sábado, janeiro 17, 2004
O Homem à Sexta,
A crónica semanal de Alberto Gonçalves.
Todos os dias, as televisões mostram-nos atentados ou confrontos no Iraque. Todos os dias, as televisões insistem em sublinhar que o Iraque vive imerso num tenebroso caos - decerto por oposição à estabilidade que o país se habituara a gozar. A maioria das vezes, as televisões sugerem que a responsabilidade cabe aos Estados Unidos, o império sedento de petróleo que a "opinião pública mundial" cedo desmascarou.
Justamente, há cerca de um ano, o próprio Saddam confessava profunda identificação com a "opinião pública mundial", confiante de que essa valente instituição impediria a guerra. Por manifesta infelicidade, os EUA exibiram lamentável autismo, e, em curtos meses, o Grande Líder desceu da bazófia ao buraco. A "opinião pública", porém, jamais calou a revolta, e não se tem cansado de berrar contra o satã americano e a conspiração sionista, sua natural aliada. Os "pacifistas" apontam para o pandemónio iraquiano e denunciam: "Vêem? Eles causaram isto."
Resta saber o que "isto" significa. Sendo do género cínico, podemos discutir se o povo do Iraque ganhou na transferência de um regime totalitário e particularmente assassino para uma relativa anarquia, alimentada por bandos vários (por acaso não americanos) e cujo fim é incerto. Mas também conviria olhar em volta e notar que, somente nas últimas semanas, o "coronel" Kadhafi deu sinais de abdicar do terrorismo; têm decorrido encontros mais ou menos assumidos entre Israel e dirigentes líbios, sírios e iranianos; o Irão ameaça uma revolução social que será interessante acompanhar.
A "isto", a "opinião pública" (no fundo a esquerda maluca, o anti-semitismo tradicional e o jornalismo de "causas") não tem prestado a devida atenção. Percebe-se: a mera hipótese de que a intervenção aliada contribua para um mundo mais decente é demasiado dolorosa para ser encarada. Muito preferível é fingir sarcasmo e perguntar pelas armas de destruição massiva. As tais que os EUA iriam com certeza forjar, para ilusão dos simples.
E se, como talvez fosse evidente desde o princípio, as armas químicas não passassem de um pretexto barato para a invasão do Iraque, a remoção de Saddam e, afinal de contas, a instalação no Médio Oriente de uma força dissuasória capaz de impor, de dentro, um mínimo de civilidade na zona? Há quem não goste? Milhões, pelos vistos. Eles lá sabem, mas é sempre engraçado observar o empenho dos "pacifistas" em combater a paz.
posted by Miguel Noronha 11:41 da manhã
sexta-feira, janeiro 16, 2004
Cortesia American RealPolitik
posted by Miguel Noronha 5:04 da tarde
A Mesagem do Presidente
No Diario de Notícias Manuel Villaverde Cabral faz uma curiosa leitura da análise da recente mensagem presidêncial.
Diz ele que "Estes sucessivos apelos não deixam de causar perplexidade. Com efeito, a maioria das pessoas esperaria que o chefe de Estado, em vez de fazer apelos, apontasse responsabilidades e exigisse soluções.".
Por motivos óbvios, a nomeação de responsáveis poderia causar certos dissabores na sua familia política pelo que foi mais prudente, da sua parte, não o fazer.
Mas não é neste ponto que MVC faz residir o essêncial da sua análise. Para ele o problema radica "[n]o facto de o Presidente da República continuar a ser eleito directamente por sufrágio universal - ainda por cima com apoios partidários explícitos - cria expectativas junto do eleitorado que o Presidente não pode satisfazer. Muito simplesmente, não tem poderes para isso".
Penso que ele acerta quando refere que "Na realidade, a prazo, esta fórmula de dividir poderes [o regime semi-presidencialista] não funciona na prática: ou manda o Presidente ou manda o primeiro-ministro". Em Portugal, desde a revisão constitucional de 1982 o poder passou a pender para o lado do Governo. Em França (outro regime semi-presidencialista) quem assume o protagonismo é o PR.
Dado o sucessivo esvaziamento de poderes, o PR, apenas exerce um "pretenso papel no equilíbrio dos poderes".
Consequentemente MVC propõe que o PR deixe de ser eleito directamente e passe a sê-lo pela AR (como sucede nos regimes parlamente como a Alemnanha e a Itália).
Neste ponto termina a minha concordância com o que opina MVC. Este propõe que os actuais poderes do PR passem a ser exercidos por uma "Câmara Alta de base territorial".
