O Intermitente<br> (So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

O Intermitente
(So long, farewell, auf weidersehen, good-bye)

sexta-feira, janeiro 23, 2004

How Can It Be?

Artigo de Walter E. Williams Professor na George Mason University e membro do Cato Institute

It might have been Ross Perot who first used the expression that America is turning in to a nation of "hamburger flippers," in reference to the decline in good paying manufacturing jobs replaced by low-pay service sector jobs. Here's my question: If millions of high-paying jobs are leaving the country only to be replaced by millions of low-paying jobs, what prediction would you make about the trend in our standard of living? It would have to be in steep decline but the facts don't square with that.

Per capita GDP, the population divided into the value of goods and services produced, is one of the methods used to gauge the standard of living. The historical trend, including today, is a rising American standard of living. In fact, our per capita GDP in 1980 was $21,500 and as of 2002 it was $36,000 -- a 59 percent increase. So how can it be that we're becoming a nation of low-pay hamburger flippers?

How about the pronouncement: The rich are getting richer and the poor are getting poorer? The Census Bureau just came out with a report saying that 35 million Americans are living in poverty. Robert Rector and Kirk A. Johnson addressed this figure in their recent publication "Understanding Poverty in America."

From various government reports they find that: 46 percent of poor households actually own their homes; seventy-six percent have air conditioning; the typical poor American has more living space than the average non-poor individual living in Paris, London, Vienna, Athens and other cities in Europe; nearly 75 percent of poor households own one car and 30 percent own two or more cars; 97 percent have at least one color television; 62 percent have cable or satellite reception and 25 percent have cell phones.

While "poor" Americans don't live in opulence, they are surely not poor either by international or historical standards in our own country. I'm betting if God condemned an unborn spirit to a lifetime of poverty but left him free to choose the country in which to be poor, he'd choose United States.

How many times have we heard the pronouncement: The rich are getting richer and the poor are getting poorer? Contrary to that nonsense, the fact of the matter is that some of the rich are getting poorer and many of the poorer are getting richer. According to the 1995 Annual Report of the Federal Reserve Bank of Dallas, only 5 percent of those in the bottom 20 percent category of income earners in 1975 were still there in 1991. What happened to them? A majority made it to the top 60 percent of the income distribution, middle class or better, over that 16-year span. Almost 29 percent of them rose to the top 20 percent. The evidence suggests that low income is largely a transitory experience for those willing to work.

There's no mystery to it: as a function of age people get wiser and gain more experience. That means it's not very intelligent to think one can make meaningful statements about poverty simply by measuring income at a particular point in time. By the way, people are also mobile downwards, as suggested by the joke that the easiest way to become a Texas millionaire is to start out as a Texas billionaire.

Here's my roadmap out of poverty: complete high school; get a job, any kind of a job; get married before having children and be a law-abiding citizen. Among both black and white Americans so described, the poverty rate is in the single digits.

posted by Miguel Noronha 4:39 da tarde

Aprendam!

Enquanto os à direita se discutem banalidades no Blogue de Esquerda desmonta-se o discurso dos livros da Anita (1 e 2).

É a prova que é a esquerda que se debate o que realmente interessa. Uma outra "Anita" é possível!
posted by Miguel Noronha 12:26 da tarde

A EMENDA E O SONETO


Artigo de Ubiratan Iorio publicado no Jornal do Brasil (link não disponível)

Poucas instituições sociais costumam ser tão atacadas quanto o mercado, embora poucas sejam tão mal compreendidas. Impressiona nos detratores não o fato serem ?contra?, mas o vício grave de deitarem falação sobre algo que, após uma ou duas frases, pode-se perceber com clareza que não conhecem. Opinar sobre o desconhecido não é opinar, é palpitar, papaguear ou tagarelar com objetivos de militância puramente ideológica. Todos têm o direito de criticar o que quer que seja, mas a ética impõe que, antes, o candidato a crítico procure saber o que está censurando, para fundamentar sua opinião e, assim, não incorrer em desonestidade intelectual.

O mercado não é o paraíso e nem o inferno, é apenas um processo dinâmico de descobertas, de interação entre milhões de agentes que, em sua imensa maioria, nem se conhecem, uns vendendo, outros comprando, uns produzindo, outros trabalhando, uns investindo, outros poupando, mas todos atuando da maneira que acham melhor para si, ou seja, agindo sempre na expectativa de passar para estados superiores de satisfação. Por isso, quem compra quer sempre pagar preços menores e quem vende deseja cobrar preços maiores. Esse complexo processo ocorre ininterruptamente e sempre sob quatro condicionantes: (1) o nível de conhecimento dos participantes é incompleto e disperso; (2) por conseguinte, existem incertezas genuínas, não mensuráveis; (3) todos buscam aumentar a sua satisfação; e (4) o tempo é parte importante dele, ao revelar erros, gerar novos conhecimentos e provocar mudanças de expectativas e de ações.

