O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sábado, março 06, 2004

Leitura Recomendada

"Estaline e a Nova Esquerda" no Blasfémias.
posted by Miguel Noronha 2:06 da tarde

Publicidade Institucional


posted by Miguel Noronha 11:48 da manhã

Longa se Torna a Espera

Espero que estejas sentado...
posted by Miguel Noronha 3:09 da manhã

sexta-feira, março 05, 2004

Corporate Governance

Durante a polémica acerca da venda das radios Voxx e Luna foram levantadas algumas questões que pertencem ao domínio do Corporate Governance (take over hostil, objectivos da empresa embora não explicitamente a defesa dos stakeholders).

A quem quiser ficar a par das diferenças dos modelos anglo-americano, alemão e japonês aconselho a leitura do livro "Corporate Governance: Accountability in the Marketplace" de Elaine Sternberg editado pelo Institute of Economic Affairs (também disponível para download em pdf).

The Anglo-American model allows corporations to fulfil their corporate purposes more effectively than the stakeholder or the German/Japanese models. Given that problems of executive pay, accounting scandals and so on result in corporations not achieving their proper purposes, Sternberg finds that achange in the regulatory model cannot be the answer. Instead, she proposes that we should look at the ways in which regulation prevents the Anglo-American model from working in practice as effectively as it should in theory. Sternberg shows how a genuine "market" in corporate governance could be created so that firms had to compete for funds, with their mode of governance being one of the attractions to potential shareholders.

posted by Miguel Noronha 4:45 da tarde

Venezuela's U.N. ambassador, Milos Alcalay, resigns in protest against the government of President Hugo Chávez

Venezuela's ambassador to the United Nations, Milos Alcalay, announced Thursday that he was resigning because he could no longer represent a government that abuses human rights.

''I regret to see that my country is moving away from basic principles that should always be present in the implementation of a diplomacy based on democratic values,'' Alcalay said in a letter read to reporters.

Those principles include ``the protection of human rights, the undeniable need for a fully effective democratic regime and the need for it to take action through diplomacy using constructive dialogue.''

Alcalay's letter said the repression of opposition demonstrators in the past week revealed a pattern that ``closely resembles those totalitarian or authoritarian regimes rejected by the peoples of Latin America in the 1980s.''

''As such, it is with deep regret that today I have resigned my post,'' Alcalay, a career diplomat with more than 30 years' experience, said in his letter to Foreign Minister Jesús Pérez.

posted by Miguel Noronha 3:31 da tarde

Russian Engineers Reportedly Gave Missile Aid to Iraq

A group of Russian engineers secretly aided Saddam Hussein's long-range ballistic missile program, providing technical assistance for prohibited Iraqi weapons projects even in the years just before the war that ousted him from power, American government officials say.

Iraqis who were involved in the missile work told American investigators that the technicians had not been working for the Russian government, but for a private company. But any such work on Iraq's banned missiles would have violated United Nations sanctions, even as the Security Council sought to enforce them.

Although Iraq ultimately failed to develop and produce long-range ballistic missiles and though even its permitted short-range missile projects were fraught with problems, its missile program is now seen as the main prohibited weapons effort that Iraq continued right up until the war was imminent.

After the first Persian Gulf war in 1991, Iraq was allowed only to keep crude missiles that could travel up to 150 kilometers, or about 90 miles, but the Russian engineers were aiding Baghdad's secret efforts illegally to develop longer-range missiles, according to the American officials.

(...)

Because some of the Russian experts were said to have formerly worked for one of Russia's aerospace design centers, which remains closely associated with the state, their work for Iraq has raised questions in Washington about whether Russian government officials knew of their involvement in forbidden missile programs. "Did the Russians really not know what they were doing?" asked one person familiar with the United States intelligence reports


Torna-se cada vez mais claro que os países que se oposurem à invasão do Iraque estavam apenas preocupados com o respeito pela direito internacional.
posted by Miguel Noronha 12:23 da tarde

Ministra das Finanças diz que o Governo não tem instrumentos para animar economia

A ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, admitiu que o Governo está quase sem instrumentos de política para estimular o crescimento da economia, durante um debate promovido pelo PSD na noite de anteontem. Durante a iniciativa, centrada no pacto de estabilidade e crescimento, a ministra disse que "esta é a primeira vez que se está a procurar fazer crescer a economia em [regime de] moeda única" e reconheceu que o Governo "está quase sem instrumentos", tendo apenas "a política orçamental".

