O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, novembro 15, 2003



Cortesia American RealPolitik
posted by Miguel Noronha 3:40 da tarde

sexta-feira, novembro 14, 2003

Repórteres Portugueses no Iraque

Recomenda-se a leitura das "Angústias" de Carlos Vaz Marques. Que estas sejam em breve dissipadas.
posted by Miguel Noronha 8:22 da tarde

Links

Dois novos links na área musical: o novato A Ampola Faz "Pop" (bem vindo à blogosfera Nuno!) e o veterano Intervenções Sonoras.
posted by Miguel Noronha 7:46 da tarde

O Teste pt III

John T Kennedy, do No Treason pediu a David Friedman (filho de Milton Friedman) a opinião sobre o famoso teste. Eis as suas conclusões:

In summary, the test does a very poor job of representing the Chicago position, I think for two reasons.

1. Its author doesn't understand other people's ideas very well.

2. It's author want to link Austrian economics with libertarianism to a degree that is historically unjustified


Podem encontrar mais detalhadamente as opiniões de Friedman sobre cada alinea (da versão curta do teste) aqui.
posted by Miguel Noronha 5:18 da tarde

P J O'Rourke

Entrevista a P J O'Rourke na revista The Atlantic sobre a sua experiências na guerra do Iraque.
posted by Miguel Noronha 4:45 da tarde

Estranhos Hábitos

Jonah Goldberg, na National Review Online, explica porque é que a America parece tão estranha aos europeus. E avisa que os europeus estão a um passo de adoptar o pior da America.

Confusos? Leiam este artigo que constitui um manifesto contra o centralismo.
posted by Miguel Noronha 3:12 da tarde

Amor e Ódio

Do artigo de Esther Mucznik no Público:

[N]ada é menos "lógico" do que considerar Israel a principal ameaça mundial, como 59 por cento dos europeus inquiridos assim o fizeram. O único país democrático da região seria, assim, mais perigoso do que a Coreia do Norte, o Irão, a Síria, ou a Arábia Saudita, países dominados por ditaduras, que reprimem a ferro e fogo os seus cidadãos e que só surgem como mais pacíficos do que Israel devido à censura férrea que nada deixa transparecer? O país que aceita trocar mais de 400 prisioneiros árabes por uma única vida e três cadáveres será mais perigoso do que aqueles que fomentam e albergam redes de terror cujo objectivo é apenas a destruição do maior número possível de vidas sejam elas "fiéis ou infiéis"? O único exército do mundo que possui um código de conduta ética, do qual participa um filósofo, e cuja regra central é poupar o maior número possível de vidas inocentes será mais perigoso do que as armas destruição maciça nas mãos de países como a Coreia do Norte ou o Irão, "experts" na arte de dissimulação dos seus arsenais bélicos? E se houver uma terceira guerra mundial ela surgirá por causa de Israel, como profetisa Miguel Sousa Tavares, ou por causa do terrorismo internacional, cujo objectivo é, como não pára de afirmar Bin Laden, continuar o combate iniciado no século VII pela dominação religiosa do mundo?

Israel não está acima da crítica e pode-se legitimamente discordar da sua política. Mas alguém de boa-fé acredita que uma vez Israel em paz com os seus vizinhos ou, na pior das hipóteses, se desaparecer do mapa, o combate do fundamentalismo contra a liberdade, nomeadamente a liberdade das mulheres e a democracia, desaparecerá?

O conflito israelo-palestiniano tem de ser resolvido urgentemente, não porque constitua a maior ameaça à paz mundial, mas para acabar com o sofrimento palestiniano e israelita. E, também, para deixar de servir de álibi ao terrorismo e de bode expiatório à tragédia humana causada pela miséria económica e repressão política que sofrem muitos países muçulmanos.

Hipocritamente, a Comissão Europeia procurou distanciar-se dos resultados e até do próprio inquérito. Mas estes são apenas a consequência da política de dois pesos e duas medidas característica da UE e de uma intensa campanha de opinião pública de diabolização de Israel, endossando a este todas as culpas do conflito. O resultado deste inquérito não é mais do que o fruto da semente que há décadas é plantado pela União Europeia. E que é facilitado pelo jogo aberto da vida política em Israel, onde qualquer abuso cometido pelo Governo, o exército, os colonos ou seja quem for, é imediatamente e talvez mais do que em qualquer outro país tornado público.

Alguns comentadores têm afirmado que a política israelita fomenta o anti-semitismo e é a responsável pelas numerosas agressões verbais e materiais a pessoas, sinagogas e cemitérios judaicos, na Europa e em particular em França. Assim, Israel seria uma ameaça não só à paz mundial, mas ainda por cima também responsável pelo anti-semitismo, não só nos países árabes, mas também na própria Europa. Tão fácil e tão cómodo! Só que esses comentadores esquecem que nada, absolutamente nada, justifica qualquer tipo de antijudaísmo, seja ele em nome do povo palestiniano ou de qualquer outra razão. Basta andar pelas ruas de Paris para ver o resultado desta política: nas mesquitas, nomeadamente na grande mesquita central, entra-se normalmente, paga-se o bilhete de entrada, visita-se naturalmente. Ainda bem! Em contrapartida, as sinagogas parecem fortalezas sitiadas. Paranóia ou simplesmente consciência do perigo?

Como acima referi, a paz é urgente. Tal como é urgente uma mudança na política europeia relativamente a Israel. Para que possa finalmente contribuir para a paz no Médio Oriente, mas também no seu próprio espaço.

posted by Miguel Noronha 2:23 da tarde

World Poverty has Declined Sharply Under Globalization

World poverty fell from 44 percent of the global population in 1980 to 13 percent in 2000, its fastest decline in history. Global income inequality has dropped over this period and is at its lowest level since at least 1910. Poor countries have grown about twice as fast as rich countries (3.1 percent annually versus 1.6 percent) during the era of globalization in 1980-2000, reversing the pattern of the prior two decades. The poor in poor countries have grown even faster; each 10 percent increase in incomes of the nonpoor has been associated with an 18 percent increase in incomes of the poor. There has been strong convergence in world incomes over the entire postwar period and the developing countries' share of the world's middle class has risen from 20 percent in 1960 to 70 percent in 2000.

