sábado, julho 12, 2003
Coerências pt II
Alberto Gonçalves sobre Lula:
"(...) os seis meses que o sr. Lula leva de exercício - o único critério racional de avaliação - dispensam particulares comendas. Quando imita o liberalismo convencional, vai acertando; quando segue os "instintos" e alguns acólitos, espalha-se ao comprido."
posted by Miguel Noronha 7:01 da tarde
cortesia do American Realpolitik
posted by Miguel Noronha 6:00 da tarde
sexta-feira, julho 11, 2003
Coerências
Ouvi há pouco na TSF que, no seu discurso, Pedro Santana Lopes elogiou o presidente Lula pela sua coerência.
É curioso que apesar do relativismo pós-moderno que inquina a maior parte da nossa sociedade o valor da coerência seja considerado absoluto.
Já todos ouvimos de personalidades que abrangem a totalidade do espectro político o elogio da coerência de Álvaro Cunhal (AC). Independentemente dessa coerência significar o apego a um modelo de sociedade anti-liberal responsável por crimes contra a Humanidade nunca AC se mostrou minimamente arrependido dos seus ideiais e da filo-sovietismo militante.
Prefiro a "incorência" de Pacheco Pereira ou João Carlos Espada que renegaram as suas anteriores convicções e aderiram aos valores da democracia liberal à coerência de AC.
A coerência não pode ser um valor absoluto.
Voltando ao presidente Lula a sua maior virtude nestes primeiros tempos de governação foi precisamente a sua incoerência ao dar seguimento a várias políticas de Fernando Henrique Cardoso. É aliás da continuação desta incoerência que depende o futuro do Brasil
Nota: recomendo, a este propósito, a leitura do post do Comprometido Espectador sobre o progresso do Brasil durante as presidências de FHC.
posted by Miguel Noronha 7:24 da tarde
Como São Diferentes os Ingleses!(via Daily Dish)
Um artigo publicado no Guardian defende o fim dos subsídios agricolas como forma de minorar a pobreza em África e de diminuir o custo dos produtos agricolas na Europa e EUA. Defende inclusivamente que a ajuda ao paises africanos deve ser condicionais a práticas de boa governação.
O parágrafo final é sintomático da diferença de pontos de visto entre a Inglaterra e o continente:
"Interestingly, the abolition of subsidies is one of those rare policies to unite free-market right with interventionist left, and it also has the support of industry and the unions. Governments have proved themselves unable to resist the powerful agricultural lobbies in their own countries. It is time for consumers to unite instead"
posted by Miguel Noronha 4:46 da tarde
Serviço Público
O O Comprometido Espectador começou hoje a fazer um resumo do livro The Future of Freedom de Fareed Zakaria. Já está adicionado na lista de compras d'O Intermitente.
posted by Miguel Noronha 2:42 da tarde
WMD's
Entrevista com Rolf Ekeus, o chefe dos inspectores da ONU no Iraque de 1991 a 1997 publicada no DN:
O dossier das armas de destruição maciça que o regime de Saddam Hussein supostamente teria, e que foram um factor determinante para a invasão do Iraque, continuam a causar grande turbulência política em Washington em Londres.
Das toneladas de armas químicas e biológicas que se disse existirem, apenas foram encontrados alguns tambores ferrugentos e ogivas de artilharia onde em tempos haveria agentes dessas armas. Das armas atómicas, só componentes para refinação metidos em sacos de plástico e escondidos num roseiral. Para os que defendem que isso significa que as armas não existiam e que a guerra foi injustificada, Rolf Ekeus, o chefe dos inspectores da ONU no Iraque de 1991 a 1997, responde que essa conclusão é «bastante bizarra» e que a procura frenética das armas de destruição maciça representa uma «distorção e trivialização de uma ameaça grave para a paz internacional» que o regime de Saddam representava.
Mas se as armas de destruição existiam o que lhes aconteceu?
Ekeus afirma que, depois da Guerra do Golfo, Saddam mudou de objectivo, da produção de agentes para o seu melhoramento e plataformas para os lançar: «O objectivo passou a ser a produção e encaminhamento de agentes das armas directamente para o campo de batalha em caso de guerra. Centenas de engenheiros químicos e de produção e processamento foram empenhados no desenvolvimento de gases contra o sistema nervoso, especialmente o VX, com o objectivo primário de estabilizarem os agentes para optimizarem a manutenção durante mais tempo das suas propriedades letais».