Depois de confessar a sua "inveja" pelos anos, mencionados pelos convidados Ernâni Lopes e Medina Carreira, em que a economia crescia a 10 e 11 por cento ao ano, Manuela Ferreira Leite acrescentou que "em moeda única, as possibilidades de fazer subir a economia são mais limitadas".

Em todo o caso, e além da intervenção do Executivo, a ministra considerou que o "grande problema de Portugal é a falta de competitividade". Com o pressuposto de que "em economia global só se sobrevive se se for competitivo", Ferreira Leite concluiu que o crescimento está dependente de conseguir competitividade, sob pena de se ficar "definitivamente votado ao fracasso".

A ministra das Finanças defendeu o pacto de estabilidade e crescimento e manifestou dúvidas e receios quanto à sua revisão porque, justificou, "os que eu vejo a defendê-la pretendem aumentar a despesa". Manuela Ferreira Leite defendeu ainda que um dos problemas do "laxismo orçamental" é que este conduz ao aumento da taxa de juro.


Queria fazer duas considerações acerca das declarações de Manuela Ferreira Leite.

Em primeiro lugar, noto que a Ministra das Finanças desejaria que o Governo detivesse maior controlo sobre a Economia. São mais as circunstâncias do que uma questão de filosofia económica que levam a desintervenção do Estado na Economia.

Por outro lado não é apenas o "laximo orçamental" mas os próprios gastos do Estado que levam a manipulações da taxa de juro. Segundo a Escola Austriaca estas manipulações dão sinais errados aos agentes económicos que alteram as suas decisões de consumo e investimento e que, em ultima análise, são a causa das recessões.

Em segundo lugar o Governo ainda possui dois poderosos instrumentos potenciadores do crescimento económico: a desregulamentação e a política fiscal. Este apenas não são utilizados porque, como referi no ponto anterior, o Governo deseja manter algum controlo sobre a Economia e necessita de fundos para realizar as suas, duvidosas, políticas.

ACTUALIZAÇÃO: Não Duvido que a Ministra estive a constatar um facto. Por outro lado a justificação que é sistemáticamente apresentada deriva de imposições externas (veja-se o célebre episódio da PEC) e não uma real alteração de filosofia económica relativamente ao intervencionismo estatal na Economia.
posted by Miguel Noronha 11:07 da manhã

Desespero

Na NRO David Frum reflecte sobre o significado dos recentes atentados no Iraque e no Paquistão.

Horrible as these crimes were - more than 100 dead in Iraq, another 40 in Pakistan - they testify to the dire circumstances in which the terrorists are finding themselves. In the 1990s, the terrorists won prestige throughout the Islamic world by attacking Americans. Now they are reduced to murdering fellow-Muslims - Shiites, yes, but still Muslims. Question: Do these attacks enhance or detract from the terrorists? image as holy men and good Muslims? Do these attacks attract supporters - or repel them?

The Middle East is a strange place, so it is not entirely impossible that the first answer may yet prove the correct one. Not impossible ? but not likely either. Abu Zarqawi is doing more than any American-funded radio broadcast ever could to drive home the point that America's enemies are also the enemies of peace-loving people in the Arab and Muslim world.

They are so self-destructive, in fact, that they lend new interest to the theory - advocated by the French scholar Olivier Roy - that Islamic militants turned to terror precisely because they despaired of winning political power.

posted by Miguel Noronha 9:46 da manhã

quinta-feira, março 04, 2004

Barnabé Adere ao Capitalismo

Se vocês pagarem bem eu vendo!
posted by Miguel Noronha 9:47 da tarde

Lições

Ainda Desagradado com o fim da Voxx e da Luna o Daniel Oliveira (DO) aproveita para me dar uma lição sobre a doutrina liberal nestas materias. Não sei que autores ele consultou mas as suas conclusões parecem diferir das das minhas fontes.

Comecemos pelo fim. Diz o DO:

Todos os países capitalistas mais desenvolvidos têm leis anti-trust (na comunicação social e em todas as actividades) e contra compras hostis. Vale a pena ler a legislação americana nesta matéria. Ao seu olhar, haveria de lhe parecer socialista.