Custa-me a compreender porque razão "pretenso papel no equilíbrio dos poderes" [realce da minha responsabilidade] seja melhor exercido por algumas dezenas de Senadores do que por um PR eleito. Não compreendo a necessidade da multiplicação de figuras decorativas e (apenas) opinativas.
A verdadeira transformação do Sistema Eleitoral passa pela criação dos, sucessivamente adiados, circulos eleitorais uninominais. Estes aproximam os eleitores dos eleitos tornando mais fácil a responsabilização individual destes ultimos perante os programas eleitorais.
posted by Miguel Noronha 4:14 da tarde
Inquietude
Quando é que regressa o João Pereira Coutinho?
posted by Miguel Noronha 2:53 da tarde
A Loja Virtual do PC
Provando mais uma vez que se trata de um blogue de serviço público o Luciano Amaral trancreve o catálogo da Loja Virtual do PCP.
Ao percorrer o dito tenho de refrear o instinto de gastar integralmente o cheque que mensalmente me chega de Langley (por falar nisso, vejam lá começam a envia-lo a horas!).
Tento fazer uma dolorosa escolha e decido-me pelo "Pack Vida Soviética". Julgo ser a decisão acertada. Não só a descrição é sugestiva ("colecções inteiras da famosa publicação onde pontificavam operários, camponeses, soldados e reformados em pose sorridente") como me permitirá, finalmente, contactar com essa publicação à qual um grupo de bloggers, com esta bastante familiarizado, comparou o meu modesto cantinho na blogosfera. O seu apego à "Vida..." é tal que nem um exemplar me quiseram dispensar!
Por tudo isto bem hajas Luciano!
posted by Miguel Noronha 11:24 da manhã
Index of Economic Freedom 2004
"Alguns dados e notas sobre a classificação de Portugal" por André Alves da Causa Liberal.
posted by Miguel Noronha 9:31 da manhã
quinta-feira, janeiro 15, 2004
O Presidente e as Finanças Públicas pt II
O Artigo de José Manuel Fernandes no Público:
Parece estar a tornar-se numa rotina: quando o Presidente fala, todos os partidos aplaudem. Aplaude a maioria e aplaude a oposição. O que se compreende. Jorge Sampaio dá quase sempre uma no cravo e outra na ferradura. E os partidos mostram o cravo ou escondem a ferradura conforme as suas conveniências.
Sem ter de obedecer a tais conveniências, cabe dizer-se o que deve ser dito: a mensagem ontem enviada aos deputados contém contradições insanáveis. Pode ser bem intencionada, mas é pouco útil. E se nalgumas passagens é pragmática e realista, noutras é apenas ideológica.
Sampaio começou por sublinhar o inevitável: Portugal precisa de prosseguir a via da consolidação orçamental. Os argumentos que adianta são, no essencial, os mesmos do Governador do Banco de Portugal - e do Governo. Só reduzindo o défice público pode o país amealhar nos tempos de crescimento económico para enfrentar com tranquilidade os tempos de retracção, ao mesmo tempo que se prepara para gastos sociais crescentes associados ao envelhecimento da população.
O Presidente lembrou depois o que também todos sabem: há receitas extraordinárias a que se tem recorrido nos últimos anos que, por não serem repetíveis, permitem cumprir as metas orçamentais de hoje mas não garantem que o possamos voltar a fazer amanhã.
Até aqui a mensagem de Sampaio era tão sensata como demasiado óbvia para ser útil. A partir daqui passou a ser ideológica. E a defender uma visão do papel no Estado que, por mais voltas que lhe demos, resultaria sempre num aumento das despesas públicas. Ao considerar que as missões do Estado devem ir muito para além das de protecção social, "estendendo-se a importantes funções de regulação e de sustentação estratégica da economia", o Presidente enumerou tarefas que teriam sempre a mesma consequência: gastar-se mais dinheiro.
Mesmo aceitando - como aceito e defendo - que se impõe "eliminar as despesas supérfluas e racionalizar as restantes", o que Sampaio enumera como áreas de investimento público exigiria mais do que poupar no supérfluo. Exigiria cobrar mais impostos. E é isso que o Presidente defende, mas sem o assumir. Na verdade ao defender, com justiça, que é necessário combater a fraude fiscal, conclui erradamente que também isso garantiria a consolidação das contas públicas por via do aumento das receitas do Estado. É verdade em termos aritméticos, mas é injusto e não ajuda um saudável crescimento económico. Hoje o Estado já consome nas suas diferentes funções cerca de metade da riqueza nacional, pelo que é insuportável que consuma ainda mais sob pena de asfixiar a economia real, aquela que produz riqueza.