Some of these conclusions differ sharply from the conventional wisdom. The revealed global poverty level of 13 percent is about one-half the level of 23 percent suggested by the World Bank. This result indicates that the main Millennium Development Goal of reducing world poverty below 15 percent, recently agreed by the United Nations, has already been exceeded. These new findings offer strong support for the view that globalization has been hugely successful for the world's poor.

These are some of the major findings of Imagine There's No Country: Poverty, Inequality, and Growth in the Era of Globalization, a new Institute book by Surjit S. Bhalla. Bhalla is managing director of Oxus Research and Investments, an economic research, asset management, and emerging-markets advisory firm based in New Delhi, and a former economist with the World Bank, Brookings Institution, Rand Corporation, Goldman Sachs, and Deutsche Bank.

Bhalla reaches sharply different conclusions from those of earlier researchers for two basic reasons. First, he focuses on individuals in the developing world rather than countries. Hence the dramatic progress of China and India, by far the world's most populous nations, as well as other parts of Asia, swamps the increases in poverty in much of Africa. The focus on individuals is made possible by the development of a method which is able to accurately disaggregate data on mean incomes of quintiles of the population into mean incomes of individual percentiles of population.

Second, data for household surveys in recent years have increasingly underestimated income growth (as measured by national accounts data) but these household surveys have been the basis of many conventional estimates of poverty. Bhalla adjusts for these deficiencies in the survey data and is therefore able to generate comparable and more accurate estimates of income growth and poverty. Moreover, he rejects the traditional methodologies that sometimes use different data sources for income (national accounts) and poverty (national surveys); his use of (adjusted) survey data for both produces more comparable and thus more accurate results.

Bhalla's central conclusion is that economic growth in a world of globalization is disproportionately beneficial for the poorest people (the lowest quintile, or 20 percent) in the developing world. He estimates that every 10 percent increase in total income in those countries is associated with a 5 percent decline in the poverty level. Policy should be based on those realities rather than on inaccurate and pessimistic appraisals of the actual evolution of poverty over the relevant past


Alguém se importa de mandar este artigo aos nosso compatriotas que estão a passar uns dias de férias em França?
posted by Miguel Noronha 11:40 da manhã

O Teste pt II

Para quem se sentiu "traído" pelo resultado do (agora) famoso teste por não saber o suficiente sobre as teses da Escola Austriaca sugiro as seguintes leituras (só indico as que estão disponíveis para download):

  • "La Escuela Austrica" de Jesús Huerta de Soto [seleccionem a opção "libros" e seguidamente "Scuola Austriaca"];
    É um excelente livro se pretendem ficar com uma visão global do assunto. Infelizmente a versão disponível para download está em italiano (eu li a versão original - em espanhol).

  • "How Markets Work" de
    Israel Kirzner editado pelo Institute of Economic Affairs;
    Bastante mais conciso que o anterior mas continuar a ser uma boa introdução. Normalmente (na página indicada) existe a opção de download mas desta vez não a encontrei. Espero que seja apenas um problema informático;

  • "The Fundamentals of Austrian Economics" de Thomas Taylor/Carl Menger Society editado pelo Adam Smith Institute.
    É bastante mais extenso que os outros livros referenciados. Não posso dar mais indicações porque não o li. Ainda se encontra em fila de espera...
    posted by Miguel Noronha 10:34 da manhã
  • Best Of

    Melhores comentários relativos ao envio de tropas portuguesas para o Iraque:

    No Voz do Deserto:

    As pessoas não gostam da guerra, não querem que inocentes morram, evitam ver sangue, arrepiam-se com cadáveres filmados, estão convencidas de que nada têm a ver com essa violência. A sua humanidade é outra. Outra que desconheço.


    No Abrupto:

    Eu tenho um lado, mas ninguém me ouvirá dizer que este é o lado de Deus, como na canção de Bob Dylan. Mas ouvir-me-ão dizer que este é um lado dos homens, do modo de vida que escolhi (escolhemos), de uma precária mas identificada civilização (a palavra é adequada) que já mostrou o que vale e que não vive do terror, nem da violência, mas da procura da conciliação de interesses e modos de vida. Nenhuma outra civilização me dá as liberdades e a possibilidade de felicidade que esta me dá, a mim e, potencialmente, a todos os homens. Não estou certo de tudo, mas das duas frases anteriores estou inteiramente convicto.

    posted by Miguel Noronha 8:46 da manhã

    quinta-feira, novembro 13, 2003

    Propriedade Intelectual

    Felix Maier do Instituto Liberal de Brasilia faz um resumo comentado do livro "The Fire of Invention: Civil Society and the Future of the Corporation" de Michael Novak.
    posted by Miguel Noronha 8:12 da tarde

    O que pensam os europeus

    Artigo de Francisco José Viegas no Jornal de Notícias.

    Não. Não penso que Israel seja a maior ameaça à paz mundial. Parece que grande parte dos meus concidadãos europeus (conforme se lê numa sondagem realizada recentemente) pensa precisamente o contrário ? que Israel constitui uma ameaça superlativa. Não é a primeira vez que o manifestam, mas a Europa não é precisamente a pátria de todas as virtudes ? embora possa ser a da correcção política contemporânea. Compreendo a ideia: se a simples existência de Israel constitui um "facto errado" para os países da região, a Europa não está disposta a pagar o preço dessa sobrevivência. Dentro de fronteiras, a Europa já tem problemas que cheguem. Já teve problemas nos Balcãs e não conseguiu resolvê-los.