Temos o habitual erro de tomar a parte pelo todo. O facto de os países ocidentais (particularmente os EUA) serem mais liberais não significa que toda a legislação e actos dos respectivos governantes o sejam.

Como refere Israel Kirzner em "Ludwig Von Mises: The Man and His Economics " sobre o monopólio:

"In the mainstream neoclassic economics, the idea of monopoly has came to mean a market in which a selleras a certain control over his price, reflected in his being confronted by a demand curve for his product that is less than perfect elastic (ie not horizontal but downward sloping). [...] To the extent that a seller is indeed a monopolist, his price is not determined by competition but by his own profit-maximizing calculation.

[...]

For [Ludwig Von] Mises, however, the notion of monopoly (...) is rather different.

[...]
Instead it must be defined in terms of the obstacles to entry that protect the monopolist from the competition of others. In the absence of governmentally granted monopoly priviliges, Mises found only one source of such obstacles to entry to be possible: the possibility that one seller controls the entire supply of a particular scarce resource that is of great importance to a particular branch of production.


Logo, o cerne de uma verdadeira política que procura evitar os abusos monopolísticos deve ser, não impedir a sua constituição, mas garantir a inexistência de barreiras à entrada nos mercados. Como bem lembra Mises essas barreiras são, na maior parte das vezes, criadas por vias administrativa (veja-se o caso das farmácias).

Se bem me lembro, durante alguns anos, antes de ser aprovada a célebre lei da rádio o panorama radiofónico nacional era bastante liberalizado. Existiam as célebres "rádios livres" que o Governo tolerava. Qualquer um podia criar uma rádio. A escolha dos objectivos (lucrativo ou apenas por ludico) e programação era da inteira responsabilidade dos seus donos. A única barreira à entrada era o custo do equipamento (que variava conforme a qualidade e o alcance desejado). Não me recordo de, na altura, serem levantados os problemas da "diversidade" ou "monopólio". Com a aprovação da lei da rádio o panorama alterou-se significativamente. Para se poder emitir era necessária uma licença (com um custo) e obedecer a determinadas regras de programação. Dado que a oferta foi administrativamente limitada tornou-se necessário introduzir limites ao numero de rádios que uma mesma empresa, ou individuo, podia deter.

A segunda crítica (a primeira aliás) que me faz DO é a seguinte:

1. Ao contrário do que pensa, as frequências radiofónicas não são de ninguém, são um bem público que, por isso, só pode ser utilizado a partir de emissão de licença do Estado. Quem não as usa, perde-as. Por isso, não, nenhuma empresa pode fazer o que entender com um bem que não lhe pertence, até porque não o comprou.


Como já referi no ponto anterior esse problema só se coloca porque o mercado se encontra administrativamente limitado.

Como referem José Manuel Moreira e André Azevedo Alves em "O Que é a Escolha Pública?":

Os bens públicos puros serão todos aqueles que reunam duas características: a não exclusão e a não rivalidade: por "não exclusão" entende-se a a impossibilidade técnica de, uma vez que o bem em causa esteja a ser fornecido impedir potenciais consumidores de beneficiar dele. Por "não rivalidadade", refere-se a situação em que o consumo do bem por um agente não afecta a sua sua disponibilidade para os restantes consumidores. A existência de bens públicos dificulta a sua provisão através do mercado devido aos problemas do free rider, ou seja, da existência de incentivos a que os individuos usufruam do bem sem suportar os seus custos. Dada a não rivalidade e a não exclusão esses bens teriam um grau subóptimo de produção (ou não seriam sequer produzidos), uma vez que cada individuo não se revelaria disposto a pagar por ele, na expectativa de obter os benefícios dos bens em causa "à custa" dos restantes indivíduos.

[...]

[A] necessidade de o Estado regular a concorrência tem de partir da demonstração da existência de externalidades negativas [ie quandos os efeitos da normal actividade de um agente prejudicam outros] de forma associadas ao livre funcionamento do mercado. Por outro lado só é possível defender a regulação da qualidade pelo Estado na medida em que seja provado que esse serviço (a regulação) é um bem comum. Assim sendo, embora se justifique estudar os efeitos práticos das várias formas de regulação, não encontramos fundamento para que a necessidade de "regulação" possa , por si só, constituir uma justificação autónoma para a acção do Estado.