Sob o ponto de vista ético, o mercado não é nem ?bom? nem ?mau?. Pode-se comprar alimentos para bebês ou drogas, vender sorvetes ou favores, emprestar livros ou armas. Cabe à lei fazê-lo funcionar para o bem comum, o que pode ser tentado por dois meios: o intervencionista, em que o Estado o controla e o liberal, em que a intervenção é indireta. Diante de um oligopólio obtido por privilégio legal, por exemplo, os socialistas preferem controlar preços e margens de lucros, ao passo que os liberais sustentam que é melhor expô-lo à competição.

O problema é que só existe uma alternativa ao processo de mercado: o processo político! A questão, então, passa a ser: o que é pior, as falhas do mercado ou as falhas do processo político? Os críticos do primeiro sugerem implicitamente que o segundo é perfeito, ou, pelo menos, superior, o que poderia ser verdadeiro se todos os agentes políticos fossem anjos, ou, pelo menos, mais éticos do que os agentes econômicos. Como todos os gatos são pardos e os atores de ambos os processos buscam aumentar a própria satisfação, a interferência política nos mercados torna-se sempre uma emenda pior do que o soneto, porque impõe custos, ao centralizar decisões, reduzir a eficiência econômica e desestimular a inventividade, o esforço e o mérito, sem adicionar benefícios, ao não eliminar o que os mercados têm de ?mau?. Políticos costumam prometer de acordo com suas esperanças e honrar a palavra de acordo com suas fraquezas...

A maior ilusão do século XX foi a crença de que o processo político seria superior ao de mercado, em termos de melhorar o padrão de vida de um número crescente de pessoas. Foi essa crendice mística que gerou, entre outros monstros, o nazismo, o comunismo, o fascismo e o socialismo, em que a concentração de poder político nas mãos de um grupo ou partido provocou guerras, fuzilamentos de dissidentes, perseguições a minorias e massacres coletivos e fabricou servidão, ódio, inflação, desemprego, escassez, atraso, desigualdade e pobreza, ou, como em todas as experiências socialistas, uma patética igualdade na pobreza, tão ou mais injusta ? porque supressora das liberdades e talentos. individuais - do que a concentração da riqueza.



Relativamente a este artigo gostaria de fazer um comentário ao que é dito no penultimo parágrafo.

Mesmo partindo do pressuposto da santidade dos agentes políticos a sua intervenção no mercado irá sempre perturbar o bom funcionamento dos mesmos.

A Escola Austriaca defende que o sistema de preços relativos actua como farol dos agentes económicos. É a partir da observação dos preços de mercado que os agentes tomam as suas decisões. Este é o ponto de partida e não o de chegada como vulgarmente se julga.

Numa situação em que no mercado não existem se ingerências externas (leia-se políticas) em princípio os agentes irão tomar as decisões de produção,investimento ou consumo que são as mais adequadas (nota: é claro que devido às assimetrias de informação poderão não ser as óptimas).

Uma qualquer acção externa (subsídios, impostos, etc) irá "mexer" no sistema de preços. Dado que nem todos
serão afectadas da mesma forma nem ao mesmo tempo os preços relativos alterar-se-ão levando os agentes a alterar as suas decisões.

Ora como nem todos os Santos possuem o dom da predicção a perturbação que causam no mercado poderá
(será quase certamente) mais nefasta que um suposto "mau funcionamento do mercado".
posted by Miguel Noronha 10:30 da manhã

As Vantagens da Greve

Na TSF o líder da CGTP, Carvalho da Silva, afirmava convictamente que a greve de hoje iria devolver a dignidade aos funcionários públicos.

Não sei se irá lograr esse objectivo mas pelo menos já lhes deu um fim-de-semana prologado.
posted by Miguel Noronha 8:39 da manhã

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Don't Worry Be Happy (via Dissecting Leftism)

Artigo no OpinionJournal.

In 1958 liberal economist John Kenneth Galbraith's best-selling "The Affluent Society" assured us that living standards had risen so far they couldn't rise any further. In 1960 Prof. Paul Erlich concluded that 65 million Americans would perish from famine in the 1980s and food riots would kill millions more. Scientific American predicted in 1970 that in 20 years the world would be out of lead, zinc, tin, gold and silver. And Jimmy Carter's 1980 "Global 2000" report forecast that mass starvation and superplagues would ravage the globe in the final year of the millennium. They all more or less agreed with English philosopher Thomas Hobbes that our lives would be "solitary, nasty, brutish, and short."