    Não penso que os resultados da sondagem revelem algum índice escandaloso de anti-semitismo e suponho mesmo que é errado invocar o anti-semitismo a propósito do assunto. O anti-semitismo não se apura nas sondagens, mas em factos relativamente isolados como a morte de um estudante judeu durante uma manifestação parisiense contra a guerra no Iraque ou naquela fotografia publicada no "The Guardian", pela mesma altura: uma estudante segura um cartaz onde se lia "morte aos judeus", e a legenda dizia "manifestação pela paz no Iraque". Isso, sim, são revelações. Na verdade, os dados apurados nessa sondagem revelam apenas comodismo e aquele nível de sensatez que se aproxima perigosamente da indiferença, para não dizer covardia. Israel é uma democracia, com Imprensa livre e uma história conturbada desde que David Ben-Gurion leu a declaração de independência há mais de meio século. Desde essa altura que a existência de Israel é uma ameaça; só assim se compreende que, horas depois dessa declaração, o país tenha sido invadido por cinco exércitos de cinco países da região e que, por sucessivas vezes, tenha sofrido agressões sempre desculpadas em nome do petróleo e das conveniências políticas mais imediatas. Esses dados são frequentemente incómodos, mas devem ser invocados, mesmo quando não se concorda com as políticas militares do actual Governo israelita.

    A Europa ainda não compreendeu o fenómeno do terrorismo. Prefere planar à sua volta. Submergida pela cultura da vitimização e pela ideia da imprescindibilidade do seu conforto, prefere desculpabilizá-lo e encontrar razões para justificar os atentados, seja numa rua de cafés literários de Telavive (reivindicada pelo Hamas), seja num bairro residencial de Riyad, seja numa universidade de Jerusalém, seja nas instalações da ONU ou da Cruz Vermelha, em Bagdade. Desde que seja longe e que se possam atribuir responsabilidades a alguém igualmente distante. Essa atitude tem permitido a sobrevivência de pequenos tiranetes de um e de outro lado do centro político.

    Os países árabes da região nunca quiseram realmente um estado palestiniano ? não o quiseram desde 1947, quando a ONU o permitiu. E foi graças a esse cerco permanente (e aos ataques sucessivos que lhe dirigiram) que Israel se transformou numa potência militar e num campo fértil para o extremismo e fundamentalismo judaicos. Esse extremismo contraria, evidentemente, toda a mensagem e todo o projecto inicial da existência do estado de Israel ? mas também ele é o resultado desse cerco e da pressão terrorista excercida dentro das suas fronteiras e permanentemente desculpada pela melhor consciência europeia.

    O grande perigo de muitos comentadores desta sondagem foi confundir "shalom" com "Sharon".

    posted by Miguel Noronha 5:09 da tarde

    What If...

    O Right Wing News especula como seria a cobertura do desembarque na Normadia pelos media actuais:

    Pandemonium, shock and sheer terror predominate today's events in Europe.

    In an as yet unfolding apparent fiasco, Supreme Allied Commander, General Dwight David Eisenhower's troops got a rude awakening this morning at Omaha Beach here in Normandy.

    Due to insufficient planning and lack of a workable entrance strategy soldiers of the 1st and 29th Infantry as well as Army Rangers are now bogged down and sustaining heavy casualties inflicted on them by dug-in insurgent positions located 170 feet above them on cliffs overlooking the beaches which now resemble blood soaked killing fields at the time of this mid-morning filing.

    Bodies, parts of bodies and blood are the order of the day here, the screams of the dying and the stillness of the dead mingle in testament to this terrible event.

    Morale can only be described as extremely poor - in some companies all the officers have been either killed or incapacitated, leaving only poorly trained privates to fend for themselves.

    Things appear to be going so poorly that Lt. General Omar Bradley has been rumored to be considering breaking off the attack entirely. As we go to press embattled U.S. president Franklin Delano Roosevelt's spokesman has not made himself available for comment at all, fueling fires that something has gone disastrously awry.

    The government at 1600 Pennsylvania Avenue is in a distinct lock-down mode and the Vice President's location is presently and officially undisclosed.

    Whether the second in command should have gone into hiding during such a crisis will have to be answered at some future time, but many agree it does not send a good signal.

    Miles behind the beaches and adding to the chaos, U.S. Naval gunships have inflicted many friendly fire casualties, as huge high explosive projectiles rain death and destruction on unsuspecting Allied positions. The lack of training of Naval gunners has been called into question numerous times before and today's demonstration seems to underlie those concerns.

    At Utah Beach the situation is also grim, elements of the 82nd and 101st Airborne seemed to be in disarray as they missed their primary drop zones behind the area believed to comprise the militant's front lines. Errant paratroopers have been hung up in trees, breaking arms and legs, rendering themselves easy targets for those defending this territory.

    On the beach front itself the landing area was missed, catapulting US forces nearly 2,000 yards South of the intended coordinates, thus placing them that much farther away from the German insurgents and unable to direct covering fire or materially add to the operation.

    Casualties at day's end are nothing short of horrific; at least 8,000 and possibly as many as 9,000 were wounded in the haphazardly coordinated attack, which seems to have no unifying purpose or intent. Of this number at least 3,000 have been estimated as having been killed, making June 6th by far, the worst single day of the war which has dragged on now - with no exit strategy in sight - as the American economy still struggles to recover from Herbert Hoover's depression and its 25% unemployment.

    Military spending has skyrocketed the national debt into uncharted regions, lending another cause for concern. When and if the current hostilities finally end it may take generations for the huge debt to be repaid.

    On the planning end of things, experts wonder privately if enough troops were committed to the initial offensive and whether at least another 100,000 troops should have been added to the force structure before such an audacious undertaking. Communication problems also have made their presence felt making that an area for further investigation by the appropriate governmental committees.

    On the home front, questions and concern have been voiced. A telephone poll has shown dwindling support for the wheel-chair bound Commander In Chief, which might indicate a further erosion of support for his now three year-old global war.

    Of course the President's precarious health has always been a question. He has just recently recovered from pneumonia and speculation persists whether or not he has sufficient stamina to properly sustain the war effort. This remains a topic of furious discussion among those questioning his competency.

    Today's costly and chaotic landing compounds the President's already large credibility problem.

    More darkly, this phase of the war, commencing less than six months before the next general election, gives some the impression that Roosevelt may be using this offensive simply as a means to secure re-election in the fall.

    Underlining the less than effective Allied attack, German casualties - most of them innocent and hapless conscripts - seem not to be as severe as would be imagined. A German minister who requested anonymity stated categorically that "the aggressors were being driven back into the sea amidst heavy casualties, the German people seek no wider war".