O problema de free riding não se coloca dado que não é cobrada (no caso das rádios privadas) qualquer taxa ao ouvinte. As receitas de uma rádio são, na sua grande parte, provinientes de publicidade. O "grau subóptimo de produção" verica-se mas foi criado por imposição estatal. E, para terminar, não vislumbro a existência de qualquer externalidade negativa.


Não quero terminar sem relembrar o que pensa o presidente da FCC (a autoridade americana de telecomunicações) acerca da concorrência neste sector:

"I personally don't think anybody is safe. I don't believe any company currently in communications is so well-structured and tied down that they are guaranteed to be here 15 years from now."

"Amateur inventors can disrupt established companies with new technologies such as wireless phones and instant messaging"

Kids can still come out of a garage with something that blows the pants off of Ivan Seidenberg [o CEO da Verizon Communications - a maior empresa do telecomunicações dos EUA]

"If anybody doubts that big companies can find themselves wiped out, we can go through the history of disrupting technologies. I have a long list of companies once thought invincible."

"It's easy to vilify a corporate mogul. But when you understand you make money producing what interests the public, the argument becomes quite a bit more queasy, doesn't it? Are you really indicting the mogul, or what your countrymen like to watch? The media companies, if they have one sin, is that they're too responsive,"


A dimensão relevante e o respectivo poder de mercado de uma empresa no sector das telecomunicações é, portanto, bastante relativa.


Peço desculpa pelo tamanho do post.


posted by Miguel Noronha 8:45 da tarde

A Guerra Mundial em Curso

Excerto do artigo de José Pacheco Pereira no Público.

No plano político, estes europeus desejam acima de tudo manter o "statu quo" mundial, e excluem liminarmente toda a acção que o perturbe. É esta a chave da sua política que implica necessariamente incomodidade ou oposição aberta às intervenções militares "preventivas". A esta afirmação da estabilidade a todo o custo acrescenta-se uma análise que implica uma culpa objectiva dos americanos no surto terrorista, pelo seu apoio ao Estado de Israel, ou pela sua supremacia económica e militar. Para estes europeus, a chave da derrota do terrorismo seria a mudança da política externa americana, ou, mais radicalmente, a passagem dos EUA para uma potência de segunda ordem no plano militar internacional, isolado e isolacionista.

É nesta análise e nesta posição culpabilizante-defensiva que penso haver um erro essencial e uma incompreensão das características da actual guerra mundial. Não é preciso ir mais longe do que os recentes atentados no Iraque e no Paquistão para perceber o erro essencial desta análise: não é por si a política americana que é o adversário, nem o conflito israelo-palestiniano, mas o confronto global entre um islão fundamentalista e tudo o que limite a sua influência e poder. A própria existência de um mundo alheio ao islão fundamentalista é razão para a guerra.

O carácter global da guerra revela-se também nos seus objectivos secundários, ou instrumentais, um dos quais é a subjugação do xiismo. É isto que alguns dirigentes religiosos xiitas iraquianos e iranianos perceberam melhor que muitos europeus. Os atentados nas cidades de Bagdad e Karbala não mataram americanos nem essa era a sua intenção, mataram xiitas, muçulmanos heréticos. O seu objectivo é suscitar uma guerra civil religiosa no Iraque, o melhor antídoto contra qualquer esforço democratizador, que resolvesse as veleidades de normalizar o país, e que pusesse na ordem esse sector da população (maioritário), cujo jugo terminou com a invasão da coligação. A sua mensagem é uma clara mensagem de poder puro: em terras "nossas" não há lugar para outro poder que não a ditadura dos iluminados fundamentalistas, nem lugar para todos aqueles que, mesmo muçulmanos, possam desejar mudança. Não é nacionalismo, nem resistência, é uma afirmação global de posse: de posse das terras (referência aos "cruzados"), de posse das populações. Nesta parte do mundo, mandamos nós, enquanto não mandamos nos outros - eis a mensagem fundamentalista.

posted by Miguel Noronha 5:32 da tarde

Indignações

O Jaquinzinhos regista e comenta várias vozes que mostraram a sua indgnação à pretensão do Ministro da Educação em realizar exames nacionais no 6º ano.
posted by Miguel Noronha 4:52 da tarde

Parabéns!

