinheiro dos contribuintes, as políticas proteccionistas que nos obrigam a pagar mais caro, especialmente os produtos agricolas e o delapidar de toda a ajuda concedida aos "países em desenvolvimento" por dirigentes autoritários e corruptos.

Estranho que este dirigente, aparentemente bem informado, não tenha consultado as estatisticsa disponíveis que dizem que a pobreza diminuiu a nível mundial nos ultimos 30 anos.

Por ultimo é estranho que se ponha em causa a representatividade e a legitimidade de governos eleitos e se coloque nos pincaros pessoas e movimentos inexpressivos a nível eleitoral, esses sim, sem qualquer legitimidade democrática.
posted by Miguel Noronha 1:20 da tarde

A Cassete dos Sindicatos

O Sindicato dos Médicos da Zona Norte (SMZN) insurge-se contra a o Ministro da Saude por este falar em "mais cirurgias, mais consultas e mais actos médicos". O SMZN prefere falar em "promoção e prevenção".

Segundo me parece é o SMZN e não o Ministro que andam alheados da realidade. Os serviços de saúde (sejam eles púnlicos ou privados) existem para prestar um serviço à população. Estes serviços são exactamente as cirurgias, as consultas e os actos médicos. Para além de objectivos são mensuráveis e reveladores do eficácia e eficiência do serviço prestado. É claro que para o Sindicato é preferivel que se falem em objectivos etereos e não-mensuráveis. Sempre dão para ir escondendo o descalabro do SNS que para além de excessivamente deficitário é incapaz de responder à procura. O que preocupa a classe médica é a manutenção do status quo. Independentemente de isso significar o desprezo pelo tratamento prestado aos seus pacientes.
posted by Miguel Noronha 12:34 da tarde

Ainda Bem Que Avisa...

Não tendo particular apreço pela personagem em causa confesso que, mesmo assim, fiquei supreendido com as declarações de Maria José Nogueira Pinto (MJNP) acerca do "caso" Fátima Felgueira.

No Público de Sábado MJNP confessa que "[Fátima Felgueiras] fez as contas e foi-se embora. Não a censuro. Se eu estivesse no lugar dela naturalmente também me iria embora". Não contente ainda adianta que "Não acho bem que queiram linchar alguém. Mas acho natural aquela reacção dos felgueirenses".

Não colocando em causa a liberdade de opinião que permite que cada um diga o que lhe vai na alma, mesmo que a maior e mais indefensável barbaridade, não me posso olvidar que MJNP é uma personalidade pública e que, inclusivamente, ocupa um cargo público.

Perante isto considero que MJNP não reune as qualidades morais para desempenhar qualquer cargo. Ao considerável "normal" o comportamente de Fátima Felgueiras revela ser alguém pouco fiável para administrar bens e serviços públicos. Recomendo ao Ministro responsável a sua rápida exoneração antes que o contigente de refugiados "políticos" no Brasil aumente.
posted by Miguel Noronha 9:44 da manhã

Referendo à Constituição Europeia

Segundo o EU Observer está a crescer, dentro dos próprios membros da Convenção, um movimento favorável à realização de referendos em todos os países membros.

"The draft constitution unveiled at the beginning of the week by Convention president Valéry Giscard d'Estaing shows that it will have to be ratified by all 25 member states of an enlarged Union or it will not come into force.

This fact is coupled with a growing movement in the Convention to have a referendum on the blueprint at the same time through out Europe.

By the end of the Convention's plenary session on Friday (30 May), some 92 delegates, including vice president Guiliano Amato, had signed a petititon calling on Member states to have such a poll
"
posted by Miguel Noronha 8:40 da manhã

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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