And they were all dead wrong. Gregg Easterbrook's new book, "The Progress Paradox, How Life Gets Better While People Feel Worse," documents the opposite:


Almost everything about American and European life is getting better for almost everyone. Public health is improving by almost every measure. . . . Environmental trends are nearly all positive. . . . Drinking, smoking and most forms of drug use are declining. Teen pregnancy is declining. Welfare rolls are shrinking without increase in poverty. . . . Crime has declined. . . . Education levels keep rising. . . . Armed conflict and combat deaths worldwide are in a cycle of decline. Global democracy is rising, military dictatorship and communism are on the run.
Mr. Easterbrook's data on the escalating quality of American and global life are broad and deep, and if you are a CNN/New York Times buff, astonishing and irritating. Optimists have turned out to be fully correct; pessimists alarmingly misguided

posted by Miguel Noronha 5:37 da tarde

Fórum Social Mundial termina em festa pelas ruas de Bombaim

A notíca só não esclarece se se tratou de uma ou duas manifestções (a segunda naturalmente encabeçada pelos representantes do PCP).
posted by Miguel Noronha 1:01 da tarde

Thomas Sowell

John Hawkins do Right Wing News entrevista Thomas Sowell.

John Hawkins: Do you believe a flat tax would help produce more economic growth than the progressive tax system that we currently have? If so, can you explain why?

Thomas Sowell: A flat tax would not penalize additional efforts at an increasingly higher rate. This would reduce the discouragements to such efforts and to the taking of risks.

John Hawkins: Could you explain why rent control is a bad idea?

Thomas Sowell: Like all forms of price control, rent control leads to a simultaneous increase in the amount demanded and a reduction in the amount supplied. The resulting shortage then means that landlords need not spend as much money maintaining rented premises, because their are more applicants than apartments, thus leading to a faster deterioration over time. Meanwhile, fewer replacements -- sometimes none -- are built because of low or non-existent profits. This scenario has been played out in countries around the world -- in Australia, Sweden, France, England, the United States, for example.

John Hawkins: Do you think a Balanced Budget Amendment or some other sort of legislation that forces government to control spending will be necessary to get the budget deficit under control long-term? If so, would you recommend a Balanced Budget Amendment or something else?

Thomas Sowell: Balanced budget requirements seem more likely to produce accounting ingenuity than genuinely balanced budgets. The real goal should be reduced government spending, rather than balanced budgets achieved by ever rising tax rates to cover ever rising spending. For this, the only policy that seems promising is "eternal vigilance," the price we must pay for freedom in general.

John Hawkins: Can you explain why protectionist tariffs on let's say steel or textiles actually end up costing America more jobs than they save?

Thomas Sowell: The number of jobs in the steel is exceeded many times over in industries making steel products, from automobiles to oil rigs, refrigerators, locomotives, etc., etc. Tariffs that save jobs in the steel industry mean higher steel prices, which in turn means fewer sales of American steel products around the world and losses of far more jobs than are saved.

John Hawkins: One thing you've said that I found intriguing was that,"if you gave every poor person enough money to stop being poor, that would cost a fraction of what our welfare state programs and bureaucracies cost". Do you have any numbers on that and in your opinion, even if that's not a good idea, would it be a better idea than what we're doing currently?

Thomas Sowell: Professor Walter Williams of George Mason University has done the calculations of the cost of raising every poor person above the poverty level by directly giving them money and found it to be a fraction of the cost of the numerous programs ostensibly aimed at helping the poor.

John Hawkins: Joe Lieberman has said that he would limit "insurance company profits to 2 percent a year in order to reduce the cost of health care". If Mr. Lieberman's plan were implemented, what do you think the effects would be?

Thomas Sowell: Profit restrictions mean that investments flow to other sectors of the economy, leading to non-price rationing of inadequately funded insurance. The underlying confusion is between price and costs. They are by no means the same things. The costs of providing insurance remain unchanged when its price is controlled. A failure to pay these costs then means either a lesser quantity or a lesser quality of insurance. Actually lowering the cost of insurance would be accomplished by such things as making it harder for lawyers to win frivolous lawsuits against insurance companies.

John Hawkins: If we were to actually start enforcing our laws against illegal immigration and were successful in preventing most of them from being able to get a job in the United States, how much of an impact do you believe that would have on the US economy?

Thomas Sowell: Illegal immigrants are not simply "taking jobs that Americans don't want." Stopping illegal immigration would mean that wages would have to rise to a level where Americans would want the jobs currently taken by illegal aliens.

John Hawkins: Do you think the US would be better off having a strong dollar, a weak dollar, or one just as good as the other? Why so?

Thomas Sowell: Whether a currency is "strong" or "weak" tells very little by itself. These are among the many emotional-laden words used in discussing of international transactions which obscure more than they reveal.