    "The news couldn't be better," Adolph Hitler said when he was first informed of the D-Day assault earlier this afternoon. "As long as they were in Britain we couldn't get at them. Now we have them where we can destroy them."

    German minister Goebbels had been told of the Allied airborne landings at 0400 hours.

    "Thank God, at last," he said. "This is the final round."



    posted by Miguel Noronha 3:48 da tarde

    Francois Bourguignon

    A entrevista ao novo Chief Economist do World Bank não augura nada de bom.

    Elogia Stilgtiz, anuncia um maior pendor igualitarista dos projectos a financiar, critica (embora moderadamente) o processo de globalização e acaba com um piscar de olho aos movimentos anti-globalização.
    posted by Miguel Noronha 2:16 da tarde

    Trying to Measure the Amount of Information That Humans Create

    Embora não seja (por certo) essa a intenção do seu autor, este artigo do NYT coloca em evidência (de uma forma algo poética) as dificuldades de apreenção e sistematização da informação que tornam absurda a hipótese de "informação perfeita" do Modelo de Equilibrio Geral.
    posted by Miguel Noronha 12:55 da tarde

    A Herança de Cunhal

    Do artigo de Pacheco Pereira no Público

    [E]ntre 1960 e 1985 (onde, na campanha presidencial da primeira volta, o PCP jogou o seu último combate sério de regime), o PCP de Cunhal esteve no centro dos acontecimentos. Poder-se-ia, caso não houvesse guerra colonial, fazer uma transferência de poder da ditadura para a democracia, mais ou menos ao modelo espanhol, pactada e dirigida pelos sectores mais moderados do Governo e da oposição? Talvez, mas a resposta é do domínio da ficção e não da história. A comparação com Espanha é enganadora, até porque a transição espanhola deve muito aos acontecimentos portugueses, àquilo que os espanhóis aprenderam com o 25 de Abril e o PREC e quiseram evitar.
    O que nós sabemos é que as coisas foram como foram. Sabemos que um pequeno partido clandestino, forjado pelo pensamento político e organizativo de Cunhal (isso é indesmentível, mesmo que Cunhal partilhe com alguns outros a "fábrica" do PCP), teve capacidade de ultrapassar a crise que o ameaçava em vésperas do 25 de Abril, e tomar conta do aparelho sindical, de grande parte das municipalidades, de sectores cruciais nas forças armadas, e moldar um curso político sem paralelo na Europa desde o imediato pós-guerra. Derrotado em Novembro de 1975, o PCP colocou o país numa situação a um milímetro da guerra civil e da confrontação militar. A extrema-esquerda desajudou e foi um empecilho maior, obrigando o PCP a sair da táctica da "ronha", que Cunhal expôs num discurso parcialmente secreto ao comité central em Agosto de 1975, e que este preferia mil vezes ao confronto directo. Mas que, medido tudo, se esteve no limiar da guerra civil, lá isso esteve.
    O impacto do PREC ainda hoje tem ecos no sistema político e económico português, desde as nacionalizações e a "reforma agrária", que são marcos da nossa organização económica e criaram bloqueios que atrasaram a consolidação da combinação democracia-economia de mercado (capitalismo). Muita coisa que o PCP conseguiu incluir na Constituição, e de que hoje o PS é guardião, também moldou a nossa variante peculiar de "socialismo". Bloqueios políticos e institucionais, que serviam e servem de travões a políticas reformistas que mexem com os interesses do PCP, ainda hoje estão em vigor.
    Sabemos também que esse partido e Cunhal à frente pôde condicionar o processo de descolonização, com a entrega do poder político nas colónias a movimentos e personalidades marxistas e comunistas, algumas das quais, como Agostinho Neto, tinham militado nas suas organizações. Só esse impacto de natureza global, e vastas consequências na história africana, em particular no Sul da África, daria ao PC (e Cunhal) um papel ímpar na nossa história contemporânea. O caso de Angola, onde a actuação do PCP foi mais profunda, onde o próprio MPLA nasceu do seu seio, onde a "partnership" PCP-PCUS foi mais longe, redundou na tragédia da guerra civil.
    No plano da história do movimento comunista, Cunhal tem assim um papel fundamental e um "sucesso revolucionário" certamente superior ao de Thaelmann, Thorez e Ibarruri, a "Passionária". E, se compararmos Cunhal com outros dirigentes políticos portugueses do século XX, no seu impacto nacional e internacional, apenas Salazar (com a longa ditadura e a resistência à colonização), o tandem Mário Soares- Sá Carneiro (na vitória democrática contra o PREC) podem ombrear com a tentativa revolucionária de Cunhal em Portugal (o PREC) e a "descolonização exemplar".
    Não interessa saber se concordamos, gostamos ou odiamos Cunhal e a sua obra, o que não se pode é, em função dessa subjectividade, negar a sua importância histórica

    posted by Miguel Noronha 12:29 da tarde

    quarta-feira, novembro 12, 2003

    O Teste

    Após várias insistências submeti-me ao .teste de que todos os blogues falam.

    Cumpre-me informar que o meu "espirito austrico" foi julgado como sendo 92/100 Pelos vistos 8% do meu pensamento corresponde à Escola de Chicago. Estes tem essencialmente a ver com a minha recusa em abdicar das doutrinas do Estado Mínimo.

    Achei o teste algo libertatarian-biased mas foi aconselho a experiência.
    posted by Miguel Noronha 7:49 da tarde

    Iraque

    Comentário de João Pereira Coutinho sobre os recentes atentados no Iraque.