A Voz do Deserto comemora um ano de existência.
posted by Miguel Noronha 3:31 da tarde

Queixinhas pt II

O Daniel Oliveira e o Luís Rainha consideram inaceitável que a Media Capital (de que Luís Nobre Guedes é accionista) tenha decidido encerrar as rádios Voxx e Luna. O Daniel Oliveira, inclusivamente, suspeita que se trate de um sórdido complot para "diminuir ao mínimo a diversidade radiofónica portuguesa".

É realmente inacreditável que a Media Capital pretenda dispor de duas frequências para os fins que bem entenda. Consigo imaginar o dialogo entre os administradores da empresa:

Administrador X: Ouvi dizer que existem perigosos esquerdistas a ouvir a Voxx e a Luna.

Administrador Y: O quê?!

Administrador Z: Isso é inaceitável! Temos que acabar com a diversidade radiofónica!

Administrador X: Está decidido. Compramos as frequências e fechamos esses antros de perversão.


E agora uma sugestão: porque é que vocês os dois não se juntam para comprar uma frequência que aposte na diversidade?
posted by Miguel Noronha 2:34 da tarde

Beware of Quantum Ducks!

Não podia deixar em claro a reactivação do Quark! Quark! que aproveitou o defeso para contratar um valioso colaborador.
posted by Miguel Noronha 12:40 da tarde

Liberdade de Escolha na Educação

Aconselho a leitura da resposta que o Liberdade de Expressão deu (1 e 2) ao barnabé que tinha ficado indignado com possiblidade, de nos EUA, existirem escolas públicas só para rapazes ou raparigas.

Na maior parte dos países, os filósofos do ensino, conseguiram fazer vingar a tese que é ao Estado que compete definir o que pode ser ensinado. Também defendem que o Estado deve ter o monopólio do ensino (embora admitindo escolas privadas desde que submetidas a intensa vigilância pedagógica).

A tese sustenta ainda que estas competências não podem ser confiadas aos país. Quaisquer que eles sejam. Embora reconheça que existem progenitores a quem não merece ser confiadas as decisões acerca do ensino dos filhos custa-me a crer que estes sejam a regra e não a excepção. Também me custa a crer que os decisores a quem são confiadas estas tarefas sejam menos atreitos a erros que os pais das crianças. Aliás, a profusão de reformas educativas de sinal contrário que se sucedem e os indices de desempenho escolar constantemente propagandeados sugerem isso mesmo.
posted by Miguel Noronha 11:31 da manhã

A Escola Toda

O ex-Ministro da Educação Augusto Santos Silva (ASS) declarou estar contra a realização de exames nacionais no 6º ano.

«Não podemos ao mesmo tempo sustentar o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 12 anos e semear o percurso dos alunos de provas de obstáculos cuja consistência pedagógica é muito discutível»

«faz sentido que haja exames nacionais no fim de um percurso educativo», mas «faz muito pouco sentido que haja exames no 6º ano e mesmo no 9º ano».


Depreendo que para ASS o que é importante é que as estatísticas indiquem que o maior número de alunos tenha completado a escolaridade obrigatória.

Independentemente de ter ou não adquirido os conhecimentos que é suposto (estes já de si passíveis de discussão) a progressão do aluno deve ser automática. Mais. Independentemente de ter ou não vontade de continuar a estudar é obrigado a permanecer doze anos numa qualquer escola. Segundo a pretensão de ASS sem ser avaliado.

Terminado esse periodo será devolvido à sociedade e poderá candidatar-se ao Rendimento Social de Inserção.

Numa conferência de imprensa o Ministro anunciará, orgulhoso, perante a comunicação social que os níveis de escolarização em Portugal estão ao nivel europeu.
posted by Miguel Noronha 10:36 da manhã

O Herói de Trondheim


posted by Miguel Noronha 8:34 da manhã

quarta-feira, março 03, 2004

Citação

Para compensar a parca produção de hoje deixo-vos uma citação de Bastiat.

The state is the great fiction by which everybody tries to live at the expense of everybody else.

posted by Miguel Noronha 7:48 da tarde

O Apocalipse Anunciado - pt XVII

O infalivel ecomista Fernando Rosas condena-nos uma vez mais à miséria.