A necessária justiça fiscal, o combate à fraude e à evasão, não devem servir para "consolidar as contas públicas": devem servir para aliviar a carga fiscal sobre os contribuintes cumpridores. Para consolidar as contas públicas é necessário gerir melhor o Estado, gastar menos onde é desnecessário e mais onde é preciso. O que implica governar melhor. E fazer reformas com alcance para além desta ou daquela legislatura. Era isso que Sampaio devia ter dito mas não disse. Quis antes ser pragmático sem deixar de ser ideológico. Resultou redondo e inconclusivo. Por isso permitiu que todos o aplaudissem em público - e barafustassem em privado. O que também não deve ter contribuído para que os partidos abandonem as "recriminações recíprocas" e as "picardias inúteis".
Para que enviou então esta mensagem aos deputados?
posted by Miguel Noronha 5:06 da tarde
Here We Go Again...
Vejo no horizonte mais uma refrega com o De Direita.
Caro Manuel, o numero que cito como objectivo de redução da despesa pública não deve ser tomado como um dogma. Este é baseado num estudo feito pelo meu irmão ainda na época pré-blogues (há séculos, parece-me).
Se bem me recordo as parcelas da despesa correspondentes às funções que eu julgo serem próprias do Estado (defesa nacional, segurança pública e administração da justiça) correspondiam a cerca de 10%.
É claro que para quem pretenda atribuir um papel mais interventor ao Estado este montante é manifestamente reduzido.
A questão do PEDIP fica para mais tarde...
posted by Miguel Noronha 3:34 da tarde
Impostos e Tarifas (via Dissecting Leftism)
Ainda acerca da polémica em volta dos têxteis chineses
let us remind ourselves of a basic but important fact: Tariffs are taxes. No matter how sophisticated the argument, when someone opposes free trade, what that really means is that he favors the placement of taxes (or similar restrictions) on consumers.
Do artido "Free Trade and Factor Mobility" de Robert P. Murphy.
posted by Miguel Noronha 11:18 da manhã
O Presidente e as Finanças Públicas
Mais uma vez Jorge Sampaio sentiu a necessidade de fazer uma comunicação ao país tendo por motivo o estado das finanças públicas.
Estranho que o faça numa altura em que, finalmente, o Governo está a fazer algo para conter o défice público. Estranho que não o tenha feito durante a, anterior, gestão socialista em que a despesa aumentou de forma desmesurada.
No meu modesto entender estimo que a despesa pública estritamente necessária será cerca de 10% actual. Para o PSD bastante mais. Para o PS este orçamento seria insuficiente para levar a cabo os seus programas ditos sociais.
Para o PR a "contenção da despesa pública não deve ser efectuada «através de cortes sem sentido estruturante, mas sim através de uma gestão criteriosa das despesas correntes e de investimento»". A vacuidade desta declaração é tal que permite todas as interpretações.
posted by Miguel Noronha 8:42 da manhã
quarta-feira, janeiro 14, 2004
Ouro do Brasil
Do artigo de Francisco Sarsfield Cabral no DN.
a habituação ao dinheiro fácil da UE tornou-se um factor de atraso económico em Portugal. Não só porque se fazem muitos investimentos só para aproveitar os fundos, mas sem outra justificação séria (o nosso nível global de investimento ainda é muito superior ao da Espanha, da Irlanda, da Grécia, etc, sem que se vejam resultados). Mas, sobretudo, porque o dinheiro comunitário tem um efeito amolecedor e anestésico no País, criando a subsídio-dependência e adiando reformas, como a ministra das Finanças reconheceu em Junho passado. A redução desse novo «ouro do Brasil» vai obrigar-nos a enfrentar as realidades - será um mal que virá por bem. No fundo, isto só vai à bruta. Esperemos que a necessidade faça o engenho.
posted by Miguel Noronha 6:23 da tarde
ECONÔMICO, SOCIAL E INTERNACIONAL
Excerto de um artigo de Nivaldo Cordeiro.
Lula, discursando na Cúpula das Américas, declarou que vigorou até 2002, no Brasil, o "modelo perverso que separou equivocadamente o econômico do social, opôs estabilidade a crescimento e divorciou responsabilidade e justiça" e ainda que "a estabilidade econômica foi pensada de costas para a justiça social. Ficamos sem as duas".