    MIGUEL SOUSA TAVARES tem uma vantagem sobre os restantes comentadores pátrios: é independente e não anda a passar recados do patrão. Mas isto não basta para impedir o absurdo. Nos comentários da TVI, Sousa Tavares fala do Iraque - sem qualquer conhecimento real - e declara que o terrorismo chegou finalmente ao país. Agora. Não antes. Foi o sr. Bush - e, de certa forma, o sr. Blair, o sr. Aznar e o sr. Durão - quem despertou a besta. A besta - como se vê pelas valas comuns - estava descansadamente a fazer tricot. Eu não pretendo contrariar as certezas do Miguel. Mas, a título simplesmente ilustrativo, gostaria de colocar uma pergunta aparentemente menor: os ataques terroristas no Iraque são um sinal de que Bush está a ganhar a guerra - ou a perdê-la? Dito de outra forma: as acções da coligação no terreno demonstram que os terroristas estão vitoriosos - ou desesperados?
    Pensem um bocadinho

    posted by Miguel Noronha 5:45 da tarde

    O Caso do Rosas

    O CASO ARRUMADO (que descobri graças ao Catalaxia) também diz de sua justiça quanto ao artigo de Fernando Rosas no Público. O restantes posts também se recomendam.
    posted by Miguel Noronha 5:12 da tarde

    A Partida da GNR Para o Iraque pt II

    Um comunicado do BE condena a decisão de enviar a GNR para o Iraque.

    Diz o BE que «não faz parte da Unidade Nacional de apoio à política de ocupação do Iraque» e diz considerar que essa ocupação «visa defender interesses económicos e estratégicos que nada dizem aos portugueses e contra os quais estes se manifestaram de forma clara».

    Não precisavam de ter gasto papel e tinta para nos explicar isso. Toda a gente sabe que os militantes do BE preferiam oferecer-se como escudos-humanos na defesa do regime de Saddam Hussein a dar a vida pela construcção de um regime mais democrático no Iraque.
    posted by Miguel Noronha 4:36 da tarde

    Os Equivocos de Rosas

    No Público Fernando Rosas alerta para o "sequestro da liberdade de expressão" cometendo, pelo meio, alguns equivocos.

    Em primeiro lugar vocifera contra a tentativa de privatização do 2º Canal. Mais à frente contesta a absorção da Lusomundo pela PT.

    Diz que os grupos de comunicação estão controlados pela direita. Convenientemente esquece-se que o peso dos comentadores afectos ao BE nos jornais e nos canais televisivos é muitissimo superior ao seu peso eleitoral.

    O próprio Fernando Rosas publica este artigo num jornal que segundo ele é controlado pela direita. A ser verdade o que afirma este artigo deveria ter sido censurado.

    Rosas critica a falta de independência dos comentadores televisivos. Refere o facto de Marcelo Rebelo de Sousa e Pacheco Pereira serem destacados militantes do PSD. Em primeiro lugar caso seguissemos esta lógica Fernando Rosas, Miguel Portas e Francisco Louçã deveriam também ser impedidos de publicar artigos de opinião ou aparecer em programas televisivos como o fazem amiude. Em segundo lugar, e a bem da verdade, só por má fé se pode dizer que a opinião de MRS e PP fica coarctada por serem militantes do PSD. A prática demonstra exactamente o contrário.

    A melhor garantia da manutenção da liberdade de expressão nos meios de comunicação social é a inexistência de barreiras à entrada e não qualquer medida anti-concentracionista como pretendem Fernando Rosas e o BE. A profusão de meios alternativos que se verificou nos ultimos anos torna cada vez mais dificil a existência de uma única voz (ao contrário do que sucedia quando tudo era nacionalizado). Para terminar, a realidade demonstra (ao contrário do que afirma Fernando Rosas) que a orientação política do director de um jornal não condiciona necessáriamente a sua linha editorial.
    posted by Miguel Noronha 2:44 da tarde

    Venezuela

    O The Devil's Excrement relata mais uma trágica (seria apenas patética se ele não fosse o Presidente da Venezuela e não estivesse a destruir a Economia do seu país) história de Hugo Chavez:

    President Chavez demonstrated, once again, his ignorance yesterday on economic matters, when he stated that he had asked the Venezuelan Central Bank for "another little billion (of US$)" saying he had been having that discussion with the Central Bank for the last three months and that the Bank did not want to give it to him. Chavez even went further saying that if the Central Bank did not give it to him, he would go to the Supreme Court (??).

    posted by Miguel Noronha 1:22 da tarde

    A Partida da GNR Para o Iraque

    Do editorial de José Manuel Fernandes no Público:

    Para Portugal, enviar para o Iraque um contingente da GNR é prosseguir um caminho coerente, iniciado há oito anos, de real envolvimento nos assuntos internacionais, é ser fiel aos nossos aliados e é dar cumprimento a uma resolução das Nações Unidas. Isso deveria ser suficiente para que a plataforma de entendimento a que chegaram o Governo e o Presidente da República - assumida na entrevista que Jorge Sampaio deu ao PÚBLICO, à RTP e à Rádio Renascença - fosse objecto de um amplo consenso político. Neste momento, e especialmente depois da resolução 1511, o PS que no Governo quebrou o tradicional isolacionismo português devia entender que, na oposição, não devia afastar-se da linha de rumo em boa hora traçada. Uma linha de rumo que, para mais, é também da União Europeia, quer porque esta decidiu apoiar economicamente o esforço de reconstrução, quer por vários dos seus estados membros terem já presença no terreno.

    Finalmente, para além da coerência da opção de colaborar na pacificação e reconstrução do Iraque, deveria ser pacífico que o sucesso ou insucesso dessa operação não diz apenas respeito aos EUA e ao Reino Unido, ou ao senhor Bush e ao senhor Blair: diz respeito a todos os que desejam um Iraque democrático que seja um factor de estabilidade no Médio Oriente.

    Se em 1995 boa parte do nosso futuro colectivo se jogava na Bósnia, hoje boa parte do nosso futuro colectivo joga-se no Iraque. De onde não se pode desertar, nem fugir, e que também não se pode sequer evitar. Mesmo os que entendem que o problema foi criado contra a sua opinião deviam perceber que hoje o "problema" também é deles. O mesmo é dizer, nosso.

    posted by Miguel Noronha 12:18 da tarde

    Ainda Sobre a Recente Decisão da OMC

    Artigo no OpinionJournal:

    A study done earlier this year for the Consuming Industries Trade Action Coalition went further. It found that higher steel prices cost 200,000 American jobs and $4 billion in lost wages from February to November 2002. Those 200,000 jobs were more than the total number of people employed by the U.S. steel industry itself. That's one reason more than 200 companies and organizations representing steel-consuming and related industries sent Mr. Bush a letter last month begging for relief.