E acrescenta: «A verdadeira ameaça de guerra química do Iraque tinha duas componentes. Uma era a capacidade potencial de levar agentes químicos para o campo de batalha para serem usados contra um inimigo mal treinado e equipado. A outra era a possibilidade de os especialistas iraquianos em armas químicas se comprometerem com redes terroristas, como a Al-Qaeda, com a qual têm muito maior afinidade que os cientistas russos desempregados com que os Estados Unidos tanto se preocupam».
Antes da guerra, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIEE) fez um estudo no qual considerava pouco provável que Bagdad conseguisse construir uma bomba nuclear, mas admitia que armas químicas e biológicas pudessem ser fabricadas em instalações civis.
É com base neste tipo de estudos que cada vez há mais especialistas a admitirem que as armas nunca serão encontradas. Só que, como alertava o IIEE, «esperemos e a ameaça crescerá, ataquemos e a ameaça pode ser utilizada». A escolha seria sempre política
posted by Miguel Noronha 10:55 da manhã
África e a Globalização
Continuando a discussão gerada pelo excerto do artigo de Sarsfield Cabral publicado ontem (ver África), Daniel Drezner publicou dois posts ("HOW AFRICA CAN HELP ITSELF" e "HOW AFRICA CAN HELP ITSELF, CONT'D") em que são abordados os progressos económicos no Botswana e no combate à SIDA no Uganda.
posted by Miguel Noronha 10:26 da manhã
Inaceitável Disse Ele
Um artigo do Arab News acusa os EUA de quererem destabilizar o Irão.
Ninguém ignora que o Irão é um regime auroritário teocrárico anti-liberal. Que reprime o seu povo e os seus representantes eleitos em nome da legitimidade religioso-revolucionária. Que apoia grupos terroristas em vários países. Que está a desenvolver programas de armas de destruição massiça com o auxilio da Coreia do Norte.
Também só quem anda afastado da realidade ignora os movimentos de contestação que assumiram o pico nos ultimos dias e a forma como foi conduzida a repressão.
Ninguém, logo, pode esperar simpatia por parte do mundo ocidental e particularmente dos EUA.
Embora a presença de forças americanas e inglesas no vizinho iraque possibilite algumas acções "subversivas" e algum auxilio à oposição iraniana até à completa pacificação do Iraque não é de esperar qualquer acção militar em larga escala.
O artigo não acusa, porém, os EUA de pretenderem invadir o Irão num futuro próximo. Acusa o Departamento de Estado de ter emitido declarações favoráveis à oposição e constroi a sua argumentação com base nisto. A acusação é infundamentada e enviesada.
Compare-se o "crime" de apoiar movimentos que pretendem derrubar uma ditadura com o financiamento do terrorismo. Compare-se uma democracia com uma ditadura.
posted by Miguel Noronha 9:28 da manhã
Excelentes Notícias!
Os Pixies podem juntar-se para uma digressão!
posted by Miguel Noronha 8:34 da manhã
quinta-feira, julho 10, 2003
Liberdade de Escolha na Educação
Recomendo a leitura de dois editoriais de jornais americanos. Breaking Away de Bob Herbert sobre o subaproveitamento dos jovens negros nas escolas públicas no que parece ser mais um exemplo do "defining deviancy down" e Vote yes for D.C. vouchers no Washigton Times sobre a iniciativa legislativa que vai ser votada hoje em Washigton DC.
posted by Miguel Noronha 8:02 da tarde
África
Da crónica de
Francisco Sarsfield Cabral no DN:
A miséria africana é um exemplo de falta de globalização: bem gostariam muitas daquelas nações ser exploradas pelas multinacionais... O seu drama é serem ignoradas, ficando fora da economia mundial. Nesse quadro de desinteresse geral, a visita de Bush a África é de assinalar. Razões de segurança (combate ao terrorismo) estarão na base desta inesperada viagem do Presidente americano. Mas ela também acentua um novo empenhamento de Washington na ajuda ao desenvolvimento africano _ na luta contra a sida, por exemplo. Entretanto, os europeus, ex-colonizadores de África, olham com espanto para esta atitude de um político «isolacionista» americano. E, com uma ou outra excepção, continuam relutantes a dar aos africanos a ajuda de que eles mais precisam: acesso ao mercado europeu. Sobretudo quanto a certos produtos onde os agricultores africanos são competitivos. Mas retórica não falta.
posted by Miguel Noronha 3:10 da tarde
O Mito do MST
Nas crónicas sobre o Brasil e, especialmente, quando se fala de Lula da Silva é inevitável a referência ao MST. Esta é sempre feita em termos elogiosos. A de hoje não foge à regra e diz o seguinte:
A questão agrária também pressiona o Governo, com o Movimento dos (trabalhadores rurais) Sem Terra (MST) a intensificar as invasões de terras improdutivas e os acampamentos à beira de estradas. Isso gerou uma forte repressão dos fazendeiros, em muitos casos, organizados em milícias ilegais. O clima em alguns locais do país é bastante tenso.