Um dos maiores sofismas que os políticos e intelectuais de esquerda usam para enganar o eleitorado é fazer a dicotomia entre o econômico e o social, pois a verdade nua e crua é que econômico é social, quando se respeita as forças de mercado. A dicotomia só acontece artificialmente, quando o Estado pretende ser a instância a distribuir renda, violentando a ética distributiva e gerando uma casta de parasitas permanentes da mesada estatal, bancada com arrecadação de impostos, com elevação da dívida pública e com o surgimento da inflação.
O trágico é que esse processo, uma vez iniciado, entra em entropia, de tal sorte que os parasitas passam a matar o hospedeiro. Quanto mais gasta no suposto social mais o Estado é compelido a aumentar a arrecadação e, com isso, a enfraquecer a capacidade de geração de riqueza e desvirtuando a ética distributiva. O destino final será sempre uma grande estagflação, com paralisia econômica, elevado desemprego, explosão da dívida pública e, claro, da inflação. Tudo pelo social. De quebra, a comunicação da esquerda no poder joga sobre as classes produtoras e sobre o capitalismo todas as responsabilidades por sua própria incúria. É a mentira elevada à sua máxima potência.
Mas o que seria das esquerdas sem o uso da mentira sistemática? É a sua maneira de chegar ao poder e se manter no poder. Lula apenas mostrou a fórmula vencedora em política que se tornou essa enorme falácia. Na boca dele o discurso fica ainda mais grotesco porque o seu governo nada fez além de aprofundar o tal modelo vigorante até 2002. A sua mentira torna-se duplicada, numa atitude sem vergonha a mais não poder. Dizer essas besteiras em um fórum internacional nada importa para essa gente, pois na verdade estão sempre mirando o público interno, em vistas das próximas eleições.
posted by Miguel Noronha 5:42 da tarde
Most Influential European (via Causa Liberal)
É claro que F. A. Hayek também teria sido uma boa escolha... ;)
posted by Miguel Noronha 4:49 da tarde
Vêm aí os Chineses!
Conforme foi noticiado por vários orgãos de informação as várias associações nacionais da industria têxtil e do vestuário (ITV) irão realizar conferências de imprensa simultâneas em todas as capitais da UE.
Estas alertam para o perigo é a invasão chinesa de produtos similares que se verificará quando forem anuladas as barreiras alfândegárias daqui a um ano.
Fala-se da morte das ITV por toda a Europa, do "dumping social", da subvalorização do Yuan (a unidade monetária chinesa), do desemprego, etc. Os cenários invocados váriam da catástrofe à hecatombe.
O que os industrias da ITV, basicamente, pretendem é a continuação das barreiras aduaneiras. Por outras palavras a continuação das medidas proteccionistas a este sector.
Conforme já várias vezes aqui realcei o proteccionismo nunca gerou industrias competitivas. Escudados por medidas administrativas os industriais dos sectores protegidos da concorrência não necessitam preocupar-se com a produtividade, a redução de custos ou mesmo o serviço ao cliente. O seu mercado está sempre garantido por beneplácito estatal.
As associações da ITV prevêm um cenário dantesco ao relatar "casos de dumping, em que o esforço dos orientais implica a venda de produtos a preços inferiores aos praticados na China. Em alguns casos, o preço dos bens importados baixou 75% em apenas dois anos". Qualquer cenário em que um produto tenha uma redução de preço na ordem dos 75% só pode ser uma boa notícia para o consumidor. Passa a pagar apenas 25 pelo que anteriormente lhe custava 100 e com os restantes 75 pode obter um consumo ou poupança adicionais.
Correndo o risco de chocar alguns ouso afirmar que mesmo se esta redução de preços resultar de dumping ou da subvalorização do Yuan tal não alterará em nada a minha análise. Se os chineses querem subsidiar o nosso consumo à sua custa apenas temos de agradecer-lhes.
As questões do chamado "dumping social" já foi largamente discutida na blogosfera (ver a propósito diversos posts do Jaquinzinhos). As condições de trabalho evoluem com a situação económica de um país (basta lembra-mo-nos do nosso próprio caso). Por outro lado ao pretendermos impor, aos países mais atrasados, condições (e custos) laborais similares estamos a impedi-los de concorrer com os países mais desenvolvidos no único factor em que estes podem ter um vantagem: no custo. Estaremos, desta forma, a criar desemprego nesses países.