O celebrado Professor Rosas consegue bater, de artigo para artigo, o recorde de Disparates Por Linha (dpl's)...
posted by Miguel Noronha 11:28 da manhã

EUA - Primárias do Partido Democrata

O Senador John Kerry viu ontem confirmado o seu estatuto de candidato oficial do Partido Democratico à Casa Branca ao vencer nove das dez primárias realizadas. O seu principal oponente John Edwards desisitiu e o pré-favorito Howard Dean obteve uma vitória pirrica no Estado de Vermont.
posted by Miguel Noronha 8:36 da manhã

terça-feira, março 02, 2004

Frescas de Espanha

A não perder n'O Comprometido Espectador.
posted by Miguel Noronha 6:45 da tarde

Queixinhas

Uma associação de juristas britânicos pretende apresentar uma queixa contra Tony Blair e três outros ministros do governo trabalhista.

A queixa baseiam na decisão de Blair pretender infligir "intencionalmente um ataque, sabendo que este ia causar à população civil perdas e danos" e "[n]o embargo de natureza genocida e [n]os ataques desumanos de que o Iraque foi vítima".

Por momentos pensei que se estivem a referir a Saddam Hussein.

A crediblidade do TPI e dos opositores à intervenção no Iraque não cessa de aumentar...
posted by Miguel Noronha 2:48 da tarde

O Bloco

Medeiros Ferreira sobre o Bloco de Esquerda no Diario de Notícias.

Depois do efémero PRD, foi o BE a única força política que se conseguiu estabelecer no mercado eleitoral. E com uma estabilidade temporal maior. O BE tem a original característica de ser uma força política de extrema-esquerda essencialmente eleitoralista. Alicerçado num bom e variado corpo de protagonistas, sem uma base social de apoio a que tenha de prestar contas, o BE é, ao mesmo tempo, marginal e eleitoralista, sabendo manejar a preceito a tribuna parlamentar e a comunicação social.

posted by Miguel Noronha 2:04 da tarde

Hayek

Na National Review Jason Steorts escreve sobre o livro "Hayek's Challenge: An Intellectual Biography of F.A. Hayek" de Bruce Caldwell

According to Caldwell, Hayek's main message concerned "the limits that we face as analysts of social phenomena." In this vein, Caldwell ends with a plea for a renewed interest in the study of economic history — a field that has been almost entirely displaced by economists' ever-increasing interest in mathematical models and empirical analysis. The positivist hope has been that such work would establish law-like relations between events and economic outcomes; but for Hayek — and, as is clear by the end of the book, for Caldwell too — such ambitions smack of hubris.

None of which is to say that empirical work should be abandoned. Hayek's call is for modesty in the profession's aims, not for complete asceticism. But one doesn't have to be an economist — or a political philosopher, or a cognitive psychologist, or anything else — to reflect on the last century and see the catastrophes to which overly sanguine economic planners can lead. For this reason alone, Hayek's challenge is worth remembering, and Bruce Caldwell has done a great service by reminding us of it.

posted by Miguel Noronha 12:22 da tarde

Civismos

No Barnabé Celso Martins deplora a atitude de Avelino Ferreira Torres. Eu também. Concordo absolutamente com o que sobre o assunto escreveu Pacheco Pereira ("AS LEIS QUE NÃO SÃO PARA TODOS").

Pena é que o Barnabé faça um distinção ideológica do civismo. Para este os estudante universitários, que trancaram a cadeado as Universidades e se propunham fazer cortes de estrada, são gente de bem. Avelino Ferreira Torres é um pulha da pior especie.

Pena também que o CDS/PP (pelo menos até agora) não se tenha demarcado claramente das atitudes do seu autarca. Eu sei que nas eleições dos anos que se aproximam convém não desperdiçar vitórias seguras. Mas convém não trocar valores por votos nas urnas.
posted by Miguel Noronha 8:42 da manhã

segunda-feira, março 01, 2004

Wall of Truth

Artigo da TechCentralStation sobre o muro de segurança israelita e as sessões que estão a decorrer no Tribunal de Haia.