Lula recebeu dirigentes do MST, usou um boné do movimento e enfureceu os parlamentares que representam os donos das terras, que o acusam de apoiar as acções por vezes violentas do MST. Mas o Presidente não se deixou intimidar e prometeu que vai alojar mais famílias do que fez o anterior.
O MST é sempre apresentado como o heroi e os fazendeiros como improdutivos. As suas acções violentas são sempre desculpabilizadas como um mal necessário à realização de um objectivo maior. As milicias dos fazendeiros são "ilegais", a violência do MST é legitima e não intimida Lula que os premeia com mais fundos e mais terras. Por experiência própria sabemos o que é a "experiência" da reforma agrária conduzida por movimentos revolucionários. Não existem razões objectivas para pensar que no Brasil os resultados sejam melhores que os obtidos pelas "nossas" UCP's. Os seus objectivos não terminam na (suposta) reforma agrária. A sua âmbição é o poder político e a implantação de um estado totalitário.
Para quer saber sobre a verdadeira realidade do MST recomendo este artigo de Olavo de Carvalho.
"(...) o MST não quer mais terra. Ele quer "toda a terra". Quer tomar o poder por meio de uma revolução e, feito isso, implantar um socialismo tipo aquele que foi derrubado a partir de novembro de 1989, após a queda do Muro de Berlim. Quem diz isso são os próprios líderes do MST.
Num primeiro momento o inimigo do MST era o latifúndio improdutivo. Com o tempo, os latifúndios produtivos passaram a ser também atacados. Nessas invasões registram-se sempre ocorrências de roubo de gado e de grãos estocados, depredação de tratores e houve, até mesmo, um caso em que uma fazenda foi incendiada. Em uma fase seguinte, o MST deixou a área rural mas permaneceu nas pequenas cidades do interior, organizando saques a supermercados, invadindo delegacias de polícia para libertar companheiros presos e ocupando agências bancárias como forma de protesto"
"Em março de 2002, após a invasão, roubo e depredação da fazenda dos filhos do Presidente da República, em Buritis, vemos, em abril, um dirigente do MST, financiado com dinheiro da "Via Campesina", dentro do "bunker" de Iasser Arafat, apresentando "a solidariedade" do MST à luta dos palestinos.
Ao mesmo tempo, no dia 3 de abril, em Brasília, após uma passeata do MST à Embaixada de Israel, o líder José Rainha que há muito tempo não é mais sem-terra declara apoio aos atentados contra alvos civis israelenses: "Os atentados contra Israel são a arma de defesa dos palestinos. Muitas vezes as
vítimas são civis, mas não há outra saída"."
posted by Miguel Noronha 10:39 da manhã
Mal Intencionado
Declarações do presidente da África do Sul sobre a situação no Zimbabwe:
"Apelámos ao Governo e à oposição para se juntarem", disse Mbeki, citado pela Associated Press. "Eles estão, de facto, a discutir todas as questões. O processo está em curso." Esta afirmação desencadeou um imediato protesto da oposição zimbabweana. O seu líder, Morgan Tsvangirai, acusou Mbeki de fazer declarações "falsas e mal intencionadas".
"Desde a interrupção das conversações entre a Zanu-PF [partido do Presidente Robert Mugabe] e o MDC [oposição] em Abril de 2002, não tem existido absolutamente nenhum contacto político entre os dois partidos", garantiu Tsvangirai
De facto, pelas noticias que chegam do Zimbabwe, os únicos contactos entre a oposição e as autoridades de Harare faz-se quando estes são presos e torturados nos calabouços do regime.
posted by Miguel Noronha 9:21 da manhã
quarta-feira, julho 09, 2003
Alucinado
Falham-me as palavras para descrever o ultimo artigo de Fernando Rosas.
posted by Miguel Noronha 7:44 da tarde
Alivio
É oficial. Na sua crónica Eduardo Prado Coelho desmente que seja O Meu Pipi e anuncia que vai de férias! Já podemos dormir descansados...
posted by Miguel Noronha 6:04 da tarde
O Anti-Americanismo No Seu Melhor
Excerto do relato de um conclave de "intelectuais" em Bruxelas:
"In the midst of all that, a Russian attendee managed to make his way to the microphone. He said that he?d grown up under the communists before the collapse of the Soviet Union and was struck by the similarity of the attacks on America he was hearing from these people and the attacks he read day after day in Pravda.
One of the organizers of the conference countered that he was glad the communists at least understood America and was applauded for saying it.