John Hawkins: Overall, do you believe Affirmative Action has had a more positive or negative impact on the lives of black Americans?

Thomas Sowell: Affirmative action has been a boon to those blacks who were already affluent and particularly for those who were rich but has done little or nothing for those blacks who are neither. Moreover empirical data from other countries around the world shows the same general pattern from group preferences.

John Hawkins: Do you believe reparations should be paid for slavery?

Thomas Sowell: The people made worse off by slavery were those who were enslaved. Their descendants would have been worse off today if born in Africa instead of America. Put differently, the terrible fate of their ancestors benefitted them. If those who were enslaved were alive, they would deserve huge reparations and their captors would deserve worse punishments than our laws allow. But death has put both beyond our reach. Frustrating as that may be, creating new injustices among the living will not change that.

posted by Miguel Noronha 11:33 da manhã

Leitura Recomendada

O recentemente regressado Homem a Dias propõe-nos algumas reflexões sobre o método da Contemplação da Tromba (CT). A não perder!
posted by Miguel Noronha 9:48 da manhã

Descentralização

Do artigo de Francisco Sarsfield Cabral.

É bom transferir competências para o poder local, agora democrático. Com razão, os autarcas reclamam mais dinheiro para exercerem novas competências. Mas o dinheiro não deveria sair quase todo do Estado central. Melhor seria obter boa parte dele através de impostos lançados (e não apenas cobrados) pelos próprios autarcas, a partir de decisões suas. Não é saudável os autarcas gastarem sem terem responsabilidades no financiamento das suas iniciativas.

Tudo seria mais transparente e mais responsabilizante se os autarcas dessem contas aos seus eleitores, não só das obras e empreendimentos que fazem ou não fazem, como também da forma como os financiam. O ónus político de lançar impostos faria maravilhas para introduzir um outro rigor nas finanças municipais. Mas é mais cómodo gastar, colhendo os louros da obra feita, sem ter de responder polticamente pelos fundos que tornaram possível a obra. Onde ficam, então, a autonomia e a descentralização?

posted by Miguel Noronha 8:38 da manhã

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Boas Notícas

Infelizmente dizem respeito a Inglaterra.

Conservatives seek return to Thatcherite principles

Thatcherite principles of enterprise, competition, low taxation and free markets will be championed by Michael Howard to regain policy ground the Tories believe they have surrendered to Labour.

Dr Liam Fox, the party chairman, will tonight set out to reclaim the political philosophy that led to limits on the power of trade unions, greater home-ownership and privatisations.

He will use a speech to entrepreneurs to flesh out the principles announced by Mr Howard, the Conservative leader, in his "I believe" declaration this month. Dr Fox will call on the party to return to the "language of conservatism", which he said had been "hijacked" by Labour.

He highlighted the use of "markets", of "competition", of "freedom" as words that used to be associated with the Tories.

"There are many who believe that these arguments are self evident. They forget that the battle for the freedom of ideas and the ideas of freedom must be fought and won with every new generation. For many younger voters, they will be hearing this message of liberation conservatism for the first time," he said.

"The party has a proud history and has done more than any other party to help mould our country," he will say. "Now we need to bring the principles, the philosophy and beliefs that have helped us do so much in the past to bear on the problems that beset today's Britain."

posted by Miguel Noronha 5:13 da tarde

Os Melhores Livros de Não-Ficção do Século

Duas (aliás, três) listas a explorar: da National Review Online e da Random House.
posted by Miguel Noronha 3:59 da tarde

Atenção!

Manuel, para de enganar as pessoas! O Stephen Moore é um perigo neo-liberal!
posted by Miguel Noronha 3:56 da tarde

Mark Kirkby e a Economia

A propósito de cerrado ataque a António Nogueira Leite, o relativo Mark Kirkby (MK) revela um profundo desconhecimento económico.

Começa, correctamente, por referir que os decisores políticos possuem um leque de opções à escolha. A sua tese começa a desmoronar-se quando as coloca a todas em igualdade. A cada opção política correspondem vários efeitos na Economia. Uns desejados outros não. Uns produzem excelentes efeitos a curto prazo e péssimos a médio/longo prazo. Com outros acontece o inverso. Com a prática continuada dos primeiros nem os efeitos benéficos de curto prazo subsistem. Estas leis económicas são universais e não podem ser alteradas por decreto. As opções que conduzem ao controlo das contas públicas, inflação, competitividade do mercado de capitais e a rendabilidade das empresas (entre outras) são as que permitem que a médio/longo prazo a riqueza das familias aumente. As trânsferencias orçamentais, tão do agrado dos socialistas, não.