É, altamente provável, que várias empresas europeias não consigam suportar a pressão concorrêncial das ITV chinesas. Estas serão, contudo, aquelas que baseiam a sua vantagem competitiva no mesmo factor das empresas chinesas. O custo. Atrevo-me a afirmar que as restantes não serão afectadas pela "abertura das fronteiras".
O capital provieniente do desinvestimento não ficará certamente parado. Será reinvestido noutras industrias onde ainda existam vantagens competitivas para as industrias europeias. Tal reafectação de recursos será um factor de crescimento, a médio prazo, das economias europeias.
Penso, espero que de forma não muito confusa, ter rebatido os argumentos do "partido proteccionista". A UE só terá perder se procurar reverter esta decisão. Se aos consumidores a desagradar os texteis "made in china" a opção será simples. Continuem a comprar produtos "made in UE".
posted by Miguel Noronha 9:27 da manhã
terça-feira, janeiro 13, 2004
Paul O'Neill e o Iraque
Do artigo de David Frum na National Review Online.
The big whoop-whoop in the O?Neill interview is his claim that the Bush administration was secretly plotting from the very start to remove Saddam Hussein. But it?s worse than that! Well before President Bush was ever elected, Congress passed a law declaring the removal of Saddam a goal of US policy: the Iraq Liberation Act of 1998. The plot was so secret that Congress broadcast it on C-Span and published it in the Congressional Record. In fact, just about every candidate for the presidency in 2000 agreed that Saddam would someday have to be removed by force, with John McCain and Al Gore making the point even more emphatically than George W. Bush.
All of them then, however, assumed that the type of force that would be used was a US-backed domestic Iraqi insurgency. One plan proposed to President Clinton in the mid-1990s envisioned airdropping Iraqi National Congress forces into an emotionally significant Iraqi site. They would then declare a liberated zone and dare Saddam to attack them. If he took up the dare, his forces would be obliterated from the air; if not, the zone would welcome refugees and step-by-step enlarge its perimiter.
What O?Neill fails to distinguish, however, is the difference between planning for a contingency and making the decision to put the plan into effect. Despite the Iraq Liberation Act, despite all the advocacy of the foreign-policy experts, despite even President Bush?s own private belief that Saddam Hussein would have to be dealt with at some point during his presidency, despite all those things ? if 9/11 had not occurred, there would have been no war in Iraq in 2003. President Bush came to office with a huge domestic reform agenda: taxes, education, entitlements, immigration. His first term at least would have been dedicated to putting that agenda into effect. It was the terrorists who made Iraq a priority, not the president.
posted by Miguel Noronha 4:39 da tarde
Sabine Herold (via HispaLibertas)
Entrevista com Sabine Herold sobre política, França e liberdade no The Atlasphere.
posted by Miguel Noronha 2:18 da tarde
Globalização
Crítica ao livro In Defense of Globalization de Jagdish Baghwati na Foreign Affairs.
Globalization is a buzzword that has no precise definition. It takes on many meanings, drawing both fervent support and fervent opposition. Indeed, the term is so imprecise that it is possible to be simultaneously for and against globalization.
In Defense of Globalization focuses on its economic dimension, defined by Bhagwati as "diverse forms of international integration such as foreign trade, multinational direct foreign investment, movements of 'short-term' portfolio funds, technological diffusion, and cross-border migration." His main thesis is that economic globalization is an unambiguously good thing, with a few downsides that thought and effort can mitigate. His secondary thesis is that globalization does not need to be given a "human face"; it already has one. A thoughtful and objective evaluation, Bhagwati believes, will make this clear, and that is what he sets out to do.
The book addresses a slate of charges against globalization: that it increases poverty, encourages child labor, harms women, threatens democracy, imperils culture, lowers wages, erodes labor standards, worsens the environment, and gives full reign to predatory corporations. Bhagwati also discusses capital market liberalization and international migration, before turning to fixes for globalization's downsides: improving governance, accelerating social agendas, and managing the speed of transitions. He concedes a few points to globalization's critics but, wielding logic and fact, demolishes most of the allegations made against it. His conclusion: that the world, particularly its poorest regions, needs more globalization, not less.
FOOLS AND KNAVES
(...)
Bhagwati divides critics of globalization into two basic categories. The first is made up of incorrigible enemies of market capitalism, constitutionally anti-establishment and not open to serious argument. The second consists of well-meaning but ill-informed critics. Bhagwati addresses his book to the latter group -- and takes their charges seriously.