That may have said it all"
Nota: Será que algum dos nossos FSPianos iluminados esteve presente? Quase de certerza que sim...
posted by Miguel Noronha 5:22 da tarde
Will Chinese communism soon collapse?
O Opinion Journal publica hoje um artigo intitulado "Springtime in Hong Kong - Will Chinese communism soon collapse? o qual, baseado no recente recuo da administração de Hong Kong no que respeita ao artigo 23 pergunta se não estaremos num ponto de viragem para a própria China.
Segundo o artigo, a repressão de Tiananmen só foi possível graças ao isolamento dos manifestantes do "resto do mundo". Com as restrições à liberdade de informação praticadas pelo governo Chinês foi possível esmagar o movimento pró-democracia. Em Hong Kong, que possui uma imprensa livre e uma tradição de liberdade não será possível aplicar o mesmo método.
Na minha opinião o artigo peca por excesso de optimismo. Embora não podendo usar as mesmas medidas repressivas o governo chinês é conhecido por conseguir alcançar os seus objectivos de forma paciente e gradual. Embora momentaneamente derrotados irão, certamente, voltar a insistir na aprovação desta e de outras medidas que limitem as liberdades políticas de Hong Kong. A autonomia deste território será sempre uma pedra no sapato de Pequim. A estratégia mais óbvia será gradualmente, em pequenos passos, uniformizar a legislação que não se adeque às de um governo autoritário.
Para evitar este, quase inevitável desfecho, só podemos contar com a resistência dos habitantes de Hong Kong e com a pressão dos governos ocidentais. É necessário que não se repita a traição (sem aspas) que ocorreu após o massacre de Tiananmen. Podemos também esperar que o exemplo de Hong Kong e as contradições decorrentes da assimetria entre as liberdades económica e política provoquem movimentos de contestação dentro da própria China. Perante uma ?guerra? com várias ?frentes? o governo chinês o governo chinês poderá finalmente ter de abdicar de parte dos seus poderes e devolve-los ao povo da China.
What we are seeing in Hong Kong is simply the most visible piece of a crisis centered not in Hong Kong, but deep in China itself. In a crucially important article, "The Chinese Sickness," published in the current issue of Commentary, sinologist Arthur Waldron argues eloquently that for the brutal, unloved and corruption-fostering regime in Beijing, the moment of truth may be approaching sooner than we think. Especially in the nations of the free world, now banking on democracy as the road to peace, we must stand ready not only to applaud Hong Kong, but to choose, when the chips are down in China itself, which side we are on
posted by Miguel Noronha 4:21 da tarde
Economic Freedom Index (via Samizdata)
O Cato Institute acaba de publicar o Economic Freedom of the World Report referente a 2003. Eis uma explicação básica dos critérios utilizados:
To get a high economic freedom rating, a country must rely primarily on voluntary exchange and markets rather than taxes and government spending to allocate goods and resources. It must also follow stable monetary policies, avoid regulations that limit entry into markets, and establish a legal regime that provides for the evenhanded enforcement of contracts and protection of property rights.
1.Hong Kong
2.Singapore
3.United States
4.New Zealand
5.United Kingdom
6.Canada
7.Switzerland
8.Ireland
9.Australia
10.Netherlands
..
16.Estonia
..
20.Germany; Chile
..
23.Panama;El Salvador
..
26.Japan;Botswana;Costa Rica
..
35.Italy
..
44.France
..
69.Mexico
..
73. India
..
81.Brazil
..
100.China
..
103.Russia
Chamo a atenção que este indice não mede a riqueza relativa dos países mas sim o ambiente económico e logo às perspectivas de crescimento futuro.
nota: dado que esta é uma publicação paga não tenho acesso à posição portuguesa neste ranking. Agradecia que me a podessem facultar.
posted by Miguel Noronha 12:11 da tarde
terça-feira, julho 08, 2003
Cabala
O Blogo acabou, o Pedro Mexia está constipado e o meu irmão não faz um post novo há várias horas. Tudo no mesmo dia que o José Mário Silva voltou de França. Estão a ver a ligação?
posted by Miguel Noronha 9:35 da tarde
Angustias Sobre o Jantar
No Abrupto, Pacheco Pereira lança o espectro da "carloscastrice" sobre o jantar da UBL.
Confesso que os temas debatidos foram corriqueiros e que passamos grande parte do tempo a cortar no guarda-roupa de Carlos Carvalhas e a lamentar que seja o Luís Fazenda a ocupar o lugar ao lado da Joana Amaral Dias.
Para nos redimir deste pecado venial o Pedro Lomba propõe uma série de temas que por certo irão aumentar, significativamente, a erudição do repasto.