Quando MK revela a sua preferência por "[u]m rigor orçamental controlado, que deixe flexibilidade para não se rebentarem com as políticas sociais e com o objectivo do emprego por exemplo." está não só a revelar uma injustificada confiança na capacidade do controlo governamental das variáveis económicas como um completo desconhecimento dos catastróficos resultados que as políticas de pleno emprego tiveram nos anos 70.

Ao contrário do que pensa MK são os políticos que (infelizmente) "mandam" na Economia. O "fatalismo das leis económicas" (na conotação negativa) resulta de decisões erradas dos políticos que pretendem empenhar o futuro por resultados de curto prazo.

È claro que para evitar este "fatalismo" a melhor solução será retirar aos políticos o controlo dos mecanismos económicos que ainda lhes restam. Suponho, no entanto, que esta medida seja demasiado ousada para um socialista.
posted by Miguel Noronha 3:04 da tarde

Imigração

Do artigo de José Manuel Fernandes no Público.

Portugal precisa de planear a imigração, o mesmo é dizer, precisa de definir quotas para a admissão de imigrantes de acordo com as necessidades do mercado de trabalho, evitando as políticas irrealistas de "portas abertas", gémeas nas consequências sociais das políticas de "portas fechadas", e procurando que os que chegam o façam em condições de se integrarem bem e de serem tratados com dignidade


Esta noção está completamente errada. O governo não sabe, nem tem forma de saber, qual é o número óptimo de imigrantes que deve admitir anualmente. Não tem forma igualmente de saber a não ser em termos genéricos quais as "especialidades" que são deficitárias no mercado de trabalho.

Mesmo nas "especialidades" não-deficitárias não podemos saber, antecipadamente, se os imigrantes não trarão mais-valias às empresas nacionais.

Esta política de imigração, se bem que seja preferível à de "portas-fechadas" não é mais que proteccionismo aplicado ao mercado de trabalho.

ACTUALIZAÇÃO: leiam o que diz, a este propósito, o Jaquinzinhos.
posted by Miguel Noronha 12:05 da tarde

Vitor Constâncio

O Mar Salgado chama a atenção para a entrevista do Governador do Banco de Portugal no Público de Segunda-Feira.

P. - Mas com estes escassos 0,75 por cento em 2004 e 1,75 por cento em 2005, como é que se pode ser optimista?

R. - Pode-se ser optimista se olharmos para a fase em que hoje se encontra a economia. Este foi um período de inevitável ajustamento após muitos anos de forte crescimento, de forte expansão das despesas das famílias e empresas, associada a um crescimento do endividamento, e esse período tinha de interromper-se. Tínhamos de passar por uma fase de contenção e ajustamento. É isso que tem ocorrido e agora estamos a sair dessa fase, pelo que a inversão é em si mesma positiva. Por outro lado, se excluirmos da evolução da economia as variáveis que dependem directamente do Orçamento de Estado - o consumo e o investimento público -, que terão evolução negativa em 2004, veremos que teremos essencialmente um crescimento da actividade económica produtiva, privada, de cerca de 1,5 em 2004 e quase três por cento em 2005. Estes números reflectem o facto de as empresas portuguesas terem capacidade instalada e poderem aproveitar o dinamismo da economia europeia que puxará pela economia portuguesa.


Queria no entanto chamar a atenção para uma "nuvem negra" que irá assombrar a maior parte dos países ocidentais e sobre a qual ter-se-à de agir com a maior brevidade possível.

temos de preparar o Orçamento para fazermos face a encargos futuros decorrentes do envelhecimento da população. As despesas com a saúde e com as pensões de reforma vão aumentar

posted by Miguel Noronha 10:27 da manhã

Hayek

O papel do livro "The Road to Serfdom" na Reconstrução Alemã no Marginal Revolution
posted by Miguel Noronha 9:27 da manhã

terça-feira, janeiro 20, 2004

Paul O'Neill

Um artigo da TCS mostra como os blogues, e não os media tradicionais, demonstraram as falácias do polémico livro "The Price of Loyalty".

The Blogosphere continues to effectively critique and correct Big Media's coverage on stories of the day. Consider the latest manifestation of this phenomenon in the coverage of Ron Suskind's The Price of Loyalty, which critiques the Bush Administration through the opinions and recollections of former Treasury Secretary Paul O'Neill. Suskind's book received favorable coverage in a segment done recently for 60 Minutes. But the program missed a number of holes, discrepancies, and inconsistencies in its telling of Suskind's and O'Neill's story. And while 60 Minutes dropped the ball, the Blogosphere picked it up, and became a resource for much needed perspective on the story of Suskind's book.

(...)