To this end, he offers a thoughtful analysis of the role of nongovernmental organizations (NGOS) in international decision-making. He chides American and European NGOS on two points: their lack of transparency (of their funders and choice of issues) and their tendency to speak on behalf of the world's poor without consulting them. Western NGOS and developing-world NGOS often hold diametrically opposed views on issues such as the extension of WTO authority to global labor and environmental standards. Yet, thanks to better funding and media savvy, wealthy NGOS based in Europe or the United States get most of the attention and often make their cases directly to intergovernmental organizations, bypassing national constitutional processes set up to facilitate compromise among diverse interests in pluralistic societies. Granted, different considerations apply when governments are not democratic, but Western NGOS that purport to speak on the behalf of poor people should receive special scrutiny
CAPITAL FIGHTS
To the claim that globalization increases poverty, Bhagwati's response is, rubbish. As a young economist at the Indian Planning Commission 40 years ago, he observed that redistributing wealth is not an effective way to reduce poverty; far more effective is to create more wealth. And engagement with the rest of the world facilitates growth. During the three decades that Bhagwati's India was a relatively closed economy, for example, the economy grew at 4 percent a year, and the poverty rate hovered around 55 percent. But in the two decades since it opened its economy to foreign trade and investment, economic growth averaged five percent; by 2000, the poverty rate had fallen to 26 percent. China's experience was similar: with liberalization came spectacular growth, and poverty declined from 28 to 9 percent between 1978 and 1998. Although India and China provide the most dramatic examples, the rule applies more broadly: openness brings growth, which reduces poverty.
Critics also charge that globalization brings a flood of cheap imports into developed countries, thus reducing the relative wages of unskilled workers who are suddenly forced to compete with inexpensive labor in the developing world. There is some weak theoretical validity to this claim, but the empirical evidence is ambiguous. For example, during the 1980s and 1990s, the price of clothing rose relative to the price of other manufactured goods despite an increase in imports from low-wage countries. In the United States, the wages of unskilled workers did decline, but much academic research suggests that only a fraction of this drop (perhaps ten percent) was attributable to an influx of cheap imports. Bhagwati suggests that even this figure may be too high. Since globalization delivers new capital and technology to developing countries, it may actually raise wages and shift production away from labor-intensive goods.
posted by Miguel Noronha 11:22 da manhã
segunda-feira, janeiro 12, 2004
Friedrich The Great
Um artigo de Virginia Postrel sobre F.A Hayek.
AT A RECENT think-tank luncheon in Raleigh, economist Bruce J. Caldwell chatted with a local lawyer active in Democratic party circles. The man asked Caldwell what his new book was about. "It's an intellectual biography of Friedrich Hayek," replied Caldwell, a professor at the University of North Carolina, Greensboro. He got a blank look. "He was an economist. A libertarian economist."
What an understatement.
Hayek, who died in 1992, was not just any economist. He won the Nobel Prize in economics in 1974. His 1945 article, "The Use of Knowledge in Society," is a touchstone work on the role of prices in coordinating dispersed information. His 1944 bestseller "The Road to Serfdom" helped catalyze the free-market political movement in the United States and continues to sell thousands of copies a year.
Economist Milton Friedman calls him "the most important social thinker of the 20th century." Hayek's most significant contribution, he explains, "was to make clear how our present complex social structure is not the result of the intended actions of individuals but of the unintended consequences of individual interactions over a long period of time, the product of social evolution, not of deliberate planning."
Indeed, Hayek is increasingly recognized as one of the 20th century's most profound and important theorists, one whose work included political theory, philosophy of science, even cognitive psychology. Citing the "proof of time," Encyclopedia Britannica recently commissioned Caldwell to replace its formulaic 250-word Hayek profile with a nuanced discussion more than 10 times as long. Harvard has added him to the syllabus of Social Studies 10, its rigorous introductory social theory course.
Hayek is fairly well known in Britain, where he spent much of his life, because of his influence on MargaretThatcher. In the United States, however, well-educated, intellectually curious people who nod at mentions of Max Weber, Hannah Arendt, or Michel Foucault have barely heard of him.
Politics has a lot to do with that ignorance. Hayek drew on the traditions of 18th- and 19th-century liberal thought, leading critics to dismiss him as a man of the past. He defended competitive markets against the champions of central planning, noting that supposedly "irrational" customs, traditions, and institutions often embody the hard-won knowledge of experience. He advocated cosmopolitan individualism in an age of nationalism and collectivism.