Querendo contribuir também para a elevação do prestigio da UBL, comprometo-me a abandonar o estilo "Carlos Castro" nas minhas crónicas. Os próximos jantares serão relatados no estilo "José Quitério"!
posted by Miguel Noronha 1:37 da tarde
Alberto Martins teve falta justificada por «trabalho politico» em Sevilha
Um excerto do comentário de Eduardo Dâmaso no Público:
Qual terá sido o "trabalho político" do deputado em Sevilha? O mistério só pode ser esclarecido pelo próprio, mas podemos desde já procurar algumas explicações. Terá o deputado feito "trabalho político" junto dos milhares de adeptos portistas e muitos deles oriundos do círculo eleitoral do deputado? Ou terá feito o tal "trabalho político" junto das centenas de portugueses importantes, vulgo "vip", que se vislumbravam nas bancadas do estádio? Terá explicado as suas iniciativas no Parlamento em prol dos interesses dos eleitores portuenses ou registado as suas eventuais reclamações por isto ou por aquilo? Terá organizado uma sessão de esclarecimento à porta do estádio ou aproveitou a festa dos adeptos para montar uma banquinha à porta de um bar para pedir a palavra e explicar-lhes as relevantes matérias que o preocupam e, assim, atenuar os problemas da falta de uma relação constante e próxima com o eleitorado?
posted by Miguel Noronha 11:56 da manhã
Media
Até que ponto fazem sentido as políticas anti-trust no sector de telecomunicações? O presidente da FCC (autoridade das telecomunicações dos EUA) fez ontem as seguintes declarações:
"I personally don't think anybody is safe. I don't believe any company currently in communications is so well-structured and tied down that they are guaranteed to be here 15 years from now," Michael K. Powell told editors and reporters at The Washington Times.
Amateur inventors can disrupt established companies with new technologies such as wireless phones and instant messaging, Mr. Powell said.
"Kids can still come out of a garage with something that blows the pants off of Ivan Seidenberg," he said, referring to the president and chief executive of Verizon Communications, the nation's largest telephone company.
"If anybody doubts that big companies can find themselves wiped out, we can go through the history of disrupting technologies. I have a long list of companies once thought invincible."
"It's easy to vilify a corporate mogul. But when you understand you make money producing what interests the public, the argument becomes quite a bit more queasy, doesn't it? Are you really indicting the mogul, or what your countrymen like to watch? The media companies, if they have one sin, is that they're too responsive," he said.
Critics have suggested the relaxed rules will lead to homogenized TV programming.
"I agree. A lot of TV is bland. I don't know what you want a government official to do to spice it up for you," Mr. Powell said.
posted by Miguel Noronha 11:13 da manhã
Nelson Ascher
Tudo o que você queria (e não queria) saber sobre Nelson Ascher no Europundits.
posted by Miguel Noronha 8:38 da manhã
segunda-feira, julho 07, 2003
PE: Petição de Apoio ao Democratas Cubanos
O Diário Digital noticia que cerca de 200 eurodeputados assinaram uma petição de apoio ao democratas cubanos. A noticia merece dois comentários.
Em primeiro lugar assinaram a petição deputados de todos os grupos do PE com excepção do GUE/NGL, onde se inclui o PCP. Depois da "desfeita" de terem aprovado na AR um voto contrário à ultima vaga de prisões que indispôs de o ditador cubano de tal forma que se recusou a receber Carlos Carvalhas o PCP quer emendar a mão. Para além do mais dão sempre jeito as estâncias do PCC para passar umas férias no Caribe. Os preso politicos que se lixem...
Por ultimo, se a notica reconhece que o mentor desta petição foi José Ribeiro e Castro do CDS alguém me explica o porquê o título é : "Mário Soares assina petição contra Cuba"? Apesar dos seus desvarios não lhe são conhecidas posições pró-cubanas. Alguém me explica?