We're not even a year into 2004, and it may very well be that we have seen the year's most overhyped story. It didn't have to be that way, and more perspective could have been brought to the Paul O'Neill saga if 60 Minutes had followed some basic journalistic practices. But it failed, and the perspective had to be offered largely by the Blogosphere instead. It's becoming a habit for blogs to fill in for the failures of Big Media, and while that speaks well for the Blogosphere, it's clear that Big Media has some catching up to do if it wants to attain the high journalistic standards it once may have held.


Recomendo a leitura integral do artigo.
posted by Miguel Noronha 5:34 da tarde

The Case for Market Liberalism

Economic freedom and limited government under the rule of law are crucial for peace and prosperity in the 21st century. Globalization has helped spread market institutions and foster political reform, as in South Korea and Taiwan. Countries that have cut themselves off from the global economy, such as North Korea, have failed to develop. Critics of globalization have good intentions -- to alleviate poverty and close the gap between rich and poor countries -- but those ends are more likely to be achieved by economic freedom than by government intervention.

Interfering with free trade, dictating massive government-to-government aid programs, imposing burdensome environmental standards, fixing wage rates, and penalizing successful entrepreneurs are not in the long-run interests of poor countries. A policy of engagement is the best strategy to increase living standards, improve the environment, and reduce the risk of war.


China is the foremost example of the positive effects of opening to the outside world and establishing permanent normal trade relations. Trade liberalization has helped China grow the nonstate sector, dramatically increase per capita incomes, and invigorate civil society.

The market-liberal order is both natural and ethical. Former Czech President Václav Havel, in his Summer Meditations, noted that naturalness when he wrote that the free-market economy is "the only natural economy, the only kind that makes sense, the only one that can lead to prosperity, because it is the only one that reflects the nature of life itself."

The market-liberal order is also ethical, in the sense that it is based on freedom under the law. As Zhang Shuguang, an economist at the Unirule Institute in Beijing, stated, "In the market system, . . . the fundamental logic is free choice and equal status of individuals. The corresponding ethics . . . is mutual respect, mutual benefit, and mutual credit."

The failure of central planning has left the market economy as the only viable alternative in today's global economy. Emerging market economies, if they are to survive and prosper, must make a credible commitment to economic freedom and limited government. The problem is how to establish and maintain an institutional framework that protects private property rights and freedom of contract. The challenge is to create a constitutional order of freedom in which self-interest is in harmony with the general welfare. The market order and the political order will then be compatible.

Removing legal restrictions on exchange (both domestic and foreign) and reducing the size of government will increase economic freedom and prosperity. In a study of OECD countries and 60 other nations, published in the Cato Journal, James Gwartney, Randall Holcombe, and Robert Lawson found an inverse relation between the size of government, as a share of GDP, and economic growth -- but a "strong positive correlation between the security of property rights and economic growth."

The first step toward strengthening emerging market economies is to think clearly about ways to depoliticize economic life. Restrictions on trade, labor mobility, capital flows, and prices need to be examined with awareness of the social gains to be had by deregulation. If small cracks can be made in government controls, formal markets will emerge and corruption decline.

The next step is to embark on legal changes that reduce the costs of transactions by limiting the power of government to intervene in markets that are opening. New property-rights arrangements that correspond more closely to private than to state ownership are likely to emerge in the process of development. As people gain wealth through markets, they will have an incentive to acquire more secure property rights and demand legal reform. That process is now occurring in China, which will amend its constitution in March to give greater protection to private property.

Liberalizing foreign trade is perhaps the surest way to expand the market sector, bring about legal reform, and reduce the relative size of government. Trade also produces dynamic gains through the spread of new ideas and the development of civil society, as domestic enterprises adhere to international trade norms and learn the importance of the rule of law for economic progress and social development.

Expanding the global network of free markets will help check the power of government. The more open markets are, the more alternatives people will have to escape heavy taxation and regulation. Capital will move to where it is protected, not to where it is legally plundered.

Globalization has increased economic freedom and helped move reluctant governments in the direction of market liberalism. Policies that lower trade barriers, reduce marginal tax rates, limit government spending, and prevent inflation are positive steps toward prosperity. Trade, not aid, is the key ingredient in fostering freedom and prosperity in the 21st century

posted by Miguel Noronha 4:08 da tarde

O Caucus do Iowa

Para encerrar o assunto (pelo menos por enquanto...) deixo uma crónica de David Frum na National Review Online.

The Loonies Lose

Have the Democrats gone sane? Yesterday Iowa Democrats administered a brutal drubbing to Howard Dean and the far left of the Democratic party generally, opting instead for the two most sensible candidates on the ballot. If the Democrats go on to drub General Wesley Clark in New Hampshire, we may have to revisit all those articles about the ?angry electorate? and ?divided America? ? and open our minds to the hopeful reality that the patriotic consensus of 9/11 still holds.