    (...)

    If the tariffs don't go, all this will only get worse. The European Union, Japan, China, Norway and others are already busy polishing their lists of U.S. goods on which they could impose big retaliatory tariffs. The lists are designed to inflict maximum economic and political pain, hitting popular products from key electoral states. The EU's short list includes T-shirts, fruit juices, toilet paper, pantyhose, notebooks, watches, ballpoint pens, rowboats and apples. EU Trade Commissioner Pascal Lamy made clear that within 35 days Europe would impose tariffs that could reach $2.2 billion. This would dwarf the ITC's $680 million estimate of damage already done.

    The best solution is for the Administration to recognize the WTO decision for what it is: a golden opportunity. The U.S. economy is showing signs of recovery, but nothing is certain. By citing the verdict and dropping the tariffs now, Mr. Bush can further aid the economy, in particular one sector that is still struggling to get on board the recovery train: manufacturing. Along the way, he'll save other industries from big hits to their exports. And by complying with global trade rules, the U.S. will gain needed credibility in its attempts to get free-trade talks back on track.

    posted by Miguel Noronha 11:30 da manhã

    A Liberdade Sob Sequestro

    Artigo de José Manuel Fernandes no Público.

    Não sei exactamente em que ano foi, mas calculo que tenha sido por altura da crise de 1969, teria eu uns 12 anos. Numa viagem a Coimbra, onde o meu pai se deslocava com regularidade, resolveu levar-nos a dar uma volta pela "alta" da Universidade à noite. De carro. Que foi todo o tempo seguido por outro carro, um "nívea" da PSP, como na altura eram conhecidos os Volkswagen Carocha daquela corporação. Três anos mais tarde, quando, depois do assassinato de Ribeiro Santos por um agente da PIDE, numa reunião de estudantes comecei a militar no movimento associativo, as histórias dessa crise estudantil e dos confrontos com a polícia passaram a integrar o meu imaginário. E sabia muito bem por que motivo a academia coimbrã passara a considerar que qualquer intervenção policial no seu espaço era um tabu.

    Mais de trinta anos depois e quando Portugal é uma democracia consolidada onde existem leis e uma Constituição para cumprir, os acontecimentos da última semana impõem uma interrogação: será que o tabu não passa hoje de uma forma de contemporizar com uma situação de "far-west" instalada no local mais nobre e simbólico da Universidade, a secular Porta Férrea? Será que a "alta" de Coimbra, onde em 1969 não se podia circular sem se ser seguido pela polícia, é hoje um espaço fora das leis da República, onde estas não se aplicam e onde ninguém tem força, ou vontade, ou autoridade para as fazer aplicar?

    Participei, antes do 25 de Abril, em piquetes de greve e tive muitas vezes de fugir da polícia por fazê-lo. Nesses piquetes não impedíamos ninguém de ir às aulas ou a exame, apenas tentávamos convencer os colegas, e tínhamos de fazê-lo às escondidas. Era difícil e perigoso, mas valia a pena.

    Fechar a cadeado as portas de uma universidade é fazer exactamente o contrário. É ter medo de não se ser apoiado pelos estudantes. É impor-lhes pela força o que provavelmente não se obteria pela persuasão. E não é fazer greve, é organizar um "lock-out", algo que Constituição proíbe. Não é um acto de coragem, mas um sintoma de cobardia.


    Para além do mais, é um crime previsto e punido pelo Código Penal, como nesta edição recorda Vital Moreira, alguém que conheceu as lutas estudantis no tal tempo em que os "níveas" não deixavam a "alta" de Coimbra.

    Por isso as autoridades académicas, mesmo podendo discordar das leis em vigor (como é o caso do reitor, Seabra Santos), têm de fazer mais do que enviar uns bombeiros ou um grupo de funcionários e, depois, declararem-se impotentes: cabe-lhes assegurar que os serviços funcionam, que os professores podem trabalhar e que os estudantes tanto podem fazer greve como ir às aulas, tanto podem manifestar-se como passar o dia a estudar.

    A liberdade por que lutaram gerações de estudantes não pode agora ser raptada, sequestrada, por grupos que julgam que têm todos os direitos e nenhuns deveres. E que julgam poder fazer tudo impunemente



    posted by Miguel Noronha 10:11 da manhã

    Grande Bronca! (via Barnabé)

    Partilho as preocupações do Luciano. O Arnold Schwarzenneger não pode ser abertamente criticado pelo Ralf Dahrendorf e pelo Zbigniew Brzenziski. Tal não era suposto acontecer. Sobretudo nas democracias liberais.

    Confesso a minha desorientação. Vou ter que pedir instruções a Langley.
    posted by Miguel Noronha 9:55 da manhã

    Constituição Europeia

    O Desesperada Esperança tem dois posts sobre o assunto.
    posted by Miguel Noronha 9:03 da manhã

    terça-feira, novembro 11, 2003

    Shall We Borrow from the Children

    The great majority of private individuals achieve some positive saving over their lifetime, the ratio of saving to personal income averaging from 2-3 per cent to near 20 per cent from country to country and year to year. The ratio is highest for individuals near the peak of their earning power and declines in old age, but it seems to be a near-universal aspiration, not confined to people who have children, to leave more at the end of one's life than one was given at its start. Dissaving via cumulative budget deficits runs counter to this objective. It consumes resources now which would otherwise have been available for future consumption. To add insult to injury, this pre-emptive move is not costless. Its cost, the debt interest which reflects the present generation's time preference, will be paid mostly by our descendants through the indefinite future.