posted by Miguel Noronha 8:31 da tarde
Discografia Essencial (Incompleta) - Algumas Adições
B-52's - B52's/Cosmic Thing
Caetano Veloso - Transa
Death In June - The Guilty Have No Pride
Durutti Column - Lips That Would Kiss/Amigos em Portugal
GNR - Os Homens Não Se Querem Bonitos
Hugo Largo - Drum/Mettle
In The Nursery - Prelude/Köda
Kraftwerk - The Man Machine
Kubik - Oblique Musique
Laurie Anderson - Big Science/Home of the Brave/Strange Angels
New Order - Power, Corruption and Lies
Sétima Legião - A Um Deus Desconhecido
Sound - From The Lions Mouth/Heads and Hearts
This Heat - Deceit
Tom Diabo - Dark Star
Tom Waits - Nighthawks at the Diner/Swordishtrombones
Tricky - Maxinequaye
Tuxedomoon - Ten Years in One Night/Ship of Fools/Holy Wars
Upland - Upland
V/A - Lonely is An Eyesore (4AD)
V/A - Insónia (FNN)
V/A - Divergências (Ama Romanta)
Virgin Prunes - If I Die I Die
Virginia Astley - Hope in a Darkened Heart
Von Magnet - El Sexo Sur-realista
Wim Mertens/Soft Veredict - Maximizing the Audience/Educes Me
posted by Miguel Noronha 7:44 da tarde
Uma Pequena Vitória
Devido ao protestos da população, o governo de Hong Kong decidiu adiar a votação do infame artigo 23 que confere extensos poderes às forças de segurança em materias de subversão. A guerra não está, no entanto, ganha para os democratas de Hong Kong...
Lee Cheuk-yan from the Civil Human Rights Front, said: "This is only a strategic retreat of the government. And then we need to continue to strengthen the people power so as to ensure Article 23 will not be passed in the future and we can have full democracy."
posted by Miguel Noronha 6:16 da tarde
Versões da Mesma Notícia
Como o Valete Frates tinha noticiado, uma comissão do Parlamento ilibou o seu governo da acusão de ter mentido deliberadamente sobre a existência de WMD's no Iraque.
Eis como os diferentes orgãos de informação optam por destacar diferentes aspectos da mesma noticia:
Iraque: Parlamento britânico critica Blair por relatório «pouco credível» (Diário Digital)
UK Parliament Clears Govt of Misleading on Iraq (Yahoo News)
Comissão parlamentar "absolve" Governo britânico mas critica Tony Blair (Público) - gosto particularmente das aspas...
Comissão parlamentar ilibou governo mas critica Blair (TSF)
British Lawmakers Assail Government for Iraqi Arms Report (New York Times)
Campbell cleared by MPs over Iraq dossier (Daily Telegraph)
Dossier report clears Campbell (Guardian)
Una comisión parlamentaria exculpa a Blair de haber manipulado los informes sobre el arsenal iraquí (Libertad Digital)
posted by Miguel Noronha 5:37 da tarde
Deflação
Saiu Sábado no DN um artigo do Professor Miguel Gouveia sobre o (falso) problema da deflação. Não sendo a sua opinião diferente da de outros artigos já aqui referido o seu mérito é ser o primeiro artigo não alarmista que sai nos jornais portugueses. Para quem não o leu aqui fica a transcrição.
Na minha opinião, os perigos da deflação têm sido muito exagerados, quer por falta de memória histórica, quer devido à falta de rigor na análise de alguns problemas.
A verdade é que a situação de baixas taxas de inflação em que temos vivido é uma das maiores conquistas dos últimos anos.
Pela primeira vez desde há muito tempo, conseguiu-se alcançar um dos objectivos de qualquer boa política económica: a estabilidade dos preços.
Esta estabilidade tem vantagens enormes no funcionamento eficiente da economia e é uma garantia de equidade, porque é sabido que são sempre os pobres e as pessoas com rendimentos fixos quem mais perde com a inflação.
O mundo terá sempre ciclos económicos. Para que em média haja estabilidade de preços, por vezes eles crescerão um pouco mais e outras vezes até terão de se reduzir.
Nada de especial: níveis baixos de inflação não são muito maus e níveis baixos de deflação também não são.
Há quem argumente que com a deflação os agentes económicos não consumirão de todo porque ficarão a aguardar preços mais baixos no futuro.
Este argumento não pode ser válido: quando há inflação, será que as pessoas consomem tudo hoje e não deixam nada para amanhã?
Claro que não. Trata-se de um argumento que se aplicaria apenas no caso de uma hiperdeflação, tal como o argumento inverso se aplicaria apenas nos casos de uma hiperinflação.
Com a deflação há, antes de tudo, um receio do desconhecido. Ora, a verdade é que a economia europeia já atravessou vária fases de deflação ao longo da sua história, sem que daí viesse grande mal ao mundo.
Por exemplo, uma boa parte do Sec. XIX, na vigência do padrão ouro, foi passado em deflação sem que isso tivesse afectado negativamente o crescimento económico.
Parte do medo da deflação vem da crise de 1929 e parte da situação japonesa actual. Ora, a crise de 1929 viu alguma deflação, mas hoje sabemos que a política monetária seguida na altura foi extraordinariamente restritiva, ao contrário da política furiosamente expansionista seguida hoje.