The truth about the wall is that to the Palestinian warlords, it spells disaster. They know the wall will put them out of business by making it impossible to execute further suicide attacks. The existing wall between Israel and Gaza shows that the new one will do just that: since its completion, not a single suicide attack has been organised from Gaza. What's more, the wall will make a two-state solution all but inevitable, thereby ending the terrorists' dream of the complete destruction of Israel. The warlords will use any means at their disposal to stop the wall from becoming a political reality. That is why they are bringing this farcical court case. Let's hope the judges will not disgrace themselves. If they have any sense, they will throw it out quickly. The wall, after all, might be the last, best hope for peace in that troubled part of the world.

posted by Miguel Noronha 5:05 da tarde

Bjorn Lomborg

Podem ver a palestra de Bjorn Lomborg no Adam Smith Institute aqui (em QuickTime).
posted by Miguel Noronha 3:53 da tarde

Em Nome dos Cadáveres

Artigo de Olavo de Carvalho no Parlata.

Quando soube que George W. Bush havia decidido invadir o Iraque, perguntei a mim mesmo: Por que o Iraque? Por que não o Paquistão, que tem bomba atômica e distribui tecnologia nuclear no mercado do terrorismo internacional? Por que não o Irã? Por que não a própria Arábia Saudita, de onde jorra dinheiro para Al-Qaeda, Hamas, Hezbollah e tutti quanti?

Leitores, por e-mail, cobravam-me uma "tomada de posição" sobre a guerra, mas eu não tinha nenhuma. Não costumo ter opiniões sobre assuntos em que não posso interferir, e, ao contrário da quase totalidade dos articulistas deste país, não escrevo como quem espera insuflar o pânico na Casa Branca, tirar o sono do Papa ou elevar a pressão arterial de Vladimir Putin. Tudo o que espero é falar a alguns leitores neste canto obscuro do universo, ajudando-os, na medida dos meus recursos, a orientar-se um pouco na confusão mundial. Por isso, nada opinei sobre a guerra, mas adverti meus leitores quanto à farsa dos freis Bettos que já acusavam o presidente americano pela morte iminente de "milhões de crianças iraquianas" (sic) e denunciei a estupidez dos inumeráveis "especialistas" que auguravam a destruição das tropas americanas pela todo-poderosa Guarda Republicana de Saddam Hussein.

Nos últimos dias da guerra, porém, quando se abriram os cemitérios clandestinos nas prisões iraquianas e começou a contagem dos cadáveres, não pude deixar de perceber -- e escrever -- que a decisão de George W. Bush tinha sido moralmente acertada e até obrigatória: qualquer país que mate trezentos mil prisioneiros políticos tem de ser invadido e subjugado imediatamente, ainda que não represente perigo nenhum para as nações vizinhas ou para a suposta "ordem internacional". As soberanias nacionais devem ser respeitadas, mas não para além do ponto em que se arrogam o direito ao genocídio. Escrevi na ocasião e repito: cada protelação da ONU custou, em média, a morte de trinta iraquianos por dia, mais de vinte mil ao longo de dois anos de blá-blá-blá pacifista, isto é, só nesse período, cinco vezes mais que o total de vítimas da guerra. Por ter estancado esse fluxo de sangue inocente, com um número reduzido de baixas de ambos os lados e com a menor taxa de vítimas civis já observada em todas as guerras do século XX, o presidente norte-americano, quaisquer que tenham sido os seus erros, merece a gratidão e o respeito de toda a humanidade consciente.

A correção moral intrínseca da ação americana é tão patente e inegável, que, em todas as discussões que se seguiram na mídia internacional e brasileira, esse aspecto da questão teve de ser sistematicamente escamoteado, para concentrar o foco da atenção pública no problema de saber se Saddam Hussein tinha ou não as tais armas de destruição em massa e, portanto, se ao alegar esse motivo em particular - entre inumeráveis outros - George W. Bush tinha acertado ou não.

Ora, um governo que mata trezentos mil de seus governados não precisa ter altos meios tecnológicos de destruição em massa, porque, com meios rudimentares, já começou a destruição em massa no seu próprio território e tem de ser detido, incontinenti, por quem quer que tenha os meios de fazê-lo. Os EUA tinham esses meios, e fizeram a coisa certa. A ONU os tinha e não fez nada. Quem, dos dois, é o criminoso?