    Governments buy support by spending money, not by siphoning it away in taxes. Spending now and deferring the matching taxes to an indefinite future is dictated by the most elementary political know how and it should not surprise nor shock anyone to see it happen again and again, especially when elections approach and politicians start getting desperate. They are not wicked, they are just playing by the democratic rules. That the electorate is quite content with these rules, or at least does not try to alter them, is perhaps more difficult to explain.1 It may be that the bulk of the electorate just does not see the connection and cannot be bothered to think about it. Public choice theory has several other, less simple explanations for the contrast between collective and private behaviour. Whatever the reason, they are mutually contradictory and the economic and social consequences are fairly weighty.

    The deficit and public debt problem shows up to varying degrees in the USA, most European countries and very acutely in Japan. The US has tried to stem it by placing a ceiling on the federal debt, a measure whose only effect is to oblige the Congress to raise the debt ceiling every time the rising debt catches up with it. Japan has so far not done anything systematic to control the debt. In Europe, fiscal histories and outlooks differ widely between countries. The twelve states that have adopted the euro have understood that a common currency combined with widely divergent fiscal regimes could give rise to dangerous and unfair free riding.2 To forestall this, in the Maastricht treaty founding the currency union they accepted the obligation to keep the national debt under 60 per cent and the budget deficit under 3 per cent of national income (GNP).

    As was obvious from the outset, the treaty obligation is proving unenforceable. France showed no embarrassment in declaring, almost in so many words, that it will reduce its deficit to the Maastricht limit when it will find it convenient to do so. Less arrogantly, Germany is following much the same course. Only poor little Portugal is scrambling to obey the treaty, for what will not be enforced against big states may be enforced against small ones.

    However, it is instructive to see what would happen if eurozone countries were strictly to stick to the 3 per cent limit year in, year out, not deviating from it in either direction. Let us suppose, counter-factually, that they all start with a national debt at 60 per cent of GNP. (This limit is in the treaty but carries no sanction).

    What happens under this hypothesis as we move over time depends primarily on the average rate of growth of GNP. Assuming that the zone as a whole achieves growth at 2 per cent a year looks optimistic from the perspective of the dismal present, but should be feasible with only reasonable luck. Consider a ten-year time span,?not a long time for a currency union. At the end of Year 1, GNP rises from 100 to 102 and the national debt from 60 to 63. At the end of Year 10, GNP is at 122. The national debt rises to 93, which amounts to 76.4 per cent of GNP. The longer the period considered, the more glaring becomes the effect of the growth of the debt being faster than the growth of national income.

    It would seem, then, that unless economic growth were much faster than we can realistically expect in a zone of welfare states, even durable obedience to some such self-denying ordinance as the Maastricht treaty cannot guarantee long-run equilibrium. Regardless of questions of morality, economic realities alone tell us that "borrowing from the children" had better not become a steady habit.

    posted by Miguel Noronha 4:11 da tarde

    Colombia

    Alvaro Uribe parece estar a ter sucesso na luta contra a violência. Até o insuspeito (para a esquerda) NYT concorda:

    For years, Colombia's drug-fueled conflict raged, with Marxist rebels and right-wing paramilitaries gaining ground and growing ever more violent as the United States spent billions trying to control the mayhem.
    But now, 15 months in office into a four-year term, President Álvaro Uribe is taking actions that suggest he is ready to be bolder than past leaders in dealing with this country's seemingly intractable violence.
    Unlike his predecessors, who proved ineffectual at taming the war, Mr. Uribe has come up with a coherent plan that sets out how Colombia might be extricated from its morass.
    Under his "democratic security program," steps have been taken to weaken the rebels, disarm the death squads and install a state presence in long forgotten regions of this country of 40 million people.
    Even after a setback last month in a referendum, Mr. Uribe continues to enjoy what the experts call a remarkable level of support, with one poll taken days after the Oct. 25 vote showing him with the same approval rating as before, 77 percent. In theory, that support gives him the political leverage to follow through on his bold program

    (...)

    Homicides, which topped 32,000 in the last year of the previous government, have fallen 16 percent, and kidnappings are down 22 percent. Mass killings of villagers ? what Colombia's government calls massacres ? have also dropped

    (...)

    Mr. Uribe's trips to rural provinces torn by war have helped solidify his message of control, even though the FARC has tried to assassinate him several times.
    In August, after rebels fired on his helicopter, he continued to his destination, the northern town of Granada. "We are never going to go from here," Mr. Uribe told 2,000 villagers who came to hear him. "The FARC has to get out of here, as from all of Colombia."

    posted by Miguel Noronha 2:40 da tarde

    Universidade de Coimbra

    Felizmente ainda existe quem se insurja contra a prepotência da AAC.
    posted by Miguel Noronha 12:35 da tarde

    Concorrência

    Artigo de Francisco Sarsfield Cabral no DN:

    É óptima a concorrência - mas o meu caso é especial. Eis a atitude típica de muito empresário português. Não é de espantar, pois vivemos numa cultura antimercado. Tivemos décadas de condicionamento industrial, em que uma empresa só poderia abrir se as já instaladas no sector concordassem. Tivemos as nacionalizações e a ideologia colectivista. E temos, hoje, a obsessão dos grupos económicos fortes, com centros de decisão no País, e o Estado a intervir na gestão empresarial. Nada disto favorece a compreensão de que, ideologias à parte, o mercado é a primeira linha de defesa do consumidor e o seu funcionamento torna as empresas mais competitivas. E ainda que o mercado exige um Estado a sério.

    Proteger empresas só as enfraquece. Numa concorrência cada vez mais de âmbito global, quem está acomodado a protecções nacionais acaba por não vingar. E a pequenez do nosso mercado não pode ser desculpa para entravar a livre competição - veja-se o mercado da Irlanda, bem mais pequeno. A concorrência tem custos, naturalmente, mas só ela nos obrigará a largar rotinas e a sermos mais produtivos. Ou seja, não é só o consumidor quem perde com a falta de mercado: é o País.

    No entanto, entre nós continuam a aceitar-se com a maior passividade coisas como os preços dos supermercados serem mais altos nas zonas onde existe um só estabelecimento, ou que a EDP faça os seus clientes pagarem os custos de reduzir pessoal (não há, então, ganhos de produtividade?...), ou, ainda, que o «cambão» seja habitual na maioria dos concursos. A recém-criada Autoridade da Concorrência tem muito trabalho pela frente. E a sua prioridade deve ser despertar Portugal para o que agora perde com a falta de verdadeiro mercado.

    posted by Miguel Noronha 10:45 da manhã

    Novidades

    O Vitamina C mudou-se para aqui.