Neither John Kerry nor John Edwards would make as good a president as George Bush. They lack his courage, his toughness, and his principles. That said, the Iowa results are deeply reassuring: There are some 600,000 Democrats in Iowa, and they may be some of the most liberal Democrats in the country. And yet when the time came to cast a ballot, not even they could stomach the destructive opportunism of the Dean campaign.

From a purely selfish partisan point of view, I?m sorry that Dean did not do better: He was and remains the most beatable of all the major candidates. But partisanship isn?t everything. The Democratic voters of Iowa spotted the worst candidate and the worst man in the race, and soundly thrashed him.


Ainda a propósito do assunto aconselho a leitura do post do Super Flumina.
posted by Miguel Noronha 12:36 da tarde

Orçamento Comunitário

O Presidente da Comissão volta a expressar o seu descontentamento com a intenções de reduzir as contribuições para o Orçamento comunitário.

In a speech yesterday (19 January), Mr Prodi said that his institution could not accept a reduction in the amount of money that member states pay into the EU budget .

"I have a duty to the future of the organisation to defend it against any cuts in resources in real terms".

He went on to explicitly criticise the six net contributors to the EU budget - Austria, the UK, the Netherlands, France, Germany and Sweden - who at the end of last year sent a letter demanding that for the next budget period (2007-2013), EU spending be capped at 1% of Gross National Income.

"We are on the eve of the biggest enlargement in the EU's history, which many people see as uniting for the first time in history the European continent. This is an odd moment to propose lowering the ceiling on the EU's own resources", said the Commission President.

He went on to insist that the Commission cannot do the jobs it has been set - in the areas of justice and home affairs, external politics and the Lisbon Agenda - the EU's self-set target of turning itself into the most dynamic economy in the world by 2010 - if it is to get less money.


Como qualquer socialista Prodi faz depender o crescimento económico da política orçamental. A experiência em vários países já demonstrou que o resultado obtido é precisamento o inverso e, no caso da UE, mais fundos significaram maior esbanjamento e um crescimento desmesurado das instituições comunitárias com a consequente sobreregulamentação.
posted by Miguel Noronha 11:39 da manhã

Eleições na América

No caucus do Iowa (primárias do Partido Democrata) o candidato favorito da imprensa ficou em terceiro lugar bastante distânciado dos moderados John Kerrry e John Edwards.

Na TSF, Luís Costa Ribas não conseguiu esconder o embaraço pela derrota do "seu candidato" nem que aceita como verdadeiras todas as afirmações dos candidatos democrátias incluindo o "mau estado da economia americana" (não deve ter visto as taxas de crescimento do ultimo semestre) e o "fracasso da polítca externa".
posted by Miguel Noronha 9:21 da manhã



Cortesia Cox & Forkum
posted by Miguel Noronha 8:50 da manhã

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Brechas na Muralha pt II

Continuando a dissecar o "jornal mais à direita que aparentemente foi tomado pela esquerda" temos o artigo de Eduardo Prado Coelho.

O seu artigo intitula-se "Argumentos e Má-Fé" em que convida o leitor a tentar descobrir qual das técnicas EPC utiliza em cada momento.

Decidi responder ao desafio por ele lançado. Eis o meu palpite.

1ª questão:
"a) aqueles que achavam que a população iraquiana não se manifestava com suficiente exuberância nas ruas porque tinha medo do ditador podem hoje compreender que essa não era bem a questão;"

Como em qualquer teste bem elaborado EPC procura não intimidar, logo à primeira pergunta, o leitor. É demasiado óbvio. É má-fe sem sombra de dúvidas.

2ª questão:
b) que os que pensavam que os actos de terrorismo no Iraque eram de defensores cegos de Saddam Hussein tmabém terão alguma dificuldade em explicar-nos como é que afinal o ex-ditador não comandava resistência nenhuma e os actos de terrorismo prosseguem mesmo com ele na prisão, humilhado e derrotado;

Esta já não é tão fácil como a primeira. Somos levados a pensar que como o Saddam era o manda-chuva lá do sítio antes de ter sido corrido pelos americanos também deveria comandar a resistência. É uma rasteira. Já antes de o terem apanhado as forças de ocupação tinham revelado que o comandade operacional da resistência era um General leal a Saddam. Confesso que tive que puxar pela memória mas consigui resolver esta. É má-fé mais uma vez.

3ª questão
"c) que, como muitos têm vindo a dizer (e cada vez mais nos E.U.A. aumenta o número dos que assim pensam, incluindo ex-membros da administração Bush), a preparação política da intervenção americana no Iraque tem-se revelado um verdadeiro desastre."

EPC tenta claramente induzirnos em erro com as recentes declarações de Paul O'Neill. Mas eu não caio nessa. É má-fé!!