Não é à toa que aqueles que tentaram deter a ação americana - e vingar-se dela depois de vitoriosa - sejam aqueles mesmos "pacifistas" dos anos 60, que, pressionando as tropas americanas a sair do território vietnamita, entregaram o Vietnã do Sul e o Camboja nas mãos dos comunistas, os quais aí fizeram rapidamente três milhões de vítimas, três vezes mais do que o total de mortos de décadas de guerra. Nenhum americano alfabetizado ignorava que o resultado da campanha anti-americana seria esse, que a paz seria mais assassina do que a guerra. Mas as Janes Fondas e os Kerrys queriam precisamente isso. Passadas quatro décadas, só uns poucos dentre aqueles "amantes da paz" tomaram consciência do crime hediondo em que se acumpliciaram na ocasião, e esses, por confessar seu pecado, são alvos de intensas campanhas de ódio e difamação. Os outros não só varreram seu velho crime para baixo do tapete da História, mas, variando levemente de pretextos, se apressam hoje em reincidir nele com alegria feroz, fazendo de conta que trezentos mil mortos não são nada, que deter pela força o genocídio iraquiano foi -- para falar como o ridículo e perverso José Saramago -- "uma atrocidade".

Que argumentos como esse só possam prevalecer por meio da total falsificação do noticiário, é coisa que não espanta. Por toda parte a mídia alardeou, por exemplo, a confissão do inspetor David Kay de que não encontrara armas de destruição em massa no Iraque -- porque essas palavras criavam a má impressão de que George W. Bush havia atacado um país inocente --, e escondeu do público a continuação da frase: "Depois descobrimos que o Iraque era muito mais perigoso do que imaginávamos."

posted by Miguel Noronha 2:45 da tarde

Porque Não Devemos Ficar Calados

Recomendo a leitura integral do artigo de Thomas Sowell no Opinion Journal

Why it's important for economists to combat public ignorance.

(...)

[F]allacies flourish in discussions of economic policy issues, while the refutations of those fallacies lie dormant in old books and academic journals gathering dust on library shelves. As former House Majority Leader Dick Armey--an economist by trade--put it: "Demagoguery beats data in making public policy."

posted by Miguel Noronha 11:58 da manhã

A Alemanha, a UE e os EUA

O MNE alemão, Joshcka Fischer, afirmou estar contra a ideia de um directório europeu. Depois da recente reaproximação com os EUA estas afirmações parecem ser mais um golpe na sagrada aliança com a França.

O Bloguitica acha que estas divergências são apenas passageiras. Eu também prudente esperar antes de declarar a morte do eixo Paris-Berlim que tanto tem inspirado a nossa esquerda nacional.
posted by Miguel Noronha 10:52 da manhã



Cortesia Cox & Forkum
posted by Miguel Noronha 9:50 da manhã

domingo, fevereiro 29, 2004

Grande Novidade

Parece que o Mata Mouros, o Catalaxia e o Cidadão Livre decidiram criar um mega blogue.
posted by Miguel Noronha 10:10 da tarde

February 30.

O supracitado é o novo blogue de Cinderella bloggerfeller que no final do ano passado tinha anunciado uma pausa para 2004.

A propósito, o dia 30 de Fevereiro existiu mesmo nos anos de 1712, 1930 e 1931.

In Sweden (which at the time included Finland), 1700 had been a common year under a plan to introduce the New Style gradually, by omitting all leap days between 1700 and 1740 inclusive; however 1704 and 1708 had been kept as leap years, so that the Swedish calendar remained one day ahead of the Julian and ten behind the Gregorian. The calamitous defeat of Charles XII by Peter the Great at Poltava on 28 June 1709 Swedish style (which British and Russian writers call 27 June and most Continental historians 8 July) was widely blamed on divine displeasure at the reform which was undone by adding a second leap day in 1712; this day corresponded to 29 February OS= 11 March NS.

In the Soviet Union, a new calendar was imposed from 1 October 1929 in which all months had 30 days, with five extra days kept as national holidays; the first of these, Lenin Day, corresponded to 31 January Gregorian. In consequence 30 February Soviet fell on March 2 Gregorian in the common years 1930 and 1931; in leap year it would have been March 1 Gregorian but before the case could arise in 1932, the equalized months had been abandoned.

posted by Miguel Noronha 12:23 da tarde

A Não Perder (via Duo Dinâmico)

Hoje às 22.00 horas, na SIC Notícias, entrevista com o Professor Fernando Gil (co-autor de "Impasses").
posted by Miguel Noronha 12:13 da tarde

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F.A.Hayek

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