    O Eduardo chama-me a atenção para o seu What do you represent. Vale a pena a visita.
    posted by Miguel Noronha 9:45 da manhã

    EU wins in steel case with US

    The US could be faced with huge sanctions following a World Trade Organisation (WTO) ruling on Monday that Washington's tariffs on steel imports were illegal.

    The WTO's announcement is a victory for the EU and puts fresh pressure on the Bush administration to withdraw the tariffs.

    (...)

    The EU brought the case to the WTO along with Japan, South Korea, China, Switzerland, Norway, New Zealand and Brazil.

    A joint statement published yesterday (10 November) says that the ruling "leaves the US with no other choice but to terminate its WTO-incompatible safeguard measures without delay".

    The row goes back to January last year when the US imposed tariffs of up to 30% on steel imports in an effort to protect US producers from tough foreign competition


    Esta decisão é uma boa notícia para os defensores do livre comércio. Espero que esta decisão, no entanto, não degenere numa desautorização da OMC e, consequentemente, numa guerra proteccionista. Espero, embora saiba que provavelmente tal não vá ocorrer, que os países que tanto batalharam contra estas tarifas aproveitem para baixar as suas.
    posted by Miguel Noronha 8:46 da manhã

    segunda-feira, novembro 10, 2003

    Kristallnacht

    Há 65 anos aconteceu a infame kristallnacht.

    The year 1938 saw a horrific radicalization of the anti-Jewish policy of the Nazi regime. The change began with the events surrounding the annexation of Austria to Germany (the Anschluss), which was accompanied by unprecedented attacks on the Jews of Vienna. This was followed by an exacerbation of the forcible confiscation of Jewish property ("Aryanization"). In October 1938, about 17,000 Jews of Polish origin were deported from Germany. This chain of events culminated in an outburst of violence against Jews throughout the Reich in November 1938. This became know as the Kristallnacht Pogrom, in the course of which 99 Jews were murdered. Following Kristallnacht, approximately 30,000 Jews were arrested and held in concentration camps - the first time that such arrests were made en masse. The incidents and the regulations that ensued were a heavy blow to Jewish life in Germany.









    Fontes: The Holocaust\Shoah Page e The Shoa Resource Center.
    posted by Miguel Noronha 7:55 da tarde

    Profetas da Desgraça

    Da crónica de João César das Neves no Diario de Notícias:

    [A] economia cai este ano quase 1% e o desemprego está acima dos 6%. Isto não é nada agradável e muita gente está a sofrer. No entanto, como crise, temos de dizer que é bem ligeira. Passámos, e não há muito tempo, por conjunturas bem piores e à nossa volta muitos países têm sérias dificuldades. Só se os portugueses andarem muito sensíveis é que ficarão tão deprimidos com tão pouco.

    Também a crise orçamental, hoje tão glosada, está longe de ser séria. Deveríamos antes andar satisfeitos por o Estado finalmente fazer um pouco de dieta. Sobretudo porque ele come à nossa custa. Os partidos da oposição, um dos quais assinou o Pacto de Estabilidade, deveriam ter algum senso. Não se podem queixar da «obsessão pelo défice» do Governo e a seguir protestar com as medidas extraordinárias que a aliviam.

    [O]s economistas e políticos repetem que o nosso modelo produtivo está esgotado e é preciso outro. Mas os economistas e os políticos, que nunca produziram nada, sempre disserem isso em todas as épocas e conjunturas. E como não foram eles que arranjaram o modelo que nos trouxe até aqui, também não dependemos da sua opinião para o futuro.

    posted by Miguel Noronha 5:33 da tarde

    O Muro

    Passaram 14 anos da queda do muro de Berlin.

    After the second world war, defeated Germany was divided up into 4 parts: an American, British, French and Soviet occupation zone. Berlin was also divided into 4 sectors. In 1948, the Soviet authorities tried to annex the whole city and started a blockade of the US, British and French sectors. The plans failed due to the Berlin Airlift, and in May 1949 the blockade was lifted. That same year, the Soviet part of Germany became the German Democratic Republic (GDR) with East Berlin as its capital. The other zones became the Federal Republic of Germany with the capital Bonn. The western part of Berlin became a separate enclave surrounded by East Germany.

    Until 1961, East Germans could move freely between the Western and Eastern parts of Berlin. But many East Berliner were attracted by the more prosperous West, and by 1961 up to 20,000 East Germans a month flocked to West Berlin. On August 12, 1961 the East German authorities decided to close the border around the Western sectors of Berlin in order to prevent people from fleeing. Officially, it was an antifascist protection barrier to defend the East against Western aggression.
    The next day, early morning August 13, West Berlin was surrounded by barbed wire. Traffic at the border was halted and the underground and S-bahn connecting the different sides of the city were put out of operation. Houses at the eastern side of the border were evacuated and the windows on the border side were bricked up.
    Over time, the barbed wire was replaced by a 3.6m high wall. Along the Wall's east side ran a 'death zone', an area controlled by guards. A total of 293 watch towers and 57 bunkers were built along the 155km long border. The guards were given the order to shoot at escapees. As a result 192 people were killed in an attempt to cross the border.

    After Soviet President Gorbatchev visited West Germany in 1989, Hungary opened its border with Austria. This allowed East Germans to flock to the West. Meanwhile, street protests drawing more and more people put pressure on the GDR government. Finally on November 9, 1989, travel restrictions were lifted. Shortly after, border gates opened and people flooded into West Berlin.










    "Ich bin ein berliner"


    "Mr Gorbachev tear down this wall"








    Fontes: Time, Berlin Wall Pictures, MSNBC.
    posted by Miguel Noronha 5:00 da tarde



    cortesia Cox & Forkum
    posted by Miguel Noronha 3:15 da tarde

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    "A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
    F.A.Hayek

    mail: migueln@gmail.com