Por outro lado, a situação japonesa tem a sua raiz num problema que não tem nada a ver com deflação _ o sistema bancário está falido, mas como nunca mais há coragem política de o limpar e distribuir explicitamente os custos da limpeza, tudo o mais na economia japonesa está paralisado à espera que o problema seja resolvido.
O problema é outro. Quem levanta o medo da deflação quer um Estado grande e o financiamento das despesas públicas pelo imposto inflação [!!!].
Mas essas pessoas estão erradas: o problema não tem a ver com a dimensão do Estado! Hoje sabemos que o imposto inflação é mau, e mesmo quem queira um Estado grande fará melhor em o financiar num contexto de estabilidade de preços.
Deitar fora a conquista da estabilidade de preços com base em superstições sobre a deflação é algo que as gerações futuras nunca nos iriam perdoar
posted by Miguel Noronha 11:51 da manhã
O Mundo Está Virado do Avesso
Já nada é como era. Confesso ter ficado estupefacto quando li a noticia que o PCP acusa socialistas de sectarismo. O que virá a seguir? A acusação de utilização de métodos estalinistas pelo PSD?
posted by Miguel Noronha 10:45 da manhã
domingo, julho 06, 2003
O Jantar
O que há a dizer sobre o jantar? Quanto mais não seja para irritar os nosso oponentes ideológicos só podemos afimar veementemento o sucesso desta iniciativa.
Apesar de poucas horas antes de esperado eventado tudo ter começado a correr mal (cancelamentos em massa!) tudo compôs e num esforço de ultima hora a organização garantiu a presença de dois pesos pesados da blogosfera.
Apesar do ambiente algo quadrado do jantar propriamente dito a conversa seguiu a bom ritmo embora para comunicar com o outro lado da mesa fosse necessário recorrer ao SMS.
Agradeço a paciência demonstrada pelos meus parceiros de mesa e garanto à Clara que começarei amanhã mesmo a ler o seu blogue.
Já o jantar tinha acabado quando finalmente apareceu o mentor da UBL.
Eliminada a distância que nos separava o debate pós jantar decorreu sem incidentes excepção feita ao olhar fulminante que os empregados nos começaram a dirigir após certa hora. Fiquei deveras impressionado com o conhecimento demontrado por alguns bloggers. Não podendo revelar muitos pormenores da conversa mas no intuito de dar um exemplo aos meus leitores posso adiantar que um dos pontos tratados foi a possibilidade de ocorrer um milagre durante o congresso dos neo-democratas.
Os afazeres no dia seguinte forçaram-me a regressar à base mais cedo pelo que o meu relato finda-se por aqui.
Resta-me agradecer à Charlotte o esforço de organização e ameçar os ubelianos ausentes com a leitura obrigatória da obra completa de um certo autor se voltarem a repetir a gracinha.
NOTA: Como o meu irmão já referiu, por razões obvias não podemos utilizar vernáculo na elaboração dos posts. A tensão é inamaginável. Não seria de estranhar que um de nós criasse outro blogue onde pudesse dar redea solta ao teclado.
posted by Miguel Noronha 9:44 da tarde
Eurodeputados
No programa Eurodeputados (RTP2) de hoje discutiu-se o projecto de constituição europeia (CE). Participaram os eurodeputados Pacheco Pereira (PSD), Luís Queiró (CDS), Ilda Figueiredo (PCP) e Mário Soares (PS).
Dos quatro apenas Mário Soares defendeu a aprovação da CE. Disse que, apesar de não conter o termo, esta é mais um passo no caminho Europa federal e que o actual processo de construcção europeia é o único (!!) e irreversivel. Não vê qualquer problema na perda de autonomia dos estados membros em termos de política externa e de defesa. Acha, inclusivamente, que é um avanço benefico uma vez que, caso já existisse na altura, teria impedido a "dissidência" dos países que não seguiram o eixo franco-alemão na questão iraquiana.
Pacheco Pereira defendeu que a UE não deve ser mais que um espaço económico e que o processo de criação da CE foi conduzido de cima para baixo. Como já tinha referido num artigo no Público ninguém, para além dos federalistas e dos eurocratas, o pediu, nem mesmo o "povo europeu" (que disse ser uma entidade sem existência real). Este processo visa afastar o poder de decisão dos governos nacionais em favor da tecnocracia comunitária. Por ultimo a Convenção exarcebou o seu papel visto ter sido (apenas) criada para proceder à simplificação dos tratados existentes e devolver alguns poderes aos países membros. O resultado foi o inverso.