4ª questão
"Ora aqueles que há meses ousassem dizer isto, e pôr quaisquer dúvidas sobre a política Bush e a acutilância da sua inteligência, eram de imediato remetidos para a situação infamante de "antiamericanos primários" (com a mesma brutalidade com que anteriormente se falava em anticomunistas primários)"

Esta é uma rasteira. A resposta não oferece duvidas. Basta lembramo-nos na profusão de comentadores que antes e depois da guerra previam uma catástrofe. Um novo Vietname. Quem deles duvidasse era "pró-americano" (para eles um insulto da pior espécie), "burro", "inimigo da paz", etc

Passados poucos meses Saddam foi apeado e detido, vários ditadores com receio de ter o mesmo destino renunciaram unilateralmente ao seu programa de WMD's e a Al-Qaeda não mais consegiu fazer atentados em países ocidentais.

É má-fé mais uma vez!
posted by Miguel Noronha 5:27 da tarde

Brechas na Muralha

Após ler o Público de hoje não posso deixar de pensar que, pese embora os esforços do perigoso neo-conservador Fernandes e do capitalista Belmiro (usando a terminologia sindical que trata todos por tu), este jornal continua a ser um reduto da esquerda.

O artigo de opinião de Amílcar Correia ("O Fórum Social Europeu e Os "Intocáveis") começa por culpar a globalização de todos os males deste mundo. Sò não o culpa pelos males do outro porque provavelmente é ateu.

Estranhamente no parágrafo seguinte diz que a culpa é dos direitos alfandegários impostos às exportações dos países pobres. Digo estranhamente porque, precisamente, um dos esforços da OMC (a cabeça da Hidra para os alter-globalistas) tem sido a redução das barreiras alfandegárias.

No outro imediatamente a seguir revela que a India, onde se está a realizar o FSM (já repararam que eles só marcam estes encontros em países onde existem boas praias?), está a ter excelentes resultados desde que decidiu abandonar o modelo socialista imposto pelo Partido do Congresso desde a independência e optar pelas malfadadas políticas neo-liberais.

Fala inclusivamente que a maldita deslocalização de empresas (outros dos traços marcantes desta globalização) lhe trouxe grandes benefícios.

Fala depois do desemprego causado pelas políticas estatizantes. Aqui a culpa é claramente do neo-liberalismo. Pois. Esquece-se de falar nos défices estatais e na paralisia económica a que o socialismo votou a India. Uma conveniente amnésia impede-o de referir que quando todos trabalhamos para o Estado não há ninguém para pagar a "conta".

Para terminar em beleza fala nos "intocáveis" como se estes tivessem sido criados por qualquer perverso ideólogo neo-liberal.
posted by Miguel Noronha 3:40 da tarde

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Cortesia American RealPolitik
posted by Miguel Noronha 2:17 da tarde

Quadratura do Círculo

O blogue da reencarnação do Flashback
posted by Miguel Noronha 11:51 da manhã

Freedom in the World 2004

Já Está disponível o relatório de 2004 da Freedom House que analisa o estado e a evolução das liberdades polítca e económica em todo mundo, país a país.

In 2003, freedom?s gains outpaced setbacks by a margin of nearly two to one. Despite deadly, sporadic terrorism around the world and a year of significant political volatility, in all, 25 countries showed significant improvements (with three making gains in their freedom category and 22 improving their numerical scores). The year also saw 13 countries suffer significant erosion of their freedom (with five dropping in category status and 8 declining in their numerical scores). Freedom categories?Free, Partly Free, and Not Free?represent a broad assessment of a country?s level of liberty, while numerical changes in political rights and civil liberties represent a more nuanced 1 to 7 scale, with 1 representing the highest levels of freedom and 7 representing the most repressive practices.
As 2003 drew to a close, there were 88 Free countries (one fewer than last year). There were 55 Partly Free countries, the same number as last year. And there were 49 Not Free countries, an increase of one from the previous year.

posted by Miguel Noronha 11:19 da manhã

Robert Pipes

A Front Page Magazine entrevista Robert Pipes. Este fala sobre o Iraque, a guerra ao terrorismo e a União Soviética.

FP: Let's turn to the War on Terror. Do you think some of the same tactics that worked in defeating communism can succeed in our present war with Islamism? Does the present threat outweigh that posed by the Soviet Empire? What strategy do you think is crucial now?

Pipes: The threat of Islamism is quite different from that posed by the USSR -- both less menacing in that its adherents are much weaker, and more so in that they are fanatics with whom it is impossible to negotiate. History indicates, however, that in the long run all terrorist movements are defeated by firm action and police penetration of their structures.

posted by Miguel Noronha 9:39 da manhã

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"A society that does not recognize that each individual has values of his own which he is entitled to follow can have no respect for the dignity of the individual and cannot really know freedom."
F.A.Hayek

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