But Hayek turned out to be ahead of his time, not behind it. Arguing with the social engineers of the mid-20th century, he grappled with problems equally relevant to the 21st century. He anticipated today's rage for biological metaphors and evolutionary analysis, today's fragmented and specialized markets, today's emphasis on the legal institutions needed to make markets work, even today's multicultural challenges.
Hayek's 1952 book, "The Sensory Order," often considered his most difficult work, foreshadowed theories of cognitive science developed decades later. "Hayek posited spontaneous order in the brain arising out of distributed networks of simple units (neurons) exchanging local signals," says Harvard psychologist Steven Pinker. "Hayek was way ahead of his time in pushing this idea. It became popular in cognitive science, beginning in the mid-1980s, under the names `connectionism' and `parallel distributed processing.' Remarkably, Hayek is never cited."
Hayek was "one of the last unprofessionalized economists," says Harvard political philosopher Glyn Morgan, who was instrumental in adding Hayek's writings to the Social Studies 10 syllabus three years ago. ("It was actually quite controversial," he says, adding, "This course was known as a slightly left-of-center course, and people were skeptical of Hayek.") Unlike today's increasingly professionalized social scientists, Morgan adds, Hayek was "a top-notch economist, but he wrote on the history of ideas, he wrote on a variety of things."
Born in Vienna in 1899, Hayek fought in World War I and earned degrees in law and political economy in the rich intellectual atmosphere of the University of Vienna. In the early 1930s, he was invited to join the faculty at the London School of Economics. There, he made his name as the leading intellectual opponent of John Maynard Keynes. (The two men were nonetheless friends.) Keynes believed that economic slumps could be cured by government deficit spending, while Hayek argued that those policies would only exacerbate the underlying problem of excessive production capacity.
Beyond his technical arguments with Keynes, Hayek was out of step with his contemporaries' zeal for centralized economic planning, which was widely held to be more productive and efficient than market competition. In 1930s Britain, even political moderates advocated nationalizing all major industries. During and after World War II, central planning reached levels of detail that are inconceivable today. Britain's wartime Utility scheme, for instance, dictated mass-produced furniture designs that eliminated craftsmanship and ornament. Wartime rationing treated bookcases as essential and dressing tables and upholstered easy chairs as unnecessary. Price controls and punitive taxes continued to discourage "irrational" designs until 1952.
"It is not enough to say that some of his views were unpopular," writes Caldwell in "Hayek's Challenge," just published by the University of Chicago Press. "For most of his life his economic and political positions were completely out of sync with those of the rest of the intelligentsia . . .. [F]or much of the century Hayek was a subject of ridicule, contempt, or, even worse for a man of ideas, indifference."
Hayek's most important insight, which he referred to as his "one discovery" in the social sciences, was to define the central economic and social problem as one of organizing dispersed knowledge. Different people have different purposes. They know different things about the world. Much important information is local and transitory, known only to the "man on the spot." Some of that knowledge is objective and quantifiable, but much is tacit and unarticulated. Often we only discover what we truly want as we actually make trade-offs between competing goods."
The economic problem of society," Hayek wrote in his 1945 article, "is thus not merely a problem of how to allocate `given' resources -- if `given' is taken to mean given to a single mind which deliberately solves the problem set by these `data.' It is rather a problem of how to secure the best use of resources known to any of the members of society, for ends whose relative importance only these individuals know. Or, to put it briefly, it is a problem of the utilization of knowledge which is not given to anyone in totality."
The key to a functioning economy -- or society -- is decentralized competition. In a market economy, prices act as a "system of telecommunications," coordinating information far beyond the scope of a single mind. They permit ever-evolving order to emerge from dispersed knowledge.
"What's the single most important thing to learn from an economics course today?" economist Lawrence Summers said in an interview for "The Commanding Heights," Daniel Yergin and Joseph Stanislaw's 1998 study of the resurgence of economic liberalism. "What I tried to leave my students with is the view that the invisible hand is more powerful than the hidden hand. Things will happen in well-organized efforts without direction, controls, plans. That's the consensus among economists. That's the Hayek legacy." Summers, who was then deputy treasury secretary and is now president of Harvard, recently reaffirmed those views in an e-mail.
Information technology has strengthened Hayek's legacy. At MIT's Sloan School, Erik Brynjolfsson uses Hayek to remind students that feeding data into centralized computers doesn't necessarily solve a company's information problems. In any complex operation, there is too much relevant information for a single person or small group to absorb and act on.