As intervenções de Luís Queiró (que participou na Convenção) foram concordantes com as de Pacheco Pereira. Referiu ainda o autoritarismo de Valery Giscard D'Estaing (VGD) que forçou os consensos e não permitiu qualquer votação. Relembou ainda a contradição entre o discurso nacionalista de VGD na Assembleia Nacional francesa depois do tratado de Nice (em que defendia a sua reprovação) com o seu discurso presente.
As razões apresentadas, por Ilda Figueiredo, para se opor a CE prenderam-se mais com proteccionismo das industrias nacionais. Do que disse no programa, o único ponto digno de registo a referencia ao silenciamento e marginalização dos trabalhos da Convenção daqueles que a ela se opuseram.
Os participantes foram unanimes quanto à necessidade da aprovação do tratado ser feita através de um referendo.
Todos os participantes neste debate são figuras de relevo nos respectivos partidos. Resta saber até que ponto a suas opiniões convergem com as direcções patidárias. Resta também saber se o Governo português vai seguir a linha "realista" e de "aluno exemplar" que é comum ou vai bater-se por aquilo que acredita não assumindo, à priori, a derrota das suas posições.
posted by Miguel Noronha 4:55 da tarde
Discografia Essencial (Incompleta) - 1ª Versão
Arovane - Atol Scrap
American Music Club - Mercury
Anti Pop Consortium - Antipop vs. Matthew Shipp
April March - Chrominance Decoder
Autechre - Tri Repetae/Confield
Be Good Tanyas - Blue Horse
Belle and Sebastian - If You're Feeling Sinister
Belly - Slow Dust EP
Beth Gibbons - Out of Season
Birthday Party - Drunk on the Pope's Blood
Boards of Canada - Music Has The Right to Children
Bjork - Debut
Coctau Twins - Garlands/Treasure
Coil - Scatology/Love's Secret Domain/Stolen and Contaminated Songs
Cramps - Songs the Lord Taught Us
Current 93 - Swastikas for Noddy/Earth Covers Earth
Bonnie "Prince" Billy - Master and Everyone
Dead Can Dance - Aion/The Serpents Egg/Whitin The Realm of a Dying Sun
Death in June - The World That Summer
Diamanda Galas - You Must Be Certain of the Devil
Einsturzende Neubaten - Halber Mensch/Fuenf Auf Nach Der Obben Offen Ritcherskala
Fall - The Wonderful and Frightning World...
Felt - Ignite the Seven Cannons/The Strange Idol Pattern...
Gescom - iss:sa
Go-Betweens - Bright Yellow/Bright Orange
Godspeed You Black Emperor! - f#a#infinity
Herbert - Bodily Functions
Isan - Beautronics
Jan Jelinek - Loop-Finding-Jazz-Record
Jane Weaver - Like an Aspen Leaf
Jesus and Mary Chain - Psicocandy
Joy Division - Still
Kruder and Dorfmeiter - The K&D Sessions
Lou Reed/John Cale - Songs for Drella
Lou Redd - Trasnformer
Linha Geral - Linha Geral
Mão Morta - Mão Morta
Marisa Monte - Mais
Massive Attack - Blue Lines
Mercury - Deserter's Songs
Meira Asher - Spear Into Hooks
Mirah - You Think It's Like This But It's Really Like This
Morcheeba - Big Calm
Murcof - Martes
My Bloody Valentine - Isn't Anything/Loveless
Negativland - Escape From Noise
Nick Cave - From Her to Eternity
Pixies - Surfer Rosa
Plone - For Begginer Piano
Pop Dell'Arte - Free Pop
Portisead - Dummy
Radiohead - Amnesiac
Saint Etienne - Good Humour
Savage Republic - Ceremonial
Sonic Youth - Sister/Bad Moon Rising/Evol
Sorrow - Let There Be Thorns
Soul Coghing - Ruby Vroom
SPK - Zamia Lehamani
Stina Nordenstam - This is Stina Nordenstam
Sugarcubes - Life's Too Good
Swans - Children of God
Tarnation - Gentle Creatures
Test Department - Terra Firma/The Unacceptable Face of Freedom
The The - Infected
This Mortal Coil - It'll End in Tears
To Rococo Rot/I-Sound - Music is an Hungry Ghost
Trans Am - Surrender to the Night/Surveillance
Throwing Muses - Throwing Muses
Tortoise - Millions Now Living.../Standards
Ursula Rucker - Supa Sista
Velvet Underground - Velvet Underground and Nico
Wall of Voodoo - Call of the West
Wolfgang Press - The Legendary Wolgang Press.../Standing Up Straight
Wooddentops - Live Hypnobeat
Young Gods - Young Gods/L'Eau Rouge
Young Marble Giants - Colossal Youht
posted by Miguel Noronha 12:42 da tarde