"As Hayek pointed out, the key thing is to have the decision rights and the information co-located," says Brynjolfsson. "There are at least two ways of achieving that. One is to move information to decision maker. The other is to move decision rights to where the information is."
This analysis, which applies as much to culture as to economics, informs Hayek's best-known work, "The Road to Serfdom," which he wrote as a wartime warning to a popular audience. Published in 1944 and dedicated "to the socialists of all parties," the book argued that the logic of socialist central planning implied the erosion of personal freedoms. Britain's well-intended socialists were headed down the same path as the National Socialists whose rise Hayek had witnessed in Austria.
The book was shocking enough in Britain, where it was respectfully, though critically, received. But in the United States, where Reader's Digest published a condensed version, "The Road to Serfdom" was a bestseller and a political lightning rod. It rallied supporters of traditional free enterprise and enraged the intelligentsia to whom it was addressed. How dare this mustachioed Austrian suggest that the ambitions of the New Deal might have anything in common with Hitler or Stalin!
Even today, the book's thesis is often misstated as what Caldwell calls "the inevitability thesis -- that if you start down the road to intervention in the economy, you're automatically going to end up in a totalitarian state." But Hayek spent much of his career arguing against the then-popular idea of historical laws. Nor did he oppose an economic safety net; a wealthy society, he believed, could provide a basic income for the poor.
Rather, he argued that to fully control the economy meant to control all aspects of life. Economic decisions are not separate from individual values or purposes. They reflect those purposes."We want money for many different things, and those things are not always, or even rarely, just to have money for its own sake," explains Jerry Z. Muller, a historian at Catholic University and author of "The Mind and the Market: Capitalism in Modern European Thought" (2002). "We want money for our spouses or our children or to do something in terms of the transformation of ourselves -- for everything from plastic surgery to reading intellectual history or building a church. These are all noneconomic goals that we express through the common means of money."
Hayek argued that only in a competitive market, in which prices signal the relative values placed on different goods, can people with very different values live together peacefully. And only in such a market can they figure out how best to meet their needs and wants -- or even what those needs and wants are.
Caldwell, who is editing Hayek's collected works for the University of Chicago Press, is currently working on the project's edition of "The Road to Serfdom," a task that entails reading the largely forgotten contemporary works with which Hayek was contending. "It's almost chilling to read some of these books. They were willing to accept fairly massive interventions in the economy -- directing labor, who should be working at what jobs and that kind of thing," says Caldwell. He adds, "`The Road to Serfdom' today reads reasonably, most of it. You read these other books and you feel like you're on another planet."
Because he emphasized the pluralism of values, the limits of knowledge, and the totalitarian side of "rationalist" (or, as he would put it, "scientistic") control, some have claimed Hayek as a precursor to postmodernism. Indeed, toward the end of his life, postmodernist philosopher Michel Foucault gave lectures on Hayek's work.
Nick Gillespie, editor-in-chief of the libertarian magazine Reason, says that in a broad sense Hayek anticipated many postmodern critiques. "Hayekian liberalism and postmodernism alike are not interested in total knowledge, or in the total institutions necessary to maintain such a vision," says Gillespie, who holds a doctorate in literary studies. "For Hayek, the very essence of liberalism properly understood is that it replaces the ideal of social uniformity with one of competing difference." That's why Foucault, though no Hayekian liberal, "recognized that Hayek's formulation of a private sphere was a meaningful hedge against the worst excesses of state power."
Unlike postmodernists, Hayek never rejected the idea of scientific knowledge. But in confronting the advocates of centralized economies, Hayek did take pains to distinguish between science and pseudoscience.
Beginning with "The Sensory Order," he began to differentiate between "simple" sciences like physics, which study phenomena that can be explained by only a few variables, and "complex" sciences like biology, psychology, and economics, which depend on so many variables that precise predictions are impossible. "Hayek felt that many of his opponents, all claiming the mantle of science, were but pretenders to the throne," Caldwell writes. "He constantly encountered people who thought of themselves as objective scientists, people who held ideological views different from his and who immediately felt comfortable attributing their differences to the fact that, whereas they were scientists, he was an ideologue."
Hayek and postmodern philosophers were troubled by many of the same issues, but they came to different conclusions. "I don't view him as a postmodernist in the way that some interpreters have," says Caldwell. However, he adds, "I think they had similar enemies."
posted by Miguel Noronha 11:59 da manhã
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A página pessoal do colunista Mark Steyn.
posted by Miguel Noronha 10:26 da manhã